A agroecologia entrou definitivamente no centro da política de desenvolvimento dos projetos de reforma agrária conduzida pelo Incra. As potencialidades desse modelo de produção, baseado em numa forma sustentável de interação do homem com a natureza, poderão ser exploradas nos mais de 8,2 mil assentamentos da autarquia, nos quais vivem mais de um milhão de famílias. A possibilidade ocorrerá a partir de uma parceria com a Embrapa que já está sendo desenhada. “Vamos formar uma equipe para elaborar um projeto e viabilizar a implantação de um modelo de assentamento realmente sustentável nos mais diversos aspectos”, afirmou o presidente do Incra, Rolf Hackbart, nesta quarta-feira (1), durante visita à Fazendinha Agroecológica Km27, da Embrapa Agrobiologia, localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Hackbart participou do evento Dia de Campo. Lá foram apresentadas as possibilidades tecnológicas para assentamentos desenvolvidas na Fazendinha Agroecológica. O presidente do Incra estava acompanhado do superintendente do Incra/RJ, Mário Lúcio Melo Júnior, e foi recebido pelo chefe geral da Embrapa Agrobiologia, Eduardo Campello. Implantada em 1993 no município de Seropédica, na região metropolitana do Rio de Janeiro, com o plantio de horta orgânica, a Fazendinha Agroecológica é um espaço de 59 hectares, onde são cultivadas anualmente mais de 50 espécies de plantas. Há frutíferas variadas, entremeadas a plantios de hortaliças e cereais, adequando-se ao complexo leguminosas e gramíneas para adubação verde e cobertura do solo, empregadas em sucessão e/ou consórcio simultâneo. Existe, ainda, uma área de preservação de fragmentos da Mata Atlântica e um horto botânico.
“Sempre repito que o cultivo em sistema orgânico é um filão a ser explorado pelos assentados. O modelo de agricultura tradicional baseado na monocultura e uso do veneno não é a reforma agrária que queremos”, disse Hackbart. O superintendente do Incra/RJ cita, entre as vantagens para o produtor rural, o custo de produção menor, o valor de mercado do produto orgânico e a utilização de máquinas leves, que possibilita aumento da ocupação produtiva da mão-de-obra familiar. A adoção da proposta agroecológica na política pública implementada pelo Incra será baseada na formação do quadro técnico da autarquia e das famílias assentadas.
Também despertou expectativa a iniciativa de criação do mestrado profissionalizante em Agricultura Orgânica. O curso poderá satisfazer a necessidade de formação de quadros de ATES que atendem o público da reforma agrária. A realização do Dia de Campo colocou em prática proposta que vem sendo construída entre a Embrapa Agrobiologia e o Incra/RJ desde 2007. Na época, foi realizada a capacitação para os quadros técnicos do Incra.
Fonte:MDA
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