A onda dos produtos orgânicos no Brasil deve ganhar mais um reforço; trata-se do leite orgânico. Hoje o Brasil produz somente 5,5 milhões de litros. - São Paulo
A Embrapa Cerrados e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se uniram para desenvolver, fortalecer e fomentar a produção e consumo do leite orgânico no país, que representa 0,01% da produção total de 28 bilhões de litros por ano.Para isso, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) irá disponibilizar R$ 1 milhão para o desenvolvimento de pesquisas no segmento.O leite orgânico, apesar de possuir os mesmos valores nutritivos que o convencional, é mais saudável para o ser humano por não conter resíduos químicos de qualquer espécie, já que desde o pasto até os cuidados com os bovinos nenhuma substância química pode ser utilizada.
No Brasil estima-se que a produção de leite orgânico seja de 5,5 milhões de litros. A região Sul é a maior produtora desse produto, ao todo são 10 mil litros por dia, ou 3 milhões de litros por ano. O Distrito Federal considerado a principal aposta do setor, chega a produzir por dia aproximadamente 3 mil litros de leite orgânico, e ao final de um ano quase 1 milhão de litros. O Sudeste mantém 1,8 mil litros por dia, com quase 650 mil litros por ano. Já no Nordeste a produção não ultrapassa os 500 litros por dia. "O nosso objetivo é fornecer tecnologia para a produção orgânica de leite para diversas regiões brasileiras. Entre as pesquisas desenvolvidas o manejo correto de pastagens é um fator fundamental para isso. Queremos produzir pastagem em sistema orgânico", afirmou o líder do projeto, e pesquisador da Embrapa Cerrados, João Paulo Soares.Os principais nutrientes para a produção de pastagens são o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Soares contou que como fonte de nitrogênio usa-se convencionalmente a uréia, que não é permitida no sistema orgânico. Para isso, utiliza-se adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio. "Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e para suprir de potássio, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico", contou Soares.
O projeto, que já foi iniciado, deve levar ainda mais três anos de pesquisas. Para Soares, além da vantagem nutritiva ao consumidor, o produtor também terá benefícios na hora de vender o leite orgânico, que em alguns estados chega a valorizar 87%. "A vantagem para o produtor é que o leite orgânico tem um preço maior, dado a qualidade do produto. Hoje o leite orgânico no Rio de Janeiro custa R$ 1,2 o litro, enquanto o leite convencional está a R$ 0,80. Em São Paulo o produto é ainda mais caro superando a marca de R$ 1,50 por litro", disse.No Paraná, o incentivo à produção de leite orgânico já é uma realidade. Mas tanto a produção quanto o consumo ainda são muito pequenos. Segundo Paulo Lizarelli, coordenador de agricologia do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR), os consumidores brasileiros ainda não demandam muito o leite orgânico, diferentemente dos europeus. "O leite orgânico ainda é uma cadeia produtiva que busca se estabelecer, a comercialização ainda é pequena e o consumo também. Agora, para envasar e certificar é necessário uma escala maior, e para ter escala é preciso que a demanda aumente, e os produtores se unam em uma cooperativa. Os países europeus consomem diversos produtos orgânicos, e exportar também é uma boa alternativa", disse ele.
O movimento pelos produtos orgânicos está cada vez mais intenso no Brasil, começando por frutas e verduras, passando por produtos cosméticos, e chegando até a carne de bovinos e suínos. A demanda por esses produtos é crescente, entretanto o leite, que acabou de ingressar nesse movimento, deve levar um tempo maior para ganhar uma linha exclusiva nas gôndolas dos supermercados. Segundo Elias José Zydek, diretor executivo da indústria láctea Frimesa, há cinco anos atrás a empresa tinha desenvolvido um estudo para uma linha de produtos orgânicos. Mas a baixa procura e os baixos preços ofertados inviabilizaram o projeto. "Após a conclusão de nossos estudos, vimos que ainda não havia mercado para os lácteos orgânicos. Estimamos que os custos seriam de 30 a 35% a mais que os tradicionais, e isso não compensa".
Fonte: http://www.dci.com.br
A Embrapa Cerrados e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se uniram para desenvolver, fortalecer e fomentar a produção e consumo do leite orgânico no país, que representa 0,01% da produção total de 28 bilhões de litros por ano.Para isso, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) irá disponibilizar R$ 1 milhão para o desenvolvimento de pesquisas no segmento.O leite orgânico, apesar de possuir os mesmos valores nutritivos que o convencional, é mais saudável para o ser humano por não conter resíduos químicos de qualquer espécie, já que desde o pasto até os cuidados com os bovinos nenhuma substância química pode ser utilizada.
No Brasil estima-se que a produção de leite orgânico seja de 5,5 milhões de litros. A região Sul é a maior produtora desse produto, ao todo são 10 mil litros por dia, ou 3 milhões de litros por ano. O Distrito Federal considerado a principal aposta do setor, chega a produzir por dia aproximadamente 3 mil litros de leite orgânico, e ao final de um ano quase 1 milhão de litros. O Sudeste mantém 1,8 mil litros por dia, com quase 650 mil litros por ano. Já no Nordeste a produção não ultrapassa os 500 litros por dia. "O nosso objetivo é fornecer tecnologia para a produção orgânica de leite para diversas regiões brasileiras. Entre as pesquisas desenvolvidas o manejo correto de pastagens é um fator fundamental para isso. Queremos produzir pastagem em sistema orgânico", afirmou o líder do projeto, e pesquisador da Embrapa Cerrados, João Paulo Soares.Os principais nutrientes para a produção de pastagens são o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Soares contou que como fonte de nitrogênio usa-se convencionalmente a uréia, que não é permitida no sistema orgânico. Para isso, utiliza-se adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio. "Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e para suprir de potássio, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico", contou Soares.
O projeto, que já foi iniciado, deve levar ainda mais três anos de pesquisas. Para Soares, além da vantagem nutritiva ao consumidor, o produtor também terá benefícios na hora de vender o leite orgânico, que em alguns estados chega a valorizar 87%. "A vantagem para o produtor é que o leite orgânico tem um preço maior, dado a qualidade do produto. Hoje o leite orgânico no Rio de Janeiro custa R$ 1,2 o litro, enquanto o leite convencional está a R$ 0,80. Em São Paulo o produto é ainda mais caro superando a marca de R$ 1,50 por litro", disse.No Paraná, o incentivo à produção de leite orgânico já é uma realidade. Mas tanto a produção quanto o consumo ainda são muito pequenos. Segundo Paulo Lizarelli, coordenador de agricologia do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR), os consumidores brasileiros ainda não demandam muito o leite orgânico, diferentemente dos europeus. "O leite orgânico ainda é uma cadeia produtiva que busca se estabelecer, a comercialização ainda é pequena e o consumo também. Agora, para envasar e certificar é necessário uma escala maior, e para ter escala é preciso que a demanda aumente, e os produtores se unam em uma cooperativa. Os países europeus consomem diversos produtos orgânicos, e exportar também é uma boa alternativa", disse ele.
O movimento pelos produtos orgânicos está cada vez mais intenso no Brasil, começando por frutas e verduras, passando por produtos cosméticos, e chegando até a carne de bovinos e suínos. A demanda por esses produtos é crescente, entretanto o leite, que acabou de ingressar nesse movimento, deve levar um tempo maior para ganhar uma linha exclusiva nas gôndolas dos supermercados. Segundo Elias José Zydek, diretor executivo da indústria láctea Frimesa, há cinco anos atrás a empresa tinha desenvolvido um estudo para uma linha de produtos orgânicos. Mas a baixa procura e os baixos preços ofertados inviabilizaram o projeto. "Após a conclusão de nossos estudos, vimos que ainda não havia mercado para os lácteos orgânicos. Estimamos que os custos seriam de 30 a 35% a mais que os tradicionais, e isso não compensa".
Fonte: http://www.dci.com.br
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