No segundo dia de visita técnica à produção de alimentos orgânicos em Campo Grande (27), as engenheiras agrônomas do Instituto Paraguaio de Tecnologia Agrária, Beatriz Gomez e Naifa Arza de Casacia comprovaram de perto como é a produção de um produtor rural assistido pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio (Sedesc).
As visitantes tiveram a oportunidade de conhecer a propriedade de Osmar Schossler. Há onze anos produzindo hortaliças, em mais de 60% do total plantado em dois hectares de área já foram convertidos para a produção orgânica, ou seja, livre de adubos químicos ou utilização de pesticidas. “Além de vender uma parte da produção na Feira de orgânicos organizada pela Prefeitura, já estou negociando com uma empresa de grande porte daqui para escoar toda minha produção e, para isso, tenho que aumentar minha produção orgânica”, detalhou o produtor durante a visita.
Schossler informou, ainda, que está fornecendo produtos para uma pequena empresária incubada na Incubadora de Alimentos Norman Edward Hanson, localizada no bairro Santa Emilia, que trabalha com uma linha de alimentação infantil feita a partir de matéria-prima orgânica. “Estamos crescendo todos juntos e o maior desafio foi mudar o método de plantio convencional para o orgânico, já que aqui produzimos a compostagem (esterco) e as mudas. Mas é uma grande satisfação mostrar aos profissionais de outros países as técnicas desenvolvidas aqui e a importância das mesmas para preservação do meio ambiente”, considerou o produtor.
Na avaliação do pesquisador da Embrapa Oeste de Dourados, Ivo de Sá Motta, um dos fatores responsáveis pelo sucesso da produção de orgânicos foi o acompanhamento técnico da Sedesc em todas as etapas da produção desde o início. “A tendência é de que a produção orgânica cresça não apenas no Brasil, mas em todo mundo, por ser uma prática sustentável do produtor com a natureza”, ressaltou Motta. Destacam-se aqui parceiros da Prefeitura para realização deste projeto como a Embrapa, Agraer, Banco do Brasil, Sebrae, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ceasa, Conab e Associação de Produtores.
A engenheira agrônoma Naifa Arza de Casacia, considerou “ótima” a visita e uma excelente fonte de aprendizado, pois no Paraguai não existe uma produção orgânica voltada para o abastecimento empresarial. “Gostamos muito e estamos levando experiências e técnicas de sucesso aprendidas na Embrapa Oeste e aqui em Campo Grande”, elogiou a profissional. Questionada sobre a escolha do Brasil para o intercâmbio de experiências, Naifa explicou que os dois países possuem um convênio de cooperação e que o clima do Brasil se assemelha muito ao do Paraguai, facilitando assim a comparação.
Já para a colega Beatriz Gómez, o que há impressionou foi o apoio governamental e da iniciativa privada dado aos produtores e, também, o trabalho feito pela Cooperativa de Produtores de Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande (Organocoop), corresponsável pelo sucesso da produção de orgânicos na Capital. “Temos lutado muito em nosso país para conquistar este apoio e acredito que conseguiremos se tivermos um apoio como o oferecido pelo governo brasileiro”, manifestou a engenheira agrônoma.
Fonte: http://www.msnoticias.com.br/
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