O Assentamento Itamaraty, localizado no município de Ponta Porã/MS, está acertando os últimos detalhes para implantação de um curso de nível médio que formará Técnicos Agrícolas focados na produção agroecológica (orgânica). A idéia partiu da Associação da Escola Família Agrícola, que funciona dentro da antiga Fazenda Itamaraty. Pelo projeto, a iniciativa terá capital internacional e objetiva formar profissionais de dentro da própria comunidade para atender as demandas dos proprietários do loteamento, bem como cumprir a missão e o desafio de ser uma instituição auto-sustentável. O projeto de implantação do curso surgiu em são Paulo, durante o Congresso Nacional Brasil Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (UNISOL), que teve a participação de representantes do Estado.
No evento, foram montados grupos de estudos para instalar na Itamaraty a escola agrícola que deverá funcionar em regime de internato. Segundo Augusto César Faria, que atua na área de fomento dos orgânicos na Superintendência Federal de Agricultura (SEPDAG/SFA/MS), o Uruguai, Paraguai e Argentina serão parceiros do projeto. Os países vizinhos devem contribuir com o capital para construção da parte física da Escola e o Brasil contribuirá com os profissionais docentes. Em contrapartida os três países serão beneficiados com cotas para alunos estrangeiros, levando como bagagem o conhecimento brasileiro, uma vez que são carentes nesse setor.
A Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC - EMARC de Uruçuca/Bahia (Estatal vinculada ao Ministério da Agricultura-Mapa) servirá inicialmente como referência. Como o projeto ainda está na fase de execução física, o plano de aulas ainda não foi definido, mas sabe-se que inicialmente o curso vai formar Técnicos Agropecuários voltados para produção orgânica e agroecológica. O projeto ainda está em fase de elaboração, portanto o curso para o Itamaraty depende ainda de algumas deliberações como, por exemplo, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O curso já criou expectativa entre os produtores do assentamento, conforme declarou Vítor Carlos Neves, que é membro da Associação e um dos coordenadores do núcleo de agroecologia do assentamento.
"Nossa prioridade é ter opções de produtos orgânicos e que esta instituição seja auto-sustentável", declarou Neves. Outra novidade já comemorada pelos assentados é o anúncio da liberação de um recurso no valor de R$ 50 mil, que será utilizado para comprar uma máquina para prensar cereais a frio. O objetivo é prensar e processar o Gergelim para obtenção do óleo orgânico, que tem boa aceitação pelos consumidores e ótimos preços no mercado interno e internacional. "Com o farelo pretendemos produzir ingredientes para ração orgânica, provavelmente se não a primeira em nível nacional, será uma das únicas", planeja Vítor Carlos. (Valter Loeschner)
Fonte:SEPDAG - SFA-MS / www.e-campo.com.br
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