terça-feira, 31 de março de 2009

Pão Orgânico


São considerados orgânicos aqueles alimentos cultivados sem agrotóxicos, adubos químicos ou sementes transgênicas. A planta, ou o trigo no caso dos pães e bolos, recebe apenas nutrição de forma natural e tem liberdade de crescer e amadurecer no tempo certo, sem substâncias quimicas.A certificação de produtos orgânicos garante em primeiro lugar que aquele alimento esta livre de agrotóxicos e que foi produzido sem o uso de adubos quimicos. No caso dos pães, eles não contém os químicos propinato de cálcio nem antimofo ne nenhum conservante, encontrados nos pães industrializados.
Além disso a certificação de produtos orgânicos trás outras qualidades como, o respeito ao meio ambiente e responsabilidade social. Portanto podemos dizer que a certificação orgânica garante para quem compra e para a sociedade em geral uma qualidade que vai além da ausência de químicos.Num processo de certificação a certificadora independe de pressões politicas ou comerciais, avalia todo o processo de produção para verificar se atende as normas técnicas de produção orgânica e então emite um parecer favorável ou desfavorável.Uma vez que o produto atenda a todos os requisitos recebe a certificação e conquista o direito de exibir um selo de qualidade orgânica, que sinaliza para o comprador a garantia de suas qualidades.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ovo de galinha orgânico


O ovo de galinha caipira, criada em sistema orgânico, não contém resíduos de antibióticos e de outros produtos químicos, pois não recebem rações comerciais. Já as galinhas de granja, tanto as criadas em galpões como em gaiolas, em sua maioria, são alimentadas com rações comerciais que apresentam antibióticos e produtos químicos.

Ovo de galinha orgânico X Ovo de galinha convencional

Produtos para ração
Sistema Convencional
Milho, soja, etc. produzidos com agrotóxicos e adubos químicos industriais.
produção Orgânica
Milho e soja produzidos naturalmente, com uso de controle biológico de pragas, rochas moídas, esterco de galinha e outros fertilizantes naturais

Alimentação
Sistema Convencional
Pode ser usada fonte de origem animal (Ex: gordura de frango proveniente de abatedouros)
produção Orgânica
Só podem ser usados alimentos vegetais, produzidos de forma orgânica (sem agrotóxicos, etc.). É proibido o uso de transgênicos.

Prevenção e Tratamento de doenças
Sistema Convencional
Uso diário e constante de coccidiostáticos na ração e uso de antibióticos quando necessário.
produção Orgânica
Uso de homeopatia, folhas de bananeira, pimenta, vacinas para prevenção. Uso de antibióticos praticamente nulo e sempre que usado é respeitado o dobro do tempo recomendado na bula para comercialização

Instalações
Sistema Convencional
Galinhas fechadas em gaiolas durante toda a sua vida produtiva – não podem correr nem bater asas livremente.
produção Orgânica
Galinheiros telados onde as aves podem entrar e sair livremente. Com acesso a pastagens onde podem correr, voar, enfim, expressar livremente sua natureza

Local de postura
Sistema Convencional
Na gaiola
produção Orgânica
Em ninhos suspensos dentro do galpão, com fundo macio – coletas diárias para maior higiêne

Iluminação noturna
Sistema Convencional
Usada normalmente de acordo com o programa do produtor
produção Orgânica
Galinhas dormem no mínimo 8h por noite, sem interrupção.

Espaço interno do galpão
Sistema Convencional
2 a 3 aves por gaiola
produção Orgânica
No máximo 8 aves/m2


Espaço de pastagem
Sistema Convencional
Não existe
produção Orgânica
No mínimo 4 m2/ave

Destino do esterco
Sistema Convencional
Acumulado e vendido.
produção Orgânica
Usado na produção do próprio milho

Controle de qualidade
Sistema Convencional
Inspecionado por veterinários do SIF ou SISP. Outros controles dependerão do produtor.
produção Orgânica
Controle por auditoria de empresa de certificação de Orgânicos. Amostragem permanente para Salmonella. Inspecionado por veterinários do SISP.

Bem-estar das aves
Sistema Convencional
Mantido por uso de ventiladores e nebulizadores sobre as aves que estão confinadas na gaiola.
produção Orgânica
Aves criadas de forma natural, podem se expressar livremente, resistindo mais às doenças.

Coloração da gema
Sistema Convencional
Quando usado, é usado geralmente corante artificial na ração.
produção Orgânica
galinhas comem milho alaranjado e um pouco de pimentão vermelho em pó.

Sistema
Sistema Convencional
Entra ração no sistema. Sai ovo e esterco do sistema.
produção Orgânica
Produção do milho consumido com o fertilizante das aves. Não existe resíduo poluente.

Presença de machos
Sistema Convencional
Não existe
produção Orgânica
10% do plantel é constituido de machos, para a plena felicidade dos animais. No ovo não é perceptível qualquer alteração devido à presença dos machos.

domingo, 29 de março de 2009

Agricultura orgânica rende mais do que agricultura convencional


Plantações orgânicas produzem o mesmo rendimento em grãos em lavouras de milho e soja em relação às plantações convencionais, mas utilizam 30 por cento menos energia, menos água e nenhum pesticida. Esta é a conclusão de um estudo que durou nada menos do que 22 anos, conduzido pelo professor David Pimentel, da Universidade de Cornell, Estados Unidos."Lavouras orgânicas oferecem vantagens reais em plantações de milho e soja," afirma o pesquisador em um artigo publicado no exemplar de Julho de 2005 da revista Bioscience. O estudo compara a plantação orgânica com a plantação convencional de lavouras de soja e milho em termos de seus custos e benefícios ambientais, energéticos e econômicos.
"O cultivo orgânico desses grãos não apenas utiliza uma média de 30 por cento menos energia fóssil, mas também conserva mais água no solo, induz menos erosão, mantém a qualidade do solo e conserva mais recursos biológicos do que a agricultura convencional," afirma Pimentel.
O experimento de 22 anos, intitulado "Rodale Institute Farming Systems Trial", comparou uma fazenda convencional, que utiliza aplicações de fertilizantes e pesticidas recomendados por especialistas, com uma fazenda que utiliza esterco animal como adubo e outra, que cultiva legumes orgânicos e utiliza uma rotação de três anos de ervilha/milho e centeio/soja e trigo. Os dois sistemas orgânicos não receberam nenhum tipo de pesticida ou fertilizante químico.A pesquisa comparou a atividade de fungos no solo, rendimento em grãos, eficiência energética, custos, alterações da matéria orgânica ao longo do tempo, acumulação de nitrogênio e lixiviação de nitratos dos dois sistemas de cultivo.
"Primeiro e mais importante, nós descobrimos que o rendimento do milho e da soja foram os mesmos nos três sistemas," afirmou Pimentel, acentuando que, embora o rendimento do milho orgânico tenha sido de apenas um terço do convencional durante os quatro primeiros anos do estudo, ao longo do tempo os sistemas orgânicos produziram mais, especialmente sob condições de seca. A razão para esse maior rendimento da agricultura orgânica é que a erosão do vento e da água degradou o solo na fazenda convencional, enquanto que o solo das fazendas orgânicas melhorou continuamente em termos de matéria orgânica, umidade, atividade microbiana e outros indicadores de qualidade do solo.
O fato de que os sistemas de agricultura orgânica absorvem e retêm quantidades significativas de carbono no solo também tem implicações para o aquecimento global, afirma o professor, destacando que o carbono no solo das fazendas orgânicas aumentou de 15 para 28 por cento, o equivalente à captura de 1.500 quilos de dióxido de carbono do ar por hectare plantado.


sábado, 28 de março de 2009

O Mercado Orgânico

O cultivo e a comercialização de produtos orgânicos teve um crescimento acentuado nos últimos cinco anos.A cada dia cresce o número de produtores certificados no país de tal forma, que o número de produtores de agricultura orgânica no país deve triplicar nos próximos anos. Os produtos orgânicos, quanto a sua cotação comercial, tem a tendência de sofrer menor oscilação durante o ano, dando ao produtor maior segurança para planejar e investir. A venda direta a consumidores, feirantes, supermercados, etc, evita os intermediários, permitindo ao agricultor maior margem de lucro.
O processo orgânico, consiste numa produção agrícola diferenciada, não pelo fator externo do produto, mais pela qualidade biológica, muito superior ao convencional, fato que permite obter preços mais elevados.Há um grande desconforto da população em adquirir e consumir certos produtos, como tomate, morango, batata, etc, onde são reconhecidamente empregados grandes quantidades de agrotóxicos.Os produtores não consideram que valores obtidos com os produtos orgânicos, 30 a 40% acima dos valores obtidos pelos convencionais sejam ágios, porém preços justos, uma vez que produzem alimentos de qualidade, ou sejam sadios, com sabor e aroma característicos.
Geralmente a redução da dependência dos insumos químicos reduz o custo de produção, permitindo maiores lucros, mesmo quando obtém os mesmos preços do convencional. Em alguns casos, os custos do sistema orgânica são mais elevados que o convencional, seja no emprego de maior número de mão de obra ou pelo emprego da adubação orgânica (que tem custo de fabricação mais alto que o químico), além de empregarem maiores recursos na preservação do meio ambiente.

Métodos de Comercialização:

Domiciliar: Fornecimento de verduras sortidas em sacolas nas residências.

Quitandas: Venda direta como produto orgânico ou convencional.

Feiras: Venda direta ou fornecimento para feirantes localmente ou em São Paulo.

Supermercados, varejões e restaurantes vegetarianos: Vendas a granel ou em bandejas com a marca e selo orgânico.

Atacadistas dos Ceasas: Entrega do produto em consignação.


sexta-feira, 27 de março de 2009

O café orgânico e seu cultivo

Café Conilon cultivado em associação com mamão, banana e árvores leguminosas
(Gliricidia sepium), em sistema orgânico na Fazendinha Agroecológica Km 47, Seropédica, RJ

O café pertence ao gênero Coffea da família Rubiaceae. Dentre as espécies cultivadas destacam-se Coffea arabica, conhecida como café arábica, e Coffea canephora, conhecida como café conilon ou robusta. O café arábica é uma espécie originária das florestas subtropicais da região serrana da Etiópia e se adequa ao clima tropical de altitude. Já o café robusta é originário das regiões equatoriais baixas, quentes e úmidas da bacia do Congo.
A produção tradicional do café na Colômbia, tal como praticada nas pequenas unidades de produção, recria as condições originais de crescimento da planta em sistemas agroflorestais diversificados. Estas são as bases do cultivo orgânico do café que pode, entretanto, variar dependendo se o cultivo é mais ou menos intensivo.

Fluxograma do processo de produção do café orgânico

Etapas Pré-Colheita

Etapas Pós-Colheita

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pequenos agricultores exportam banana orgânica


Banana orgânica, produzida e industrializada por comunidades da região litorânea do Paraná, está sendo exportada para a Europa. A iniciativa, além de aumentar a renda desses agricultores, está colaborando para diminuir a pressão sobre a Mata Atlântica e seus recursos naturais, como o palmito juçara, ainda o principal produto local. O projeto está sendo desenvolvido pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), organização não-governamental (ong) que mantém na região três reservas particulares, voltadas para programas de seqüestro de carbono, através de recuperação de matas nativas.
"O trabalho com os agricultores faz parte do componente de desenvolvimento sustentável dos projetos de carbono. Nosso maior desafio é trabalhar com comunidades do entorno das reservas adquiridas, para apontar alternativas de geração de renda compatíveis com a preservação ambiental", explica o engenheiro florestal Marcelo Mendes do Amaral, responsável técnico do programa.Segundo Amaral, a banana foi escolhida por ser o carro-chefe da cadeia produtiva dessas comunidades, já que a extração do palmito é uma atividade proibida e informal. "Trabalhamos com a agroecologia, que inclui, além da agricultura orgânica, o resgate do saber popular. Procuramos saber como essas pessoas se relacionam com a floresta e somar ao nosso conhecimento técnico-científico, já que é mais fácil os agricultores adotarem técnicas que sejam próximas à sua realidade", diz.


quarta-feira, 25 de março de 2009

Açucar orgânico


Contrastando com os canaviais tradicionais, onde a ação dos agrotóxicos aliada à prática da queimada, destroem a matéria orgânica que é benéfica para a estrutura e fertilidade do solo, a produção de açúcar no sistema orgânico, promove a reciclagem de todos os restos da cultura. Estes restos (palha e bagaço da cana) nunca são queimados, mas deixados sobre o solo, no processo da colheita da cana crua, devolvendo ao solo parte dos nutrientes que as plantas retiraram dele durante seu desenvolvimento.
A cana-de açúcar pode ser plantada em fileira duplas (no sistema desenvolvido pelo agrônomo Sérgio Pimenta), o que permite que se plante outras culturas alimentícias (milho, feijão, mandioca) ou adubos verdes entre as fileiras, que contribuirão para a fertilidade do sistema.
Outros produtos muito utilizados para incrementar a fertilidade do solo são os estercos bovinos, os biofertilizantes, cinzas e fosfatos de rocha e calcário.
Cabe ressaltar que, somente as práticas agroecológicas de manejo não são suficientes para garantir que a produção tenha vida longa: é fundamental manter o canavial num sistema rico em biodiversidade. Ou seja, no manejo orgânico não se deve cometer o erro da agricultura tradicional: plantar imensas áreas com uma única cultura ( a monocultura), o que provocaria desequilíbrios ecológicos no sistema difíceis de resolver independentemente de as técnicas serem agroecológicas ou não..
Daí a importância de se promover a policultura com o plantio de outras culturas que possam ser comercializadas o que, além de garantir a estabilidade ecológica da lavoura, permite que o agricultor não dependenda exclusivamente do mercado do açúcar orgânico para garantir a subsistência de sua família.
Por fim, no que diz respeito ao processamento do açúcar, o produto convencional é branqueado através da adição de enxofre (em produtos à base de sulfato), rejeitado pelos países importadores, que só compram de nós o açúcar "demerara" (aquele que não sofreu esse processo). Já o consumidor do açúcar orgânico consome um produto não-clarificado (portanto isento de enxofre) como ocorre com o açúcar mascavo, que ainda traz o benefício dos minerais (como cálcio e ferro) que enriquecem seu valor nutricional.


terça-feira, 24 de março de 2009

Arroz orgânico Blue ville

A Santalucia foi fundada em outubro de 1983, na cidade de Camaquã onde iniciou sua conquista no mercado de arroz parboilizado trazendo em sua embalagem uma nova marca que vinha para se consolidar: Blue Ville. Sempre inovadora, a empresa tem como foco produtos diferenciados e de valor agregado possuindo a maior diversificação em arroz, onde já são mais de 30 tipos diferentes lançados no mercado.Com foco na excelência, a empresa prioriza a qualidade de seus produtos e serviços, contando com cinco plantas industriais, sendo quatro unidades em Camaquã/RS e uma em Recife/PE, todas com equipamentos modernos de última geração. Ampliando suas operações, a Santalucia conta com quatro CDs (Centros de Distribuição), localizados estrategicamente em: Camaquã/RS, Alphaville-Barueri/SP, Salvador/BA e Recife/PE. E ainda duas filiais comerciais em: Rio de Janeiro/RJ e Fortaleza/CE, ficando mais próxima dos seus clientes.Tendo um relacionamento aberto e dinâmico com seus diferentes públicos, o grupo respeita o meio ambiente, na busca permanente de oferecer ao consumidor um mix de produtos inovadores e saudáveis.
Entre os produtos elaborados pela empresa esta o Arroz Orgânico que é produzido ecologicamente, isto é, oriundo de cultivo totalmente natural, no qual não são usados agrotóxicos ou substâncias químicas artificiais que alteram o metabolismo humano. É um produto diferenciado, que segue as tendências mundiais de qualidade de vida e preservação da biodiversidade através do controle microbiológico do solo. Sua qualidade e pureza são asseguradas desde o plantio até chegar ao mercado, pois este produto segue as normas internacionais de produção orgânica e possui o Selo de Qualidade do IBD - Instituto Biodinâmico (assegura o acompanhamento e vistoria da produção). O Arroz Orgânico pode ser encontrado em embalagens de 1 Kg, classe longo fino, tipo 1.


segunda-feira, 23 de março de 2009

Pesquisa avalia a produção de feijão orgânico

O feijão, um dos alimentos básicos da alimentação brasileira foi avaliado por pesquisa da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP/ESALQ. A produção orgânica foi o foco do estudo que levantou as vantagens desse tipo de sistema.Em sua pesquisa de mestrado a agrônoma Jacqueline Camolese de Araújo, avaliou as características e o comportamento do feijão de inverno irrigado no sistema orgânico de produção. O estudo foi desenvolvido na Fazenda Areão, estação experimental pertencente à ESALQ. Foram avaliadas variedades do grupo Carioca (BRS-Pérola, BRS-Aporé, IAC- Votuporanga e IPR- Juriti) e do Grupo Preto (IAC-Tunã e BRS-Valente).Jacqueline aponta como principal vantagem desse tipo de plantio a garantia de um produto livre de agrotóxicos, que não polui o ambiente e não prejudica a saúde humana, "principalmente a do produtor rural", preocupa-se a agrônoma.
A produção orgânica beneficia principalmente os pequenos agricultores, segundo ela, "numa pequena área conseguem um boa produção e um bom preço, pois a procura é alta". A produtividade do feijão orgânico estudado foi excelente, na avaliação de Jacqueline. "No meu experimento a produção em média de 3.500 kg/ha, enquanto a média da plantação tradicional é de 2500 a 3500 kg/ha", explica. "É um grande estímulo à continuação das pesquisas, a produtividade é igual, com muitos mais benefícios".Jacqueline está iniciando agora a pesquisa de doutorado, também na mesma área. O foco do estudo agora são mini tubérculos de batata semente em sistema orgânico.


Fonte:Danielle Jordan / AmbienteBrasil

domingo, 22 de março de 2009

Alface orgânica

Hortaliça da família Cichoriaceae, tem como centro de origem a região Asiática. Ao redor do ano 4.500 a.C. já era conhecida no antigo Egito e chegou ao Brasil no século XVI, através dos portugueses. É a hortaliça folhosa de maior consumo no Brasil. A alface é uma planta herbácea, com um caule diminuto ao qual se prendem as folhas. Estas são a parte comestível da planta e podem ser lisas ou crespas, fechando-se ou não na forma de uma "cabeça". A coloração das plantas pode variar do verde-amarelado até o verde escuro e também pode ser roxa, dependendo da cultivar. A alface é classificada comercialmente, segundo o Programa Horti & Fruti Padrão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em Americana, Crespa, Lisa, Mimosa e Romana. Desses tipos, o mais consumido é a alface Crespa.

Época de plantio: pode ser plantado o ano todo, de acordo com as exigências climáticas de cada cultivar.

Espaçamento: 0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m, de acordo com as características botânicas de cada cultivar.

Colheita: efetuá-la quando a planta ou "cabeça" atingir o desenvolvimento máximo, porém, com as folhas tenras e sem indício de pendão floral (pendoamento).A colheita é manual, cortando-se as plantas logo abaixo das folhas basais (saia).

sábado, 21 de março de 2009

Vinícola Velho Museu – Juan Carrau o primeiro vinho orgânico no Brasil

Quando, em abril de 1752, Francisco Carrau Vehils adquiriu o vinhedo chamado La Mañana no povoado de Vilasar de Mar certamente ele não imaginava que ali iniciava uma tradição que se perpetuaria por mais de 250 anos. Seus descendentes cruzaram os mares em direção às Américas e trouxeram junto à vocação vitivinícola da família. Em 1930 a família Carrau migrou para o Uruguai, onde, em pouco tempo consolidou seu prestígio na produção de vinhos finos.A adega Velho Museu - Juan Carrau, Atelier do Vinho, desde o final dos anos 80 está instalada em Conceição da Linha Feijó, uma bucólica localidade a 8 Km do centro de Caxias do Sul, berço dos primeiros vinhedos de Vitis vinífera da região.
É no Atelier do Vinho que Juan Carrau-Bonomi, nona geração dos Carrau vitivinicultores, continua as atividades iniciadas por seu pai, Juan Francisco Carrau, no Brasil, conciliando a produção de uvas orgânicas na fronteira Brasil/Uruguai com elaboração artesanal de vinhos finos na Serra Gaúcha.Hoje, a Velho Museu - Juan Carrau trabalha com a certeza de poder oferecer, dentro de cada garrafa, não só a tradição e a experiência de 9 gerações dedicadas à vitivinicultura mas, também, a certeza de estar oferecendo um produto genuíno, natural, fruto da matéria-prima mais importante: o respeito à Natureza, ao consumidor e às futuras gerações.


O Primeiro Vinho Orgânico


Em 1997, foi apresentado o primeiro vinho orgânico do Brasil: o Cabernet Sauvignon Juan Carrau Orgânico, um vinho com grande personalidade e características marcantes. Posteriormente, no final de 1999, foi elaborado o primeiro vinho fino branco, um Gewürztraminer de aroma e paladar únicos. E o mais importante: ambos absolutamente saudáveis.O resultado das análises das amostras dos vinhos enviadas ao BIOS, instituição certificadora de produtos orgânicos de Vicenza, Itália, confirmaram a qualidade orgânica dos vinhos elaborados pela Velho Museu e, também, que os procedimentos para condução orgânica adotados nos vinhedos estão contribuindo positivamente para a formação de uma nova consciência ecológica e comercial.
O Biólogo Dr. Juan Carrau-Bonomi é Professor Titular de Biotecnologia do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. Desenvolve pesquisas em Ecogestão, Vinhedos e Vinhos há mais de 25 anos. Isto permitiu organizar o esforço conjunto Universidade/Empresa que resultou na elaboração dos primeiros vinhos brasileiros de uvas nobres de qualidade orgânica em termos da Norma 2092/91 da Comunidade Econômica Européia.


sexta-feira, 20 de março de 2009

A história da agricultura orgânica: Décadas de 1970 e 1980

No início dos anos 70 a oposição em relação ao padrão produtivo agrícola convencional concentrava-se em torno de um amplo conjunto de propostas "alternativas", movimento que ficou conhecido como "agricultura alternativa".Em 1972 é fundada em Versalhes, na França, a International Federation on Organic Agriculture (IFOAM). Logo de início, a IFOAM reuniu cerca de 400 entidades "agroambientalistas" e foi a primeira organização internacional criada para fortalecer a agricultura alternativa.Suas principais atribuições passaram a ser a troca de informações entre as entidades associadas, a harmonização internacional de normas técnicas e a certificação de produtos orgânicos(Ehlers, 2000).
No Brasil, pesquisadores como Adilson Paschoal, Ana Maria Primavesi, Luis Carlos Machado, José Lutzemberger, contribuíram para contestar o modelo vigente e despertar para novos métodos de agricultura.Em 1976, Lutzemberger lançou o "Manifesto ecológico brasileiro: fim do futuro?", que propunha uma agricultura mais ecológica, influenciando profissionais e pesquisadores das ciências agrárias, produtores e a opinião pública em geral.Em 1979, Paschoal publicou "Pragas praguicidas e crise ambiental" mostrando que o aumento do consumo de agrotóxicos vinha provocando o aumento do número de pragas nas lavouras, por eliminar também grande parte dos inimigos naturais. Esses trabalhos despertaram o interesse da opinião pública pela questão ambiental, crescendo também o interesse pelas propostas alternativas para a agricultura brasileira
Durante a década de 80, o movimento para uma agricultura alternativa ganhou força com a realização de três Encontros Brasileiros de Agricultura Alternativa (EBAAs); que ocorreram, respectivamente, nos anos de 1981, 1984 e 1987. Se nos dois primeiros as críticas se concentravam nos aspectos tecnológicos e na degradação ambiental provocada pelo modelo agrícola trazido pela Revolução Verde, o terceiro encontro privilegiou o debate sobre as condições sociais da produção, sobrepondo as questões políticas sobre as questões ecológicas e técnicas. A partir do terceiro EBAA, foram realizados diversos Encontros Regionais de Agricultura Alternativa (ERAAs), nos quais os problemas ambientais decorrentes da produção convencional de alimentos passaram a ser vistos como problemas ambientais decorrentes do sistema econômico hegemônico no mundo ( o capitalismo); incorporando de modo permanente os aspectos socioeconômicos, que juntamente com os aspectos ecológicos e técnicos passam a compor a pauta do debate sobre a produção da alimentos em todo o mundo (Pianna, 1999).
Foi também na década de 80 que surgiram várias Organizações Não Governamentais voltadas para a agricultura, articuladas em nível nacional pela Rede Projeto Tecnologias Alternativas - PTA ( hoje AS-PTA- Assessoria e Serviços - Projeto Agricultura Alternativa). A denominação "tecnologias alternativas" foi usada nesse período, para designar as várias experiências de contestação à agricultura convencional, passando a ser substituída numa fase seguinte, por agricultura ecológica, identificada como parte da agroecologia.De modo geral é possível afirmarmos que, na década de 80, o interesse da opinião pública pelas questões ambientais e a adesão de alguns pesquisadores ao movimento alternativo, sobretudo em função dos afeitos adversos dos métodos convencionais, tiveram alguns desdobramentos importantes no âmbito da ciência e da tecnologia.As características mais marcantes destes desdobramentos são: a busca de fundamentação científica para as suas propostas técnicas e, no caso da agroecologia o firme propósito de valorizar os aspectos sócio-culturais da produção agrícola. A principal meta da agroecologia é a resolução dos problemas da sustentabilidade. No entanto, Miguel Altieri, (expoente pesquisador de sistemas agroecológicos de produção) ressalta que não basta abordar apenas os aspectos tecnológicos sem considerar as questões econômicas e sociais.
Considerando os aspectos ecológico, tecnológico e socioeconômico, a Agroecologia, ao contrário do que aparenta, não é uma disciplina nova, mas um novo campo de estudos, que busca combinar as contribuições de diversas disciplinas: Agronomia, Sociologia Rural, Ecologia e Antropologia. (De Jesus, 1996).Nesse sentido, a preocupação com os aspectos sociais e o enfoque científico dado ao estudo dos agroecossistemas são, provavelmente, os componentes que mais contribuíram para a rápida divulgação da agroecologia nos E.U.A ( particularmente na Califórnia) e na América Latina.Desta forma, o termo " agroecologia" deixa de ser compreendido como uma disciplina científica que estuda os agroecossistemas, ou seja, as relações ecológicas que ocorrem em um sistema agrícola, para tornar-se mais uma prática agrícola propriamente dita, ou ainda um guarda-chuva conceitual que permite abrigar várias tendências alternativas.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Alguns exemplos de vinhos orgânicos

BORDÔ

Vinho natural jovem tinto seco Bordô sem agrotóxicos, certificado orgânico.Vinho jovem tinto seco Bordô com cor intensa produzido sem agroquímicos, certificado orgânico, produzido em pequena escala na Serra Gaúcha. A cor intensa do vinho Bordô e seu matiz violeta são características desse varietal, pois a uva apresenta elevada concentração de antocianinas na película, as quais passam para o vinho durante a maceração da uva. O aroma e os sabores frutado são característicos da uva Bordô. A uva Bordô é considerada uma Vitis labrusca, não é cultivada nos outros países produtores de vinho. No Brasil, não há restrição quanto a seu cultivo, somos assim um dos unicos produtores do mundo da uva Bordô. Amostra de vinho da uva Bordô apresentaram uma concentração superior de trans-resveratrol das outras videiras comparadas.Graduação alcoólica de 11ºGL.

VINHO FINO TINTO SECO CABERNET SAUVIGNON ORGÂNICO CERTIFICADO.

A Coopernatural lançou o vinho Cabernet Sauvignon orgânico certificado Safra 2007 na Bio Fach em São Paulo. As uvas desta safra foram selecionadas a dedo, as melhores uvas as mais sadias e as mais maduras, somente o melhor da produção, compõem este vinho de alto padrão enológico. A fermentação foi com controle de temperatura, não ultrapasando os 25º, o envelhecido vai ser barricas de carvalho Frances. Com graduação alcoólica de 12,6%.A produção de 2007 está limitada a uma produção de 1.575 unidades. Un dos primeiros vinhos finos orgânicos do Brasil. Rotulo em Braille nome comercial Hex von Wein.




terça-feira, 17 de março de 2009

Inaugurado em Curitiba (PR) o primeiro mercado municipal de orgânicos do país

O espaço construído em parceria com a Prefeitura conta com mais de mil produtos diferenciados com selo e certificação de livre de agrotóxicos e aditivos químicos.Foram investidos R$ 3,1 milhões em quase quatro mil metros quadrados. Um anfiteatro na parte superior do estabelecimento se destina a reuniões com lojistas, agricultores e empresários com objetivo de estimular rodadas de negócios orgânicos. Os comerciantes que atuam no mercado foram selecionados por meio de pregão eletrônico, sendo que duas cooperativas do estado ocupam bancas de hortifrutigranjeiros.
O secretário municipal do abastecimento, Norberto Ortigara destaca que o mercado vai contar com as tradicionais bancas de frutas, verduras e legumes, além de açougue com carnes exclusivamente orgânicas, lanchonete, artesanato feito a partir de materiais orgânicos, confecções, cosméticos e até alimentos industrializados, mas que tenham uma produção orgânica.A consciência ecológica está presente também na estrutura física do mercado. Com sistema de captação da água da chuva e uma calha especial instalada no telhado, o recurso pode ser utilizado em ambientes e serviços que não necessitam de água potável. A luminosidade também foi estudada para reduzir o consumo de energia elétrica.
A região metropolitana de Curitiba desponta na produção de orgânicos do estado e o estímulo pode ampliar ainda mais esse mercado. Cerca de 40% das hortaliças produzidas no Paraná são cultivadas em 553 hectares de áreas de lavoura orgânica em 19 municípios da região metropolitana. A produção anual chega a quase quatro mil toneladas. Ortigara avalia Curitiba como grande mercado consumidor, "esta é a chance que esses municípios têm de apoiarem seus produtores para que convertam a forma de produzir em suas propriedades." O secretário municipal do abastecimento ainda afirma, "os agricultores dos municípios vizinhos, onde se produz água, podem aproveitar a chance para ganhar dinheiro, mudar de vida e contribuir com o meio ambiente mantendo a produção de água limpa".


Horário de FuncionamentoTerça-feira a sábado, das 7h às 18hSegunda-feira, das 7h às 14hDomingo, das 7h às 13hEndereço: Rua da Paz, 608, Jardim Botânico (ao lado do Mercado Municipal de Curitiba)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Vinho orgânico: a onda verde


Sabemos que muita gente escolhe vinho pela cor. E por muito tempo a maioria das pessoas decidia apenas entre tintos, brancos e rosados. Mas agora existe um grupo de consumidores, que cresce a cada dia, que só escolhe vinho por cor - apenas por uma determinada cor. Certamente, optariam por uma das três citadas, certo? Mas, não. A cor preferida é outra.É verde. Não o verde dos vinhos portugueses, aqueles produzidos no noroeste do país, muito refrescantes, com aquela “agulha”, a ligeira efervescência a nos pinicar a língua. São verdes apenas no nome (derivado talvez de sua juventude: eles não amadurecem como os demais), pois só os encontramos nas versões tinta e branca.O verde aqui é qualquer vinho orgânico ou biodinâmico ou natural, uma bebida ecologicamente correta. Nos Estados Unidos, segundo uma pesquisa da National Restaurant Association(Associação Nacional de Restaurante), são os vinhos orgânicos que estão sendo mais procurados. A revista pesquisou mais de mil chefs sobre o que, entre as bebidas alcoólicas, está atraindo mais os freqüentadores dos seus estabelecimentos.
A surpresa não é grande. A tendência do consumidor de lá pelo que é benéfico para o meio ambiente é bem evidente. Vinhos orgânicos são produzidos e consumidos desde 1960 no país. Só chegaram à Europa na década de 90. No Brasil, que eu saiba, o primeiro vinho orgânico foi o Cabernet Sauvignon Juan Carrau, de 1997. Em 1999, Carrau lançou um segundo, um branco com a Gewürztraminer. Ambos fazem parte da Linha Verde do Velho Museu, vinícola de Carrau, na Serra Gaúcha.O site Planeta Orgânico explica que todo alimento orgânico é mais do que um produto sem agrotóxicos. “É o resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos etc.), conservando-os a longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos. Deste modo, para se obter um alimento verdadeiramente orgânico é necessário administrar conhecimentos de diversas ciências (agronomia, ecologia, sociologia, economia, entre outras) para que o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, possa ofertar ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta como um todo”.Nos Estados Unidos, os consumidores compram os orgânicos porque seriam melhores para a saúde; porque são produtos que protegem o meio ambiente. E porque acham que são vinhos de grande qualidade. Noto que os produtos orgânicos produzidos no Brasil (somos até exportadores) também ganharam imagem de produtos de alta qualidade.De um modo geral, tanto os vinhos orgânicos quanto os convencionais gozam dessa imagem positiva, isenta de reprovações quando pensamos o quanto de danos os humanos estão provocando no planeta: as emissões de carbono, os produtos químicos perigosos, o lixo não-reciclável etc.Tomamos o nosso vinho envoltas num clima de romance e história: aqueles gregos, romanos, os monges, os artesões produzindo um produto puro, enquanto nós aqui pensando que o aquecimento global está bem a léguas de nossa querida taça.


domingo, 15 de março de 2009

Sucos orgânicos prontos para beber ganham mercado


O mercado de sucos prontos tradicionais está perdendo a força. Vinha apresentando um crescimento de 50% ao ano. Hoje, essa taxa já diminuiu para 30%. É que, como outra forma de trazer praticidade e saúde aos consumidores, os sucos orgânicos também despontam como promessas no ramo de bebidas. A demanda por esse produto tem crescido entre 30% e 40%. É por isso que as empresas de orgânicos não param de ampliar seus portifólios com sucos de novos sabores.
A Usina São Francisco - dona da marca de produtos orgânicos Native, que pertence ao Grupo Balbo - investiu cerca de R$ 400 mil para lançar novos sabores da linha de sucos de frutas orgânicos. Além do de laranja, os sucos da Native terão as versões manga, maracujá, tangerina e limão, segundo o gerente comercial da empresa, Hélio da Silva. Apesar de não revelar o volume produzido, com os novos sabores a produção de sucos irá duplicar. Outra empresa que acaba de lançar um novo sabor de suco de frutas orgânico e está chegando às gôndolas paulistas é a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), localizada em Montenegro (RS), que há dois anos atua nesse mercado. Além da versão tangerina, a cooperativa tem o suco de laranja. “Por mês, a Ecocitrus produz 30 mil litros de suco, destinados aos mercados do RS, SC, PR, RJ, MG e SP”, informa Adriano Martins, responsável pela área comercial da agroindústria.
A cooperativa possui 56 produtores e tem uma área com 500 hectares de citros, sendo 75% de tangerinas e o restante de laranja. Para ampliar suas vendas no mercado paulista, a direção da Ecocitrus está negociando com as redes de supermercados Pão de Açúcar e Carrefour . “A estimativa é que nossos produtos estejam nas gôndolas paulistanas até o final deste ano”, prevê.
A próxima empresa a disputar o mercado de sucos orgânicos é a Nardelli, localizada em Rio do Oeste (SC), que está em fase de transformação, passando da agricultura convencional para a orgânica. A empresa estima lançar em 2004 sucos orgânicos nos sabores morango, maracujá e goiaba, frutas já utilizadas na fabricação de geléias orgânicas. Atualmente, o carro-chefe da empresa é a produção de arroz orgânico, alcançando um volume anual da ordem de 15 a 20 mil toneladas.
Outra empresa que atua no mercado de sucos orgânicos é a Wessanen, única do País a ter uma versão mix, que mistura laranja com acerola. Além disso, também possui o suco de goiaba e xaropes orgânicos. Atualmente, as vendas de sucos orgânicos prontos para beber representam cerca de 2% do mercado da bebida tradicional. No ano passado, segundo dados da AC/Nielsen , o mercado de sucos prontos tradicionais registrou faturamento da ordem de US$ 162,7 milhões.

sábado, 14 de março de 2009

Porque consumir ervas e temperos orgânicos?

Seja porque acreditamos em seus poderes de cura, seus efeitos afrodisíacos ou simplesmente porque gostamos de fazer experiências com o paladar, a verdade é que cada vez mais cozinhas estão sendo seduzidas pelos mágicos sabores de ervas e temperos de todos os tipos.Mas, raros são os chefs e apreciadores da boa mesa que param para refletir sobre a origem dos mesmos.Como outra planta qualquer, ervas e temperos podem ser atacados no campo por todo tipo de inseto, fungo, bactéria ou vírus. Para combater estas pragas, muitos produtores convencionais esterilizam os temperos com substâncias químicas tóxicas. O mais comum é a fumigação com óxido de etileno, um gás que pode deixar resíduos prejudiciais à saúde humana. Esta substância também é altamente cancerígena, podendo causar grandes problemas para a pessoa que aplica e que se expõe prolongadamente ao produto. Devido a isso, esta substância foi proibida em muitos países europeus e no Japão. Além disso, para acabar com prováveis contaminações, ervas convencionais também são expostas a irradiações. Este processo não altera a aparência ou o sabor do produto, porém causa uma transformação em sua composição química levando a potenciais sub-produtos tóxicos e cancerígenos para o consumidor. Outro problema considerável na irradiação de alimentos é o perigo de acidentes no trabalho.
Uma alternativa para esterilização das ervas e dos temperos pode ser através do uso de vapor quente. O calor mata as bactérias, ou seja, cozinhar em vapor é uma forma bastante efetiva e segura para esterilizar os mesmos. Para alguns produtos, porém, esse método leva à perda de sabor e de óleos essenciais. Nesses casos, as ervas podem ser fumigadas com dióxido ou congeladas.
Em geral, deve-se procurar eliminar uma possível contaminação na fonte, minimizando assim a necessidade de esterilização. As ervas devem ser secas ao sol, em ambientes limpos, com boas condições sanitárias no local de produção. É importante que os produtos sejam testados em sua qualidade e em seu risco de contaminação nos diversos níveis de produção.
Por estes motivos, algumas empresas se preocupam hoje com o fomento da produção de ervas e temperos orgânicos.Desde 1995 a americana ForesTrade, por exemplo, vem criando parcerias com produtores da Indonésia, Índia, Sri Lanka, Madagascar e de Guatemala e hoje já conta com aproximadamente 5000 produtores. Estes se comprometem em seguir práticas sustentáveis como o controle biológico de pragas, o uso de compostagem e a rotação de culturas. Em troca, a empresa proporciona total apoio aos produtores, implantando novas técnicas e melhoria na qualidade do produto final. Essa nova forma de produzir está mudando as atitudes locais, mostrando resultados também na preservação das matas e do meio-ambiente e no combate a erosão.O mercado de ervas e temperos orgânicos mostra-se atualmente com uma taxa de crescimento anual em torno de 30%, comparada a menos de 2% do mercado convencional.
Em resumo, são vários os fatores que justificam este aumento de demanda: além de não serem irradiados, estarem livres de ingredientes geneticamente modificados e não conterem nenhum agente sintético, cores artificiais, sabores ou preservativos como os encontrados em temperos convencionais, ervas e temperos orgânicos também garantem uma maior qualidade de vida para o produtor, viabilizando-o social e economicamente.


sexta-feira, 13 de março de 2009

Produção de sementes orgânicas de hortaliças


Estima-se que o mercado para hortaliças produzidas no sistema orgânico cresce 10% ao ano no Brasil (ano base: 2007). Um dos grandes entraves à produção no sistema orgânico é a disponibilidade de sementes especificamente neste sistema, principalmente sementes de hortaliças OP (“open pollinated” - polinização aberta), não-híbridas. A Embrapa Hortaliças já dispõe de tecnologia de produção de sementes de algumas hortaliças no sistema orgânico de produção, produzidas de acordo com as exigências das certificadoras estabelecidas no Brasil.Público-alvo (usuários e/ou adquirentes - compradores) :Agricultores, produtores de base familiar, viveiristas, órgãos governamentais, instituições e empresas de planejamento e extensão, empreendimentos de produção rural, universidade e outras instituições de ensino, instituições de pesquisa.

Onde encontrar ou adquirir o produto ou serviço:
Embrapa HortaliçasRodovia Brasília/Anápolis - BR 060, Km 09Caixa Postal 218CEP 70359-970Gama, DF - Brasil Telefone: (61) 3385-9000 Fax: (61) 3556-5744E-mail: sac@cnph.embrapa.br

quinta-feira, 12 de março de 2009

Algodão orgânico


A cada ano, 220 mil agricultores morrem devido aos pesticidas no cultivo de algodão. Você pode ajudar utilizando o algodão orgânico!Isso mesmo, 160g de agrotóxicos são utilizados para produzir algodão suficiente para confeccionar uma camiseta que pesa 250g. O início do algodão orgânico aconteceu com a decisão dos próprios agricultores em função de problemas de saúde com o uso de agrotóxicos. O algodão sustentável é cultivado dentro de um sistema que fomenta a atividade biológica, estimula a sustentabilidade e exige um manejo diferente do sistema de produção convencional. Os agrotóxicos e produtos químicos danosos são eliminados do processo. Os sistemas orgânicos dependem de recursos naturais e contribuem para a saúde do solo e das pessoas.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Insumos Agroecológicos:o potencial do uso do Nim em propriedades agroecológicas:


O Nim ou Amargosa (Azadirachta indica A. Juss) é uma planta que pertence à família Meliaceae, de origem asiática, muito resistente e de rápido crescimento, alcançando normalmente de 10 a 15 m de altura e produzindo uma madeira avermelhada, dura e resistente.Contudo, não são as suas características botânicas as que mais despertam o interesse de agricultores em todo o mundo. O que chama a atenção desses agricultores é o conteúdo de azadirachtina da planta, um princípio ativo que vem demonstrando alta eficácia no combate a diversas pragas e doenças que atacam plantas e animais.
Segundo o pesquisador Hélcio Abreu Jr., o alto poder inseticida da planta permite alcançar até 90% de sucesso no controle agroecológico com os extratos de Nim, com a vantagem de não se afetar os inimigos naturais (predadores, parasitas e entomopatógenos). Desta forma, é possível manter a população de pragas em níveis baixos, fora do nível de dano econômico.
Entretanto, cabe lembrar que é possível controlar determinadas pragas e doenças com outras práticas como uma equilibrada adubação, e fornecimento de micronutrientes, como a aplicação de boro na cultura do milho para o controle de algumas espécies de lagartas. Em nenhum momento o uso isolado de um insumo substituirá a visão holística de toda a paisagem agrícola, com a correta aplicação dos conhecimentos agronômicos e ecológicos que norteiam a Agroecologia.

terça-feira, 10 de março de 2009

A agricultura e o uso de agrotóxicos


O uso de métodos não-sustentáveis na agricultura tem provocado grandes agressões ao meio ambiente: erosão, infertilidade, desertificação, mudanças climáticas, contaminação dos solos, das águas, dos animais e dos seres humanos.O uso indiscriminado de agrotóxicos acarreta muitos problemas, se usado sem respeitar as normas de segurança e sem orientação técnica, podem contaminar os solos, os rios, os aplicadores e os consumidores. A esse respeito, foi-nos relatado pela professora Ana Lúcia, de gerenciamento de recursos naturais, uma experiência com aplicador de agrotóxico que não fazia uso de proteção: foi afixado na sua roupa absorventes higiênicos e ele foi fazer a aplicação do produto como normalmente fazia.
O resultado foi assustador, quando retirados os absorventes eles estavam ensopados de veneno, que normalmente ia para a sua pele. O que poderá causar a saúde dessa pessoa ao longo do tempo? Foi-me relatado que um trabalhador que não usava proteção adequada precisou fazer hemodiálise por causa de problemas renais provavelmente causados pela falta de proteção no manuseio de produto tóxico. Soube que essa pessoa acabou falecendo.Um outro caso que foi colocado é que não existe um agrotóxico específico para a cultura do tomate, morango, couve, enfim, alimentos que normalmente consumimos, o que existe é o uso por parte do agricultor da sobra de produto que normalmente é aplicado na soja, por exemplo.
Frutas e legumes precisam receber muitas aplicações, acabamos consumindo um produto sem qualidade e com doses altíssimas de pesticidas, sem falar no aumento dos custos no preço final dos produtos. Apesar do uso constante de produtos químicos as pragas e pestes continuam a provocar perdas nas safras, uma vez que se tornam resistentes a esses produtos.Uma alternativa a agricultura convencional é a agricultura orgânica, que não agride o meio ambiente, que pode fornecer o sustento sadio para as pessoas e regeneração para os solos castigados pelo uso de produtos químicos.

Fonte: http://ambientedeluz.blogspot.com

segunda-feira, 9 de março de 2009

Os agrotóxicos e seus maleficios

Agrotóxico é um tipo de insumo agrícola. Os agrotóxicos podem ser definidos como quaisquer produtos de natureza biológica, física ou química que têm a finalidade de exterminar pragas ou doenças que ataquem as culturas agrícolas.
Os agrotóxicos podem ser :

• pesticidas ou praguicidas combatem insetos em geral;

• fungicidas (atingem os fungos);

• herbicidas (que matam as plantas invasoras ou daninhas).

Os agrotóxicos são produtos químicos usados na lavoura, na pecuária e mesmo no ambiente doméstico: inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos. Podem ainda ser tóxicos os solventes, tintas, lubrificantes, produtos para limpeza e desinfecção de estábulos, etc.Eles causam muitos problemas tanto para o meio ambiente, quanto para os seres humanos e animais.Já foram registrados casos de transmissão de leucemia para o feto, por mulheres que estiveram em contato com agrotóxicos durante a gravidez.
Existem cerca de 15.000 formulações para 400 agrotóxicos diferentes, sendo que cerca de 8.000 encontram-se licenciadas no Brasil, que é um dos cinco maiores consumidores de agrotóxicos no mundo.Alguns agricultores ainda não conhecem o perigo que o agrotóxico representa para a sua saúde e para o meio ambiente.
Pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS, em 12 países da América Latina e Caribe, mostrou que o envenenamento por produtos químicos, principalmente pelo chumbo e pelos pesticidas, representa 15% de todas as doenças profissionais notificadas.O índice de 15%, antes mencionado, pode parecer baixo, mas a Organização Mundial de Saúde - OMS afirma que apenas 1/6 (16,6%) dos acidentes são oficialmente registrados e que 70% dos casos de intoxicação ocorrem em países do terceiro mundo, sendo que os inseticidas organofosforados são os responsáveis por 70% das intoxicações agudas.O manuseio inadequado de agrotóxicos é, portanto, um dos principais responsáveis por acidentes de trabalho no campo. A ação das substâncias químicas no organismo humano pode ser lenta e demorar anos para se manifestar.O uso de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com má-formação, suicídios, câncer, dermatoses e outras doenças. Segundo a OMS, há 20.000 óbitos/ano em conseqüência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas nos países em desenvolvimento.


Fonte: OPAS,OMS

domingo, 8 de março de 2009

Feira orgânica 2009


O evento explicita a proposta da construção coletiva para a consolidação da cadeia produtiva de orgânicos no Brasil no período 2009-2012. Espaço inspirador para a prática do Comércio Justo com Consumo Consciente favorecido pela presença de cerca de 50 mil participantes, além de compradores de Supermercados, Agroindústria, Indústrias, Atacadistas, Lojas Especializadas, Bancos, Agências de Fomento e Organismos Internacionais.

Data: 19 a 21 de abril de 2009

Local: Curitiba - PR

sábado, 7 de março de 2009

O que acontece quando você compra produtos orgânicos

1)Sua comida é mais gostosa
Esta é a simples razão pela qual muitos dos famosos chefs procuram produtos orgânicos.

2) As substâncias químicas ficam fora de seu prato

" Produzido organicamente" significa produzido sem pesticidas, herbicidas ou fungicidas tóxicos ou fertilizantes artificiais que danificam o solo. Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1987, calculou em 1 milhão e 400 mil os novos casos de câncer provocados por pesticidas.

3)Você protege as futuras gerações

Um relatório recente do Environmental Group (Grupo de Trabalho Ambiental) diz: " Quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima aceitável para uma vida inteira de oito pesticidas que provocam câncer". As crianças são as mais vulneráveis.

4)Você protege a qualidade da água

Somos compostos por 2/3 de água.Pesticidas infiltram nos lençóis freáticos e córregos de água. A Agência de ProteçãoAmbinetal Americana calcula que os pesticidas, alguns deles causadores de câncer, já poluem metade da água potável dos EUA.

5)Você refaz bons solos

Revertemos a perda anual de bilhões de toneladas de terra boa. Na América do Norte, agricultores orgânicos usam compostos e cobertura verde para tornar o solo vivo e saudável novamente. Isso traz de volta o sabor do alimento.

6) Você gasta menos, com melhor nutrição

Um estudo preliminar dos " Doctor´s Data" (Dados Médicos) de Chicago indica que frutas e hortaliças orgânicas contém 2,5 vezes mais minerais que o alimento produzido artificialmente.

7)Você paga o verdadeiro custo da comida

O alimento orgânico é, na realidade, a forma mais barata de comida. Um alface convencional parece custar 50centavos, mas não se esqueça os custos ambientais e médicos. O escritor Gary Null diz: " Se você somar o real custo ambiental e social de um pé de alface, ele pode vir a custar de 2 a 3 dólares.

8) Você ajuda o pequeno agricultor

O trabalhador rural precisa ser preservado, não o alimento. Comprar o produto orgânico ajuda a acabar com o envenenamento por pesticidas de cercade um milhão de agricultores por ano, no mundo inteiro, e ajuda a manter as perquenas propriedades.

9) Você ajuda a restaurar a biodiversidade

Fazendas orgânicas criam ecossistemas fortes equilibrados e culturas mistas, em vez de monoculturas, que são mais sensíveis a pragas. Apesar do uso de pesticidas ter aumentado, as perdas por causa de insetos estão cada vez maiores.

10) Você reduz o aquecimento global e economiza energia

O solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso, segundo Lovins, do Instituto das Montanhas Rochosas. A agricultura e administração florestal sustentáveis podem eliminar 25% do aquecimento global. Atualmente, mais energia é consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as safras.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Seminário discute a comercialização e certificação dos alimentos orgânicos


O volume de alimentos orgânicos comercializados no mundo tem crescimento médio de 25% e atingiu, em 2007, US$40 bilhões. O encontro, no dia 18 de fevereiro, no Centro de Treinamento da Epagri de Agronômica aconteceu para discutir a ampliação da produção, formas de comercialização e a certificação dos alimentos orgânicos em Santa Catarina e reuniu mais de 120 participantes.
Agricultores, técnicos, representantes de prefeituras municipais, organizações não governamentais, empresas públicas e privadas e certificadoras participaram do evento. “A ampliação do cultivo de alimentos orgânicos depende hoje em dia mais de incentivos de comercialização e organização do que propriamente das técnicas de produção, apesar delas serem fundamentais no processo”, afirmou a engenheira agrônoma da Epagri de Rio do Sul, Rosa Agovino, coordenadora do I Seminário de Comercialização e Certificação de Orgânicos. Pelo expressivo aumento do volume de produtos orgânicos comercializados no mundo, segundo informações da empresa de importação e exportação Comvex, é grande o interesse em contatar produtores orgânicos para exportar a vários países. ”Existe grande demanda nacional e mundial por orgânicos mas, por falta de produção, perdem-se importantes mercados”, afirmou o representante da Comvex, Bruno Cunha, que revelou também que países vizinhos ao Brasil, por exemplo a Argentina e o Peru, investem com seriedade no setor de orgânicos e possuem programas nacionais de apoio a produtores orgânicos. O Peru atualmente possui incentivos governamentais e políticas públicas para ajudar agricultores da região andina, árida e pedregosa, para produção de alimentos orgânicos e naturais com demandas especiais para o orégano, quinoa, cactus, entre outros produtos.
Por outro lado, os representantes das certificadoras Ecocert, Fernanda Scarpov e Douglas Harada, da Mokiti Okada discorreram sobre o processo de certificação, destacando a nova legislação nacional dos orgânicos, a Lei 10.831. “No Brasil já existem 20 mil produtores orgânicos certificados”, confirmou Fernanda e alertou que cada vez mais o mercado exige rastreabilidade, qualidade e confiabilidade nos produtos e serviços. A certificação é, portanto, uma necessidade para aqueles que pretendem comercializar e ampliar a produção para o mercado local, regional, nacional e até para o exterior. Um aspecto importante da certificação é que as certificadoras estão abrindo a modalidade de certificação grupal, adequada para associações e cooperativas, inclusive respaldada pela nova Lei, diminuindo os custos do processo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sementes na Agricultura Agroecológica.


Até um período relativamente recente, o único método de seleção dirigida era coletar as sementes daqueles indivíduos de uma população que mostravam uma ou mais características desejáveis, como potencial de alto rendimento ou resistência a doenças, e usar aquelas sementes para plantar a próxima safra. Este método é chamado de seleção massal, e produz um deslocamento gradual na freqüência relativa de uma ou mais características de uma população de plantas da mesma espécie. Foi através deste método, por exemplo, que as populações indígenas da América Latina foram selecionando as plantas de milho que tinham mais grãos na espiga, obtendo as plantas que hoje conhecemos.Através de métodos de seleção massal, produtores em todo o mundo desenvolveram variedades chamadas crioulas. Elas são adaptadas às condições locais e, ainda que uma variedade crioula possua características que a diferenciem em relação às demais variedades, ela possui, internamente, uma maior variabilidade genética quando comparada às variedades obtidas por outros métodos. A seleção massal funciona da mesma forma tanto para plantas que se auto-fecundam, como ocorre com a soja, quanto para plantas que cruzam com outras, como acontece como o milho, por exemplo.
Este método mais antigo e tradicional de seleção dirigida envolve, ao mesmo tempo, o organismo da planta e a seleção a campo. Apesar de ser um processo relativamente lento e mais variável em seus resultados, tem a vantagem de ser mais semelhante à seleção natural na forma como ocorre em ecossitemas naturais. Características envolvendo adaptação às condições locais são retidas, juntamente com outros aspectos mais diretamente desejáveis de rendimento e desempenho, mantendo-se também a variabilidade genética.Desta forma, as variedades crioulas atendem a um dos princípios básicos da Agroecologia que é o de desenvolver plantas adaptadas às condições locais da propriedade, capazes de toleram variações ambientais e ataque de organismos prejudiciais. Outro aspecto importante consiste na maior autonomia do agricultor, que pode coletar as sementes destas variedades e replantá-las no ano seguinte, adquirindo maior independência do mercado de insumos e gerando um material que com toda sua variabilidade genética se torna cada vez mais vigoroso e adaptado ao seu tipo de solo e clima.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Instalação de uma horta


O local de instalação da horta deve ser de fácil acesso, maior insolação possível, água disponível em quantidade e próxima ao local. Não devem ser usados terrenos encharcados. O terreno pode ser plano, em áreas inclinadas os canteiros devem ser feitos acompanhando o nível, cortando as águas. Os canteiros devem ser feitos na direção norte-sul, ou voltados para o norte para aproveitar melhor o sol. No local da horta não é aconselhável a entrada de galinhas, cachorros, coelhos. Dentro da horta deve haver uma pequena divisão de áreas para facilitar o manejo. Deve-se reservar uma área para sementeira; área de canteiro; área para guardar ferramentas e insumos; área para preparo ou armazenamento de composto ou húmus;
Recomenda-se que seja coletada uma amostra de solo e enviada para analise. A amostra de solo pode ser coletada por técnicos da EMATER, técnicos agrícolas ou engenheiro agrônomo ou pelo proprietário desde que seguidas as instruções de coleta. O resultado de uma analise de solo representa as características do seu tipo de solo. Estes dados são a base para a recomendação correta de adubação, no presente caso adubação orgânica, necessária para obtenção de hortaliças saudáveis e resistentes. A sementeira ocupa aproximadamente 1% da área da horta, deve ficar em local alto, seco e ensolarado. Pode também ser um canteiro comum, com cobertura contra sol e chuvas fortes. A sementeira é usada para germinação das sementes de hortaliças que possam ser transplantadas.As sementes de hortaliças de modo geral são pequenas e exigem cuidados especiais como solo rico em nutrientes, peneirado, regas diárias, abundante mas não excessiva, sol indireto, profundidade correta de semeio.
Existem insumos prontos que facilitam o trato da sementeira, tais como substrato orgânico e bandejas de isopor para acondicionar as mudas com tamanhos e numero de células variáveis. As mudas podem ser produzidas em caixotes, em copos de café, ou ainda em um canteiro feitoespecialmente para este fim, de acordo com as condições descritas. Os canteiros devem ser feitos com enxada, trabalhando-se a terra a uma profundidade de 40 a 50 cm. Este trabalho pode ser mecanizado. A profundidade da terra trabalhada tem relação com o desenvolvimento das raízes.
Os canteiros podem ser simplesmente levantados em relação ao nível do solo, em 30 a 40 cm. Os canteiros feitos com elevação do solo possuem drenagem natural, podem ser constantemente revirados, mas em solos arenosos não vão manter sua forma. Os canteiros podem também ser cercados por tijolos ou tabuas ou construídos em alvenaria. Ao construir canteiros é necessário estar atento para assegurar a drenagem deixando passagem para o excesso de água, o que inclui um dreno na parte inferior da parede do canteiro e uma camada de pedras, pequena a médias, recobrindo a totalidade do fundo. Canteiros construídos duram mais tempo.
As dimensões de um canteiro podem variar. A largura deve possibilitar o trabalho no canteiro de um só lado- onde alcance o braço- até 1 metro a 1,20 metros. O comprimento deve se adaptar à área disponível não devendo ultrapassar 10 metros, o que dificultaria a circulação entre os canteiros. Entre canteiros devem ser deixadas ruas com 40 a 50 centímetros de largura para circulação. Caso se utilize carrinho de mão, deixar a largura necessária para a passagem. Algumas ferramentas indispensáveis para uma horta são: carrinho de mão, enxada, enxadão, pá, ancinho, sacho, colher de muda, plantador, regador ou mangueira ou sistema de irrigação, tesoura de podar, barbante ou arame. Podem ainda ser necessários bomba costal e nível A, este último para delimitação de curvas de nível em áreas com declividade.
Como se trata de horta orgânica falaremos um pouco sobre adubação orgânica e produção de composto. Como já dissemos é necessário deixar uma área dentro da horta para armazenar ou produzir a adubação. Chama-se adubação orgânica o uso de material vegetal e animal utilizado como insumo na produção agrícola. A matéria orgânica, quando aplicada dentro das técnicas e sendo de boa qualidade é um dos principais agentes de estruturação dos solos. A aplicação de matéria orgânica no solo atua na estrutura do solo, na manutenção e desenvolvimento da vida microbiana do solo, no aporte de nutrientes. Um solo bem estruturado possui maior resistência à compactação e à erosão. A adubação orgânica pode ser usada em forma de composto, húmus de minhoca, de esterco curtido, adubação verde com leguminosas ou outras. Ela é importante também para cobrir o solo em lugares muito quentes ou muito frios, protegendo as raízes e mantendo a umidade.
O uso de adubo orgânico nos plantios deve ser feito com material curtido. Uma terra desgastada deve receber, gradativamente, matéria orgânica suficiente para incentivar o retorno da fauna do solo. A compostagem é uma técnica que facilita o manejo do esterco, reduz o volume de material, a perda de Nitrogênio e outros nutrientes após a aplicação; elimina sementes de ervas daninhas, insetos; conserva o esterco até que a aplicação seja necessária. O nome composto vem da mistura de materiais usados em sua fabricação. Um composto bem feito possui matéria orgânica transformada em húmus e atua no solo como uma cola entre os pequenos pedaços de terra, melhorando sua estrutura e dá condições ao solo de armazenar maior quantidade de água, de ar, e de nutrientes, que alimentarão as plantas.
O ideal é no primeiro ano usar dois kilos de composto por metro quadrado de canteiro. O canteiro poderá ser usado até três vezes num ano, repetindo-se o uso do composto em cada plantio.
Uma vez organizada a área deve-se proceder ao planejamento da produção. Este tem início com a escolha dos produtos a serem cultivados. Hortaliças são espécies vegetais cultivadas em pequenos espaços, em geral com ciclo curto de vida, exigentes em água e nutrientes. A reprodução das hortaliças pode ser através de sementes, brotos, ramas, bulbilhos. Há sementes disponíveis no mercado de boa qualidade. Ao comprá-las é importante verificar os dados de validade, pureza e % de germinação. Como estas sementes são melhoradas geneticamente possuem características especificas como época de plantio e ciclo de colheita. Estas informações devem ser bem avaliadas. Por exemplo, há cenouras apropriadas para plantio de inverno e de verão.

terça-feira, 3 de março de 2009

Como diminuir os resíduos de agrotóxicos em sua alimentação


1 – Lave legumes, verduras e frutas numa solução suave e detergente e água pura ou em mistura de água e vinagre. Deixe-os de molho de 15 a 20 minutos e enxague-os cuidadosamente.

2 - Em alguns casos, frutas e legumes podem receber uma camada de cera para que não percam a umidade e murchem. Esta cera também contém substâncias fungicidas e bactericidas para evitar o aparecimento fungos e de bactérias.Ex. maçãs, pimentões, beringelas, grapefruits, melões, nectarinas,pêssegos, etc. Para eliminá-la, sempre que possível, descasque legumes e frutas. Você perderá algumas vitaminas contidas na casca, mas emcompensação terá uma alimentação mais segura.

3 – Procure usar sempre legumes, verduras e frutas da safra, pois possuirão menos defensivos e hormônios.

4 – Legumes muito grandes, produzidos convencionalmente, podem ser resultado de adubação e estimulantes artificiais.

5 – Dê preferência aos produtos nacionais, ao invés dos importados. Frutas e legumes produzidos localmente não requerem tantos pesticidas como aqueles que percorrem longas distâncias e são armazenados por longos períodos de tempo.

6 – Resíduos de pesticidas e outros produtos químicos tendem a se concentrar nos tecidos gordurosos dos animais. Diminuir seu consumo reduz a ingestão de agrotóxicos. Ao preparar qualquer vaca, carne, frango, porco, etc. procure retirar toda a gordura e pele. Escolha laticínios com baixo teor de gordura, prefira leite desnatado e queijos magros.

7 – No Brasil, dentre os produtos agrícolas que mais recebem agrotóxicos, destacam-se o tomate, a batata inglesa, o morango e o mamão papaia. No caso da produção de uva Rubi e Itália, em São Paulo, são feitas até 40 aplicações de produtos químicos, da brotação até a colheita.

8 – Os consumidores não devem parar de consumir frutas ou verduras; estas informações se destinam a levar maior conhecimento do que ocorre na produção de hortigranjeira e dar-lhe uma visão mais crítica ao escolher o que vai a sua mesa.


segunda-feira, 2 de março de 2009

Porque consumir ervas e temperos orgânicos?


Seja porque acreditamos em seus poderes de cura, seus efeitos afrodisíacos ou simplesmente porque gostamos de fazer experiências com o paladar, a verdade é que cada vez mais cozinhas estão sendo seduzidas pelos mágicos sabores de ervas e temperos de todos os tipos.Mas, raros são os chefs e apreciadores da boa mesa que param para refletir sobre a origem dos mesmos.
Como outra planta qualquer, ervas e temperos podem ser atacados no campo por todo tipo de inseto, fungo, bactéria ou vírus. Para combater estas pragas, muitos produtores convencionais esterilizam os temperos com substâncias químicas tóxicas. O mais comum é a fumigação com óxido de etileno, um gás que pode deixar resíduos prejudiciais à saúde humana. Esta substância também é altamente cancerígena, podendo causar grandes problemas para a pessoa que aplica e que se expõe prolongadamente ao produto. Devido a isso, esta substância foi proibida em muitos países europeus e no Japão. Além disso, para acabar com prováveis contaminações, ervas convencionais também são expostas a irradiações. Este processo não altera a aparência ou o sabor do produto, porém causa uma transformação em sua composição química levando a potenciais sub-produtos tóxicos e cancerígenos para o consumidor. Outro problema considerável na irradiação de alimentos é o perigo de acidentes no trabalho.
Uma alternativa para esterilização das ervas e dos temperos pode ser através do uso de vapor quente. O calor mata as bactérias, ou seja, cozinhar em vapor é uma forma bastante efetiva e segura para esterilizar os mesmos. Para alguns produtos, porém, esse método leva à perda de sabor e de óleos essenciais. Nesses casos, as ervas podem ser fumigadas com dióxido ou congeladas.
Em geral, deve-se procurar eliminar uma possível contaminação na fonte, minimizando assim a necessidade de esterilização. As ervas devem ser secas ao sol, em ambientes limpos, com boas condições sanitárias no local de produção. É importante que os produtos sejam testados em sua qualidade e em seu risco de contaminação nos diversos níveis de produção.
Por estes motivos, algumas empresas se preocupam hoje com o fomento da produção de ervas e temperos orgânicos.Desde 1995 a americana ForesTrade, por exemplo, vem criando parcerias com produtores da Indonésia, Índia, Sri Lanka, Madagascar e de Guatemala e hoje já conta com aproximadamente 5000 produtores. Estes se comprometem em seguir práticas sustentáveis como o controle biológico de pragas, o uso de compostagem e a rotação de culturas. Em troca, a empresa proporciona total apoio aos produtores, implantando novas técnicas e melhoria na qualidade do produto final. Essa nova forma de produzir está mudando as atitudes locais, mostrando resultados também na preservação das matas e do meio-ambiente e no combate a erosão.O mercado de ervas e temperos orgânicos mostra-se atualmente com uma taxa de crescimento anual em torno de 30%, comparada a menos de 2% do mercado convencional.
Em resumo, são vários os fatores que justificam este aumento de demanda: além de não serem irradiados, estarem livres de ingredientes geneticamente modificados e não conterem nenhum agente sintético, cores artificiais, sabores ou preservativos como os encontrados em temperos convencionais, ervas e temperos orgânicos também garantem uma maior qualidade de vida para o produtor, viabilizando-o social e economicamente.