A venda de produtos orgânicos deve crescer 20% em 2012, no País mas as exportações devem seguir estáveis. A afirmação é do coordenador-executivo do Projeto Organics Brasil, Ming Liu. Segundo ele, as vendas externas não evoluem porque "a produção não está acompanhando o crescimento da demanda." Por isso, com a valorização do real - que dificulta colocar o produto no mercado internacional - e com o aquecimento do mercado interno, produtores de orgânicos estão focados no mercado nacional.
Para Liu, cada vez mais o consumidor brasileiro tem-se voltado para os orgânicos. Se antes as pessoas levavam em consideração apenas o preço, agora elas estão pensando nos riscos e benefícios que o produto traz à saúde. Liu atribui isso ao que chama de efeito 'boca-a-boca'. Ele diz que grande parte das pessoas ainda não sabe o que é orgânico, mas que a indicação de familiares e amigos tem feito o papel de disseminar essa informação.
Outro aspecto que colaborou para alavancar o setor foi a criação de um marco regulatório. A nova lei de orgânicos, que entrou em vigor em janeiro de 2011, cria mecanismos para aumentar a regulamentação e estabelecimento de políticas públicas na área. Agora, os produtos têm de ser certificados por uma empresa ou instituição credenciada pelo Ministério da Agricultura. "Isso incentiva grandes empresas a entrarem no setor. Ele passa a ser mais controlado, oferecendo menos riscos", afirma Ming Liu.
Para o dirigente, a lei também tem fortalecido o mercado interno, pois complica a importação. Agora, para entrar no Brasil, o produto tem de ter certificação de todos os processos, desde a base primária. "Para importar macarrão, por exemplo, exige-se certificado desde o trigo até o fim da cadeia e isso é muito difícil", explica. Com isso, o mercado brasileiro acaba procurando produtores nacionais. Em 2005, apenas cinco empresas participavam do Projeto Organics Brasil, todas do setor de alimentos. Hoje, são 74 de setores diversos, como o de bebidas, cosméticos, ingredientes, serviços e têxtil.
Do ponto de vista da lei, diz Liu, estamos dez anos atrasados em relação a países como os Estados Unidos. Entretanto, já podemos ser considerados uma potência no setor. Para o dirigente, em termos de produção de orgânicos, o País vem crescendo, falta apenas organização. "O Brasil é orgânico por natureza, falta mudar a mentalidade dos pequenos produtores para que virem empreendedores."
Fonte: http://invertia.terra.com.br
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