O
Dia Mundial da Alimentação foi celebrado no dia 16 de outubro e o Paraná
comemorou a data com o título de maior produtor de alimentos orgânicos do país
e o segundo Estado brasileiro com o maior número de propriedades certificadas
para a produção de orgânicos. São 1.966 propriedades, de acordo com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atrás apenas do Rio Grande
do Sul.
Produção
- O Paraná tem uma produção de 130 mil toneladas de alimentos por ano, segundo
o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Bom
desempenho - O bom desempenho do Estado se deve, principalmente, ao Programa
Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCO), o único programa
público no País a orientar e capacitar os produtores, auditar e certificar a produção
de alimentos orgânicos.
Envolvimento
- O Programa envolve a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, por meio das universidades estaduais; o Centro Paranaense de
Referência em Agroecologia (CPRA), vinculado à Secretaria Estadual da
Agricultura e do Abastecimento, e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar),
que é o órgão certificador.
Propriedades
certificadas - Só nos últimos quatro anos, foram mais de 290 propriedades
certificadas, em todas as regiões paranaenses. A iniciativa não favorece apenas
o produtor que tem assistência técnica gratuita, mas também a população
paranaense com acesso a alimentos mais saudáveis, produzidos sem agrotóxicos,
hormônios ou transgênicos, levando em consideração o meio ambiente e a vida dos
agricultores e seus familiares.
Investimento
- Em quatro anos, o Governo do Paraná já investiu no Programa R$ 5,5 milhões
que, somados aos valores da fase 3 - que começou em 2016 e segue até 2018 -,
totalizam R$ 8 milhões por meio do Fundo Paraná. Até o término da fase 3, a
meta é certificar cerca de 1.040 produtores, ressaltando que a certificação é
válida por um ano, tendo a necessidade de renová-las a cada encerramento.
Importância
- O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos
Gomes, destacou a importância do programa para que o Paraná continue entre os
estados com o maior número de produtores de orgânicos certificados. “O programa
registra excelentes resultados e contribui para a valorização da produção de
orgânicos no estado, por isso estamos trabalhando para a continuidade”, afirma.
Incentivo
- O coordenador da Unidade Gestora do Fundo Paraná, Luiz Cézar Kawano, disse
que o programa é uma das únicas ações governamentais para o incentivo da
produção orgânica no Brasil, fornecendo subsídio e acompanhamento técnico.
“Hoje o Paraná tem a maior produção de orgânicos do País, além disso consegue
fomentar a inovação tecnológica e a organização de pequenos agricultores para
que eles possam melhorar a sua renda e levar à população um alimento de melhor
qualidade”, afirmou.
Capacitação
e certificação - Os agricultores que pretendem passar da produção convencional
para a orgânica são orientados por técnicos e estudantes das sete universidades
estaduais paranaenses, que fazem acompanhamento técnico e a capacitação dos
produtores. Para que receba a certificação, a propriedade deve atender a uma
série de normas, que inclui a troca de agrotóxicos e insumos químicos por
técnicas agroecológicas, preservação dos ecossistemas, promoção do uso saudável
do solo e da água e adotar critérios de comércio justo.
Conhecimento
- Na medida em que os profissionais estão interagindo com o produtor, o
conhecimento tem chegado a ele e a sua família, e isso tem aumentado o nível de
segurança do agricultor em mudar o modelo convencional pelo orgânico, mostrando
que dá para ter produtividade, qualidade e mercado.
Aumento
- “Com esse apoio aos agricultores temos conseguido aumentar o número de
produtores orgânicos certificados no nosso Estado”, diz o professor Rogério
Barbosa Macedo, coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios,
da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).
Auditoria
- A certificação é auditada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar),
que é responsável pela capacitação dos bolsistas que atuam no programa. Os
alimentos orgânicos produzidos em propriedades rurais e certificados pelo
Tecpar podem ser encontrados em três categorias: origem animal, vegetal e em
processamento.
Bolsistas
- Hoje, são 34 bolsistas trabalhando no programa de certificação de orgânicos.
Cada uma das sete universidades estaduais conta com um professor orientador, um
aluno da graduação e três profissionais recém-formados das áreas de Agronomia,
Veterinária e Biologia, que são responsáveis pela orientação e acompanhamento
dos produtores.
Conciliação
- O Programa também é fundamental para conciliar alunos em fase de graduação e
os recém-formados, que integram as equipes que trabalham nos núcleos. Desta
maneira, os profissionais ingressam no mercado de trabalho melhor preparados e
conscientes da valorização das práticas de produção de alimentos mais
saudáveis.
Mudança
no perfil - “Temos percebido uma grande mudança do perfil dos estudantes e dos
nossos profissionais. Vários estudantes que participaram desse programa estão
ligados a grandes projetos de agricultura familiar dentro e fora do Paraná”,
destaca o professor Macedo.
Agricultura
familiar - O professor Macedo destaca que o programa é voltado para as pequenas
propriedades, fortalecendo o trabalho da agricultura familiar. O modelo de
produção orgânico está adaptado à realidade da agricultura familiar, que é
extremamente importante econômica e socialmente no País.
Benefícios
- “Não queremos substituir o agronegócio, mas dentro do escopo da agricultura familiar
ao lado do agronegócio é possível ter uma produção de orgânicos que traga mais
renda, mais saúde e mais satisfação ao pequeno produtor”, afirma Macedo.
Sem
custo - O Programa faz a certificação para agricultores familiares do Estado de
forma gratuita, além de capacitar a comunidade acadêmica para atuação em
serviços de extensão rural, formando mão de obra qualificada para o Estado e
promovendo a inserção de produtos com o selo “Orgânico Brasil” no mercado.
Valorização
- Com a certificação, os agricultores familiares contam com o incentivo
econômico, já que há uma valorização do produto orgânico, e também são
habilitados para programas públicos, como a venda de alimentos para a merenda
escolar e para o Programa de Aquisição de Alimentos, do Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário.
Especialização
profissional - Outra iniciativa para fortalecer a produção de orgânicos no
Estado é o Mestrado Profissionalizante em Agroecologia, da Universidade
Estadual de Maringá (UEM). O Paraná foi o segundo estado do Brasil a implantar
o curso, em 2014, uma iniciativa pioneira em território paranaense.
Fruto
- Esse mestrado é fruto do trabalho de docentes da UEM e também de professores
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do
Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade da Califórnia (University of
California), com apoio da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior.
Fomento
- A proposta do curso é fomentar pesquisas em produção agroecológica familiar,
aumentar o conhecimento sobre a natureza, o funcionamento e os indicadores de
qualidade e de sustentabilidade dos agroecossistemas e apoiar e potencializar a
Rede Paranaense de Pesquisa em Agroecologia.
Objetivo
- De acordo com o coordenador do curso, professor José Ozinaldo Alves, o
objetivo é aliar o conhecimento acadêmico à experiência prática de
agricultores, para atender a grande demanda do Estado por profissionais
especializados. “A especialização é fundamental para a qualificação dos
profissionais que atuam não só em instituições públicas e privadas do estado
como também para os pequenos agricultores”, destaca.
Dia
de Campo - Outra iniciativa para incentivar a produção de orgânicos no Estado é
a promoção do primeiro Dia de Campo, com tecnologias de produção. A ação
acontecerá de 11 a 12 de novembro, na Estação Experimental Agroecológica Terra
Livre, em Bandeirantes, no Norte do Estado.
Dia
Mundial da Alimentação- A celebração foi estabelecida em novembro de 1979 pelos
países membros na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO). Neste dia promovem-se muitas atividades
relacionadas com a nutrição e a alimentação, com a participação de cerca de 150
países. A data também marca o aniversário de 71 anos da FAO, criada em 1945.
Tema
- O tema escolhido para este ano é “O clima está mudando. A alimentação e a
agricultura também”. As estimativas indicam que o número de habitantes do
planeta vai superar os nove bilhões de pessoas em 2050, e a FAO calcula que a
produção mundial de alimentos vai ter que aumentar em 60% para atender a
demanda. Os pequenos agricultores familiares “que produzem a maior parte dos
alimentos que consumimos” estão entre os mais afetados pelas altas
temperaturas, as secas e os desastres relacionados a uma meteorologia adversa
relacionada às mudanças climáticas.
Soluções
- A intenção é refletir e buscar soluções para os desafios do clima no mundo,
pensar em como alimentar um número cada vez maior de pessoas, aliando práticas
sustentáveis, preservando o meio ambiente e primando por alimentos mais
saudáveis e livres de agrotóxicos.
Relação
- Para o professor Rogério Barbosa Macedo, é possível ter essa relação. Na
medida em que se tem uma tecnologia adaptada a uma realidade socioeconômica e
ambiental respeitando as características de cada região, o que dá uma
característica de maior sustentabilidade para este tipo de produção. “Entre os
princípios da agricultura orgânica está o respeito às condições diferentes que
a gente encontra no planeta terra”, enfatiza.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná
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