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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Setor de cosméticos orgânicos cresce e se abre para negócios

A indústria de cosméticos brasileira é sólida e uma das que possui maior destaque no setor de beleza mundial. De acordo com o ranking de 2010 do Euromonitor Internacional, o País ocupa o terceiro lugar no mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. E, agora, um dos nichos que vem ganhando destaque é o de cosméticos orgânicos, obtidos a partir de ativos vegetais. Segundo o mesmo centro de pesquisas, estima-se que em 2012 o segmento cresça 7,4% no Brasil.
Por isso, não é difícil imaginar que fornecer insumos vegetais seja um bom negócio. A Beraca, empresa que por meio da divisão Health & Personal Care extrai esses ativos de biomas nacionais, obteve um crescimento entre 20% e 30% nos últimos cinco anos nessa divisão. A empresa como um todo aumentou o faturamento em 15% no mesmo período. Mais do que o ativo vegetal, é valorizado o fornecedor que adota práticas sustentáveis em toda a cadeia. Ou seja, atua de forma a não agredir o meio ambiente e preocupa-se em desenvolver as comunidades locais onde estão as matérias-primas, preservando a biodiversidade e impulsionando o desenvolvimento social.
"Trabalhamos com cerca de 1,5 mil pessoas, que vivem em comunidades ribeirinhas ao redor da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica", afirma Filipe Sabará, diretor de novos negócios da Beraca. A empresa treina a comunidade local para extrair matéria-prima de forma correta e, então, por meio de tecnologia, chega aos princípios ativos que interessam à indústria de cosméticos. "Antes, essas pessoas queimavam e cortavam as árvores para vender aos madeireiros. Agora, perceberam que podem ganhar dinheiro e também proteger a floresta", diz Sabará.
O aumento da demanda pelos chamados "cosméticos verdes" decorre da percepção de que eles proporcionam saúde melhor e aumento do bem-estar. "Os consumidores começaram a associar problemas de pele, nas unhas e cabelos aos cosméticos sintéticos. O orgânico passa a sensação de não agredir o corpo", esclarece o executivo da Beraca. Além disso, segundo ele, a conscientização de que é preciso proteger a natureza ajuda a explicar o consumo desses produtos.

Produto sustentável

De acordo com Alessandro Mendes, diretor de Desenvolvimento de Embalagens e Produtos da Natura, 80% das matérias-primas usadas em cosméticos da empresa são de origem vegetal e sustentáveis. O restante é composto por ativos sintéticos. "Esse tipo de cosmético já é uma tendência há dez anos", diz ele. Para Mendes, nem sempre a premissa de que o insumo vegetal traz mais benefícios à saúde é verdadeira, mas ele garante que em 100% dos casos há maior preocupação ambiental quando comparado aos sintéticos - extraídos do petróleo, por exemplo. A Natura desenvolve muitos ativos em seus laboratórios, mas também conta com fornecedores locais - a maioria de pequeno e médio porte. A empresa adota uma política de uso da biodiversidade nacional, que também deve ser seguida por seus parceiros. Entre as premissas estão desenvolver as comunidades locais, adotar práticas de repartição de benefícios com essas comunidades e preservar o meio ambiente.

Desafios do setor

Segundo o executivo da Natura, existe espaço para novos fornecedores de ativos vegetais para a indústria cosmética. Porém, faltam empresas com tecnologia suficiente para atender à demanda. "Não é tão simples transformar uma folha em um princípio ativo. É preciso conhecimento em várias áreas. Agronomia é um delas. É preciso saber a hora certa de plantar, colher", explica. Um movimento que tem acontecido, afirma Mendes, é o de empresas estrangeiras que vêm ao Brasil, retiram essa matéria-prima, usam a tecnologia dos seus países de origem e revendem para companhias de cosméticos nacionais. Filipe Sabará, da Beraca, diz que o principal desafio é o alto investimento exigido. Outro ponto é a necessidade de garantia de qualidade para atingir o nível determinado pelas indústrias. "O produto vegetal varia mais do que o sintético. Garantir padrão presume tecnologia", afirma. O diretor também explica que a empresa compra toda a safra antes mesmo de vender, o que diminui a margem de lucros. "Por outro lado, atuamos em um mercado de nicho, onde o consumidor final é mais fiel, até por questões de filosofia", esclarece.


Fonte: http://invertia.terra.com.br/

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