Apesar de ser mais caro — em alguns casos até 100% —, o consumo de produtos orgânicos tem uma expansão anual de 30%. No Estado, o mercado responde por 15 mil empregos diretos no campo, gerados pelos 5.300 produtores paranaenses que trabalham com esse segmento, todos produtores familiares. O número coloca do Paraná como o estado com maior número de produtores de orgânicos no País. “Em volume, a liderança está com São Paulo”, ressalta o engenheiro agrônomo Iniberto Hamerschmidt, coordenador estadual de holericultura convencional de orgânica no Instituto Emater.
Desde 1996, quando o setor começou a ser acompanhado pela Emater, a produção do estado passou 4,5 mil toneladas por ano para 107.230 toneladas. Dos 300 produtores que existiam na época, hoje 5.300 cultivam grãos, frutas, legumes e verduras em 13 mil hectares. A receita bruta anual com a venda de orgânicos é estimada em R$ 100 milhões, segundo Hamerschmidt. A produção de folhas, legumes e verduras está concentrada mais nas cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), assim como a de plantas medicinais. Nas regiões Sudoeste e Oeste também há produção de holerículas, soja e açúcar mascavo.
No Litoral do Estado há a produção de frutas, no Noroeste de a mandioca e a farinha de mandioca e no Norte Pioneiro a produção é de café. Já a produção de grãos, como milho, arroz e feijão está distribuída nas regiões Centro-Sul, de Guaraqueçaba e da Lapa, no assentamento Contestado. “Há ainda uma grande produção de erva-mate na região Centro Sul, principalmente em São João do Triunfo e São Mateus do Sul”, afirma. A produção de soja e de açúcar mascavo é exportada na proporção de 98% e 50%, respectivamente. Barreiras — Atualmente o maior problema enfrentado pelo agricultor que quer se iniciar na produção de orgânicos e o período de transição para recuperação e limpeza do solo.
Hamerschmidt relata que o processo pode exigir de 1 a 3 anos, dependendo da propriedade. “Período em que cai a renda do produtor”, afirma. O governo disponibiliza uma linha de financiamento através do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) Agroecologia, mas para conseguir um prazo maior de carência (para iniciar o pagamento do financiamento) é necessário um bom projeto. Nesse caso, os interessados podem buscar ajuda na Emater, em um dos 140 escritórios distribuídos pelo Estado.
“Lá os pequenos produtores interessados terão orientação gratuita sobre o que e como fazer para se adaptar a lei de produção de orgânicos e de como conseguir a certificação”, comenta. De acordo com a nova legislação de produtos orgânicos, o produtor precisa ser certificado para colocar os produtos no mercado. O custo anual para a certificação é de cerca de R$ 400 por ano para um grupo de 10 produtores. No Paraná, o Tecpar é um organismo certificador.
Fonte:Bem Paraná
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