domingo, 19 de julho de 2009

Uso de biofertilizantes liquidos no manejo ecológico de pragas agrícolas

Biodigestor
Milhões de pequenos produtores nos trópicos praticam agricultura convencional.Seu modelo é pautado no uso elevado de insumos externos principalmente agrotóxicos, adubos minerais solúveis, sementes híbridas e mecanização com base no emprego de combustíveis fosseis. Contudo, esse modelo, além do custo elevado, é poluidor e também apresenta altos riscos para o produtor, por isso não são duradouros.
Mas, um outro modelo mais sustentável do ponto de vista sócio-econômico e agro-ambiental, onde são empregados processos ao invés de produtos, tem resultado em maior sanidade e estabilidade da produção e menor custo: os sistemas de produção orgânica. Nesses sistemas o controle das pragas e doenças, é baseado no equilíbrio nutricional (químico e fisiológico) da planta, buscando-se uma maior resistência da planta pelo seu equilíbrio energético e metabólico (entropia) e uma maior atividade biodinâmica no solo.
Na prática, isso já é percebido nos agroecossistemas olerícolas aonde o modelo convencional vem substituindo pela pratica de processos vivos. Um exemplo é o emprego de produtos microbianos, como os biofertilizantes líquidos, e outros fermentados à base de microorganismos eficientes. Os biofertilizantes se destacam por serem de alta atividade microbiana e bioativa e capaz de produzir maior proteção e resistência à planta contra o ataque de agentes externos (pragas e doenças). Além disso, esses compostos quando aplicados, também atuam nutricionalmente sobre o metabolismo vegetal e na ciclagem de nutrientes no solo. São de baixo custo e podem ser fabricados na fazenda pelo produtor.Essa tecnologia de processo vem revolucionando a agricultura e encontra fundamentos na teoria da trofobiose, desenvolvida pelo frances Francis Chaboussou em meados século passado e na agroecologia .
Os biofertilizantes são compostos bioativos, resíduo final da fermentação de compostos orgânicos, contendo células vivas ou latentes de microorganismos (bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e por seus metabólitos, além de quelatos organo-minerais. São produzidos em biodigestores por meio de fermentação aeróbica e/ou anaeróbica da matéria orgânica. Esses compostos são ricos em enzimas, antibióticos, vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres e ácidos, inclusive de ação fito-hormonal. Além de sua ação nutricional já conhecida, tem sido atribuído aos biofertilizantes a ação indutora de resistência e apresentam propriedades fungicidas, bacteriostáticas, repelentes, inseticidas e acaricidas sobre diversos organismos alvos.


Fonte:
Marcos Barros de Medeiros1, Paulo Alves Wanderley1; Francisco Franklin2, Francisco Sales Fernandes2, Gutenberg Ramos Alves2, Plínio Dantas2, Rimesson Paulo Cordão2, Wendell Max Ribeiro Xavier2; Julião de Souza Leal Neto3 (1) Professores do CFT/UFPB -Campus de Bananeiras-PB; (2) Alunos do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros – CAVN/CFT – UFPB, Campus de Bananeiras – PB. (3) Voluntário do PROLICEN/UFPB.

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