A
desidratação é o processo que elimina a água dos vegetais por meio de
evaporação. A técnica é antiga e foi muito utilizada durante as guerras
mundiais. Os alimentos continuam sendo fontes de vitaminas e os principais
nutrientes são preservados. A grande vantagem é que esses alimentos podem ser
armazenados por meses sem a necessidade de maiores cuidados, evitando também o
desperdício. “A gente não produz tudo o que desidrata, mas temos parceiros,
todos da agricultura familiar e produzem alimentos orgânicos. E como eles não
possuem agroindústria, esta é uma forma de dar escoamento para a produção
deles, porque o que ele não consegue vender, a gente compra e desidrata. A
gente aproveita tudo”, diz Norma.
No
Brasil, o mercado de desidratados tem crescido a cada ano, mas ainda é pequeno
se comparado a outros países, como os Estados Unidos, que lidera o consumo e
venda e alimentos desidratados. Por aqui, os agricultores já garantem um bom
rendimento mensal com a comercialização. Eurípedes conta que alguns clientes
costumam comprar e enviar os produtos até para o exterior. “Uma de nossas
clientes costuma comprar até 25 sacos por vez e leva para a filha que mora na
França”.
Os
agricultores têm conquistado principalmente o mercado de pessoas mais
preocupadas com a saúde e que buscam alimentos mais saudáveis, orgânicos e
advindos de sistemas agroecológicos. De acordo com Norma, ao mudar para a
chácara, eles passaram a plantar. “Aos poucos nós fomos plantando de tudo um
pouco e hoje temos um sistema agroflorestal, que respeita o meio ambiente e
garante alimentos saudáveis”, afirma.
A
agroindústria de Norma e Eurípedes possui duas certificações de origem, o Selo
de Identificação de Participação da Agricultura Familiar (Sipaf) e o selo de
orgânico. “Sempre cultivamos sem o uso de agrotóxicos, mas os selos são
importantes, porque também agregam valor ao nosso produto”, diz Norma Sueli.
Atualmente,
os produtos das Desifrut são comercializados no Ceasa do Distrito Federal e em
algumas feiras da cidade. O casal pretende lançar um aplicativo para celulares
que vai permitir a venda dos produtos online. “A procura é grande e isso vai
aumentar nossas vendas”, prevê Norma.
Políticas
públicas
Em
2004 Norma participou de programa Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e
conheceu a técnica para manipular os produtos desidratados. Os desidratadores
foram adquiridos por meio de financiamento do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O primeiro, em 2005, logo após
participarem da Ater para desidratados. E então conseguiram abrir a
agroindústria. Em 2011, para aumentar a produção, financiaram um novo
desidratador, com o dobro da capacidade e que permitiu aumentar a renda
familiar.
Além
disso, o casal já participou de algumas feiras promovidas pelo então Ministério
do Desenvolvimento Agrário, atual Secretaria de Agricultura Familiar e do
Desenvolvimento Agrário (Sead), como, duas edições da Feira Nacional da
Agricultura Familiar (Fenafra) uma no Rio de Janeiro e outra em Brasília e a
feira Saberes e Sabores dentro da II Conferência Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Cnater) que aconteceu este ano em Brasília. Segundo
os agricultores esses eventos são importantes para dar visibilidade e promover
a comercialização dos produtos.
Fonte:Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário
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