Sem agrotóxicos, sem glúten, sem lactose, mas com sabor. É apostando no aumento do consumo de alimentos saudáveis que, depois de dois anos de planejamento, a Korin Agropecuária vai expandir suas operações abrindo lojas por franquia. O objetivo é inaugurar cem unidades até 2016, sendo 15 em 2012.A empresa produz alimentos orgânicos e livres de antibióticos. A idéia é vender os produtos da marca própria - cerca de 80, que vão de frango a café e água - e de 36 parceiros, pequenos e médios produtores que seguem o protocolo da Korin. Em 2011 a previsão é faturar R$ 50 milhões, 22% a mais que os R$ 41 milhões do ano passado. Com as franquias, a ideia é crescer 15% em 2012.
Além das lojas, a Korin planeja produzir carne suína e bovina livre de antibióticos, assim como o faz com frango, o carro-chefe da empresa. A carne de porco deve chegar às prateleiras do país entre janeiro e fevereiro de 2012, e será vendida em cortes, embalada e carimbada com a marca. Os animais já estão sendo criados em parceria com uma empresa no Mato Grosso, a 200 km de Cuiabá. O plano era vender já em 2011, mas os trâmites governamentais atrasaram o processo. "Além disso, as prateleiras de supermercado têm menos espaço no fim do ano por causa dos produtos para Natal e Réveillon", diz Reginaldo Morikawa fundador, presidente e gerente comercial da Korin. "Aqui todos acumulam cargos e assim economizamos", diz. A empresa surgiu em 1994, ligada à Igreja Messiânica, instituída no Japão em 1935.
A carne bovina vai ser produzida no ano que vem, no Pantanal matogrossense, também no esquema de parceria. Segundo Morikawa, as conversas com o produtor estão em estágio avançado. Hoje a Korin tem apenas duas lojas: uma em São Paulo, inaugurada em 1996, e outra em Natal (RN), montada em 2009 como projeto-piloto para o plano de franquias. A empresa está em 1.400 pontos de venda espalhados por 23 Estados.
As primeiras franquias serão no Rio e em São Paulo, duas em cada cidade, e devem abrir no primeiro semestre de 2012. Edson Shiguemoto, que também cuida da área comercial da Korin, diz que há dois candidatos no Rio que procuram pontos na Barra da Tijuca e no Leblon. "Já temos o processo formatado", diz ele. Há interessados em Salvador, Manaus e Brasília. "O problema não é abrir loja, é a logística", diz. A produção é centralizada em Ipeúna e Atibaia (SP).O investimento na franquia será de R$ 200 mil a R$ 360 mil, de acordo com tamanho e localização. O valor inclui a adaptação do imóvel ao padrão arquitetônico, equipamentos, estoque inicial, software e capital de giro. O retorno está estimado entre 36 e 48 meses.
A Korin vai investir 10% do faturamento em 2012 para aprimorar parque industrial, tecnologia e qualidade dos alimentos. Em 2011, investiu 12%, "preparando o terreno" para atender as franquias. "Chegamos ao consumidor pelo varejo, por supermercados, mas isso criou uma distância com o cliente", diz Shiguemoto.Outra aposta em 2012 é o frango de festa, cuja produção será triplicada: de 15 toneladas em 2011 para 45 toneladas em 2012. "O diferencial é grande. Não colocamos tempero, pois agrega no peso. Além disso, o consumidor quer uma alimentação funcional, pensa na ingestão de colesterol, sódio e açúcar", diz Morikawa.
O preço da ave orgânica de 2 kg sai três vezes o de um frango convencional, diz Morikawa. "A ração custa três vezes mais. É difícil manter a cadeia produtiva", diz, referindo-se aos preços de milho e soja, usados para alimentar as aves. Os preços das commodities estão em níveis historicamente altos, e isso é repassado ao consumidor.A empresa produz 9 mil toneladas de frango e 7 milhões de ovos por ano. O frango, congelado e resfriado, é o carro-chefe, com 16 cortes, e está dividido em dois tipos: o livre de antibióticos e o orgânico. O primeiro é criado com ração convencional, mas sem aditivos químicos, como antibióticos e promotores de crescimento. O segundo come ração 100% orgânica, feita com milho e soja também orgânicos.
Fonte: http://www.aviculturaindustrial.com.br