O Governo do Paraná vai repassar conhecimento aos gestores municipais com objetivo de melhorar as condições de cultivo e a industrialização dos produtos orgânicos produzidos no Estado. O anúncio foi feito pelo vice-governador, Orlando Pessuti, ao abrir o primeiro encontro de secretários municipais de Agricultura, Meio Ambiente e Indústria,nesta segunda-feira (6), no Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. “Estamos discutindo com o gestor público municipal sobre como organizar comercialmente, aumentar em escala, ganhar competitividade e estimular o consumidor para a agricultura orgânica estadual”, detalhou.
Pessuti explicou que os administradores locais puderam conhecer novas linhas de crédito, financiamentos, além de aprimorar conhecimentos sobre a agroecologia e as políticas públicas que tornaram o Paraná referência em sustentabilidade ambiental para o Brasil. “O Paraná apóia de modo efetivo a agricultura familiar e orgânica. Queremos garantir a produção, em especial para a merenda escolar”.Hoje, o Paraná é o segundo produtor nacional de orgânicos, com 5,3 mil agricultores produzindo 107 mil toneladas na última safra.
O Estado se destaca na produção de soja orgânica, cana-de-açúcar para fabricação de açúcar mascavo e cachaça, mandioca, frutas e hortaliças. O setor vem com taxas expressivas de crescimento de até 20% ao ano.Para o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, o evento representou o desafio de unir a sociedade para o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. A cultura do feijão orgânico foi um exemplo citado por Cheida sobre grandes potencialidades existentes para o agricultor paranaense. “Hoje a produção do feijão orgânico não atinge metade da demanda encontrada nas escolas paranaenses. Este é um campo enorme para expansão”, disse.
Organizado pelas secretarias estaduais da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Agricultura e Abastecimento e entidades como o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), o seminário visou ainda o setor industrial e comercial. “Investimentos industriais ou do agronegócio precisam ser difundidas entre as prefeituras”, explicou o secretário Virgílio Moreira Filho. “Barracões Industriais e os Arranjos Produtivos Locais estão à disposição dos municípios”.Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, a integração de diversas entidades propiciou políticas efetivas locais. “Os municípios puderam sair com informações sobre subsídios, noções de agregação de valor e fortalecimento da agroindústria”.
AÇÕES
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, agradeceu aos secretários municipais as iniciativas de sucesso alcançadas com a ajuda dos municípios. Rasca também lembrou sobre o Projeto de Lei n° 52/2008 - aprovado pela Assembleia Legislativa e que prevê um período de autodenúncia de seis meses para os agricultores, que ainda mantêm armazenados em suas propriedades o agrotóxico BHC (Hexabenzeno de Cloro). “Queremos a ajuda dos municípios nesta tarefa fundamental para o Paraná”.Exemplo de iniciativa de sucesso em gestão ambiental, o prefeito de Tibagi, Sinval Silva, fez uma palestra sobre o programa “Recicla, Tibagi” que rendeu ao município o selo Cidade Limpa, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Dados da prefeitura indicam que cerca de 54% de todo lixo produzido em Tibagi são materiais orgânicos, que podem ser transformados em composto orgânico e usados como adubo.“O programa visa aumentar a vida útil dos aterros sanitários, proteger a saúde pública, e até a geração de emprego e renda para a região”.Presidente da Junta Comercial do Paraná, Julio Maito Filho, levou aos secretários municipais os dados que atestam o estado como segundo maior na criação de novas empresas do Brasil. “93% são micro e pequenas empresas e 70% estão localizadas no interior do Estado.
A economia estadual tem sua força em todas as regiões”, afirmou.Logística e importância dos pequenos centros, mesmo em regiões distantes também foram apontadas pela gerente de produto-internacional dos Correios no Paraná, Daviane Chegoski. “Empresários e agricultores de qualquer ponto do estado podem exportar pelos Correios vendo seus custos administrativos caírem até 16%”, explicou.O evento ainda contou com palestras do Sebrae, BRDE, Sanepar e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu). O evento foi fechado pelo diretor presidente do CPRA, Airton Brissola.
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