No
noroeste do estado de Curitiba, em uma cidadezinha chamada Paranacity, com
pouco mais de 11 mil habitantes, a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória
Ltda (Copavi) está a todo vapor. Depois de quatro anos, os agricultores rurais
da cooperativa se preparam para ter, pela primeira vez, toda a produção
agropecuária orgânica. Esse marco será feito com um dos itens mais difíceis, o
leite. Se tudo der certo, a partir de fevereiro de 2017, moradores de
municípios próximos a Paranacity já poderão comprá-lo com o selo de produto
totalmente orgânico.
Segundo
dados divulgados pelo governo do Paraná, o estado fecha 2016 com o título de
maior produtor de alimentos orgânicos do país e o segundo com o maior número de
propriedades certificadas para a produção de orgânicos. São 1.966 propriedades,
de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atrás
apenas do Rio Grande do Sul.
Vice-presidente
da Copavi, Solange Parcianellu Pellenv, de 54 anos, conta que o carro-chefe da
cooperativa é a cana-de-açúcar e, desta matéria-prima, saem o melado e a
cachaça, ambos orgânicos. A plantação de verduras também leva o selo e a expectativa
agora é pelo leite. “Temos minilaticínios, embalamos o leite à mão e entregamos
em três municípios, no entanto, ainda como produto convencional. Estamos há
quatro anos na luta, fechando o ciclo de um ano, sem adubação, sem antibiótico,
com todos os cuidados, para ter esse selo", explica Solange.
Além
do sonho de transformar toda a propriedade em produção agroecológica, a
agricultora conta que a mudança também reflete na renda. Um exemplo: o que eles
ganham, hoje, com a venda do leite produzido por 200 cabeças de gado, seria
substituído pela produção de apenas 40, sendo essa uma produção totalmente
orgânica.
Políticas
públicas
Um
dos incentivos governamentais mais acessados pelos 38 agricultores associados à
Copavi é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Eles atendem cerca
de 29 municípios com bolos, bolachas e verduras. "Ajuda demais. É uma
forma que temos de escoar nossos produtos. É um bom programa porque a gente
planta, vende e tem o dinheiro certinho ali. Isso é uma segurança para as 22
famílias que vivem aqui", garante Solange. Além do Pnae, os agricultores
também acessam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), que financia projetos individuais ou coletivos.
Sobre
o Selo Orgânico
A
Lei dos Orgânicos (nº 10.831) foi regulamentada em 2011. Desde então, há um
selo único como padrão para todo território nacional. É este símbolo, contido
nas embalagens dos produtos, que diferencia o produto orgânico (livre de
agroquímicos) do convencional para o consumidor.
Para
obter a certificação, é preciso passar pela avaliação de um Organismo da
Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mas é possível também se
organizar em grupo e se cadastrar junto ao MAPA para realizar a venda direta
para o consumidor sem certificação.
Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e
do Desenvolvimento Agrário
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