Agricultura e ecologia estão caminhando cada vez mais lado a lado. Os benefícios para o meio ambiente e para a qualidade de vida das pessoas são inegáveis, assim também são as vantagens para o agricultor, como redução de custos e aumento de produtividade. A agricultura começa 2012 com o desafio de alimentar 7 bilhões de habitantes e aliar isso à preservação ambiental.“Isso exige uma nova agricultura, a agricultura sustentável. Com um paradigma de eficiência que não é só uma produção por hectare de mais alimentos, mais fibras, mais biomateriais... Para uma agricultura muito mais científica do que a atual”, afirma o secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre.Em Cristais Paulista, o cafeicultor Gabriel Afonso mostra que dá conta da parte dele.
Ele trocou o sistema de irrigação tradicional pelo gotejamento. “Dentro do sistema de gotejo, nós estamos aperfeiçoando para gastar cada vez menos água.”A porção exata de água não vem só do cano, mas de um trabalho inovador e de equipe. Um funcionário da fazenda de Gabriel Afonso colhe as informações meteorológicas em uma estação própria.
Os computadores analisam e os funcionários sabem exatamente quando e quanto irrigar.Ações sérias e profissionais como essa fazem parte do que os especialistas chamam de "economia verde", que é produzir sem devastar, ou, em uma única palavra: sustentabilidade. “É você usar um recurso natural sem acabar com ele, deixando para que as gerações futuras possam usufruir daquele bem”, diz Carlos Eduardo Alencastre, diretor regional do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
Controle de agrotóxicos
No último estudo de resíduos feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 28% das frutas e dos vegetais foram considerados insatisfatórios para o consumo devido aos agrotóxicos.A terra que o produtor de orgânicos João Paulo Bernardes precisava tinha que ser boa, fértil e, principalmente, saudável. “A terra que planto hoje estava sem produção havia 45 anos, estava sem resíduos, sem nada mesmo.”Essa terra ele encontrou em Morungaba, onde cenoura, alface, brócolis e couve-flor crescem sem agrotóxicos.
O adubo é composto de esterco animal. Em vez de funcionários, Bernardes só trabalha com sócios ou meieros. Tudo o que eles produzem é vendido e o lucro é dividido.Para se firmar no campo como uma atividade rentável, a bagunça aparente da cultura orgânica teve que vencer uma lei da economia que parecia inquestionável: ela custa mais caro, portanto teria menos chances de dar certo. Mas o que se vê hoje é o contrário disso. Em tempos de preservação do planeta e do próprio corpo, é cada vez maior o número de consumidores que percebem que segurança alimentar vale dinheiro.
Há dez anos, os alimentos orgânicos eram uma promessa para o futuro. Uma rede de supermercados do interior de São Paulo nem tinha esses produtos, mas o futuro chegou e virou presente de bandeja. “Em relação a 2010, esse crescimento é de uma média de 58%. As pessoas estão mais conscientizadas sobre os produtos orgânicos”, conta o gerente de supermercado Marco Antônio de Oliveira.A diferença de preços entre os alimentos tradicionais e os orgânicos pode chegar a até três vezes, como é o caso do tomate. Se dependesse só do produtor, essa quantidade não seria tanta. “Às vezes custa até 50%, 60% a mais para produzir do que o convencional”, diz Bernardes.
Fonte: http://eptv.globo.com
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