sábado, 16 de outubro de 2010

Classes C e D são as que menos compram alimentos orgânicos

A GfK, 4ª maior empresa de pesquisa de mercado no Brasil e 4º maior grupo mundial do setor, avaliou a presença dos produtos orgânicos (alimentos sem agrotóxicos, carne sem hormônios ou sem antibióticos) na cesta de compra dos brasileiros.
De acordo com o estudo, 42% dos entrevistados nunca adquirem produtos orgânicos. A diferença de consumo entre as classes sociais é grande. Os integrantes das classes C e D, com 52%, são os que menos compram alimentos desse tipo. Nas classes A e B o índice dos que nunca compram cai para 33%.
Para Mario Mattos, Diretor de Marketing da GfK, “embora os produtos orgânicos tenham um apelo de saudabilidade, que é cada vez mais forte junto aos consumidores, a percepção em geral da população é que possuem preços mais altos que os similares não-orgânicos, mesmo que em alguns casos isso já não corresponda à realidade. Esta percepção faz com que muitos consumidores nem incluam este tipo de produto na sua opção de compra, em especial aqueles consumidores com maior restrição orçamentária, de classes C e D”, explica.
Além das discrepâncias de comportamento entre as classes, a pesquisa revela ainda que aspectos regionais também interferem na aquisição dos produtos orgânicos. No Nordeste do País está concentrada a maior parte dos entrevistados que nunca compram tais produtos, com uma taxa de 48%.
Na Região Metropolitana de São Paulo (excluindo a capital) a percentagem é de 47% e apresenta um contraste com a capital, com 39%. De acordo com Mattos, isso ocorre especialmente em função da maior concentração de classes com maior rendimento (A e B) na capital em relação ao restante da Região Metropolitana.
Ao avaliar por faixa etária, destacam-se entre os que nunca compram orgânicos aqueles que têm idades dos 25 aos 34 e dos 45 aos 55 anos, com 44% e 45% respectivamente. Nota-se ainda que a compra de orgânicos ocorre mais entre os mais velhos. Entre os 8% que afirmam comprar sempre alimentos sem agrotóxicos, hormônios ou antibióticos, 16% têm mais de 56 anos.
“A preocupação e cuidado com a saúde tende a ser maior entre as pessoas de mais idade, gerando maior mudança em hábitos alimentares”, afirma Mattos.
A pesquisa, realizada em julho deste ano, ouviu 1.000 pessoas, a partir dos 18 anos, de 12 cidades das regiões metropolitanas brasileiras: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.



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