Produtores
de café orgânico do noroeste fluminense estão perto de, literalmente, expandir
seus mercados. E tudo depende de uma marca própria do produto, que deve ser
lançada até abril.
Desta
forma, a próxima safra da Associação dos Produtores Orgânicos do Extremo
Noroeste Fluminense (Aproenf) – estimada em 200 sacas entre julho e agosto –
poderá ser vendida diretamente no varejo. Hoje, sem marca própria, a
distribuição está restrita à venda direta ao consumidor, a feiras livres ou ao
fornecimento de merenda para as escolas públicas da região.
O
grupo reúne oito produtores de café, e mais quatro em fase de adesão – há
também agricultores de hortaliças. As plantações estão concentradas nas cidades
de Varre-Sai, Porciúncula e Bom Jesus do Itabapoana.
Escolha
Os
produtores participaram diretamente do processo de conceituação da nova marca.O
grupo de Disseminação e o Departamento de Comunicação do programa Rio Rural (da
Secretaria estadual de Agricultura e Pecuária), então, elaboraram um briefing e
apresentaram três propostas com nomes e logos, que foram escolhidas pelos
cafeicultores. A "eleita" está em processo de validação.
"Já
escolhemos a marca e só falta registrá-la porque depende, ainda, de questões burocráticas,
como a legalização da máquina de torrefação, que já está montada. Até abril
esperamos que esteja tudo resolvido", acredita o produtor José Sávio
Muruci, idealizador da Aproenf.
O
processo burocrático já faz parte da rotina. Os produtores obtiveram dois
importantes certificados ao longo dos últimos anos: a certificação orgânica
pela categoria Organização de Controle Social (OCS) – do Ministério do Meio
Ambiente -, e o selo orgânico na modalidade Sistema Participativo de Garantia
(SPG), da Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio (Abio), o que
possibilita a comercialização no mercado convencional.
Para
tal, foram necessárias mudanças no campo por parte dos agricultores. O conceito
de café orgânico precisa seguir critérios rigorosos na produção e também em
outros aspectos, como manuseio da terra e impactos ambientais e sociais da área
de cultivo.
"É
preciso seguir os critérios, que não ficam restritos à produção. Existe toda
uma avaliação das questões sociais e ambientais, e se a plantação está
ambientalmente adequada. Além da troca de insumos químicos industrializados, há
uma preocupação com manejo e conservação de solo, e o aumento da biodiversidade
na área", explica José Sávio.
Rastreabilidade
O
próprio cafeicultor conta que exerce a função de consultor para outros
produtores da Aproenf. "Temos controle rigoroso de rastreabilidade e os
produtores fazem a autorregulamentação para que não haja fraudes",
garante.
Ao
mesmo tempo, o grupo está confiante com o sucesso da futura marca no mercado.
"A marca expressa de forma bem completa a nossa identidade, fazendo alusão
aos principais elementos que compõem a produção de café em nossa região",
enaltece José Sávio.
Fonte
: DCI
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