quinta-feira, 30 de abril de 2009

Exportações de orgânicos passam longe da crise


A exportação brasileira de orgânicos não sofrerá com a crise econômica mundial e deve crescer entre 5% e 10% em volume encaminhado aos Estados Unidos e Europa e não terá alteração nos envios ao Japão. A avaliação é do coordenador do projeto Organics Brasil, Ming Liu, diante da boa resposta aos produtos nacionais pelos países exportadores. Embora não haja números oficiais, a estimativa é que o Brasil gere entre R$ 200 milhões e 250 milhões em receita oriunda do comércio de orgânicos. No mundo, os valores saltam para US$ 43 bilhões. No primeiro quadrimestre do ano, a Organics Brasil participou de três feiras internacionais e faturou US$ 10 milhões em negócios fechados e US$ 23 milhões em negócios futuros. ''Superou os números do período passado'', afirma Liu que prevê uma alta de 20% nas exportações dos 71 associados do projeto, que em 2008 captaram US$ 58 milhões em divisas.
A Organics Brasil, entidade de fomento à exportação, participa ainda neste ano, pela primeira vez, das feiras comerciais na Itália e Reino Unido, e no ano que vem, na Índia, como política de expansão de mercados. A produção de orgânicos cresce entre 15% a 20% por ano no Paraná segundo a Griffe Orgânica - braço comercial da ONG Parque de Tecnologia Social (PTS) - e, a partir deste ano, a participação no mercado exterior de micro e pequenos produtores deve também aumentar. Um convênio de comercialização que envolve a entidade (marca sob a qual serão vendidos os artigos), o Instituto de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e os Correios promete desburocratizar o escoamento de produtos e desonerar taxas aduaneiras.
A viabilização do comércio será pelo programa Exporta Fácil, dos Correios. O sistema permite mandar lotes de até 30 quilos e US$ 50 mil para até 200 países com o preenchimento de um único formulário na própria agência dos Correios. O serviço é oferecido em 8 mil agências dos Correios habilitadas, espalhadas por todo País. A primeira remessa de chá, mel e caqui em passa saiu do Brasil dia 20 de abril rumo ao Canadá e União Européia. ''O projeto permite que produtores de agricultura familiar vendam lá fora, o que antes era inviável por falta de escala e incentivos econômicos'', explica o coordenador da Griffe Orgânica, Fábio Cunha. O empresário Rodrigo Andreoli exporta chás verde e de erva mate orgânicos há quatro anos e sempre utilizou os Correios para encaminhar produtos ao exterior, principalmente as degustações, no período de captação do cliente.
''O sistema é mais barato e desburocratizado em relação ao transporte aéreo particular ou marítimo, além de ser seguro e rápido'', comenta Andreoli. Para ele, o lançamento do projeto colabora ainda mais com a expansão para o mercado internacional, que no caso do chá, deve atingir a marca entre 20% e 25% neste ano. A empresa de Andreoli exporta para o Japão, Estados Unidos, Alemanha e França e, embora não revele o volume negociado, o empresário espera crescer conforme as previsões de mercado e fortalecer o comércio interno

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Preços dos orgânicos na Europa já são similares aos dos produtos convencionais


Os produtores brasileiros que participaram da Biofach 2009, em Nuremberg, na Alemanha, voltaram ao Brasil conscientes de que os preços dos produtos orgânicos na Europa se tornaram similares aos dos convencionais. “Orgânicos como a cenoura ou a banana apresentam preços ao consumidor bem parecidos com os dos produtos comuns. Os preços de certos orgânicos encontrados nos supermercados europeus são, em alguns casos, menores em relação aos praticados no Brasil, como no caso das geleias de frutas” – salientou Sylvia Wachsner, coordenadora do Projeto OrganicsNet, da Sociedade Nacional de Agricultura. “Por exemplo, geleias de morango são vendidas a 2,80 euros e sucos de maçã com cereja, em embalagens tetra pack de um litro, custam 1,59 euro. Pequenas barrinhas de chocolate, certificadas como orgânicas, foram encontradas em supermercados alemães a 35 centavos de euro.”
Sylvia explica que diferenciação de preços entre os produtos orgânicos e convencionais atualmente é bastante reduzida devido ao incremento na escala na produção dos orgânicos. “Como os preços de certos alimentos convencionais subiu, a margem entre os dois ficou reduzida”.Na opinião da coordenadora do Projeto OrganicsNet, para entrar no mercado europeu, os produtores brasileiros de orgânicos “deverão levar em conta a margem que existe entre o custo dos orgânicos e dos comuns, que no caso de alguns produtos é muito pequena; e terão de continuar a oferecer produtos de qualidade superior e inovadores. Os produtores terão de estudar formas para tornar seus preços mais competitivos". Segundo ela, “a concorrência vem também de outros países asiáticos ou centro-americanos com produtos similares aos dos brasileiros”.
Presente à maior feira de negócios do setor orgânico da Europa, Sylvia Wachsner constatou que a crise econômica está levando os consumidores a preferir cada vez mais produtos locais. “Os europeus estão preocupados com o impacto ambiental que teria a importação dos produtos procedentes de outros países, assim como o impacto ambiental que teria a fabricação desses produtos no país de origem” – declarou a diretora técnica da Sociedade Nacional de Agricultura, que levou para a Biofach representantes das fluminenses Sítio do Moinho e molhos Epicuro. A cachaça Porto Morretes esteve disponível no bar brasileiro, e os participantes do OrganicsNet, ViaPaxBio e Coopernatural, participaram com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Orgânicos na Europa

O crescimento em 2008 dos produtos orgânicos na Alemanha foi de 10%, mantendo o crescimento de dois dígitos dos últimos cinco anos. Os mercados onde os produtos orgânicos têm maior importância são os Estados Unidos, seguidos pela Alemanha. Neste último, assim como em outros países europeus, a área de cultivo de produtos orgânicos está crescendo. Do total da área agriculturável da Alemanha, os orgânicos ocupam 3%, enquanto na Dinamarca ocupam 6%, sendo que este país tem menor extensão geográfica. Na Alemanha, os produtos orgânicos podem ser encontrados nos principais supermercados, em supermercados só de orgânicos e nos chamados “discounters”, como o Aldi e o Lidl, onde crescem os produtos orgânicos com marca própria. Aproximadamente 30% do mercado orgânico alemão está nas mãos dos “discounters” e dos supermercados convencionais.
Conforme um estudo realizado pelo Berliner Bio-Baromater 2008, 70% dos consumidores são pessoas de nível superior, mais de 2/3 consideram importante a compra de produtos orgânicos locais, e em muitos casos dão mais valor às compras locais que ao preço. Os supermercados, no ano de 2008, foram os principais espaços de compra dos produtos orgânicos. 27% dos compradores berlinenses afirmam que adquirem seus produtos orgânicos em supermercados convencionais.


terça-feira, 28 de abril de 2009

Alemanha é a força motriz do setor orgânico europeu



Depois de vários anos de boom com crescimento na faixa de 15% ao ano, o mercado alemão de alimentos orgânicos cresceu ao alto nível de 10%, como de costume, no primeiro semestre de 2008, de acordo com o instituto de pesquisa de consumo GfK.Sua participação em todo o mercado de alimentos é de 3,2%, quase o dobro de 2004. Com relação aos números de crescimento anual, as estatísticas européias são encabeçadas pela Dinamarca, que foi o País do Ano na BioFach 2009, com 33%, seguida pela Suécia com 26%.
A líder em termos de tamanho de mercado em bilhões de Euros é a Alemanha, onde as vendas de alimentos orgânicos cresceram em 700 milhões de Euros, chegando a um total de 5,3 bilhões de Euros em 2007. Quase 79% do crescimento nas vendas foram atribuídos ao comércio varejista convencional de alimentos, de acordo com Ulrich Hamm da Universidade de Kassel e Markus Rippin da Agromilagro. As cadeias de comércio convencional aumentaram sua participação de mercado em 4%, atingindo 53%; os varejistas de alimentos orgânicos e os agricultores perderam 1% cada, chegando a uma fatia de mercado de 22% e 10%, respectivamente. Os processadores de alimentos ­ inclusive padarias e açougues orgânicos ­ responderam novamente por 5%, e a participação do setor de alimentos naturais caiu 1%, para 4%. O grupo de diversos, incluindo canais como drogarias, chegou a 6%. Em termos absolutos, as vendas no varejo convencional de alimentos subiram de 2,25 para 2,8 bilhões de Euros e, no varejo especializado em alimentos orgânicos, subiram de 1,08 bilhão de Euros para 1,18 bilhão de Euros. A Alemanha é sede da Feira de Negócios mais importante do setor orgânico , a BioFach, cuja versão latino-americana acontece no Brasil , em São Paulo. Em 2009, a BioFach América Latina/ExpoSustentat acontecerão de 28 a 20 de outubro de 2009, no Transamérica Expo Center.


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Segurança alimentar e horticultura agroecológica familiar


O termo segurança alimentar tem entre seus significados “alimento para todos, com qualidade e quantidade* *suficientes”. A qualidade dos alimentos diz respeito, principalmente, ao seu valor nutritivo. Na alimentação humana, as exigências nutricionais estão relacionadas às proteínas (carnes, leite, ovos, feijão, soja, entre outros), carboidratos (arroz, milho, trigo, mandioca, etc.), lipídeos (óleos vegetais e gorduras animais), vitaminas e sais minerais (principalmente frutas e hortaliças). Uma refeição completa e bem balanceada precisa ter todos os nutrientes essenciais. Incluir frutas e hortaliças nas refeições significa enriquecer a alimentação com vitaminas e sais minerais.
Alimento com qualidade, isto é, saudável, significa também alimento sem resíduos de agrotóxicos e sem aditivos químicos (muito usados nos alimentos industrializados). Por isso, de uma maneira geral, é preferível consumir alimentos frescos (“in natura”) e, sempre que possível, produzidos de forma agroecológica (orgânica).Em relação à quantidade de alimentos, é previsível que ocorrerá um aumento de consumo proporcional ao aumento da população: atualmente a população mundial já ultrapassa seis bilhões de habitantes, e até o ano de 2050 ultrapassará o total de 9 bilhões, ou seja, um aumento na ordem de 50% em 40 anos.
No Brasil, tem-se a perspectiva favorável para o aumento da oferta de alimentos. Existem áreas de terra a serem exploradas de forma mais eficiente e agricultores, trabalhadores rurais para atender as atividades agrícolas. De uma forma simplificada, pode-se dizer que dentre os principais fatores de produção agrícola, a terra e mão-de-obra são suficientes, mas em muitas situações falta o capital, ou seja, faltam recursos financeiros para insumos, equipamentos e instalações.
Existem atividades agrícolas que demandam recursos financeiros em quantidades relativamente baixas, como por exemplo, a produção orgânica de hortaliças em escala familiar. Neste caso, o principal fator limitante é a falta de conhecimento. Conhecimento de técnicas agrícolas que buscam o uso sustentável dos recursos naturais: solo, água, ar e biodiversidade (animais, vegetais e microorganismos). Produzir com eficiência econômica, sem poluir, sem degradar, aproveitando racionalmente os recursos locais existentes, com menor dependência de recursos externos.
Fica evidente, ao se conhecer a realidade atual da agricultura familiar do Mato Grosso do Sul (agricultor familiar tradicional, assentados, indígenas, quilombolas e pescadores), a carência de recursos financeiros (capital) e de assistência técnica (conhecimento). Ao se falar em agricultores de baixa renda, entende-se que são necessárias estratégias emergenciais para alcançar efetivamente o desenvolvimento rural e, ao mesmo tempo, o aumento da produção de alimentos em quantidade e qualidade.Para o desenvolvimento rural com sustentabilidade, é fundamental investir na educação da população, por meio de escolas bem estruturadas e professores motivados e preparados, inseridos no meio rural. Mas também, outra forma de levar o conhecimento para as famílias do campo, é por meio da assistência técnica e extensão rural.
Entre as estratégias existentes, em nível nacional, de promoção do desenvolvimento rural com sustentabilidade, vale a pena destacar o sistema Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) - apoiado pelas instituições: Fundação Banco do Brasil, Sebrae, Ministério da Integração Nacional, Petrobrás, Agraer, Embrapa, Prefeituras Municipais, integrados a uma grande rede de organizações não governamentais, entre elas Associações de Produtores Rurais.Este sistema é uma tecnologia voltada para o agricultor familiar e consiste em horta com formato circular, com um galinheiro ao centro. Em um terreno anexo tem-se o quintal agroecológico. No conjunto, consiste numa produção agroecológica (orgânica) diversificada de alimentos: hortaliças, frutas, plantas medicinais, milho, feijão, mandioca, frangos e ovos entre outros.
No PAIS adotam-se as práticas agroecológicas, entre as principais: compostagem, vermicompostagem (húmus de minhoca), uso de biofertilizantes e defensivos alternativos (caldas, extratos de plantas, produtos biológicos e outros), cultivos consorciados (plantas companheiras), adubação verde, barreiras vegetais, rotação de culturas, plantio direto e variedades resistentes.
É importante ressaltar que com a produção diversificada de alimentos, incluindo frutas e hortaliças, o agricultor e sua família terão uma alimentação melhor balanceada e desta forma mais saúde, com maior resistência a doenças e mais disposição para o trabalho, entre outros benefícios. Além de atender o auto-abastecimento, o sistema pode gerar excedentes que poderão ser comercializados.Como diz o velho ditado, ao invés de darmos o peixe a quem necessita, devemos ensiná-lo a pescar. A Embrapa Agropecuária Oeste, em parceria com a Agraer, tem realizado pesquisas em horticultura orgânica e treinamentos para estudantes, técnicos e agricultores, com o objetivo de gerar e difundir tecnologias para esta atividade agrícola.


domingo, 26 de abril de 2009

Convênio facilita a exportação de produtos orgânicos pelos Correios


Na segunda-feira, dia 20, a primeira remessa de produtos orgânicos de pequenos agricultores foi enviado pelos Correios para o exterior. Um convênio entre o Parque de Tecnologia Social (PTS), o Cexpar (Instituto de Comércio Exterior do Paraná), a Infraero e os Correios, facilita a exportação.O convênio foi assinado durante a Feira Orgânica 2009, uma das atrações do 28.ª edição da Feira e Convenção Paranaense de Supermercados (Mercosuper).
De acordo com Paulo Cunha, coordenador da Griffe Orgânica, braço comercial do Parque de Tecnologia Social, países como Canadá, Estados Unidos, França e Alemanha, já começam a receber mel orgânico, chá e caqui em passas.Os produtos são enviados pelo Exporta Fácil, dos Correios, que permite que pequenas, médias empresas e pessoas físicas exportem para mais de 200 países de forma facilitada. A alternativa ainda tem como vantagem a redução de custos. Em todo o país oito mil agências estão habilitadas para realizar o serviço.A medida abre espaço para a produção brasileira no exterior, “até agora são pelo menos seis cooperativas que vão exportar dessa, forma, além de algumas dezenas de produtores”, diz Cunha. O coordenador adianta que novas cooperativas e produtores estão interessados na possibilidade e que está conversando com os cooperados para a criação de um consórcio de exportação.


sábado, 25 de abril de 2009

Agroecologia:Sementes Agroecológicas de Hortaliças BioNatur

As Sementes Agroecológicas de Hortaliças BioNatur são produzidas por Agricultores Assentados pela Reforma Agrária e por Agricultores Familiares. A garantia de qualidade é atestada pela constante capacitação destes agricultores em Agroecologia e pelo seu compromisso ético alicerçado no trabalho coletivo e no respeito pela vida.A produção das Sementes Agroecológicas de Hortaliças BioNatur começou a ser desenvolvida em 1997, por assentados da reforma agrária e agricultores familiares, mais especificamente nos municípios de Hulha Negra e Candiota, localizados na região sul do Rio Grande do Sul. Coordenada pela COOPERAL (Cooperativa Regional dos Agricultores Assentados Ltda) a qual buscou construir alternativas ao processo de integração industrial promovido pelas empresas de sementes localizadas nesta região e ao modelo tecnológico baseado em pacotes agroquímicos. A estratégia foi, além de criar autonomia na produção e comercialização de sementes, buscou o resgate das sementes como patrimônio da humanidade,valorizando a cultura dos agricultores e a sua sabedoria. Este projeto aos poucos foi ganhando a simpatia e a confiança dos agricultores.Hoje a BioNatur, se constitui em uma importante rede nacional de produção e comercialização de sementes agroecológicas, graças ao desafio do qual centenas de famílias de agricultores assentados se desafiaram a protagonizar.



sexta-feira, 24 de abril de 2009

Merenda orgânica

No Paraná tramita na Assembléia Legislativa do Paraná um projeto de lei que institui a merenda escolar orgânica nas escolas públicas do estado. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e seguiu no último dia 1º para a Comissão de Educação. De autoria dos deputados Luiz Eduardo Cheida (PMDB), Luciana Rafagnin e Elton Welter (PT), a prosposta pode beneficiar diretamente meio milhão de pessoas nas 2.110 escolas do estado e mais de 5.300 agricultores orgânicos.Pelo projeto, a utilização dos produtos sem agrotóxicos seria feita de forma gradativa, para que no futuro todos os produtos ofertados na alimentação dos estudantes sejam exclusivamente orgânicos.
Para entrar em vigor, o projeto precisa ser aprovado pelos deputados e sancionado pelo governador Roberto Requião.Um dos autores do projeto, o deputado Luiz Eduardo Cheida, diz que a iniciativa visa à preservação da saúde dos alunos, bem como, a necessidade de prevenir doenças decorrentes da presença de agrotóxicos nos alimentos. Cheida afirma que, pelo projeto, a Secretaria de Estado da Educação ficaria livre para definir as formas de aquisição e distribuição desses alimentos.
“O projeto também irá beneficiar os produtores rurais”, enfatiza, acrescentando que nos últimos dez anos o número de produtores no Paraná saltou de 400 para mais de 5 mil. O diretor da Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (Aopa), José Antonio Marfil, afirma que o projeto agrada os produtores, que teriam um excelente canal de escoamento. No entanto, para que seja efetivo, será necessário simplificar as formas de aquisição.
“Se esbarrarmos na burocracia das licitações, fica inviável para o produtor”, comenta. Sobre a produção, Marfil ressalva que ela só será suficiente para atender a demanda se houver investimentos em assistência técnica e logística, e a venda ocorrer de forma direta. A coordenadora do Programa Estadual de Alimentação Escolar, Márcia Stolarski, apóia a iniciativa e diz que hoje o Estado incentiva as escolas a adquirirem produtos orgânicos através do projeto Escola Cidadã. Segundo ela, a grande reclamação das escolas é o custo do produto, que acaba não estimulando a compra. Algumas experiências de merenda orgânica já foram implantadas no Paraná. Em Palmeira, a 70 quilômetros de Curitiba, a prefeitura implantou o projeto em 1996, que não teve continuidade, pois, segundo o diretor do Departamento de Educação do município, Rogério Schnell, faltou organização dos produtores.




quinta-feira, 23 de abril de 2009

Técnicas Agroecológicas


Adubação verde

A adubação verde é o cultivo de plantas que estruturam o solo e o enriquecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes. As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica, a melhor fonte de nutrientes para a planta.

Adubação orgânica

A adubação orgânica é feita através da utilização de vários tipos de resíduos, tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e cobertura morta. Todos esses materiais são ricos em organismos úteis, macro e micro nutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.

Adubação Mineral

A adubacão mineral é feita com adubos minerais naturais de sensibilidade lenta, tais como: pó de rochas, restos de mineração, etc. Estes adubos fornecem nutrientes como cálcio, fósforo, magnésio, potássio e outros, em doses moderadas, conforme as necessidades da planta.

Não usar agrotóxicos

Os agrotóxicos, além de contaminar as águas, envenenar os alimentos, matar os inimigos naturais dos parasitas e contaminar quem os manuseia, desequilibram as plantas, tornando-as mais suscetíveis.É comum que logo depois de uma aplicação de agrotóxicos as plantas sofram ataques ainda mais fortes, obrigando o agricultor a recorrer a venenos mais fortes ainda.

Não usar adubos químicos solúveis

Este tipo de adubação é a causa de dois problemas sérios: a morte de microorganismos úteis do solo e a absorção forçada pela plantas, pois estes sais, além de se solubilizarem na água do solo, apresentam-se em altas concentrações. Este processo resulta em desequilíbrio fisiológico da planta, deixando-a suscetível aos parasitas.

Usar defensivos naturais

Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Como exemplos podemos citar: biofertilizantes enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite, enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, etc.

Combinação e rotação de culturas

Esta consiste em cultivar conjuntamente plantas de diferentes famílias, com diferentes necessidades nutricionais e diferentes arquiteturas de raízes, que venham a se complementarem. Como, por exemplo, o plantio conjunto de gramíneas (milhos) e leguminosas (feijão). Também podem ser utilizadas plantas consideradas inços, pois elas são bem adaptadas, retiram nutrientes de camadas profundas, colocando-os em disponibilidade na superfície e produzem grande volume de biomassa.Antes de implantar a cultura, estas plantas são incorporadas através de aração rasa para que se decomponham e deixem os nutrientes disponíveis às culturas. No caso dos pomares, são deixadas na superfície e controladas com roçadas baixas. Como exemplo podemos citar o caruru, o picão branco, o nabo, a samambaia etc.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Procedimentos que são proibidos na produção orgânica de vegetais


Na Agricultura Orgânica existem alguns procedimentos que são proibidos na produção orgânica de vegetais, como:

1. Plantas

-É vedada a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM/transgênicos) em qualquer situação da produção vegetal.
-As sementes e as mudas devem ser oriundas de sistemas orgânicos. Não existindo no mercado sementes oriundas de sistemas orgânicos adequadas a determinada situação ecológica específica, o produtor poderá lançar mão de produtos existentes no mercado, desde que avaliados pelos órgãos competentes da certificadora.
-Os produtos oriundos de atividades extrativistas só serão certificados como orgânicos caso o processo de extração não comprometa o ecossistema e a sustentabilidade dos recursos envolvidos na exploração e esteja devidamente credenciado junto aos demais órgãos competentes como IBAMA, DPRN.

2. Água

-A água utilizada na produção deve apresentar-se dentro das características de Padrão Mínimo liberado pela CETESB, Adolfo Lutz ou outro Órgão Oficial (CONAMA 20), tanto para água de irrigação como para água de processamento e ou lavagem pós-colheita.
- Deverão ser solicitadas análises químicas, biológicas e de resíduos.

3. Manejo do Solo

Procedimentos proibidos:

-Queimadas sistemáticas.
-Falta de planejamento (incluindo sistemas, práticas e técnicas) para o manejo orgânico do solo.
-Ausência ou erradicação da flora e da fauna nas áreas de proteção aos mananciais (rios, córregos, nascentes), reservas legais e áreas de classe de capacidade VII e VIII.
-Utilização de material orgânico com potencial poluente ou contaminante.

4. Manejo de Plantas Invasoras

-O uso de herbicidas químicos, derivados de petróleo e hormônios sintéticos, são procedimentos proibidos na agricultura orgânica.

5. Nutrição Vegetal

-Utilização de adubos químicos de média a alta concentração e solubilidade incluindo KCl, KNO3 e Salitre do Chile;
-Emprego de agrotóxicos e fitoreguladores;
-Produtos ou resíduos industriais, agro-industriais e urbanos com propriedades corretivas, fertilizantes e ou condicionadores de solo, com agentes potencialmente poluentes ou contaminantes.

Fontes:

terça-feira, 21 de abril de 2009

Agrotóxicos na mesas dos brasileiros, alerta ANVISA


A ANVISA, através do seu Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), revelou recentemente que alimentos presentes na mesa do brasileiro apresentaram resíduos irregulares de defensivos agrícolas: morango (43,6% de contaminação),tomate (44,7%), alface (40%), banana (4,3%), batata (1,36%), cenoura (9,9%), laranja (6%), maçã (2,9%) e mamão (17,2%). No total, 1.198 amostras, recolhidas pelas vigilâncias sanitárias de Estados e municípios, foram analisadas.
O estudo também constatou o uso de agrotóxicos já proibidos.Segundo a Nota Técnica de Esclarecimento sobre o Risco de Consumo de Frutas e Hortaliças Cultivadas com Agrotóxicos, publicada pela ANVISA, o ato de lavar não retira completamente os agrotóxicos dos alimentos e “ a ANVISA não tem conhecimento de estudos científicos que comprovem a eficácia da água sanitária ou do cloro na remoção ou eliminação de resíduos de agrotóxicos nos alimentos” .
Ainda segundo a nota técnica, para diminuir a ingestão de agrotóxicos, o consumidor deve “optar por alimentos certificados como, por exemplo, os orgânicos, e por alimentos da época, que a princípio necessitam de uma carga menor de agrotóxicos para serem produzidos. A orientação é procurar fornecimento de produtos com a origem identificada, pois isto aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com a adoção das boas práticas agrícolas”.


Fonte:www.anvisa.gov.br

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Chocolate orgânico:antioxidantes com sabor e pureza

Nessa Páscoa um número maior de consumidores apostou no chocolate orgânico como fonte de prazer e celebração com um bonus de saúde: os antioxidantes. Embora tanto a versão convencional como a orgânica forneçam os tão cobiçados antioxidantes, o chocolate orgânico certificado não contém ingredientes geneticamente modificados e o leite, quando utilizado, é livre de rBGH (Hormônio do Crescimento Bovino recombinante), um hormônio artificial que é frequentemente dado as vacas para aumentar a produção de leite. O cultivo orgânico também preserva a natureza e ajuda a manter a biodiversidade. O cultivo convencional do cacau, por outro lado, perde apenas para o cultivo do algodão em termos de volume de uso de pesticidas, segundo a Pesticide Awareness Network (Rede de Conscientização sobre Pesticidas).Evidências científicas recentes apoiam o conceito de que dietas ricas em frutas e vegetais promovem saúde e atenuam ou retardam o início de várias doenças, incluindo câncer, algumas doenças degenerativas e doenças cardiovasculares.Os estudos também sugerem que esses benefícios possam ser atribuídos em parte à presença de um grupo de substâncias produzidas pelas plantas chamadas flavonóides que atuam como antioxidantes. O cacau é uma fonte rica de flavonóides chamados flavanóis, também conhecidos como flavan-3-ols ou catequinas , que aparentemente melhoram a saúde vascular. Os benefícios parecem ir além da já confirmada ação benéfica sobre o sistema circulatório. Pesquisadores da Universidade de Barcelona verificaram recentemente melhora da resposta imunológica e efeito protetor em células cerebrais em estudos in vitro (em laboratório). Devemos lembrar que os chocolates mais escuros (amargos) são os mais adequados para quem pensa em obter esses efeitos protetores do cacau. Alguns chocolates são apenas doces (ricos em açúcar e leite) com pouco conteúdo de cacau. Por isso prefira os amargos e considere a escolha orgânica.

domingo, 19 de abril de 2009

Casa Branca terá horta ecológica


A primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, vai cultivar pela primeira vez em um dos jardins da Casa Branca uma horta orgânica, que produzirá vegetais para a cozinha da sede do governo americano. Alunos de escolas primárias de Washington vão ajudar a primeira dama a plantar e colher os vegetais, ervas e legumes. A promoção de uma alimentação mais saudável para as famílias americanas é parte da pauta de Michelle Obama, e ela prometeu envolver toda a família na horta, até mesmo o presidente Barack Obama, que deve ajudar a semear a terra.
Michelle Obama afirma que as crianças vão ajudar a espalhar a mensagem da importância de uma alimentação saudável. "Minha esperança é que as crianças comecem a educar suas famílias e que isso, por sua vez, comece a educar nossas comunidades", disse a primeira dama em uma entrevista na Casa Branca.
O pedaço de terra onde será feita a horta da Casa Branca terá 102,2 metros quadrados e será visível da rua. Entre as 55 variedades de vegetais que Michelle Obama planeja plantar estão espinafre, acelga e algumas variedades de couve. As plantas mais exóticas da horta serão tomates pequenos, pimentas e algumas ervas. Vários legumes também serão plantados.
A seleção foi feita pelos cozinheiros da Casa Branca, que usarão a produção para alimentar a família Obama e também para refeições em eventos oficiais.
A iniciativa é aprovada pelos defensores de movimentos que valorizam a produção local de alimentos, como o Kitchen Gardeners International, uma associação de jardineiros cuja missão é inspirar as pessoas a cultivar a própria comida. Mais de 100 mil pessoas assinaram um abaixo assinado que pedia que a família Obama plantasse uma horta na Casa Branca. Em 1800, John Adams, o primeiro presidente a viver na Casa Branca, plantou uma horta.
No século 20, Eleanor Roosevelt plantou o chamado Jardim da Vitória durante a Segunda Guerra Mundial. A família Clinton tinha um pequeno jardim suspenso para vegetais e ervas na década de 90, durante a gestão de Bill Clinton.


sábado, 18 de abril de 2009

Mais um motivo para consumir orgânicos: As Fitoalexinas


As fitolexinas são substâncias químicas de defesa produzidas pelas plantas em resposta a diversas formas de estresse, incluindo radiação, ataque de microorganismos, etc. Embora as fitolaexinas de mais de 30 famílias diferentes de plantas tenham sido isoladas, desde que Müller propôs esse termo pela primeira vez em 1940, essas substâncias foram amplamente ignoradas como componentes da nutrição humana. É o que afirmam pesquisadores do USDA (Ministério da Agricultura dos E.U.A) em artigo publicado recentemente na versão online do respeitado periódico científico Journal of Agricultural and Food Chemistry.
Os autores sugerem a criação de uma nova área de pesquisa em Alimentação Funcional chamada de “Alimentos Enriquecidos com Fitoalexinas”, substâncias que apresentam benefícios para a saúde humana e não apenas as já conhecidas propriedades de proteção de plantas. Esses compostos podem apresentar ações anti-inflamatórias e anti-oxidantes, entre outras.Uma fitoalexina mais conhecida, graças ao consumo do vinho tinto, é o resveratrol, agente anti-oxidante tido como um dos responsáveis pela capacidade do vinho tinto em prevenir doença cardiovascular.
Um dos métodos para produzir alimentos mais ricos em fitoalexinas é a agricultura orgânica. Segundo os autores: “é tentador especular que, com a agricultura moderna, nós estamos limitando, pelo menos de alguma forma, a produção de compostos promotores de saúde em nossas dietas, que poderiam estar presentes em níveis mais elevados em alimentos de cultivo orgânico ou em alimentos produzidos antes das técnicas de controle de pragas da agricultura moderna”.



Fonte: Source: Journal of Agricultural and Food Chemistry
“Phytoalexin-Enriched Functional Foods”
Published online ahead of print, ASAP Article, doi: 10.1021/jf8040403
Authors: S.M. Boue, T.E. Cleveland, C. Carter-Wientjes,
B.Y. Shih, D. Bhatnagar, J.M. McLachlan, M.E. Burow

sexta-feira, 17 de abril de 2009

IV Paraná Orgânico debate modelo de agricultura sustentável no Paraná


O desequilíbrio ecológico que provoca estiagens sistemáticas nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina e as chuvas torrenciais nos Estados do Acre e do Pará pode ser combatida com as práticas alternativas de agricultura ecológica que preservam o meio ambiente, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, na abertura do IV Paraná Orgânico. Segundo o secretário, o governo do Paraná está criando as condições para uma grande transição agroecológica para os 374 mil agricultores de todo o Estado.Estarão presentes cerca de 1.200 pessoas entre agricultores orgânicos de todo o Estado, técnicos e estudantes de colégios agrícolas. Eles estão discutindo os rumos e trocando experiências sobre a produção orgânica e agroecológica e um modelo de agricultura mais sustentável no Estado.
"Precisamos dobrar a produção orgânica do Paraná para restabelecer a prática de um modelo alternativo de segurança alimentar para essa e para as futuras gerações", disse o secretário Bianchini. Ele defendeu a redução no uso de agrotóxicos nas lavouras que são tão prejudiciais à saúde e provocam doenças cancerígenas. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, Reni Denardi, também defendeu a necessidade de enfrentar o desafio de uma produção orgânica voltada para as massas. "A produção orgânica ainda é pequena, pouco diversificada e atende nichos de mercado", disse.O deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, também presente à abertura do IV Paraná Orgânico, alertou para o envenenamento dos alimentos por agrotóxicos. Ele mencionou uma pesquisa que 88% das mulheres do Norte do Paraná, em período de aleitamento, oferecem leite contaminado a seus bebês. "O que esperar de uma sociedade que o primeiro alimento já é envenenado e contaminado?" perguntou.O Paraná produziu na safra 2007 107.230 toneladas de produtos orgânicos entre soja, açúcar-mascavo, mandioca, erva-mate, feijão, arroz, hortaliças, frutas e plantas medicinais, além da produção animal e mel. O volume total da produção orgânica representa um faturamento estimado de R$ 105 milhões.
A produção orgânica no Estado está em franca expansão. O governo do Estado desencadea ações nesta área desde 1982 quando um grupo de 15 agricultores familiares iniciou a produção de hortaliças, legumes e frutas orgânicas no município de Agudos do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Hoje o Paraná é um dos Estados mais expressivos na produção orgânica, desenvolvida exclusivamente pela Agricultura Familiar. No Estado são 5.300 produtores, cuja área média de exploração é de 2,4 hectares por família. Em 2007, a área total ocupada com produção orgânica atingiu 12.720 hectares.
A transição prevista para o Paraná passa pelo resgate de um modelo de agricultura sustentável que predominou até o início do século XX, quando não tinha a aplicação de grandes volumes de agrotóxicos e grandes máquinas que provocam a compactação do solo. Também havia agricultores que trabalhavam com modelo de forte integração entre lavoura e pecuária, plantas companheiras e integração com a natureza.Foi a partir da década de 50 e 60 - lembrou o secretário - que foi incentivado outro modelo para a agricultura, mais dependente de agroquímicos, sementes transgênicas, mecanização intensiva e da monocultura. Segundo Bianchini, para esses agricultores que produzem em escala a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) vem trabalhando com o programa Manejo Integrado de Pragas (MIP) que prega o uso do veneno somente quando a praga ou a doença se manifesta na lavoura.
Para os demais agricultores, o secretário lembrou que há um conjunto de práticas conservacionistas que levam a agricultura sustentável, onde o uso de máquinas agrícolas não provoca mal ao solo e o modelo de agricultura induz à diversificação na propriedade e integra a lavoura e a pecuária como acontecia no início do século. Segundo o diretor da Emater, Carlos Antonio Biasi, são mais de 100 técnicos da instituição que atendem pelo menos 50% do conjunto de agricultores orgânicos existentes no Paraná.Bianchini destacou que a prática da produção orgânica requer um suporte de comercialização que incentive cada mais esse modelo. Citou como exemplo o mercado de orgânicos da prefeitura municipal de Curitiba, o primeiro no gênero no País, que recebe e comercializa a produção orgânica da agricultura familiar.


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pimentão é o campeão do agrotóxico, mostra estudo da Anvisa


O pimentão foi o alimento que apresentou o maior índice de irregularidades para resíduos de agrotóxicos em 2008. Mais de 64% das amostras analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentaram problemas. O morango, a uva e a cenoura também apresentaram índices elevados de amostras irregulares, com mais de 30% cada.No lançamento dos dados do Programa, nesta quarta-feira (15), em Brasília, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou a importância do trabalho da Anvisa no monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos. “No Brasil, a segunda causa de intoxicação, depois de medicamentos, é por agrotóxicos, o que tem uma dimensão importante”, afirmou Temporão, em nota divulgada pela Anvisa.
Os problemas detectados pelo Para foram teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso de substâncias não autorizadas para determinadas culturas. No balanço geral, das 1773 amostras dos dezessete alimentos monitorados (alface, batata, morango, tomate, maça, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva), 15,28% estavam insatisfatórias.A cultura de tomate foi a que apresentou maiores avanços na redução do índice de irregularidades. Em 2007, 44,72% das amostras de tomate analisadas apresentaram resíduos de agrotóxicos acima do permitido.
No último ano, esse número caiu para 18,27%.O arroz e o feijão, coletados pela primeira vez no Programa de 2008, apresentaram índices de irregularidade de 3,68% e 2,92%, respectivamente. Juntamente com a manga, batata, banana, cebola e maçã, esses dois alimentos apresentaram os menores teores detectados.Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, a Anvisa recomenda que o consumidor opte por produtos com origem identificada.O programa de análise funciona a partir de amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias dos Estados e municípios. No último ano, as amostras foram enviadas para análise aos seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães (IOM/FUNED/MG), Laboratório Central do Paraná (LACEN/PR) e Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), nas quais foram investigados até 167 diferentes agrotóxicos.

Fonte: Estadão Online

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Produtos orgânicos representam 1% da produção no Brasil


A comercialização de produtos orgânicos vem crescendo entre 20 a 50 por cento ao ano. No Brasil, a produção de orgânicos representa menos de um por cento da área agricultável. São 800 mil hectares plantados e dois milhões de hectares com extrativismo orgânico. Isto representa cerca de 15 mil propriedades trabalhando com agricultura orgânica. Mundialmente o índice é semelhante, cerca de um por cento, com 31 milhões de hectares, ou pouco mais de 630 mil propriedades.
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Pantanal (Corumbá/MS) Alberto Feiden acrescenta que existe uma demanda reprimida muito grande pelo consumo de alimentos orgânicos. É reprimida porque muitas pessoas gostariam de consumir, mas não encontram, e quando encontram seu poder aquisitivo não permite. Ao mesmo tempo, o produtor muitas vezes não consegue colocar seu produto porque os canais de mercado para os produtos orgânicos ainda precisam ser construídos. Os alimentos orgânicos se caracterizam não apenas pelo não uso de agrotóxicos e adubos químicos, mas também por tentar imitar a natureza para a produção. Na agricultura convencional a química é usada para combater qualquer praga que diminua a produtividade da cultura. Na orgânica, o controle de pragas é feito com predadores naturais.
Ainda são poucos os estudos que comparem alimentos convencionais e orgânicos com relação à qualidade. Na maior parte dos casos, os primeiros são maiores e mais vistosos, porém possuem mais água e menos matéria seca. Existem produções de orgânicos onde já se alcança o tamanho e a "beleza" dos convencionais. A favor dos orgânicos está o fato destes possuírem nutrientes em forma mais equilibrada, ou seja, mais sais minerais e vitaminas. A produção de alimentos orgânicos é possível tanto em pequenas propriedades como em grandes áreas. A diferença é que nesta última o custo gerencial aumenta, pois é necessário mão de obra especializada e em maior quantidade.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Leite orgânico é mais nutritivo que o convencional, diz estudo


Pesquisadores ingleses compararam a qualidade do leite produzido em fazendas orgânicas e convencionais e sugerem que o produto orgânico é mais rico em nutrientes que beneficiam a saúde. Segundo o estudo, o leite produzido por vacas que pastam naturalmente e têm uma dieta à base de feno é mais rico em antioxidantes, vitaminas, carotenóides e ácidos gordurosos que fazem bem à saúde, como o ômega 3 e o ácido linoleico. Essas substâncias, acredita-se, ajudam no combate ao câncer e aos problemas cardíacos.
A pesquisa, publicada na edição desta semana da revista científica Jounal of Science of Food and Agriculture, ressalta que os níveis desses nutrientes chegaram a ser até 60%maior em algumas amostras de leite orgânico. "Já sabíamos que a dieta das vacas influencia na qualidade do leite. A diferença dessa pesquisa é que ela demonstra que, em fazendas orgânicas, o pasto e a ingestão de feno são as razões mais importantes para as diferenças entre as composições do leite orgânico e convencional", disse Gillian Butler, que liderou o estudo.
Para realizar a pesquisa, os cientistas analisaram 25 fazendas no Reino Unido em duas áreas distintas - o sul do País de Gales e o nordeste do país. Entre as fazendas, a pesquisa analisou três diferentes tipos de criação: sustentável, orgânica e convencional. Os pesquisadores coletaram 109 amostras de leite nas 25 fazendas comerciais ao longo de dez meses. O grupo investigou os efeitos das diferenças nas dietas e tipo de criação na composição nutritiva das amostras. Os resultados apontam que entre as substâncias benéficas que apresentaram maior teor no leite orgânico estavam os ácidos gordurosos linoleico, ômega 3, antioxidantes, vitamina E e carotenóides.
Além disso, as amostras de leite orgânico também demonstraram menor nível de ácidos gordurosos considerados nocivos à saúde, como o ômega 6. "Nossa próxima pesquisa irá focar em descobrir soluções para melhorar a composição nutritiva do leite durante o inverno, quando as vacas não pastam tanto e a dieta é à base de feno em conserva", afirmou Butler. O estudo é financiado pela União Européia e faz parte uma pesquisa em andamento sobre a saúde e bem-estar dos animais, qualidade do leite e que estuda soluções para reduzir o uso de antibióticos na produção de laticínios.

Fonte: g1.com

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Feijão orgânico tem produtividade acima do esperado


Produtividade do feijão orgânico

Seis variedades de feijão cultivadas no sistema orgânico apresentaram excelente produtividade em experimento realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba.Em média, os cultivares renderam 3.500 quilos de feijão por hectare, acima do nível considerado como boa produção, que é de 2.500 quilos por hectare. A maior vantagem do plantio orgânico é a nao utilização de agrotoxicos e preservação da saude do trabalhador e do consumidor.

Normas para o cultivo orgânico

A produção orgânica segue normas estabelecidas por entidades de certificação, conta a agrônoma Jaqueline Camolese de Araújo, que realizou a pesquisa. "São permitidos insumos fertilizantes como a farinha de chifre, fonte de nitrogênio, o sulfato de sódio e o termofosfato, entre outros", diz. "O controle de pragas e doenças é feito com liberação de inimigos naturais das pragas e produtos como o óleo de Neem, extraído da árvore Azadirachta indica".O experimento aconteceu na fazenda Areão, na área experimental do Grupo de Agricultura Orgânica Amaranthus, em Piracicaba (interior de São Paulo), pertencente a Esalq. Ao todo, foram cultivadas quatro variedades do grupo Carioca (BRS Pérola, BRS Aporé, IAC Votuporanga e IAC Juriti) e duas do grupo Preto (IAC Tunã e BRS Valente). "Existem três épocas para plantio de feijão: seca, águas e inverno", explica Jacqueline. "Na pesquisa, o cultivo foi realizado na época do inverno com irrigação, com algumas variedades sendo colhidas em julho e outras já em agosto".
Todas as variedades pesquisadas se mostraram aptas ao sistema orgânico, apresentando excelente desempenho. "O rendimento médio estimado foi de 3.500 quilos de feijão por hectare", afirma a agrônoma. "Normalmente, considera-se uma boa produção quando se obtém acima de 2.500 quilos por hectare". O único problema com pragas foi o da vaquinha (Diabrotica speciosa), um besouro que foi controlado com óleo de Neem.

Variações regionais

A principal vantagem do cultivo orgânico é a não utilização de agrotóxicos, que podem colocar em risco a saúde dos agricultores e do consumidor final. "A procura pelo feijão orgânico no mercado é muito grande, especialmente na cidade de São Paulo", observa a pesquisadora. "Entretanto, o preço ainda é cerca de 30% superior ao do feijão cultivado de forma convencional, pois a produção é insuficiente para atender a alta demanda".De acordo com a engenheira agrônoma, muitos agricultores ainda têm receio de adotar o cultivo orgânico "Eles encontrarem dificuldades para obter assistência técnica especializada", alerta. Os resultados do experimento são válidos para as condições naturais da região de Piracicaba. "Nessa área, por exemplo, chove pouco entre julho e setembro, o que reforça a necessidade de irrigação", comenta Jacqueline. "Em outras regiões, há a necessidade de experimentos específicos para se verificar as variedades mais adequadas".

Pesquisas na área de agricultura orgânica

A pesquisadora ressalta que os estudos na área de agricultura orgânica apresentam grande potencial de crescimento. "Existem vários trabalhos sobre hortaliças, especialmente em São Paulo, mas a maior parte dos experimentos de avaliação de cultivares está relacionada a variedades de soja, existentes na região Sul do Brasil", aponta. "Ainda há muito o que pesquisar nessa área".A pesquisa com o feijão orgânico foi orientada pelo professor Antonio Luiz Fancelli, do Departamento de Produção Vegetal da Esalq. Os resultados foram apresentados na dissertação de mestrado da engenheira agrônoma, que aconteceu em agosto do ano passado.

domingo, 12 de abril de 2009

Produção orgânica de tomate

O técnico responsável pela produção orgânica da Fazenda Santa Teresa do Alto, situada em Itupeva-SP, uma das maiores produtoras de tomate orgânico do Brasil, Luís Orlando Forti, dá dicas de produção e aborda assuntos que tem gerado muitas dúvidas.
O primeiro assunto tratado pelo técnicos é a produção de mudas. Ele ressaltou que elas devem ser formadas em bandeja de 128 furos, em viveiros isolados e protegidos. Podem, segundo ele, ser utilizados como substratos para semeadura do tomate nas bandejas, o Bokashi, Humus e Vermicula. "A mistura deve ser bem homogênea, encher as bandejas, semear e irrigar. Levar para a estufa de mudas quando estiver no padrão adequado", destaca.Segundo ele, o excesso de água pode prejudicar a qualidade e a sanidade das mudas. "Sendo assim elas podem ser irrigadas manual ou automaticamente. Deve-se evitar o encharcamento, principalmente nas primeiras semanas após a germinação. O volume de água aumenta à medida que a muda cresce", enfatiza.O técnico diz que a muda do tomate orgânico só deve ir para o campo depois que estiver com três folhas definidas ou com 4 semanas de idade. "Além disso, é preciso fazer um controle rígido da qualidade, tamanho e sanidade da planta", destaca.Segundo ele, a adubação do solo só deve ser feita depois que o produtor receber os resultados da análise do solo. Em seguida da adubação, são realizadas as seguintes operações: incorporação dos adubos a 10 cm do solo; cobertura das áreas com palha de milho ou capim; irrigação por 20 minutos e transplante de mudas.Para Forti, o ácaro vermelho (Tetranichus bimaculantus), é uma praga que tem incomodado os produtores. "Procuramos combater com inseticidas naturais como Nim 0,5% ou então fazemos o controle da temperatura da estufa com climatização", diz. Além das grandes vantagens por favorecer a fertilidade do solo, Forti aconselha a rotação de culturas para reduzir a população de nematóides (Meloidogyne). "A rotação é feita, principalmente, com crotalárias. É preciso aplicar muita matéria orgânica no solo", explica.
De acordo com Forti, as piores pragas para o tomateiro são a murcha bacteriana e a requeima. Quanto ao controle, da murcha deve-se adotar os seguintes procedimentos: cultivares resistentes, rotação de culturas, áreas novas e controle da irrigação. "Para a requeima ou mela, recomenda-se cortar a irrigação por alguns dias; plantios mais espaçados; aplicar calda Bordalesa".

fonte: Gazeta Mercantil em Cuiabá

sábado, 11 de abril de 2009

Chocolate orgânico

A Páscoa está chegando e não se fala em outra coisa, a não ser chocolates. E você pensa: “Como resistir a toda esta tentação à nossa frente?”. Realmente é difícil, mas fazer escolhas saudáveis e comer com moderação é o segredo para se manter em forma mesmo depois do feriado. Cada ano que passa surgem novidades no mercado em matéria de chocolate. A novidade agora é o chocolate orgânico.A marca Stockler chocolates especiais fabrica chocolates orgânicos com tecnologia exclusiva, que foi desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos e a Universidade Federal de São Carlos em parceria com a Stockler.Pra quem não conhece, um alimento orgânico é aquele que é cultivado através de sistemas de produção orgânica, tal como definido internacionalmente no Codex Alimentarius e no Brasil, pela Lei nº 10831 de 23/12/2003.
que tem por objetivos a sustentabilidade, a proteção do meio ambiente, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável, a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis, bem como o respeito à integridade cultural das comunidades rurais. Então, este é um alimento que além de não conter agrotóxicos, envolve vários outros fatores ligados a uma alimentação natural e saudável.
O chocolate orgânico não possui leite em sua composição, tornando-se assim um produto à disposição para pessoas que tem intolerância a lactose e devem restringir o consumo de leite e derivados. Ao invés do leite, a soja é um dos componentes. O sabor é semelhante ao chocolate meio amargo.Devido à soja ser um alimento rico em nutrientes, proteínas e até fitoquímicos importantes como a isoflavona, o chocolate se torna um alimento bastante saudável. O produto também é isento de glúten, o que torna possível o seu consumo por celíacos. Além disso não tem gordura trans e colesterol, gorduras que são ruins para o organismo. As embalagens são de papel reciclado.Outra marca disponível no mercado é a Chocosoy, que produz ovos de páscoa sem lactose, à base de soja, adoçado com açúcar demerara orgânico, 100% vegetal.




Roberta dos Santos Silva
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet,
formada pela Universidade Católica de Santos
CRN-3 14.113

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Carne Bovina Orgânica


O sistema orgânico de produção de carne bovina é aquele em que sejam adotadas tecnologias que façam uso sustentável dos recursos produtivos, onde haja preservação e ampliação da biodiversidade do ecossistema local, conservação do solo, água e ar. Além disso, deve ser independente em relação a fontes energéticas não-renováveis e eliminando os insumos artificiais tóxicos, como os agrotóxicos, organismos geneticamente modificados e outras substâncias contaminantes que possam prejudicar a saúde da população e o meio ambiente.
Com relação à pecuária orgânica, a contaminação dos rebanhos bovinos europeus tratados com proteína animal, mostrou existir enorme distanciamento entre a saúde do homem, a sanidade dos alimentos e o equilíbrio da natureza. Assim, a busca do equilíbrio entre a sustentabilidade ecológica da produção passou a ser objetivo de uma população preocupada com a segurança alimentar, a qualidade e a preservação do meio ambiente.O Brasil, dada a sua grande extensão territorial, diversidade de pastagens e criação de animais adaptados tem grande potencial para atender as exigências dos organismos internacionais e torna-se o maior produtor e exportador de carne orgânica do mundo.
Para se comercializar a carne bovina orgânica ou seus derivados sob selo orgânico, os mesmos devem ser produzidos em unidades de produção orgânica, seguindo rigorosamente todas as normas técnicas determinadas por uma empresa de certificação credenciada junto ao Poder Público. Além disso, o sistema de produção de carne orgânica deve estar inserido em uma filosofia holística que, além da produção de carne, se preocupe com os aspectos sociais e ambientais envolvidos. Um exemplo de norma fora do estrito contexto da produção é a exigência que todas as crianças da fazenda estejam freqüentando a escola.
As empresas certificadoras podem realizar quantas visitas forem necessárias, no mínimo uma por ano, para manter atualizadas as informações sobre os produtos certificados.Neste sentido, a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM) é a organização internacional que congrega o setor orgânico e edita e revisa as Normas Básicas de produção que servem de base para as normas locais de cada país. No Brasil, os principais órgãos certificadores são o Instituto Biodinâmico (IBD), credenciado pela IFOAM e tem seu selo aceito em mercados internacionais e a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), que tem seu selo aceito apenas no mercado nacional


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Qualidade de uva orgânica impressiona produtores

Produzir a cultivar niágara rosada, uma das cultivares mais suscetíveis a doenças, há quatro anos, sem utilizar nenhum tipo de agroquímico é uma vitória comemorada pelo pesquisador da Embrapa Uva e Vinho George Wellington Bastos de Melo, coordenador do projeto de cultivo orgânico .No Dia de Campo sobre Cultivo Orgânico de Uva Niágara Rosada, realizado na terça-feira (20) de janeiro, foi possível compartilhar a receita dessa experiência, trocar informações e responder questionamentos dos participantes .
O evento atraiu cerca de 50 agricultores, técnicos e autoridades, que ficaram impressionados com os resultados obtidos na área com cobertura plástica. Os participantes após avaliarem os custos de implantação, chegaram a conclusão que mesmo com o alto investimento na cobertura, o retorno é garantido pela eliminação de agroquímicos, agregando valor ao produto por ser orgânico, além de possibilitar o trabalho mesmo em dias de chuva, brincaram os participantes, animados com as possibilidades.
Dentre os presentes, especial atenção para a participação dos secretários de Agricultura de Bento Gonçalves, Gilmar Cantelli, e de Garibaldi, Jorge Luís Mariani. Ambos os secretários, além do cargo político, são agricultores orgânicos e pretendem estimular nas suas gestões essa forma de produção.
Cantelli comentou que a realidade de Bento Gonçalves é diferente de Garibaldi. “Enquanto aqui ocorre a venda direta ao consumidor, em Garibaldi eles estão melhor estruturados na COOPEG (cooperativa da qual Mariani é o presidente) e vendem para grandes redes de varejo em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro”. Durante a sua gestão, Cantelli pretende apresentar os orgânicos como um novo nicho nicho de mercado e fechar convênios e parcerias, como por exemplo como o Centro Ecológico de Ipê, para repassar conhecimentos e dar subsídios para os produtores do município.
Mesmo atuando há dez anos produzindo orgânicos, "é importante unir o que aprendemos com o conhecimento desenvolvido pela Embrapa com as suas pesquisas. E importante aproveitar o que já se tem para não perder tempo e colhermos bons resultados”, afirmou Jorge Luís Mariani.O secretário de Garibaldi e também presidente da COOPEG é bastante entusiasmado com o tema orgânicos. Durante a sua gestão, pretende realizar projetos relacionados à produção orgânica com a Embrapa Uva e Vinho e envolver outras Secretarias da Serra, como Barão, Farroupilha e Carlos Barbosa, que já demonstraram interesse pelo assunto.


quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cuidado: agrotóxicos na mesa


De cada dez pés de alface à venda em feiras e supermercados, quatro estão contaminados por resíduos de agrotóxicos. Cerca de 40% do tomate e do morango consumidos pelos brasileiros contêm vestígios irregulares de defensivos. Os dados são do relatório do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Das 1.198 amostras analisadas pela agência em 2007, 207 apresentaram resultados insatisfatórios, ou seja, mais de 17% do total de alimentos continha resíduos de agrotóxicos não autorizados ou acima do limite máximo permitido. Os casos mais preocupantes são as culturas de morango (com 43,6% de contaminação), de tomate (com 44,7%) e de alface (com 40%). "O aumento nos resíduos de agrotóxicos encontrados em tomate, alface e morango em 2007 pode ser correlacionável com o súbito acréscimo observado na importação de agrotóxicos por países da América do Sul, incluindo o Brasil", segundo o documento.
Na avaliação do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Nozomu Makshima, o aumento da contaminação do tomate, que cresceu 42% em relação a 2006, se deve ao "uso pouco criterioso" dos agrotóxicos pelos produtores. "Eles aplicam (agrotóxicos) sem muito critério. Os resíduos permanecem por causa da freqüência com que o produtor aplica, ele não obedece o período de carência", aponta. De acordo com Makshima, o alto índice de amostras de alface com resíduos de agrotóxicos merece atenção redobrada por se tratar de uma cultura "muito sensível" ao uso de defensivos, além do alimento ser consumido sem preparo, cru. Outros seis alimentos que "estão regularmente na mesa do consumidor brasileiro" também foram analisados em 2007 e registraram resíduos irregulares de defensivos agrícolas: banana (4,3%), batata (1,36%), cenoura (9,9%), laranja (6%), maçã (2,9%) e mamão (17,2%). Foram usadas na análise amostras de 16 estados de todas as regiões do país.
Entre as substâncias encontradas nos alimentos estão ingredientes ativos de diversos tipos de agrotóxicos, como endossulfam, acefato e metamidofós, que, de acordo com a Anvisa, são conhecidos pela neurotoxidade e riscos de desregulação endócrina e toxicidade reprodutiva. Uma portaria da agência de fevereiro de 2008 determinou a reavaliação toxicológica desses e de outras 11 ingredientes ativos, que pode, inclusive, resultar na proibição do uso dessas substâncias nas lavouras brasileiras. Em 2008, segundo a Anvisa, o Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos acrescentou o abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva à lista de culturas agrícolas analisadas.


Fonte:http://www.opovo.com.br

terça-feira, 7 de abril de 2009

Com 1.522 votos, foi escolhido o selo oficial dos orgânicos no Brasil que deverá entrar em vigor em 2010


Mais de três mil participantes escolheram o selo único do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, entre os três modelos apresentados no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O prazo da consulta pública para escolha do selo de identificação dos orgânicos em todo o Brasil terminou dia 19 de março de 2009;O selo vencedor entrará em vigor treze meses após a publicação no Diário Oficial da União (DOU). Neste período, os produtores poderão regularizar-se no Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento. A expectativa é que o consumidor encontre produtos com selo único de orgânicos nos supermercados, já no primeiro semestre de 2010.
"O selo indicará que o produto está dentro de normas e é avaliado por entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura. É selo de referência já utilizado nos Estados Unidos, no Japão e na Europa”, lembrou o coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias.


Fonte: Mapa

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Aditivos alimentares acidentais


Os aditivos acidentais são aqueles que estão nos alimentos de forma não intencional. São exemplos desses aditivos:

-Resíduos de agrotóxicos utilizados no combate as pragas e que permanecem nos vegetais, contaminando inclusive os animais que se alimentam deles. Ao ingerirmos esses vegetais a animais, ingerimos também pequena parcela de agrotóxicos. O emprego abusivo de agrotóxicos e a colheita de vegetais antes do término do período de carência são responsáveis pela contaminação dos alimentos, que tem atingido níveis alarmantes em alguns países, como o Brasil, onde se constata, por exemplo, a presença de DDT (um pesticida largamente utilizado).

-Resíduos de antibióticos utilizados no combate as doenças do gado e das aves que são encontrados nas carnes e no leite, incorporam-se, assim no nosso organismo.

-Detergentes utilizados na limpeza das máquinas processadoras de alimentos Óleos usados na lubrificação das máquinas, principalmente na industria de panificação

-Substâncias utilizadas na fabricação de embalagens, capazes de contaminar os alimentos.

-A última é uma que é difícil de acontecer, ela é por contaminação radioativa, que pode ocorrer pela utilização de armas nucleares, ou por acidente em usinas nucleares, como por exemplo a usina de Chernobyl, na Ucrânia, antiga União Soviética.

O consumo de produtos orgânicos reduz a a possibilidade de ser ingerido os aditivos acidentais que podem provocar nos seres humanos, desde uma simples intoxicação até doenças mais graves.

domingo, 5 de abril de 2009

Batata orgânica


Produtores de batata têm motivos para comemorar: a variedade de batata Itararé do Instituto Agronômico (IAC), vem demostrando uma maior produtividade em relação as variedades importadas e excelente adaptação em produção totalmente orgânica. Estudada, inicialmente, para utilizar o mínimo possível de tratamento químico e adubação, a variedade, além de apresentar alta produtividade, resistência a requeima (principal doença fúngica), boa resistência a pinta preta, resistência ao vírus do enrolamento das folhas e qualidade de fritura, mostra-se também totalmente adaptada a produção orgânica. Vários produtores do estado de São Paulo já estão conseguindo uma produção totalmente isenta de tratamentos químico, defensivos e fertilizantes e obtendo cerca de 30 toneladas por hectare com a Itararé.
Lançada em 1986, graças a um trabalho desenvolvido pelo Programa de Melhoramento do Instituto Agronômico, a variedade Itararé pode oferecer uma produção 100% orgânica, isenta de tratamentos químicos. Todas as variedades de batata produzidas no Brasil são originárias de países de clima temperado, de Programas de Melhoramento orientados para a solução dos problemas que lá ocorrem, e que, quando introduzidas no Brasil vem a preencher alguns dos requisitos para sua adaptação, mas são muito exigentes tanto em relação a fertilizantes quanto a defensivos químicos.
Os programas do IAC têm como objetivo selecionar plantas que sejam adaptadas as condições do país e trabalhar as variedades para que necessitem o mínimo de fertilizantes e defensivos químicos. Atualmente, variedades do Agronômico vem ocupando quase toda a área do estado no que diz respeito a produção orgânica.


sábado, 4 de abril de 2009

Aditivos alimentares


A legislação brasileira define aditivos alimentares como: "substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com o objetivo de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem seu valor nutritivo". Apesar da legislação resumir bem o que são os aditivos alimentares vou dar uma pequena introdução histórica para entendermos de onde vem os aditivos:
O homem, muito antes do que imaginamos, já se utilizava de técnicas diversas para conservar seus alimentos, a primeira delas deve ter sido a defumação só se necessitava de fogo e da carne, assim o homem primitivo percebeu que a carne durava mais do que quando estava crua. A secagem e a desidratação surgiriam logo em seguida, quando o homem observou que alguns frutos mesmo após de secos ( essa a secagem), ou quando esposos ao sol murchavam (essa a desidratação) e continuavam comestíveis.
Mas tarde com o inicio da vida sedentária o homem começa a Ter que infernar invernos rigorosos, com isso sentiu a necessidade de aprimorar as técnicas. A adição de açúcar em frutas as transformavam em compotas, que resistiam mais sobre a deterioração. A transformação de alguns alimentos em outros mais duráveis, através do processo de fermentação, a cevada e a uva se transformaram em cerveja e vinho. A salga de carnes foi muito utilizada nas embarcações utilizadas nos séculos XV e XVI, um processo em que se colocava sal na carne e a deixavam secando ao sol.
Atualmente as industrias dispõem de um grande numero de técnicas para conservar e aprimorar os alimentos, que são importantes para garantir a disponibilidade destes, levando em conta que muitas pessoas vivem em centros urbanos, distante dos centros de produção agrícola, além criar uma variedade maior ao longo do ano sem depender da safra. Permite também a inovação de produtos, adequando-os ao paladar das pessoas.


sexta-feira, 3 de abril de 2009

Algodão orgânico


O algodão orgânico é a versão de suas contrapartes convencionais crescidas sem inseticidas, herbicidas, fertilizantes químicos ou outros produtos químicos. Considerando que o algodão (orgânico ou convencional) fornece a metade de todas as necessidades de fibra do mundo, o algodão convencional é uma das colheitas mais dependentes de produtos químicos, utilizando acima de 10 % de todos os produtos químicos agrícolas, sendo que 25% dos inseticidas são utilizados em 3% de nossa terra aráveis mais do que outras colheitas por unidade. Utiliza-se 1/3 de uma libra de produtos químicos para produzir algodão para uma camiseta, e 3/4 de uma libra para um par de calças de brim. E é ruim não somente para o planeta, pois 20.000 mortes ocorrem todos os anos por envenenamento de inseticidas nos países em vias de desenvolvimento, muitos destes do algodão que cultiva, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO).
O Algodão orgânico por outro lado, utiliza métodos agrícolas projetados para ajudar a sustentar a terra onde cresce ajudar as pessoas que a plantam e colhem, e o planeta. O cultivo orgânico começa realmente com o solo. O adubo, a rotação de colheita freqüente e as estratégias da colheita, substituem fertilizantes sintéticos para manter o solo saudável e produtivo. As ervas daninhas são controladas pela maquinaria de exploração agrícola, pelo trabalho de mão ou por dispositivos inovativos. Os fazendeiros orgânicos cultivam uma diversidade dos inimigos naturais que rapinam as pragas da lavoura, e levam as pragas para longe do algodão plantando colheitas com armadilhas. As pragas de inseto podem eficazmente ser mantidas no contrapeso com introdução de insetos benéficos aos campos. Em regiões mais amenas, onde as plantas de algodão devam ser desfolhadas para se obter uma colheita de qualidade antes do início de chuvas de inverno, os cultivadores orgânicos cortam-as cedo, e aplicam-se materiais para promover a abertura da cápsula do algodão para deixar cair as folhas, aprontando as fibras para a colheita. No algodão convencional e orgânico dos E.U.A, máquinas são utilizadas na maior parte, em alguns países em vias de desenvolvimento, o algodão é colhido ainda à mão.