Com baixo custo de produção e o valor agregado dos produtos agroecológicos produtores comemoram lucro em dobro.Produzindo hortaliças como alface, coentro e cebolinha, utilizando o regime de agroecologia orgânica agricultores do município de São Miguel do Taipú, localizado na Zona da Mata paraibana, chegam a faturar até 5mil reais por mês com a venda de produtos ecologicamente corretos. O segredo do sucesso está no custo reduzido da produção que não usa produtos químicos, do gosto da população cada vez maior pelo o que é saudável e do acréscimo de 30% permitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre o valor do produto orgânico comercializados em feiras e lojas.
Para obter esse retorno o agricultor Luciano Santana, que trocou o plantio convencional pelas hortas ecologicamente corretas, conta que só foi necessário investir em um bom sistema de irrigação e na aquisição das sementes para dar inicio a plantação orgânica. “Para o sistema foram investidos 17 mil que consegui através de um financiamento parcelado e sem juros algum que não pesou no bolso. A irrigação é feita de forma setorizada e eu posso liberar a água em algumas partes da horta de acordo com o que eu quero molhar. Fora esse investimento fiz a compra das sementes. Todo o restante temos a disposição na região, a natureza nos oferece”, explica Luciano.Associado a melhoria no orçamento, na alimentação e na elevação da auto-estima dos produtores, o trabalho com a agroecologia tem transformado as estruturas familiares das regiões que estimulam este tipo de produção no estado.
“Ao receber meu dinheiro no final da semana, eu poderia sentar no bar, brigar com a mulher em casa e ainda ir dormir insatisfeito com minha vida. Ao contrário disso, a cada safra eu penso em ampliar minha horta, em crescer como produtor e para isso contamos com o trabalho das mulheres que não sofrem mais com violências e tem seu trabalho”, revela Joel Luis que se orgulha das filhas poderem colher e consumir as hortaliças saudáveis direto da sua horta.Os lucros obtidos com a produção são revertidos em investimentos. Produzindo em parceria com mais três agricultores a horta de Joel Luis contará em breve com mais facilidades, pois, já está em fase de construção a casa de beneficiamento onde as hortaliças e frutas serão selecionadas, lavadas e embaladas para a distribuição e comércio.
Segundo o gestor do Projeto de Horticultura Orgânica do Sebrae Paraíba, Reinaldo Rosendo, o ciclo de plantio é mais rápido com o uso de biofertilizantes (feitos com extratos de plantas, de animais) que estimulam o crescimento das hortaliças. A colheita para os orgânicos acontece entre 45 e 60 dias. Já em canteiros de plantio convencional esse prazo sobe para 80 dias.“O controle de praga é feito com biofertilizantes, a ação do vento é combatida com o plantio de barreiras naturais como o capim ou a cana de açúcar, então tudo o que precisamos a própria natureza oferece de graça”, explica Segundo o consultor Nilton Feitosa. Ainda conforme Nilton, O uso dessas tecnologias agrícolas é um dos diferenciais que reduzem em grande parte o custo de produção.
Paraíba ecológica
Cerca de 240 produtores são atendidos pelo projeto de hortifruticultura na Zona da Mata paraibana. Toda a produção tem destino certo seja em supermercados e indústrias, negociando com a Conab ou na comercialização direta nas Feiras Agroecológicas de Jacaraú e Pedra de Fogo. Em fase de expansão da produção pelo Estado, seguindo a tendência mundial de estímulo ao consumo de alimentos produzidos sem agrotóxicos e insumos agrícolas mais três feiras estão em fase de estruturação nos municípios de Lucena, Pitimbu e Alhandra, como forma de levar à mesa do consumidor a qualidade e a saúde dos alimentos agroecológicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário