segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Agrotóxicos podem afetar 4 gerações


Agrotóxicos que afetaram a saúde de uma pessoa podem provocar danos a seus descendentes por até quatro gerações, segundo pesquisadores da Washington State University.A equipe de cientistas obteve evidências de que algumas doenças hereditárias podem ser causadas por venenos que poluem o útero.Pesquisa em ratos sugeriu que toxinas ambientais produzidas pelo homem podem alterar a atividade genética, permitindo o surgimento de doenças que são transmitidas por pelo menos quatro gerações.A pesquisa foi publicada pelo jornal Science.

Hormônios
Os cientistas expuseram duas ratazanas grávidas a agrotóxicos durante o período em que o sexo dos fetos estava sendo determinado.Os produtos químicos eram vinclozolin, fungicida muito comum em vinhedos, e o pesticida methoxyclor.Os dois são conhecidos como produtos químicos que interferem no funcionamento normal dos hormônios reprodutivos.As ratazanas expostas aos agrotóxicos produziram filhos do sexo masculino com baixa contagem de esperma e fertilidade fraca.
Quando esses ratos foram cruzados com fêmeas que não tinham sido expostas às toxinas, ainda assim seus descendentes do sexo masculino apresentaram o mesmo problema.O efeito persistiu em pelo menos quatro gerações, prejudicando a fertilidade de mais de 90% dos machos de cada geração.Os pesquisadores constataram que o dano não foi causado por alterações no código do DNA, mas por alterações na forma com que os genes operam.Essas mudanças "epigenéticas" são provocadas por partículas químicas que aderem ao DNA, modificando sua atividade.As alterações epigenéticas já eram conhecidas, mas não se sabia que eram transmitidas às futuras gerações.

Câncer
O pesquisador chefe, Michael Skinner, acredita que elas podem contribuir para doenças como câncer de seio e de próstata.As duas doenças estão se tornando mais comuns e Skinner diz que isso não é devido apenas a mutações genéticas.Os pesquisadores acreditam que a exposição a toxinas ambientais pode ter um papel importante no processo evolucionário.A evolução pode não ser provocada integralmente por mutações genéticas, como era comum acreditar.
"É uma nova forma de pensar sobre a doença", disse Skinner.
"Acreditamos que esse fenômeno será um fator importante para entender como a doença se desenvolve."
Mas Skinner enfatizou que é necessário pesquisar mais para reforçar essas constatações.Os níveis de produtos químicos a que os ratos foram expostos foram elevados, muito mais altos do que as pessoas enfrentam normalmente.O professor Alan Boobis, toxicologista do Imperial College London, disse à BBC que as constatações são interessantes, mas não há necessidade de as pessoas ficarem assustadas.
"Esse efeito provavelmente depende da concentração e esses animais foram expostos a níveis muito elevados de produtos químicos", disse.
"Precisamos descobrir se esse efeito transgeracional se traduz em doses muito mais baixas."

Fonte:BBC-UOL

domingo, 30 de agosto de 2009

O Controle biológico pode ser uma alternativa aos agrotóxicos


O controle biológico de pragas e doenças em plantas, pode ser uma alternativa ao quadro exposto recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa: o Brasil é o terceiro maior consumidor de produtos agrotóxicos no mundo e o primeiro na América Latina.
Alguns pesquisadores têm se mobilizado para evitar o uso de agrotóxicos, considerados prejudiciais ao meio ambiente, onerosos e arriscados para muitos produtores. O controle biológico, visto como alternatica, consiste no emprego de um organismo (predador, parasita ou patógeno) que ataca outro que esteja causando danos econômicos às lavouras. Trata-se de uma estratégia que pode ser utilizada em sistemas agroecológicos e na agricultura convencional. No Brasil, embora o uso do controle biológico não seja uma prática generalizada entre os agricultores, há avanços significativos em alguns cultivos.
Um exemplo de sucesso é o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatallis) por meio do Baculovirus anticarsia. Essa prática foi lançada pelo Centro Nacional de Pesquisa da Soja em 1983 e, desde então, o produto foi utilizado em mais de dez milhões de hectares, proporcionando ao país uma economia estimada em cem milhões de dólares, sem considerar os benefícios ambientais resultantes da não-aplicação de mais de onze milhões de litros desses produtos.
Outros exemplos podem ser citados, como o vírus, desenvolvido no IAC, que acabou com a Tristeza do Citrus (laranja pêra), doença que prejudicou a economia da laranja, na região de Limeira. O controle biológico viral funcionou em um sistema de premunização, isto é, foi inoculado à planta o mesmo vírus causador da doença, mas enfraquecido. Isso protege a planta contra o ataque, semelhante ao funcionamento de um sistema imunológico. O controle biológico também pode ser feito por meio de bactérias, fungos e tricoderma.
A Lixa do Coqueiro, por sua vez, é uma doença limitante à cultura do côco, pois enfraquece as hastes dos cachos do coqueiro. O fungo aplicado solucionou o problema na região nordeste, graças a uma aplicação mais prolongada e eficiente. No entanto, o fungo para controle biológico demanda maior tempo e manejo.
Segundo Marcelo Morandi, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna, o homem tem papel fundamental nesse processo de controle biológico, por causa do manejo da cultura: “A redução das doenças e pragas que atingem as plantações pode acontecer pela ação de um ou mais organismos, dependendo do ambiente em que tudo acontece e o homem, manejando a produção, será responsável por isso”, afirma ele.

Adoção de controle biológico é limitada no Brasil

Por razões sociais, econômicas, legais e técnico-científicas, o uso do controle biológico para combater doenças em plantas ainda é restrito no país. Entre os principais fatores, estão a cultura do controle químico e a necessidade de tempo e manejo, o que leva os produtores a preferirem os agrotóxicos. Segundo Morandi, até mesmo a formação acadêmica do profissional de agronomia é deficitária nesse aspecto: “A graduação oferece poucas disciplinas sobre o assunto e enfatiza que o controle químico é a única alternativa para combate de pragas e doenças.”
Além do crescimento do uso de agrotóxicos, ainda há o problema da falta de equipamentos de segurança na hora de aplicar o produto, em especial, pelos pequenos agricultores. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, os trabalhadores do campo convivem cada vez mais com os agrotóxicos. A principal conseqüência é o aumento dos riscos de contaminação de produtos da agropecuária com resíduos químicos prejudiciais à saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que aproximadamente três milhões de pessoas são intoxicadas por ano em decorrência da utilização de agrotóxicos. Dessas, 220 mil morrem e 750 mil adquirem doenças crônicas.
Os agricultores poderiam utilizar com mais freqüência o controle biológico, mas não há campanhas de conscientização no campo e em contrapartida, as indústrias de pesticidas investem alto na divulgação de seus produtos, facilitando a comercialização. Os produtores, em sua maioria, desconhecem os problemas de contaminação ambiental pelos materiais químicos.
Conforme Morandi, não existe apoio ou incentivo fiscal ao desenvolvimento e uso de agentes de controle biológico e, tampouco, programas de financiamento que promovam P&D nessa área. Os produtos de controle biológico precisam evoluir bastante, pois ainda são artesanais, dificultam comercialização e possuem baixa vida de prateleira. Por isso e por causa da excessiva burocracia, ainda não há produtos registrados para controle biológico comercial no Brasil.
Entretanto, muito já está sendo feito e a meta é que o controle biológico seja, em breve, o principal mecanismo para combate das doenças em plantas, já que está havendo aumento contínuo de controle biológico em todas as culturas, principalmente para agricultura convencional. Além disso, consumidores estão cada vez mais preocupados com o consumo de agrotóxicos. Soma-se a isso, o crescimento de mercado externo, maior interesse empresarial e iniciativas de financiamento por parte da Fapesp e do Sebrae.

Fonte:http://www.comciencia.br

sábado, 29 de agosto de 2009

Quem não tem horta também deve preparar composto?

Dê uma olhada na lata de lixo. Você provavelmente verá "restos de alimentos" como folhas murchas de alface, casca de banana etc. Esses detritos constituem matéria orgânica muito útil se devolvida a Terra. A compostagem é o sistema de reciclagem da natureza e faz com que nutrientes e matérias orgânicas das plantas voltem ao solo.
Não é preciso ter uma horta para usar o composto. Ele também pode ser utilizado para adubar gramados, árvores, arbustos, flores e plantas caseiras. Ou pode ser dividido com algum vizinho que tenha uma horta.Há outro motivo importante para a compostagem. Nosso modo de vida desperdiçador está rapidamente enchendo os aterros. Para reduzir o lixo, em algumas comunidades nos Estados Unidos os cidadãos têm que pagar cada saco de lixo que produzem.
Hoje, privadas secas já são usadas na Escandinávia, onde os habitantes têm a vista maravilhosa de um fiorde, mas não têm o solo necessário para um sistema convencional de fossas sépticas. Também em outros países preferem privadas secas perto de lagos, onde privadas a água e sistemas sépticos deficientes vazam, poluindo os lago
s.

Estamos falando de compostar dejetos humanos? É isso mesmo e o produto final é adubo humano. Os seres humanos estão às voltas com fezes trocando fraldas, recolhendo fezes de cachorros, esvaziando a cama de animais e limpando estábulos. Não achamos nada demais nesse contato com excrementos e, no entanto, quase todos adotam uma atitude meio “afetada” frente às fezes humanas.
A maneira como a sociedade ocidental se livra das fezes humanas é prejudicial ao meio ambiente e, em última análise, à nossa saúde. Poluímos a água (geralmente água potável) defecando nela e, em seguida, damos descarga. Gastamos energia elétrica para "tratar" essa água para que possamos bebê-la ou defecar nela novamente. Fezes das descargas são os principais ingredientes do esgoto, que é parcialmente responsável pela poluição da água no mundo inteiro.
Jenkins descreve o ciclo da nutrição humana:

a) cultivar alimentos;
b) comer alimentos;
c) coletar e processar o refugo alimentar (fezes, urina, restos de comida e resíduos agrícolas);
d) devolver o refugo processado ao solo.

Quebramos esse ciclo usando esgotos e fossas sépticas. O resultado é a poluição da água. Jogando restos de comida no lixo também desperdiçamos nutrientes agrícolas e ocupamos aterros. Ao manter o ciclo de nutrientes intacto, poderíamos reduzir a poluição e manter o solo fértil.
Privadas secas são muito parecidas com as privadas convencionais à água, mas possuem uma "câmara de compostagem ventilada contendo várias espécies de micróbios aeróbicos que lá vivem e decompõem os dejetos." Esse processo não deve ser confundido com aquilo que se passa em uma “casinha” malcheirosa, que opera à base de decomposição anaeróbia! O resultado final de uma privada seca é um composto seco, leve, sem qualquer odor.

http://www.taps.org.br

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Saiba mais sobre o Nim – inseticida orgânico

Azadirachta indica A. Juss.- Nim

A crescente demanda dos mercados nacional e internacional por alimentos orgânicos tem modificado o comportamento dos agricultores, que estão passando a se dedicar a formas mais eficientes de produção sem resíduos químicos, reduzindo a agressão ao meio ambiente. Aliado a isso, o aumento de resistência das pragas aos diversos tipos de pesticidas tem estimulado á busca por novas opções no controle de pragas e doenças na agricultura. Uma das alternativas é a planta denominada Nim (Azadirachta indica A. Juss.), que é utilizada há vários séculos na Índia, e que vem sendo introduzida na Brasil.
Trata-se de uma planta da família das Meliáceas, mesma família do Cedro, Mogno e Santa Bárbara (Cinamomo). Além de praticamente inócua ao homem, o Nim é de fácil uso pelo produtor rural, através do extrato dos seus frutos, folhas, torta e óleo da semente. Além de controlar pragas e doenças da agricultura, a planta é também utilizada na medicina pra o tratamento de doenças como a Chagas e malária, e também na indústria de cosméticos.
Somando-se a isso, a planta apresenta inúmeros ingredientes ativos, que dificulta a resistência dos insetos aos seus extratos.
O Nim não é uma espécie muito exigente em fertilidade, mas não tolera solos encharcados e clima frio. Resistente a seca a planta se desenvolve bem em regiões com precipitações de 400 mm anuais, mas o ideal fica entre 800 mm a 1.800 mm.
Adapta-se a solos arenosos, profundo e bem drenados. A árvore é de crescimento rápido, e atinge cerca de 15 a 20 metros de altura. No Brasil a época de maior produção de frutos ocorre entre dezembro e janeiro nas regiões Norte, Central e Nordeste; e em fevereiro-março na região Sul.

Uso no controle de doenças e pragas agrícolas

a) Torta da semente: em condições de campo, a incorporação da torta de nim no solo resulta na supressão de uma série de fungos de solo, como o Rhizoctonia solani e Fusariium oxysporium. Estudos em arroz e batata mostraram a supressão de R. solani; em berinjela, as duas espécies de fungo citadas e o Colletotrichum sp. Foram suprimidos pela incorporação da torta no solo.

b) Óleo de semente: testes em meio de cultura mostraram a inibição de crescimento da R. solani e F. oxysporium, entre outros. O óleo umulsionável de nim também mostrou eficiência no controle do oídio em feijoeiro, tanto preventivamente, quanto em tratamento curativo. O óleo reduz pouco o aparecimento de fungos em frutos pós a colheita, porém diminui sensivelmente a velocidade de deterioração.

c) Folha e extrato da folha; apesar do conteúdo dos princípios ativos nas folhas se menor do que nos frutos, resultados demonstraram que a incorporação direta das folhas frescas ou secas, como adubo orgânico, pode reduzir a população de fungos no solo. Em sementes de algodão, o extrato da folha não afetou o crescimento de Aspergillus flavus, porém bloqueou a produção de aflotoxina.

Fonte: http://www.emater.rn.gov.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cosan descarta inseticidas e utiliza tecnologia limpa para combater pragas

A Cosan, maior grupo sucroenergético do País, foi pioneira no setor ao utilizar o controle biológico para combater, sem o uso de defensivos agrícolas, as principais pragas que afetam a produção e a qualidade da cana-de-açúcar. A companhia criou, em 1973, o primeiro laboratório particular de controle biológico do Brasil e, atualmente, conta com oito unidades, localizadas nos estados de São Paulo e Goiás, que distribuem a tecnologia para as usinas do grupo. Cinco laboratórios produzem, mensalmente, cerca de 130 milhões de vespas Cotesia flavipes, que combatem a larva broca da cana (Diatraea saccharalis), uma das pragas mais comuns desta cultura.Dos outros três saem 13 toneladas de esporos do fungo Metharizium anisoplea, que controla naturalmente a cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), outra ameaça à lavoura. O monitoramento das praga é realizado em todo o canavial, sendo que a aplicação do controle biológico é feita por meio de equipamentos terrestres e aéreos nas áreas em que a infestação pode causar prejuízos significativos para a plantação. Os equipamentos são operados por funcionários qualificados e a aplicação não representa riscos para os colaboradores e para o meio ambiente.
A Cotesia e o Metharizium liberados nos canaviais não prejudicam a biodiversidade do solo e ficam restritos à área aplicada. Esta alternativa também não deixa resíduos tóxicos, o que torna o controle ainda mais sustentável. "O grande trunfo do controle biológico é a garantia da eficácia no combate das pragas alvo, alinhada com o equilíbrio ambiental", afirma o gerente coorporativo Agrícola, Cássio Paggiaro.
Outro grande benefício é a viabilidade econômica da ação, com diminuição considerável de custo. "Comparando a utilização de defensivos agrícolas, o controle biológico representa um ganho de 35% para a companhia", complementa o gerente corporativo Agrícola, Cássio Paggiaro. Certificados pela ISO 9001, os laboratórios trabalham alinhados com os mais avançados institutos de tecnologia do país, como Embrapa, Esalq e Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), tendo como foco a responsabilidade ambiental em todos os processos da companhia.

Fonte:Máquina da Notícia

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Os impactos dos agrotóxicos sobre a saúde e o ambiente

O impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana vem sendo tratado como uma das principais prioridades de toda a comunidade científica ao redor do planeta, particularmente nos países em desenvolvimento onde estes agentes químicos são amplamente utilizados na produção agrícola. Os países em desenvolvimento representam 30% de todo o mercado global consumidor de agrotóxicos, sendo o Brasil o maior mercado consumidor individual dentre estes países, equivalente à metade de todo o consumo da região latino-americana.
O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil – assim como em outros países da América Latina – resulta em níveis severos de poluição ambiental e intoxicação humana, uma vez que grande parte dos agricultores desconhecem os riscos a que se expõem e, conseqüentemente, negligenciam algumas normas básicas de saúde e segurança no trabalho. Alguns estudos que avaliaram a exposição ocupacional e ambiental a agrotóxicos no Brasil registraram índices de intoxicação que variam de 3% a 23% das populações estudadas.

Se aplicarmos o menor percentual encontrado (3%) ao número de trabalhadores rurais registrados no país – aproximadamente 18 milhões, dados de 1996 – o número aproximado de indivíduos contaminados por agrotóxicos no desenvolvimento de atividades de trabalho no país seria de 540.000 trabalhadores ano, com 4.000 mortes.
Diversos fatores inter-relacionados atuam como determinantes da amplificação e da redução do impacto que cada uma das vias acima detalhadas pode acarretar sobre a saúde das populações humanas, tais como:

a) o baixo nível de escolaridade;
b) a falta de uma política de acompanhamento/aconselhamento técnico mais eficiente;
c) as práticas exploratórias de propaganda e venda, por parte das indústrias produtoras e centros distribuidores de agrotóxicos;
d) o desconhecimento de técnicas alternativas e eficientes de cultivo;
e) a pouca atenção dada ao descarte de rejeitos e de embalagens;
f) a utilização/exposição continuada dos agrotóxicos;
g) o teor eminentemente técnico do material informativo disponível às populações rurais;
h) as dificuldades de comunicação entre técnicos e agricultores;
i) ausência de iniciativas governamentais eficientes para prover assistência técnica continuada aos trabalhadores rurais;
j) a falta de estratégias governamentais eficientes para o controle da venda agrotóxicos.

Fonte:Ciênc. saúde coletiva v.12 n.1 Rio de Janeiro jan./mar. 2007

terça-feira, 25 de agosto de 2009

História da Agricultura Orgânica:Por que Sir. Albert Howard é considerado o "pai" da Agricultura Orgânica?

A obra do pesquisador inglês Sir. Albert Howard foi o principal ponto de partida para uma das mais difundidas vertentes alternativas, a agricultura orgânica. Entre os anos de 1925 e 1930, Horward dirigiu, em Indore, Índia, um instituto de pesquisas de plantas, onde realizou vários estudos sobre compostagem e adubação orgânica. Mais tarde, publicou obras relevantes como Manufacture of húmus by Indore process (Manufatura do húmus pelo processo Indore), em 1935, e em 1940, An agriculture testament (Um testamento agrícola) uma das mais relevantes referências bibliográficas para pesquisadores e praticantes do modelo orgânico. Robert Rodale considera Howard o "pai da agricultura orgânica". Em 1905, Horward começou a trabalhar na estação experimental de Pusa, na Índia, e observou que os camponeses hindus não utilizavam fertilizantes químicos, mas empregavam diferentes métodos para reciclar os materiais orgânicos. Howard percebera, também, que os animais utilizados para tração não apresentavam doenças, ao contrário dos animais da estação experimental, onde eram empregados vários métodos de controle sanitário. Intrigado, Howard decidiu montar um experimento de trinta hectares, sob orientação dos camponeses nativos e, em 1919, declarou que já sabia como cultivar as lavouras sem utilizar insumos químicos.
Em suas obras, além de ressaltar a importância da utilização da matéria orgânica nos processos produtivos, Howard mostra que o solo não deve ser entendido apenas como um conjunto de substâncias, tendência proveniente da química analítica, pois nele ocorre uma série de processos vivos e dinâmicos essenciais à saúde das plantas. Seguindo essa mesma linha, Lady E. Balfour fundou a Soil Association, que ajudou a difundir as idéias de Howard na Inglaterra e em outros países de língua inglesa. Em 1943, Lady Balfour publicava The Living Soil (O solo vivo), reforçando a importância dos processos biológicos no solo.
A recepção do trabalho de Howard junto a seus colegas ingleses foi péssima, tendo sido ele inclusive hostilizado em uma palestra proferida na Universidade de Cambridge, em 1935, quando regressava do Oriente. Afinal, suas propostas eram totalmente contrárias à visão "quimista" que predominava no meio agronômico. A obra de Howard só foi aceita por um grupo muito reduzido de dissidentes do padrão predominante, dentre os quais destaca-se o norte-americano Jerome Irving Rodale, que passou a popularizar suas idéias nos Estados Unidos.
Em 1940, J. I. Rodale adquiriu uma fazenda no estado da Pensilvânia, EUA e, motivado pela convicção de que os alimentos produzidos organicamente são preferíveis para a saúde humana, passou a praticar os ensinamentos de Howard. Em 1948, publicava pela sua própria editora o livro The organic front (O fronte orgânico). Entusiasmado, Rodale decidiu lançar a revista Organic gardening and farm - OG&F (Hortas e fazendas orgânicas) que, ao contrário dos resultados que obtinha no campo, foi um fracasso nas vendas.
Em 1960, passou para o filho, Robert, a administração da Rodale Press, que, apesar dos prejuízos, continuou publicando a OG&F. Entretanto, na década de 60 surgiu a "terceira onda preservacionista-conservacionista" deste século, movimento que lançou o atual ambientalismo, a partir da grande publicidade obtida por manifestações em defesa de reservas florestais norte-americanas (Dinosaur NationalPark, o Grand Canyon, Redwords e Cascades). "Tais batalhas mobilizaram uma nova geração de ativistas e novas questões entraram nas plataformas das tradicionais entidades conservacionistas: principalmente o perigo dos pesticidas para a flora e a fauna". Essa "onda" também atingiu grandes contingentes de consumidores, que passaram a preocupar-se com a qualidade nutritiva dos alimentos, para a qual J. I. Rodale atentava há duas décadas. Com isso, as vendas da Organic Gardening and Farm começaram a subir e, em 1971, foram vendidos 700.000 exemplares.
Parte dos ganhos com essa publicação passaram a ser investidos em pesquisas e experimentos na fazenda orgânica dos Rodale que, em pouco tempo, tornou-se um dos principais centros de referência e de divulgação dessa vertente alternativa. No final da década de 70, três estados norte-americanos - Oregan, Maine e Califórnia - definiram claramente os critérios para a agricultura orgânica, com o intuito de regulamentar a rotulagem dos alimentos que tivessem essa procedência. De acordo com a Lei de Alimentos Orgânicos da Califórnia (The Califórnia Organic Foods Act), de 1979, esses alimentos devem atender os seguintes requisitos:
"serem produzidos, colhidos, distribuídos, armazenadas, processados e embalados sem aplicação de fertilizantes, pesticidas ou reguladores de crescimento sinteticamente compostos; No caso de culturas perenes, nenhum fertilizante, pesticida ou regulador de crescimento sinteticamente composto deverá ser aplicado na área onde o produto for cultivado num período de doze meses antes do aparecimento dos botões florais e durante todo o seu período de crescimento e colheita; - no caso de culturas anuais e bianuais, nenhum fertilizante, pesticida ou regulador de crescimento sinteticamente composto deverá ser aplicado na área onde o produto for cultivado num período de doze meses antes da semeadura ou transplante e durante todo o período de seu crescimento e colheita".
Nos anos 80, a noção de agricultura orgânica já apresentava um campo conceitual e operacional mais preciso e, em 1984, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reconheceu sua importância formulando a seguinte definição:
"A agricultura orgânica é um sistema de produção que evita ou exclui amplamente o uso de fertilizantes, pesticidas,reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal compostos sinteticamente. Tanto quanto possível, os sistemas de agricultura orgânica baseiam-se na rotação de culturas, estercos animais, leguminosos, adubação verde, lixo orgânico vindo de fora da fazenda , cultivo mecânico, minerais naturais e aspectos de controle biológico de pragas para manter a estrutura e produtividade do solo, fornecer nutrientes para as plantas e controlar insetos, ervas daninhas e outras pregas".


Fonte: EHLERS Eduardo, Agricultura Sustentável, Ed. Agropecuária, 1999, p. 52 a 56

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hidroponia não é Orgânico


A maioria das plantas tem o solo como o meio natural para desenvolvimento das raízes, encontrando nele o seu suporte, fonte de água, ar e minerais necessários para sua alimentação e crescimento. As técnicas de cultivo sem solo substituem este meio natural por outro substrato, natural ou artificial, sólido ou líquido, que possa proporcionar à planta aquilo que, de forma natural, ela encontra no solo.
A Hidroponia consiste numa técnica de cultivar plantas em meio líquido rico em sais minerais. comprovadamente, a hidroponia, pelo menos aquela praticada em nível comercial, não funciona como um processo totalmente inorgânico.
Mas afinal, o que é a Hidroponia orgânica”? Os sistemas hidropônicos ditos orgânicos, mecanicamente, não apresentam nenhuma diferença dos convencionais inorgânicos, pois baseiam-se nos seis sistemas básicos conhecidos. A diferença está na solução de nutrientes. Esta, em vez de preparada a partir de sais minerais industrializados, é preparada a partir de dejetos animais e resíduos vegetais e animais biodigeridos em dispositivos conhecidos como bioiltros e biodigestores. Os biofiltros, beneficiam, através de um processo biológico, águas poluídas com excrementos de peixes, transformando-as numa solução de nutrientes.
Dos biodigestores, obtém-se o biofertilizantes e a partir deste, se prepara a solução de nutrientes. A Hidroponia, diferencia-se radicalmente da agricultura orgânica. Primeiro, porque é um sistema hidropônico, e como tal, não utiliza o solo, e segundo, porque produz plantas altamente sãs, e com elevado nível de assepsia. Uma das características mais importantes da hidroponia orgânica, é a possibilidade que ela nos possibilita de montar sistemas ecológicos fechados, onde tudo o que se utiliza é reciclado, não agredindo de modo algum o meio ambiente.
O grande argumento entre o orgânico e inorgânico se centra no uso de pesticidas sintéticos. As pragas em uma estufa hidropônica estão controladas por agentes biológicos em mais de 90 %. O controle de pragas através do manejo integrado de plagas (MIP) é o método amplamente aceitado. Este inclui o uso de agentes predadores os quais eliminam as pragas. Alguns pesticidas suaves como sabões (M-Pede), extratos de plantas (Azatin, Neemix), bactérias (Dipel, Vectobac), fungos (Mycoprop, BotaniGard) e outros são seguros para usar-se com agentes biológicos para controlar as infestações sem danificar os balances predador - presa. Isto coloca o produto hidropônico em um estado “livre de pesticida”, mas os produtores orgânicos argumentam que ainda não é orgânico devido ao uso de fertilizantes químicos.
Para ser realmente um cultivo hidropônico orgânico, se deveria usar nutrientes de fontes orgânicas tais como fertilizantes a base de peixe, extratos de plantas marinhas e outros fertilizantes “naturais” não refinados. Muitos destes fertilizantes orgânicos estão disponíveis para os cultivos de campo, como o solo que sempre provê um certo nível de nutrição para as plantas. Por outro lado, o cultivo hidropônico começa sem nada de nutrientes no substrato e geralmente com inadequadas quantidades na água. No entanto, a água freqüentemente contém carbonatos de cálcio e magnésio, ferro, boro, zinco e outros micronutrientes. Seus níveis geralmente não são ótimos e portanto a água requer nutrientes adicionais. Algumas vezes os níveis de micronutrientes podem estar muito altos e terão que ser removidos da água.
No entanto, os fertilizantes inorgânicos atuam da mesma maneira que os orgânicos no término de assimilação da planta. Todos têm que ser descompostos em formas iônicas e unir-se aos colóides do solo (em caso de cultivo em solo) e logo são liberados na água que rodeia as raízes das plantas (o qual é o mesmo como solução nutritiva em hidropônia). Logo toma lugar o intercâmbio iônico entre as raízes da planta e a solução nutritiva. Fisiologicamente as plantas não diferem no intercâmbio iônico entre a solução solo ou solução nutritiva.

domingo, 23 de agosto de 2009

População desconhece benefícios dos orgânicos

Os benefícios de uma alimentação saudável e equilibrada podem contribuir não apenas para melhorar a qualidade de vida da população, mas também ajudar a manter o equilíbrio entre o homem e a natureza.
No Brasil, boa parte da produção orgânica vão parar nas gôndolas dos supermercados internacionais, sobretudo os europeus. Além de maior poder de compra, esses consumidores são mais conscientes quanto à importância de levar para casa produtos ecologicamente corretos, analisa Hermínio Lima, coordenador do núcleo de Agricultura Orgânica da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagri), acrescentando que esse percentual de produção destinada ao mercado europeu pode ser estendido também ao Ceará, que produziu no ano de 2004 cerca de 500 toneladas, sendo a maior parte de hortaliças.
Para Hermínio Dias, um dos principais gargalos é explicar ao povo o que é um produto orgânico, que vai além do fato de não usar agrotóxicos, passando pela questão da responsabilidade social. Ele cita alguns requisitos que a agricultura orgânica deve preencher. O primeiro é ser economicamente viável, em outras palavras: dar lucro; usar manejo orgânico, ser ecologicamente correta ( usar adubos naturais, por exemplo); socialmente justa; e usar tecnologias culturalmente aceitas.

CONSUMO

Maria do Socorro Gonçalves, secretária executiva da Associação Alternativa Terra Azul, não esconde a sua preocupação: “Queremos estender os benefícios do consumo dos produtos orgânicos a toda a população e não deixar que fiquem restritos a um seleto grupo de melhor poder aquisitivo”. E para que isso se torne realidade, é preciso educar as pessoas a fim de que possam cobrar do Estado a responsabilidade de fiscalizar os alimentos.O primeiro passo pode ser a conscientização de gestores públicos, no caso, os prefeitos do Interior a incentivar o uso de produtos regionais na merenda escolar.
Com o propósito de tornar realidade essa idéia, a Terra Azul desenvolve desde dezembro do ano de 2004 oficinas sobre consumo consciente. O projeto conta com apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa e Direitos Difusos do Ministério da Justiça, explica, considerando inquestionável o ganho que a alimentação equilibrada e saudável representa na vida das pessoas.
No entanto, lembra que nem sempre o que é orgânico é ecológico. Ou seja, para o produto estar ecologicamente correto deve seguir alguns passos como o respeito ao meio ambiente, uso de adubo orgânico, defensivo natural, além de levar em consideração as relações sociais do homem. Como por exemplo, um produto pode ser mais barato se for fruto do trabalho escravo ou de exploração da mão-de-obra infantil. “É preciso ver também a questão da responsabilidade social”, argumenta.
Os problemas que emperram uma maior abertura desses produtos no mercado incluem diversos fatores, apontando como principal o que diz respeito à produção, ainda em pequena escala, além de não contar com uma política pública voltada para o setor, ficando restrito ao campo dos incentivos voltados para a agricultura familiar. Socorro Gonçalves não esconde o temor de que haja uma abertura desse mercado e que as grandes indústrias comecem a produzir, podendo comprometer a qualidade do produto.

sábado, 22 de agosto de 2009

Alimentação Alternativa


A alimentação alternativa, criada para combater a desnutrição, inclui alimentos de alto valor nutritivo, de custo muito baixo, de paladar adaptado à região e preparo rápido. O carro chefe desta alimentação é o principio da multimistura - da variedade - que aproveita diversos alimentos que geralmente são desprezados. São os farelos (de arroz e de trigo), as folhas verde-escuras (de batata-doce, mandioca, taioba, beldroega, etc.), a casca de ovo e as sementes (de abóbora, melancia, gergelim, jaca, caju, melão, etc.).Esse método pode ser introduzido em qualquer lar e para qualquer idade, porque não gasta muito e não muda o hábito da família, apenas enriquece os pratos que a família está acostumada a usar em casa.
O combate à arteriosclerose, apendicite, diabete, prisão-de-ventre, hemorróidas, varizes e câncer de intestino são benefícios adicionais da alimentação enriquecida.Nessa cozinha, nada se perde, tudo é aproveitado. Casca, talos, folhas e sementes. Normalmente, o caminho destas sobras é o lixo. Pouca gente sabe que, assim, são desperdiçadas toneladas de vitaminas da melhor qualidade. Folhas de cenoura e de couve-flor, talos da couve, do espinafre, do brócolis e até a casca da banana refogada são armas muito importantes contra a desnutrição.
Ao Trocarmos, na medida do possível, a farinha de mandioca pelo fubá, 1 kg de fubá substitui, no mínimo, 4 kg de farinha de mandioca, tal o seu valor nutritivo. Além disso, o milho tem o ciclo muito mais rápido do que a mandioca para ser colhido. É muito mais fácil colher o milho do que a mandioca e ele não estraga tanto o solo.Com o uso do farelo, nos casos de criança desnutrida, volta a cor dos cabelos, que param de cair. Desaparecem as lesões na pele e o edema. Desaparecem as lesões do couro cabeludo, das pernas e do tronco. Muitas vezes, a criança pode até recuperar a altura. Diminui a anemia, a coriza persistente, o impetigo, acaba a diarréia. É nítida a diferença no berçário: as crianças começam a ganhar peso e diminuem as infecções.Com o uso do farelo, a mãe desnutrida consegue gerar e amamentar um filho com peso normal.
Podemos ir além, podemos usar alimentos alternativos provenientes da agricultura orgânica,colaborando com o meio ambiente e auxiliando no tratamento das doenças advindas da má alimentação

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Agrotóxicos: a agressão a saúde humana e ao meio ambiente


A agricultura brasileira tem feito uso de insumos químicos, principalmente de agrotóxicos, e isso acarretou uma serie de problemas ecológicos.Até os anos 50 as atividades da agricultura estavam direcionadas para geração de produtos (café e algodão, principalmente) para o autoconsumo da população residente no meio rural e alguns poucos núcleos urbanos, mas com o aumento da população urbana houve a necessidade de aumentar a produção agrícola para abastecer os centros urbanos, utilizando agrotóxicos para combater as pragas mesmo sem saber quais as conseqüências que poderiam ser geradas por estes produtos.
A contaminação de alimentos, poluição de rios, erosão de solos e desertificação, intoxicação e morte de agricultores e extinção de espécies animais, são algumas da mais graves conseqüências da agricultura química industrial e do uso indiscriminado de agrotóxicos largamente estimulados nos últimos 25 anos.Devido à contaminação ambiental e aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, podemos também estimar que as populações residentes próximas a áreas de cultivo e os moradores urbanos também estão significativamente expostos aos efeitos nocivos destes agentes químicos.
Os agrotóxicos atuam de duas maneiras no comprometimento da saúde da população: através das intoxicações dos agricultores durante a aplicação desses produtos ou através do consumo de alimentos contaminados com resíduos de veneno. Além disso, os organoclorados (aldrin, clorobenzilato e heptacloro) são cancerígenos em animais de laboratório, ou seja, podem causar câncer.
A magnitude do impacto resultante do uso de agrotóxico sobre o homem do campo, no Brasil pode ser depreendida a partir dos dados do ministério da saúde. De acordo com estes dados, em 2003 houve aproximadamente 8000 casos de intoxicações por agrotóxicos, dos quais 30% foram observadas em áreas rurais. Estes dados, entretanto, não refletem a real dimensão do problema, ama vez que os mesmos advêm de centros de controle de intoxicações, situados em centros urbanos, inexistentes em varias regiões produtoras importantes ou de difícil acesso para muitas populações rurais
A fauna e a flora também são afetadas com o uso de insumos químicos,as terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas captadas com a finalidade de abastecimento. Podem também provocar o aumento das pragas ao invés de combatê-las, pois na medida em que se usam insumos químicos as pragas tornam-se mais resistentes, necessitando de agrotóxico cada vez mais forte, desse modo, agredindo ainda mais o ambiente dizimando até os próprios predadores naturais das pragas.A utilização de agentes químicos na agricultura sem dúvida acarreta uma serie de impactos ambientais e põe em risco a vida humana.

Fonte:Katiane Maria Sales de Assis / Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Arroz orgânico brasileiro chega ao mercado externo


Um grupo de 300 pequenos produtores dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul formam um núcleo de desenvolvimento sustentado e orgânico. Há oito anos eles integram a Associação da Agricultura Biodinâmica do Sul (Abdsul), por meio da qual comercializam diversos produtos orgânicos como arroz, doces, geléias, polpas de frutas, mel e lã de carneiro.No ano passado, o grupo realizou a primeira exportação de arroz orgânico para a Alemanha, após participar da Biofach, a maior feira de negócios do setor, na cidade de Nuremberg, na Alemanha. Em fevereiro deste ano eles participaram novamente da Biofach e desta vez fecharam negócios com importadores da Inglaterra e iniciaram contatos com compradores do Líbano e de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“Até agora o produto que mais chamou atenção dos compradores internacionais foi o arroz. Eles compram da gente a granel e lá transformam o cereal em flocos e colocam no mercado como cereal matinal”, explica Marcelo Barbosa, vice-presidente da Abdsul.De acordo com Barbosa, essa foi a segunda participação da entidade na feira e o primeiro contato com importadores do Oriente Médio. “Esperamos que os contatos, mais de trinta realizados na Biofach, rendam negócios futuros para todos os nossos produtos”, destaca. “Ao longo de 2009 vamos receber a visita de importadores da Inglaterra, Bélgica e Itália. Todos que conheceram nossos produtos na Alemanha”, afirma.
No mercado interno, a associação já comercializa os produtos dos associados em diversos estados e mantém representantes em capitais importantes como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Florianópolis e Belo Horizonte (MG).A Abdsul faz parte do Organics Brasil, que é resultado de uma ação conjunta do Instituto de Promoção do Desenvolvimento, da Federação das Indústrias do Paraná e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O projeto surgiu para promover os produtos orgânicos brasileiros no mercado internacional, reunindo empresas e produtores em torno de uma marca única, atendendo aos mais exigentes padrões de adequação sócio-ambiental. A participação em feiras internacionais como a Biofach é parte da estratégia do programa.
Fonte: ExporNews

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marketing para Orgânicos


A Mel de Carvalho, empresa de consultoria em marketing e propaganda lançou o conceito “Sim! É Possível Cuidar do Meio Ambiente e Ser Lucrativo”, elaborando as estratégias de comunicação de seus clientes, valorizando o meio ambiente e buscando soluções que respeitam e valorizam o cliente e seus consumidores, informa Dani de Carvalho, publicitária, consultora de marketing e propaganda com 20 anos de experiência e diretora da Mel de Carvalho Serviços. “Esse é um dos princípios que seguimos ao elaborar os planos de ação: conseguir que as verbas destinadas pelos clientes têm que trazer resultados, mas sempre respeitando os valores das empresas, seus consumidores e não agredindo pelo excesso ou abuso”, ressalta.
“Este mercado vem crescendo na proporção de 30% ao ano, nos últimos 5 anos. E com essa expansão, estas empresas precisam divulgar sua marca e seus produtos com a mesma responsabilidade e princípios com que são produzidos: preservando o meio ambiente e respeitando todo ser humano envolvido no processo, considerando desde o produtor da matéria prima até o consumidor final. Por esta razão, há uma barreira neste segmento em fazer marketing pois não se aplica os modelos realizados na atualidade, envolvendo altas somas montenárias, excesso de materiais primas em embalagens, muita poluição visual e desperdícios.”,
afirma Dani sobre as formas de divulgar os produtos orgânicos. “Não é fácil encontrar empresas do segmento orgânico que acreditem em marketing e propaganda, mas há muito o que desenvolver, é um desafio e vale a pena o trabalho.” acrescenta. A Mel de Carvalho oferece seus serviços a empresas que trabalham preocupadas com o Bem Estar dos indivíduos e a qualidade de vida do planeta. “Nosso foco é o mercado orgânico e natural. Desejamos ampliar os negócios nesse segmento”, explica. “Os consumidores querem consumir e contribuir com estas empresas, mas eles precisam conhecer mais sobre todo o processo envolvido, os benefícios que cada produto traz. Isto tem que ser apresentado aos consumidores e os empresários do segmento devem ser assessorados para orientá-los.”
A comunidade orgânica não está em expansão apenas porque é bom ou melhor ou virou moda. Há por trás uma história de famílias envolvidas e estão fazendo com que o empreendimento lhes dê o sustento e a possibilidade de olhar para um futuro mais digno para suas futuras gerações.” E é em razão deste conceito “de futuro mais digno” que o consumidor se propõe a pagar até mais caro pelo produto orgânico.

Fonte:www.e-campo.com.br

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A importância da minhoca na agricultura orgânica


A minhoca é um animal invertebrado, aeróbio, pertencente à classe dos anelídeos, visto possuir um corpo segmentado em partes iguais; tem respiração cutânea (respira pela pele) e, apesar de hermafrodita (possui os dois sexos), a minhoca não se auto-fecunda, necessitando de outra minhoca para se reproduzir.
As minhocas, após atingida a maturidade sexual, reproduzem-se durante grande parte do ano, acasalando-se normalmente à noite durante 2 a 3 horas, na superfície do solo. Os óvulos fecundados são libertados no solo no interior de um casulo, dando origem cada um deles a uma minhoca. Oito minhocas adultas podem originar 1500 minhocas em 6 meses desde que as condições de humidade, oxigénio, luminosidade e nutrientes sejam favoráveis.
A boca da minhoca está situada na extremidade que fica mais perto do clitelo (a parte mais espessa do corpo) e como não tem dentes (não morde), só se pode alimentar de material de pequeno tamanho, amolecido pela humidade e pelos microorganismos. As minhocas são capazes de regenerar a cauda mas não a cabeça, ou seja, se uma minhoca tiver sido dividida em duas partes, apenas a parte que contém a cabeça regenera uma nova cauda.
As minhocas são saprófagas, isto é, alimentam-se de matéria orgânica morta, especialmente vegetais, que normalmente transportam para dentro das suas galerias. As minhocas não possuem olhos, mas os seus fotoreceptores são sensíveis à luminosidade, particularmente à luz do sol. A epiderme que abriga as células fotoreceptoras possibilita à minhoca distinguir a luz diurna da nocturna, perceber pequenas vibrações, seleccionar alimentos e parceiros.Estes saprófagos podem viver 5 anos ou mais, em condições favoráveis, e quando adultos pesam 1 g, podendo chegar ao tamanho máximo (12 a 20 cm) aos 7 meses. Quando uma minhoca morre, o corpo é rapidamente degradado.
De entre os grandes decompositores estes são os organismos que fazem a maior parte do trabalho de decomposição. Escavam e alimentam-se constantemente dos seres microscópicos que degradam plantas mortas e insetos em decomposição. Os seus movimentos arejam o composto e permitem a passagem de água, nutrientes e oxigênio. À medida que a matéria orgânica atravessa o sistema digestivo das minhocas ela é partida e neutralizada por secreções de carbonato de cálcio de glândulas calcíferas, situadas perto do canal alimentar dos vermes. O material é pois finamente moído antes da digestão. Os sucos intestinais ricos em hormonas, enzimas e outras substâncias fermentativas continuam os processos de degradação.
A matéria deixa o corpo dos vermes na forma de excrementos. Estes constituem uma matéria húmica rica e de grande qualidade. Os excrementos frescos são marcadamente mais ricos em bactérias, material orgânico, azoto disponível, cálcio, magnésio, fósforo e potássio que o próprio solo.

Algumas das vantagens da utilização do húmus de minhoca como adubo natural incluem:

-Não agressivo para o ambiente e fonte de nutrientes para as plantas, especialmente de azoto, fósforo, potássio, cálcio e magnésio.
-Controle da toxicidade do solo, corrigindo excessos de alumínio, ferro e manganês.
-Contribuição para um pH mais favorável ao desenvolvimento das plantas.
-Redução da lixiviação e volatilização dos nutrientes das plantas.
-Entrada de água e ar facilitada.
-Drenagem controlada, evitando encharcamentos.
-Alteração da estrutura do solo, suavizando efeitos de erosão, compactação, impermeabilização e desertificação.
-Promoção da agregação de solos arenosos.
-População microbiana fixadora de azoto abundante.
-Aumento da resistência das plantas a pragas e doenças.
-Absorção favorecida dos nutrientes pelas raízes das plantas.
-Aplicação possível em contacto directo com raízes, não queimando plantas novas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Suíno Verde em Santa Catarina

Na região de Tubarão, no Vale do Rio Braço do Norte, localizado no Estado de Santa Catarina, o que era problema vai virar solução – os dejetos de suínos podem virar insumos de qualidade, gerando óleo combustível, carvão e energia elétrica. "A suinocultura é uma das atividades mais importantes do Vale do Rio Braço do Norte que envolve 9 municípios da região de Tubarão", informa o gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) de Tubarão, Luiz Marcos Bora. São cerca de 700 produtores, e perto de 69 mil matrizes, um plantel permanente de aproximadamente 700 mil suínos, com geração de renda bruta da ordem de R$ 171 milhões.
Segundo Bora, cerca de 35 frigoríficos e abatedouros industrializam 70% do que é produzido na região, e o restante é exportado para outras regiões do estado. "Em função da atividade suinícola, a região possui também uma grande concentração de dejetos de suínos, que até agora era vista como um dos grandes problemas ambientais da região", revela Bora. "Os dejetos eram o problema e agora passam a ser solução", destaca. A tecnologia para transformar dejetos de suínos, rejeito dos frigoríficos, lixo orgânico e biomassa florestal, em produtos de valor agregado, está dominada e é brasileira. A boa notícia é que a Usina de Biomassa vai se instalar em Grão Pará ainda neste ano e, num primeiro momento vai utilizar os dejetos de suínos para gerar carvão e óleo, e depois será agregada uma planta para gerar energia elétrica.
Neste ano será feito o licenciamento ambiental que deve levar aproximadamente seis meses e, no máximo, daqui a dois anos, serão iniciadas as atividades na Usina. "É a redenção da atividade", comemora Bora. De poluidora, a fornecedora de insumos para a geração de energia limpa. Assim a suinocultura do Vale do Rio Braço do Norte vai continuar produzindo carne e produtos derivados dos suínos, sem agredir o meio ambiente. O Suíno Verde agrega valor à produção, valoriza o suinocultor e transforma uma atividade considerada poluidora para geradora de produtos de alta qualidade. "A Epagri, trabalha em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Braço do Norte, Prefeitura de Grão Pará, empresários e suinocultores, na busca do desenvolvimento sustentável da agropecuária e pesca catarinenses", destaca o presidente da empresa, Luiz Hessmann.

domingo, 16 de agosto de 2009

Selo vai certificar produção de orgânicos


O consumo de produtos orgânicos é uma recomendação que vem sendo divulgada por médicos como forma de manter uma vida saudável. Há indicativos de que alimentos sem agrotóxicos podem ajudar a evitar a ocorrência de câncer no organismo. “Por mais que o custo seja um pouco elevado, é algo que pode sair barato no futuro”, comenta o oncologista Jeferson Vinholes.Para promover a produção de orgânicos, o governo federal vem fazendo campanhas na mídia. Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prepara um sistema de certificação deste tipo de alimento. Um selo único - para todo o País - deve ser fixado nas embalagens a partir do primeiro semestre do ano que vem.
O modelo foi definido em um decreto assinado pelo presidente Lula em 2007. “O Brasil conta agora com uma legislação específica para os orgânicos, que criou regras para que este mercado possa ter garantia de segurança. Queremos que o consumidor se sinta seguro ao comprar um produto, sabendo que ele segue os princípios que a agricultura orgânica apregoa”, afirma o coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias.Segundo ele, a nova lei também é uma maneira de evitar que “pessoas mal-intencionadas se aproveitem de uma onda positiva dos orgânicos para vender produtos que não têm nada disso”. “Isto acabaria iludindo o consumidor e colocando em risco a credibilidade da produção, prejudicando quem produz com seriedade. Por isso, o processo vai passar a ser auditado”, confirma.
Dias destaca ainda que a maioria da população brasileira ainda tem pouco conhecimento sobre o assunto. “Muitos se limitam a achar que são apenas alimentos sem agrotóxico. A gente quer mostrar que é muito mais do que isso. Tem toda a preocupação com a biodiversidade, com a água, o solo e as relações sociais dentro do ambiente de trabalho.”Mas para dar início ao processo de certificação, o Mapa quer cadastrar todos os produtores de orgânicos do Brasil até o final de 2009. “Só assim poderemos saber quantos são, onde atuam e de que forma produzem”, explica.
Conforme estimativas de três anos atrás, 15 mil agricultores trabalham no sistema agroecológico em cerca de 800 mil hectares. “Sem dúvida que este número está defasado. Somente no Paraná, o governo estadual divulga que existem 5,3 mil produtores de orgânicos.”O Mapa reconhece a existência de gargalos “que acabam deixando o preço desses alimentos mais caros do que os demais”. “Temos um número ainda reduzido de produtores e que estão espalhados, o que encarece o transporte. Queremos ampliar o mercado atacadista para reduzir estes custos, aliando com as políticas públicas de incentivo aos orgânicos que estão sendo implantadas em diversos ministérios”, afirma.
Com os agricultores cadastrados, o Mapa espera aumentar o número de pesquisas e também de mecanismos de crédito. “Precisamos de mais dados e técnicas para que os produtores não tenham tantas dificuldades no processo de conversão para a produção orgânica.” Entretanto, Dias lembra que a situação não se resolve no curto prazo. “A assistência técnica é outro grande problema, pois na formação os profissionais saem apenas com a visão da agricultura convencional. Então há muitos produtores que querem passar para a agricultura orgânica, mas não encontram técnicos para dar este acompanhamento”, analisa.

sábado, 15 de agosto de 2009

Sergipe leva chás biodinâmicos e colônias de ambiente à Abad


A pequena indústria de Sergipe está se diversificando. Foi o que demonstraram sete pequenas fábricas de Aracaju e do interior do Estado na 29ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor (Abad 2009), encerrada na noite de quinta-feira (13) no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Aromatizantes de ambiente, chás e temperos orgânicos biodinâmicos, produtos de limpeza, cosméticos e sucos, expostos no estande do Programa Comércio Brasil do Sebrae, eram a prova da diversificação da pequena indústria no maior evento da cadeia de abastecimento nacional e da América Latina. Os empresários das pequenas fábricas compareceram ao estande, que também exibia os produtos de outros estados e do Distrito Federal.

Chás e temperos orgânicos biodinâmicos

No espaço destinado às empresas de Sergipe, a maioria era de estreantes na feira da Abad. Esse foi o caso da empresa Daterra Agroindustrial, responsável pela marca Namastê Orgânicos, dirigida por Débora de Cássia Silva. Com sete funcionários e dez anos de atividade, essa pequena agroindústria localizada no povoado Saúde, município de Santana do São Francisco, fica na Fazenda Mãe Terra, comandada por Débora.
Os chás orgânicos são cultivados de acordo com a biodinâmica, um dos princípios da Medicina Antroposófica, fundada pelo médico e filósofo alemão Rudolf Steiner. A posição do sol e as fases da lua, entre outros aspectos, além da adubação totalmente isenta de defensivos agrícolas, são determinantes na agricultura orgânica e biodinâmica, que gera as plantas utilizadas no desenvolvimento dos tratamentos fitoterápicos antroposóficos. “Somos certificados pela Weleda”, informa Débora, orgulhosa. Essa é a principal marca dos medicamentos e produtos voltados para o ramo da medicina naturalista e homeopática fundada por Steiner. As matérias-primas dos chás Namastê são fornecidas por cerca de 120 agricultores familiares capacitados, integrantes de associações de agricultura familiar ou independentes do Paraná, Paraíba e Sergipe, informa a empresária.
Do Paraná, vem a camomila e a carqueja; da Paraíba, a erva-doce; e de Sergipe, a cidreira, hortelã e temperos, como pimenta, manjericão, manjerona, sálvia, pólen de coqueiros, entre outros. Os produtos são vendidos em sachês, embalados em caixinhas de papel. “Já exportamos nossos chás e temperos para os Estados Unidos, mas nosso objetivo é o nosso Brasil”, ressaltou Débora. “Tem mais a ver com a antroposofia produzir para as pessoas e local onde estamos”. A Namastê foi criada em 2007 como marca própria. Antes disso, a Daterra produzia e vendia sua produção para indústrias de chá de São Paulo e Sergipe, revela a empresária. “Nosso carro-chefe são os chás”, disse ela, satisfeita por estar na feira da Abad 2009. “Ótimos contatos foram feitos e certamente vão gerar frutos”, avaliou Débora.

Colônias de ambiente

Outro produto de Sergipe que se destacou no estande do Sebrae foram as colônias de ambiente, também chamados de aromatizantes ou aromatizadores, e os sabonetes líquidos da L’arôme Indústria e Comércio de Perfumaria, dirigida por Regina Elizabeth Mendes, e sediada em Aracaju. Conhecedora dos benefícios da aromaterapia, Regina se auto-define, brincando, como ‘bruxa’. “Os aromas estão ligados à personalidade, podem acalmar ou excitar as pessoas e os ambientes”, afirmou ela. Cada essência tem um significado, finalidade e aplicação, segundo a empresária. A L’arôme fica numa chácara onde a preservação ambiental é sagrada. “Não utilizamos produtos abrasivos, mas apenas os ecologicamente corretos”, enfatizou.
As ervas das quais são feitas as colônias de ambiente e sabonetes líquidos dessa pequena indústria sergipana são adquiridas de fornecedores paulistas, sem o reagente químico dietilfitalato. “Não uso essa substância de jeito nenhum nas nossas fórmulas. Ela é proibida na Europa, mas a maioria dos perfumes brasileiros ainda tem essa substância”, diz Regina. ‘Filha do Empretec’, Regina contou que começou a produção na linha de beleza e cosméticos, mas não deu certo. Partiu para os aromatizantes e está muito feliz. Na feira da Abad 2009, fez excelentes contatos e vendas. “Consegui distribuidor para Parabíba, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Roraimae Distrito Federal”, contou.

Aromas personalizados

Os produtos da L’arôme são vendidos principalmente no pequeno varejo, butiques, lojas de utilidades domésticas, clínicas e hospitais. Regina também desenvolve aromas personalizados para empresas, escritórios etc. “Analiso a empresa, o que o empresário quer e crio o aroma”, esclareceu. Ela é formada em Sociologia e fez curso de perfumista. Uma filha, bioquímica, é responsável pelas fórmulas e produção da marca. “Gosto de criar, de estar dentro do laboratório”, revelou a empresária. A marca também produz álcool gel para mãos e vendeu, recentemente, 60 mil frascos para uma loja de Salvador. “Acho que até o final deste ano, vamos dobrar a produção e venda dos nossos produtos”, avaliou.

Fonte:Agência Sebrae de Notícias

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Resposta do Organic Center ao Estudo da FSA


No dia 29 de julho, a Food Standards Agency (FSA) (Agência de Padrões Alimentares) divulgou um estudo que examinou artigos publicados nos últimos 50 anos sobre o conteúdo nutricional e diferenças na saúde na comparação entre alimentos orgânicos e convencionais. Gill Fine, diretora da FSA para assuntos relativos à escolha do consumidor e saúde alimentar, insistiu que a agência "apóia a escolha do consumidor e não é nem a favor nem contra a alimentação orgânica"."Este estudo não quer dizer que as pessoas não devam comer alimentos orgânicos. O que o estudo mostra é que existe pouca ou nenhuma diferença nutricional entre alimentos produzidos de forma orgânica ou convencional, e que não há evidência de benefícios adicionais à saúde oriundos do fato de se comer alimentos orgânicos," Fine disse.
Os comentários da FSA provocaram uma resposta previsivelmente feroz da Soil Association (Associação do Solo), um dos órgãos que certificam alimentos orgânicos no Reino Unido. Peter Melchett, o diretor de políticas da associação, disse que estava "decepcionado" com as conclusões do estudo. "Existem estudos limitados disponíveis sobre os benefícios à saúde dos alimentos orgânicos contra os não orgânicos. Sem pesquisa longitudinal e em grande escala, é difícil chegar a conclusões claras e abrangentes sobre esta questão, o que foi reconhecido pelos autores do exame da FSA."
No mesmo dia The Organic Center publicou uma resposta rebatendo diversas afirmações que constam do referido artigo da FSA.Os autores desta resposta do Organic Center afimam que "No seu relatório escrito, a equipe londrina diminuiu a importância de conclusões positivas a favor dos alimentos orgânicos"

Clique aqui para ler a tradução da resposta do Organic Center elaborado pelo Planeta Orgânico

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Plantio direto em cultivo orgânico

Em Juazeiro do Norte mais de 160 técnicos agrícolas de várias regiões do Estado participaram, na manhã de ontem do I Seminário Cearense de Produção de Milho Orgânico no Sistema Plantio Direito. No Cariri, há cerca de cinco anos, foi introduzido em vários municípios a técnica de plantio direito de milho, mas de forma diferenciada. Para expor a nova técnica, em auditório da Universidade Regional do Cariri (Urca), esteve presente um dos maiores pesquisadores da área no País, o professor João Carlos Cardoso, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
A coordenação regional da Ematerce pretende implantar a nova técnica a partir do próximo ano em Unidades Técnicas Demonstrativas (UTD). Os locais adequados para o plantio serão selecionados juntamente com os produtores, na região. As metodologias de extensão também acontecerão com visitas de campo pelos produtores.
Segundo o coordenador regional da Ematerce, Adonias Sobreira, o seminário é o primeiro no Estado a fazer uma abordagem do assunto, trazendo uma das técnicas mais modernas geradas pelos centros de pesquisas agropecuárias e demonstrar a viabilidade técnica, econômica e social, além dos benefícios voltados ao meio ambiente da prática do plantio do milho de forma orgânica.


Maquinário específico

O pesquisador João Carlos Cardoso afirma que a associação da agricultura orgânica com o plantio direto não é uma tarefa fácil. Exige um maquinário específico para ser introduzido, e requer, segundo ele, ações em nível dos governos municipais, estaduais e federal para ser implantado. Ele demonstrou as diversas utilizações do milho, e até a apresentação de um produto com base orgânica que vem sendo comercializado nos Estados Unidos, à base de milho azul, o ´blue corns´. Segundo o consultor, Ademir Vieira da Silva, esse cultivo vem sendo trazido para o Ceará e o Estado está implementando uma forma de cultura muito pouco trabalhada na região Nordeste. Na forma de plantio direto já implementada no Cariri estão sendo cultivados cerca de 5 mil ha nos municípios de Mauriti, Brejo santo, Missão Velha, Abaiara, Santana do Cariri e Nova Olinda.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Produtores da Fábrica do Agricultor vão vender para os Mercadões Populares


Os pequenos produtores do Programa Agroindústria Familiar Fábrica do Agricultor, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, começam a ganhar um novo impulso em suas vendas. A Secretaria Municipal de Abastecimento de Curitiba está comprando produtos das agroindústrias vinculadas à Fabrica do Agricultor, que passarão também a abastecer os Mercadões da Família. São mais de 170 mil clientes mensais. "Esta iniciativa dos órgãos públicos é muito importante. Temos mais uma alternativa de comercializamos as nossas produções. Temos mais uma alternativa para comercializamos as nossas produções", diz Welaine Poli Tedesco, da agroindústria familiar J.A. Poli, que atua no ramo desde 1994.
Neste primeiro lote de produtos, adquiridos por licitação pela prefeitura, a ela vendeu 12 mil unidades de batatinha, beterraba e cebola em conserva, além de molho de pimentão. Filha de agricultor, Welaine foi criada vendo a família produzir sucos de maracujá e uva na propriedade em Cerro Azul, no Vale do Ribeira. Do cultivo de maracujá e uva para os sucos e depois para geléias e conservas foi um pulo. Hoje o cultivo da agricultura familiar é feito também em Colombo, onde além dos três membros da família, outras oito pessoas ajudam no processamento das conservas, sucos, geleias, molhos entre outros alimentos.
"A Feira Sabores do Paraná tem auxiliado muito na divulgação e comercialização dos nossos produtos", afirma Welaine referindo-se também à feira realizada no Parque Barigui, no final de julho, onde apesar do tempo frio e chuva, "foram realizados muitos contatos e negócios para o futuro".
A Fábrica do Agricultor é um programa do Governo do Paraná, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e suas empresas vinculadas. Em parcerias com entidades públicas e privadas, o programa busca a inserção dos pequenos e médios agricultores no mercado, aumentando a renda e incentivando a agricultura familiar no Paraná. Para mais informações, acesse o site da Fábrica do Agricultor.

Fonte:Agência de Notícias do Paraná

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cosméticos Orgânicos

O aumento da demanda mundial por produtos naturais e que respeitam o meio ambiente tem motivado muitas empresas a investirem na fabricação de cosméticos orgânicos.No Brasil, alguns fabricantes já perceberam esta tendência e saíram na frente. Apesar de ainda tímido - as primeiras certificações foram liberadas há cerca de três anos -, especialistas acreditam que este movimento se reproduzirá rapidamente, repetindo o fenômeno ocorrido fora do país em mercados mais maduros na oferta de cosméticos orgânicos, como na Europa, por exemplo.
Seguindo mais uma vez sua vocação ecológica, Curitiba sai na frente com a criação do primeiro mercado de produtos orgânicos certificados do País, com inauguração prevista para a segunda quinzena de novembro. Rose Bezecry, proprietária da loja de cosméticos orgânicos “Cativa Natureza”, é uma das pioneiras nesta nova linha, por isso investe em produtos nacionais e importados, e acredita que um dos fortes atrativos dos orgânicos é, justamente, a produção ecologicamente correta.
“As pessoas que procuram cosméticos orgânicos buscam mais qualidade de vida e chama a atenção delas o compromisso público dos fabricantes de não fazerem testes em animais nem usarem espécies da flora em extinção”, afirma a empresária.Ela também faz um importante alerta: os termos "natural" e "orgânico" não significam a mesma coisa. O rótulo "natural" não é regulamentado, tem um sentido amplo, e empresas utilizam este apelo, muitas vezes de forma enganosa, para promoverem seus produtos.
De modo geral, "natural" sinaliza que os ingredientes não foram significativamente modificados em sua forma original na natureza, nada foi retirado (com exceção de água), ou qualquer substância foi adicionada. Já o termo "orgânico" é regulamentado, e somente pode ser utilizado por empresas que receberam aval de uma organização certificadora reconhecida e independente, ou seja, existe a garantia de que o produto realmente é orgânico. Além disso, ser "orgânico" implica em uma abrangência maior pois, além de ser natural, o produto e a sua produção não podem prejudicar a vida animal e o meio ambiente.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Selo vai certificar produção de orgânicos


O consumo de produtos orgânicos é uma recomendação que vem sendo divulgada por médicos como forma de manter uma vida saudável. Há indicativos de que alimentos sem agrotóxicos podem ajudar a evitar a ocorrência de câncer no organismo. “Por mais que o custo seja um pouco elevado, é algo que pode sair barato no futuro”, comenta o oncologista Jeferson Vinholes. Para promover a produção de orgânicos, o governo federal vem fazendo campanhas na mídia. Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prepara um sistema de certificação deste tipo de alimento. Um selo único - para todo o País - deve ser fixado nas embalagens a partir do primeiro semestre do ano que vem. O modelo foi definido em um decreto assinado pelo presidente Lula em 2007.
“O Brasil conta agora com uma legislação específica para os orgânicos, que criou regras para que este mercado possa ter garantia de segurança. Queremos que o consumidor se sinta seguro ao comprar um produto, sabendo que ele segue os princípios que a agricultura orgânica apregoa”, afirma o coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias. Segundo ele, a nova lei também é uma maneira de evitar que “pessoas mal-intencionadas se aproveitem de uma onda positiva dos orgânicos para vender produtos que não têm nada disso”. “Isto acabaria iludindo o consumidor e colocando em risco a credibilidade da produção, prejudicando quem produz com seriedade. Por isso, o processo vai passar a ser auditado”, confirma.
Dias destaca ainda que a maioria da população brasileira ainda tem pouco conhecimento sobre o assunto. “Muitos se limitam a achar que são apenas alimentos sem agrotóxico. A gente quer mostrar que é muito mais do que isso. Tem toda a preocupação com a biodiversidade, com a água, o solo e as relações sociais dentro do ambiente de trabalho.” Mas para dar início ao processo de certificação, o Mapa quer cadastrar todos os produtores de orgânicos do Brasil até o final de 2009. “Só assim poderemos saber quantos são, onde atuam e de que forma produzem”, explica. Conforme estimativas de três anos atrás, 15 mil agricultores trabalham no sistema agroecológico em cerca de 800 mil hectares. “Sem dúvida que este número está defasado. Somente no Paraná, o governo estadual divulga que existem 5,3 mil produtores de orgânicos.” O Mapa reconhece a existência de gargalos “que acabam deixando o preço desses alimentos mais caros do que os demais”.
“Temos um número ainda reduzido de produtores e que estão espalhados, o que encarece o transporte. Queremos ampliar o mercado atacadista para reduzir estes custos, aliando com as políticas públicas de incentivo aos orgânicos que estão sendo implantadas em diversos ministérios”, afirma. Com os agricultores cadastrados, o Mapa espera aumentar o número de pesquisas e também de mecanismos de crédito. “Precisamos de mais dados e técnicas para que os produtores não tenham tantas dificuldades no processo de conversão para a produção orgânica.” Entretanto, Dias lembra que a situação não se resolve no curto prazo. “A assistência técnica é outro grande problema, pois na formação os profissionais saem apenas com a visão da agricultura convencional. Então há muitos produtores que querem passar para a agricultura orgânica, mas não encontram técnicos para dar este acompanhamento”, analisa.

Fonte:Jornal do Comércio

domingo, 9 de agosto de 2009

A revolução verde da agroecologia


O potencial do mercado brasileiro para produtos agroecológicos e orgânicos é duas vezes maior que o atual, segundo avaliação do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Apesar de ainda se ver poucos produtos certificados nas gôndolas dos supermercados, pequenos agricultores se mobilizam para traçarem estratégias de ampliação da produção, baseados nos preceitos da Economia Solidária, onde o que mais importa é a cooperação, a autogesão e a solidariedade dos envolvidos.
A lógica do desenvolvimento sustentável permeia toda a discussão acerca da produção agroecológica, e é algo que parte das bases. Os governos, percebendo a tendência, adotam políticas públicas de incentivo e apoio, como é o caso das novas normas sobre as especificações dos fertilizantes orgânicos, medida tomada no final de julho pelo Governo Federal que deve introduzir muitos novos produtos no mercado. O Banco de Alimentos de Ponta Grossa desenvolve programas de segurança alimentar no município em parceria com pequenos agricultores que repassam parte da produção ao Governo Federal. De um total de seis projetos, três são de comunidades que aderiram à agroecologia.
Uma dessas comunidades é o assentamento Emiliano Zapata, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST). Nesta segunda-feira o assentamento receberá a visita de integrantes do "Instituto Equipe" de Irati, da Rede Ecovida, que farão uma vistoria na produção de verduras e legumes dos agricultores para concessão da certificação participativa (ver box). "Esta produção ajuda a ampliar o mercado de orgânicos. Quem adere à agroecologia recebe 30% a mais do governo pela produção, mas o maior benefício é na qualidade da alimentação, quando o consumidor se dá conta disso. Em Curitiba já estão faltando produtos", afirma o coordenador do Banco de Alimentos e conselheiro Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, Roberto Mryzka.
O empresário César Tozetto, proprietário de supermercado, afirma que a procura em Ponta Grossa ainda é baixa. "Como os preços são mais altos, a maior parte dos consumidores acaba não comprando. O mercado se restringe a poucos clientes preocupados com questões de saúde e meio ambiente", explica. O único fornecedor de orgânicos do supermercado Tozetto é uma indústria de São José dos Pinhais.

Creche opta por alimentação com produtos agroecológicos

O Centro de Educação Infantil Toca das Corujinhas, da vila Boa Vista, prioriza a alimentação natural. Com produtos fornecidos pelo Banco de alimentos, as crianças recebem três refeições por dia e, segundo a assistente social Iara Schmitz, melhoram o rendimento no aprendizado. "Pensamos na vida das crianças como um todo, e a alimentação faz parte de sua formação, pois pode determinar o futuro de cada uma delas", afirma.

Rede nacional certifica produtos com selo ecológico

A Rede Ecovida, organização não governamental que estimula a produção de alimentos agroecológicos em todo o Brasil, estabeleceu um sistema solidário de geração de credibilidade, onde a elaboração e a verificação das normas de produção ecológica são realizadas com a participação efetiva de agricultores e consumidores, buscando o aperfeiçoamento constante e o respeito às características de cada realidade.
O selo Ecovida é obtido após uma série de procedimentos desenvolvidos dentro de cada núcleo regional. Ali ocorre a filiação à Rede, a troca de experiências e verificação do Conselho de Ética. Além de garantir a qualidade do produto ecológico, a iniciativa permite o respeito e a valorização da cultura local através da aproximação de agricultores e consumidores e da construção de uma rede que congrega iniciativas de diferentes regiões.

Produtores da região precisam de apoio

Apesar de todos os programas de incentivo para a Agricultura Familiar, a falta de assistência técnica ainda é uma das maiores reclamações dos pequenos produtores. Uma das soluções seria, portanto, a união dos próprios agricultores para uma forma alternativa de produção. Foi o que aconteceu no distrito de Itaiacoca. Anônio Ostrusk optou pela produção agroecológica quando percebeu os malefícios dos agrotóxicos. 'Cheguei a perder um rim por causa dos produtos químicos", conta. No início da década de 90, ele tinha uma roça em Teixeira Soares, e já aproveitava o que a natureza tinha a oferecer para produzir alimentos.
Na época, entretanto, ele só pensava na redução de custos. "Era remar contra a maré. Hoje temos apoio da opinião pública, pois o consumidor começou a perceber os benefícios da alimentação natural", explica. A Associação Solidária da Agricultura Ecológica de Ponta Grossa e Região é uma entidade que tem como foco a produção sustentável, com a preservação do meio ambiente e desenvolvimento das famílias de agricultores. O presidente Edi Jorge de Oliveira dá o exemplo, produzindo feijão, milho e hortaliças; "São 14 famílias produzindo do jeito mais difícil, mas de forma correta. Já conseguimos convencer as pessoas que compensa produzir e consumir sem agrotóxicos", conta.
Em Palmeira, a situação está mais adiantada. Ao todo, 11 produtores da região possuem certicifação da Rede Ecovida. Três deles comercializam seus produtos na Feira do Produtor de Ponta Grossa. Ariginaldo Riffert é um deles. "Agroecologia é vida. A gente produz menos, mas compensa, pois estamos repassando um produto natural. Temos um custo maior de mão-de-obra, mas reduzido na aquisição de insumos. É pra quem gosta do que faz", diz o produtor.

O que é orgânico e o que é agroecológico?

A proposta da agroecologia se baseia em alternativas de produção que contemplam, basicamente, os pequenos produtores. Seus pilares se sustentam na contraposição à monocultura, à alta mecanização e à dependência de fertilizantes e pesticidas químicos. O consumo local e a distribuição de terras são suas bandeiras. Já agricultura orgânica, que se enquadra no conceito de agroecologia, se concentra no caráter biológico, com vistas à alimentação natural.
Para tanto, não se faz uso de produtos químicos e nem insumos geneticamente modificados. A ênfase está no solo saudável, buscando uma qualidade superior à dos alimentos convencionais. "É mais difícil conseguir a certificação internacional para alimentos orgânicos, pois as regras são mais exigentes. Só a descontaminação do solo pode demorar cinco anos", explica Roberto Mryzka.


Fonte:Jornal da Manhã