segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Programa governamental de compra de orgânicos fortalece a agricultura familiar

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma ação do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), executada em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). O PAA propicia a aquisição de alimentos de agricultores familiares, a preços compatíveis aos praticados nos mercados regionais e promove a doação desses alimentos para entidades socioassistenciais.
No ano passado, o programa comprou alimentos de 1.820 agricultores familiares cadastrados de 62 municípios paraenses. Ao longo do ano, foram gastos mais de R$ 900 mil em alimentos que foram destinados a 136 entidades socioassistenciais.
Jorge Pinheiro, agricultor familiar de 63 anos, leva uma vida modesta em sua terra no município de Barcarena e viu a sua situação melhorar com a ajuda do PAA. “Antes, eu não tinha para quem vender, perdia muitos produtos, mas agora tenho comprador certo. Isso me ajudou demais. Esse projeto trouxe o reconhecimento do que é a agricultura familiar. Hoje temos mercado e isso estimulou a gente a produzir mais”, comemora o agricultor.
Outros agricultores da região também se beneficiam com o projeto. É o caso do agricultor Raimundo Marques, mais conhecido como Zaca, que vende todos os meses toneladas de produtos para a gestão municipal.
“O projeto trouxe um incentivo a mais, porque antes não tínhamos para onde escoar nossa produção. Não tínhamos mercado e muitas vezes ficávamos nas mãos dos atravessadores. Hoje, com esse projeto, abriu-se um leque de oportunidades, tanto na nossa localidade, como na capital. Diferente da venda em feiras, em que não há garantia de venda, a aquisição dos produtos pelo PAA dá mais segurança aos agricultores.”
Raimundo Marques – Agricultor
Maria Silva, agricultora do município de São Miguel do Guamá (Pará), faz parte do programa há 4 anos e explica a diferença de vender para o governo “Não tem nada melhor do que saber que vamos produzir e ter a certeza de que teremos como comercializar nossa produção com um preço bom. É um dos melhores programas sociais que existem, pois ele faz a gente produzir. Não é me dado nada de graça, ou seja, quanto mais eu produzo, mais eu vendo e por um preço bom. É um programa que empodera o agricultor, faz com que a gente tenha autonomia para o comércio e uma nova visão de mercado”.
Heitor Pinheiro, titular da Seaster, afirma que a aquisição desses produtos beneficia os produtores e as regiões em que vivem. “O PAA tem sete anos no Pará e começou com apenas 30 municípios. Hoje temos 62 municípios envolvidos e nossa meta é dobrar o número de agricultores em 2017”, afirma ele.
Para a coordenadora do PAA em Barcarena, Marcela Machado, esse projeto fortalece a agricultura familiar no município e garante renda para as famílias. “Nós começamos com 17 agricultores em Barcarena. Fechamos 2016 com 47 agricultores no município. Criamos emprego e renda no campo”, ressalta Marcela.
Helen Barreto, coordenadora estadual do PAA na Seaster, afirma que o programa busca combater a insegurança alimentar no Brasil e fortalecer a agricultura familiar. Ou seja, compra-se o produto do pequeno agricultor familiar, com perfil do cadastro único e bolsa família, além de populações tradicionais, paga-se por essa produção e entrega em entidades sócio assistenciais.O PAA, além de fortalecer a agricultura familiar, também proporciona mais um benefício para os usuários dos serviços que recebem a doação dos alimentos adquiridos pelo programa: a garantia de uma alimentação saudável.
“Além de mudar nossa qualidade de vida, também garantimos uma alimentação adequada, pois não trabalhamos com agrotóxicos”, explica a agricultora Maria Silva.
A coordenadora do PAA em Barcarena, Marcela Machado, explica que é feito um controle sobre esses alimentos. “Fazemos visitas e acompanhamos os agricultores cadastrados no programa para verificar se esses alimentos estão sendo utilizados e produzidos de forma correta”, afirma Marcela.
“A partir da oferta de frutas, verduras, legumes, grãos, cereais e alimentos orgânicos, o programa é um vetor de acesso a alimentos saudáveis. O produto, saudável e de qualidade, beneficia pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica, atendidas pela rede socioassistencial, promovendo segurança alimentar e nutricional, garantindo uma alimentação adequada a quem mais precisa”.Heitor Pinheiro, titular da Seaster, ressaltando o papel do PAA como um importante aliado das políticas públicas de educação alimentar.
Helen Barreto, coordenadora estadual do PAA, destaca que o programa incentiva a agricultura familiar, garantindo renda e ajudando as entidades com a doação de alimentação saudável.
“Como o pequeno agricultor familiar não tem a capacidade de escoamento da sua produção, no caso, transporte adequado e logística para levar esse alimento da zona rural para a cidade, esse produto acabava sendo desperdiçado. Com esse projeto, ele consegue vender o produto dele e, assim, escoar a produção, garantir uma renda para sua família e, principalmente, combater a insegurança alimentar, porque ele vende um produto natural e saudável”, destaca Helen.


Fonte: Portal Amazônia

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