Segundo
levantamento feito pela Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de
Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a área de produção orgânica no
país pode ultrapassar os 750 mil hectares registrados em 2016, impulsionada,
principalmente, pela agricultura familiar.
Segundo
a Coagre, houve um salto de 6.700 mil unidades (2013) para aproximadamente
15.700 (2016). Ou seja, em apenas três anos, foi registrado mais do que o dobro
de crescimento deste tipo de plantio em solo brasileiro. No ranking das regiões
que mais produzem alimentos orgânicos, o Sudeste fica em primeiro lugar,
totalizando 333 mil hectares e 2.729 registros de produtores no Cadastro
Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Na seqüência, as regiões Norte (158
mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).
Hoje,
cerca de 75% dos produtores cadastrados no CNPO são agricultores familiares.
“Interessante notar que o número de unidades de produção é cada vez maior e
está se espalhando por quase todas as regiões do Brasil, o que indica que os
agricultores familiares reconhecem na agroecologia e na produção orgânica uma
maneira de comercializar alimentos, com valor agregado, e que, ao mesmo tempo,
são produzidos sem o uso de insumos agroquímicos, constituindo uma opção mais
segura para o agricultor, para o consumidor e para o meio ambiente”, analisa
Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI
Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Responsável
pelo incremento do número de agricultores familiares voltados para a produção
orgânica, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) tem
com objetivo fortalecer a produção agrícola de base agroecológica e orgânica,
além de ampliar a oferta e o consumo de alimentos saudáveis, apoiar o uso
sustentável dos recursos naturais e disseminar o conhecimento em agroecologia,
de forma a promover a melhoria da qualidade de vida da população brasileira do
campo e das cidades.
Para
isso, o Plano previu a implementação de amplo conjunto de iniciativas,
programas e projetos de apoio à transição agroecológica e à produção orgânica
no país, executado por cerca de 15 instituições públicas federais. “O primeiro
PLANAPO, de 2013 a 2015, contribuiu para o crescimento da produção de
orgânicos. No segundo PLANAPO, que vai até 2019, pelo menos mais oito mil
agricultores familiares devem se cadastrar por meio de projetos apoiados pela
Sead”, destaca Suiá Kafure da Rocha, especialista em Políticas Públicas e
Gestão Governamental.
Planapo
A
Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) foi lançada pelo
Governo Federal, com a edição do decreto 7.794, de 20 de agosto de 2012, como
importante passo para a ampliação e efetivação de ações de promoção do
desenvolvimento rural sustentável. Um dos principais instrumentos desta
política é o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo),
também conhecido como Brasil Agroecológico.
O
primeiro Planapo finalizou em 2015 e beneficiou 678.449 agricultores
familiares, produtores orgânicos, povos indígenas e povos e comunidades
tradicionais, técnicos e extensionistas. Em 2016 deu-se início a um novo ciclo
de planejamento para essa temática, com o lançamento do Planapo 2016-2019.
“Quem
coordena o PLANAPO, no qual participam outras 14 instituições públicas
federais, é a Sead, e somos protagonistas deste plano. Neste momento, estamos
desenvolvendo o portal ‘agroecologia.gov’ que vai envolver todos os atores do
plano e teremos mais informações disponibilizadas sobre as políticas públicas
de agroecologia”, adianta Suiá Kafure da Rocha.
Fonte:
http://www.midianews.com.br/
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