terça-feira, 30 de junho de 2009

Vermicultura,Por onde começar?


Para quem vive em apartamentos sem acesso a espaço ao ar livre, a vermicompostagem é a opção mais aconselhada para reciclar a matéria orgânica produzida em casa. Neste processo são utilizadas minhocas que, em conjunção com microrganismos, processam os restos de cozinha fermentáveis. O produto final (dejetos), embora com características diferentes do produzido por outros métodos, é igualmente um corretivo orgânico de alta qualidade (composto). Uma grande vantagem deste sistema consiste no fato de não originar cheiros e ocupar um espaço limitado, dentro de contentor próprio.

As minhocas

Existem milhares de espécies de minhocas no mundo, mas são poucas as espécies que proliferam em ambientes de alta concentração orgânica como é o caso da vermicompostagem. A espécie mais utilizada é a Eisenia fetida, a minhoca vermelha.

O local

A escolha do local para colocar a caixa de minhocas deve ter em consideração os vários fatores que influenciam a atividade das minhocas, nomeadamente a temperatura, pH, humidade, arejamento e luminosidade. De 15¼ a 25¼C as minhocas vermelhas degradam mais rapidamente a matéria orgânica. O frio e o calor diminui a atividade das minhocas e pode até matá-las. As minhocas toleram ambientes com pH entre os 5 e 9. Fora desse intervalo elas tentarão escapar da caixa ou morrerão.
A humidade é indispensável às minhocas. Estas respiram e excretam resíduos através da pele que tem que estar húmida. No entanto demasiada humidade pode ser fatal para as minhocas. As minhocas são aeróbias, necessitam do oxigénio para os seus processos metabólicas, daí a importância do arejamento da caixa das minhocas. As minhocas são sensíveis à luminosidade daí ser necessário protege-las da luz. Em resumo o local deve ser escuro abrigado do frio e calor, seco e ventilado.

A compostera

Pode utilizar uma gaveta velha, um aquário, construir uma caixa de madeira ou comprar uma caixa de plástico para servir de compostor. O contentor deve ter orifícios para a ciculação de ar dado que as minhocas e microrganismos necessitam de oxigénio. Para isso faça furos na tampa e partes lateriais da caixa. Devem ser do tamanho tal que não deixe entrar moscas. Uma rede pode ser colocada para esse fim. As minhocas alimentam-se de baixo para cima então a caixa ideal deve ter uma grande superficie em comparação com a altura para que a degradação seja facilitada. Numa maior área de superficie existe uma maior área para o arejamento e para colocar os restos de matéria ogânica.
A pouco profundidade também evita compactação do material que promove condições anaeróbias. O tamanho da compostera depende da quantidade e do tipo de restos de cozinha que uma pessoa produz por dia; é necessário saber quantas refeições por dia são feitas, a quantidade de sobras e se são á base de legumes e vegetais. Limpe a caixa para remover resíduos que possam fazer mal às minhocas. Para caixas de madeira forre o fundo e os lados com um plástico (por exemplo com uma cortina de chuveiro ou saco do lixo).

A comida

As minhocas alimentam-se de qualquer tipo de vegetal desde que cortado em pedaços. Não devem ser adicionados quaisquer produtos animais. O grau de humidade da cama deve ser verificado regularmente. Se as minhocas se acumularem nas camadas superiores provavelmente existe excesso de água e nesse caso deve retirar a tampa. Se pelo contrário as minhocas se acumularem no fundo deve borrifar a cama.

Fonte:
http://www.esb.ucp.pt

segunda-feira, 29 de junho de 2009

4ª Cavalgada no Pantanal e 1º Simpósio de Pecuária Orgânica acontecem em julho


De 23 a 26 de julho de 2009 acontecem a 4ª Cavalgada no Pantanal e 1º Simpósio de Pecuária Orgânica, que vão proporcionar aos participantes um passeio inesquecível em total sintonia com a natureza e conhecimento científico em pleno Pantanal sul-mato-grossense, com toda a hospitalidade do homem pantaneiro.
Em meio à exuberante fauna e flora da maior planície alagável do mundo, os participantes atravessarão corixos, vazantes, rios e matas nativas deste santuário ecológico. Conhecerão ainda a cultura e a culinária pantaneiras com bailes e cafés da manhã típicos da região. Ao longo da programação, haverá ainda palestras de pecuária orgânica com grandes pesquisadores do tema, como Dra. Silvia M. de Q. Caleman, da USP; Dr. Antônio Márcio Buainain, da Unicamp; e Dr. André Steffens de Moraes, da Embrapa Pantanal. Para o presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, Leonardo Leite de Barros, o evento já faz parte da tradição regional:
“É uma oportunidade para as pessoas do meio urbano, tanto os sul-mato-grossenses quanto os turistas, conhecerem a cultura e a forma de vida peculiar do homem pantaneiro”. Ele ressalta ainda que a característica da cavalgada é a relação “homem e cavalo”, este último um instrumento de trabalho no pantanal: “É uma relação bem definida, onde as pessoas, além desse contato com os animais e com as belezas cênicas da região, poderão interagir com empresários, trabalhadores rurais, enfim, gente de todos os segmentos da sociedade que participarão”. “Além de todo esse conhecimento, os participantes vão se inteirar sobre a certificação do gado orgânico, processo organizado por um grupo de produtores através da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica e conhecer uma fazenda devidamente certificada”, finaliza Leonardo.
O evento é uma realização da Associação dos Criadores do Cavalo Pantaneiro do MS (ACCP MS), e Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO Pantanal Orgânico), com patrocínio da Real H, WWF Brasil e Embrapa Pantanal, e apoio da Acrissul, UPPAN, União dos Pantaneiros da Nhecolânia, Sociedade de Defesa do pantanal (Sodepan), AVRN, Escola de Qualificação Rural da UFMS, Gráfica Pontual e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Semac e Seprotur.



Serviço 4ª Cavalgada no Pantanal e 1º Simpósio de Pecuária Orgânica
De 23 a 26 de julho de 2009, na Fazenda Rancharia,
no Pantanal da Nhecolândia Informações e inscrições
pelo fones (67) 3042 7427, 3042 7428
ou 9985 0292 ou pelo email cavalgadanopantanal@hotmail.com Siga


Fonte: Pantanal news

domingo, 28 de junho de 2009

Documentário expõe perigos na indústria alimentícia dos EUA


Frangos com peitos maiores, artificialmente engordados. Novas cepas da bactéria letal E. coli. Alimentos controlados por um punhado de grandes corporações. O documentário "Food, Inc." estreia nos Estados Unidos na sexta-feira, retratando esses perigos e as transformações operadas na indústria alimentícia norte-americana, afirmando seus efeitos prejudiciais à saúde pública, ao meio ambiente e aos direitos dos trabalhadores e dos animais. Grandes corporações como a Monsanto, produtora de alimentos geneticamente modificados, as empresas de carnes americanas Tyson Food Inc. e Smithfield Fods e a produtora de frangos Perdue Farms se negaram a conceder entrevistas para o filme.
Mas a indústria alimentícia não se calou. Associações comerciais representativas da indústria de carne nos EUA, que movimenta 142 bilhões de dólares por ano, se uniram para refutar as alegações feitas no filme. Lideradas pelo Instituto Americano da Carne, criaram vários sites na Internet, incluindo um chamado SafeFoodInc.com (Alimentos Seguros.com). A campanha delas afirma que os alimentos norte-americanos são seguros, abundantes e de preços acessíveis, enquanto o filme afirma que as imagens de animais pastando em fazendas verdejantes, impressas nos rótulos de produtos alimentícios, são enganosas. "Food, Inc." explora o argumento de que os alimentos não vêm de fazendas simpáticas, mas de fábricas industriais que priorizam o lucro, e não a saúde humana. O filme mostra imagens rodadas dentro de unidades de produção de gado bovino e suíno e de frangos.
Algumas foram gravadas por trabalhadores imigrantes, mostrando a falta de espaço dos trabalhadores e dos animais. A fazendeira Carole Morison, do Estado de Maryland, autorizou a entrada das câmeras para mostrar frangos morrendo antes de serem postos no mercado, devido, disse ela, à engorda rápida promovida pelos antibióticos inseridos nas rações. Morison disse que, depois disso, a Perdue encerrou o contrato que tinha com ela. De acordo com o filme, as grandes empresas americanas do setor alimentício hoje fazem uso amplo de técnicas industriais vinculadas a problemas crescentes, como obesidade, diabetes, salmonela, cepas tóxicas da bactéria comum E. coli, e poluição ambiental. O filme afirma que os consumidores podem provocar mudanças, apontando para o caso de Gary Hirshberg, cuja fazenda Stonyfield hoje vende sua linha de produtos orgânicos na rede gigantesca Wal-Mart, devido à demanda.


Fonte: Estadão

sábado, 27 de junho de 2009

A minhocultura e a produção de húmus no contexto da agricultura familiar


É consenso entre os agricultores familiares de que “a terra que tem minhoca é melhor para a produção de hortaliças e frutas”. Eles sabem dos benefícios das minhocas no solo, como a maior aeração, maior capacidade de retenção de água, além, é claro, da melhoria das qualidades químicas.
Muitos agricultores dão testemunho dos efeitos positivos do húmus de minhoca sobre os mais diversos cultivos. O húmus, quando produzido em condições minimamente controladas, aproveita os resíduos orgânicos existentes nas propriedades, como estercos e restos vegetais, para suprir em muitos casos a necessidade de adubo em uma horta de pequeno ou médio porte, especialmente nas condições de produção de base ecológica.
No entanto, os agricultores familiares têm aproveitado pouco este extraordinário recurso natural em suas propriedades devido principalmente ao desconhecimento da técnica da minhocultura e suas particularidades, a crença da necessidade da construção de estruturas caras e complexas para a criação, e, até mesmo, a decepção com experiências anteriores mal sucedidas. Outro aspecto capaz de inibir a decisão dos agricultores de montar um minhocário é a confusão feita entre os requerimentos legais para a produção comercial de húmus de minhoca, ou seja, para vender, e a produção para uso próprio. Para uso na propriedade não é necessário retirar 100% das minhocas e casulos, nem peneirar o húmus para obter uma granulometria padronizada, pois estas práticas são exigidas somente àqueles que desejam comercializar húmus. A economia de mão-de-obra realizada quando se queimam estas etapas é significativa e pode ser a diferença para viabilizar na prática a sua utilização.
A Embrapa Clima Temperado tem desenvolvido algumas técnicas de baixo custo e baixo requerimento de mão-de-obra para demonstrar a viabilidade da produção de húmus na pequena propriedade familiar. Entre essas técnicas estão o minhocário campeiro de bambu e o minhocário em túnel baixo.
No minhocário campeiro as paredes laterais são feitas de bambus, entrelaçados para dar sustentação à estrutura, sem a necessidade de pregos, arames ou cordas. Este minhocário pode ser montado ao ar livre, na sombra de uma árvore e em um terreno com uma leve declividade para drenar o excesso de água, sendo dispensável isolar o fundo com cimento ou tijolos, pois as minhocas permanecem no minhocário enquanto houver alimento. Para reduzir os efeitos da chuva, pode-se simplesmente colocar folhas de árvores sobre o minhocário ou ainda uma tampa feita de bambu. Por estar exposto ao clima a as plantas próximas, o húmus produzido não apresenta uma qualidade tão boa quanto o fosse produzido em um local mais protegido, porém o custo irrisório justifica sua implantação nos casos da falta de recursos ou para aqueles agricultores que, antes de investir, desejam conhecer melhor a minhocultura.
O minhocário sob túnel baixo é uma melhoria do minhocário campeiro, sendo facilmente apropriado por aqueles agricultores que hoje cultivam espécies como morango e alface em estufas de mesmo nome. A construção do túnel é feita da mesma forma que nos canteiros para hortaliças, com a colocação dos arcos, das estacas de sustentação e dos esteios nas cabeceiras para tencionar e amarrar o filme plástico. Sob essa estrutura é montada uma caixa de madeira, na largura do túnel, e revestido o seu fundo com sombrite ou filme plástico perfurado para facilitar o escoamento do excesso de água. O húmus produzido nesse tipo de minhocário é de uma qualidade muito boa, principalmente por não ser lavado pelas chuvas. Além disso, é móvel e pode ser montado próximo à horta, facilitando a utilização do húmus e o monitoramento do processo.
A grande vantagem dessas tecnologias está no fato de poderem ser desenvolvidas com materiais simples, com custo zero ou bastante reduzido e de serem adaptadas às necessidades dos agricultores que desejam aproveitar os resíduos orgânicos disponíveis na propriedade de uma forma mais racional. Reciclar resíduos, reduzir a dependência externa dos adubos minerais e, ao mesmo tempo, reduzir os custos da produção, são alicerces fundamentais para uma agricultura mais saudável e comprometida com o ambiente em que vivemos.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Minhocultura - Uma ferramenta para a reciclagem de resíduos orgânicos


A minhocultura ou vermicompostagem começou a se expandir pelo mundo na década de 70 e a partir dos anos 80 e 90 passou a ser alvo de estudos pela comunidade científica e pouco a pouco foi se estabelecendo como ferramenta para a reciclagem de resíduos orgânicos.
A Embrapa Agrobiologia, através de seu laboratório de fauna do solo, pesquisa o assunto desde noventa e oito com finalidade de utilização na agricultura. A minhocultura no entanto, tem várias aplicações e adapta-se muito facilmente tanto ao campo como ao meio urbano, já que a atividade não exige muito espaço. Serve tanto para a produção de húmus como para a criação das minhocas. A comercialização de ambos pode complementar a renda familiar e contribuir para a reciclagem de rejeitos que poluem o ambiente. A minhocultura tem se revelado uma atividade rentável na produção de insumos para a agricultura orgânica.
Também chamada de vermicompostagem, a tecnologia consiste na utilização de minhocas no processamento de restos orgânicos (lixo doméstico, estercos, restos vegetais, etc.), transformando-os em adubo a ser utilizado no solo. O produto resultante é chamado de vermicomposto ou húmus de minhoca. Por ser uma tecnologia de baixo custo, é adaptável à pequena produção. A produção de vermicomposto na propriedade pode significar a possibilidade de se produzir adubo orgânico de boa qualidade, sem gastar muito, utilizando diferentes resíduos orgânicos. Além disso, o uso desses resíduos para produção agrícola garante produtos mais saudáveis para o consumo, sem danos ao meio ambiente e ao homem.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Manuais ajudam difusão da tecnologia de produção de alimento orgânico


Fundação Banco do Brasil lança publicações sobre a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável; Brasil já tem 5.956 unidades dessa tecnologia implantadas no País" Ampliar a aplicação da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no País. Com esse objetivo, a Fundação Banco do Brasil (FBB), lançou nesta quarta-feira (24) um kit de publicações com um manual de capacitação da tecnologia PAIS(Clique aqui para baixar a cartilha PAIS) e cinco cartilhas sobre os temas Prática da Agroecologia, Gestão do Sistema Produtivo, Comercialização, Empreendedorismo Solidário e Associativismo.
A cerimônia de lançamento das publicações foi realizada no Memorial JK em Brasília (DF). O evento contou com a participação de autoridades, entre elas o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, o presidente da FBB, Jacques Pena, o deputado federal Geraldo Magela, o ministro da Previdência Social, José Pimentel, o secretário de Ciência e Tecnologia, Joe Valle, representando o ministro da Ciência e Tecnologia, a agricultora Monica Neri e o presidente da Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste, Walter de Carvalho.
O manual e as cartilhas vão ajudar na reaplicação da tecnologia possibilitando a criação no futuro de uma rede de reaplicadores da tecnologia social PAIS. Pela parceria entre a FBB e o Sebrae já são 4.180 unidades implantadas ou em implantação em 15 estados brasileiros e no Distrito Federal. Há também mais 1.776 unidades sob responsabilidade de outras instituições. Pelo PAIS, milhares de famílias estão produzindo alimento orgânico de forma sustentável. O alimento que vai para a mesa do produtor também é vendido em feiras gerando renda. "Por se tratar de metodologia que não é estática, há diversos pontos em que podemos avançar.
O manual traz essas preocupações e avança ao indicar, por exemplo, como o PAIS pode chegar ao mercado", destaca o diretor do Sebrae Luiz Carlos Barboza. O presidente da FBB, Jacques Pena, informa que a meta é chegar até o fim de 2010 com dez mil unidades implantadas no País. "O manual vai ajudar no alcance dessa meta, na medida em que vai desencadear um processo de expansão ainda mais acelerado. Nas publicações, há o conhecimento necessário para se implantar o PAIS. O conhecimento está todo sistematizado no manual", afirma. As publicações são voltadas aos multiplicadores da tecnologia social que foram ou serão capacitados pelos projetos em andamento no País.

Serviço: Fundação Banco do Brasil - www.fbb.org.br Agência Sebrae de Notícias - (61) 3348-7138 / 2107-9362 Site: http://www.agenciasebrae.com.br/

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Feira em Foz demonstra o potencial da produção sustentável de alimentos

Começa nesta quinta-feira, dia 25, em Foz do Iguaçu, mais uma edição do Vida Orgânica, evento anual promovido pela Itaipu Binacional que traz uma mostra da produção orgânica da região Oeste e que, neste ano, pela primeira vez, ocorre em paralelo à Feira de Sabores do Paraná, que reúne produtores do projeto Fábrica do Agricultor, do governo do Estado. Juntos, os dois eventos contarão com 130 expositores. “Não se trata apenas de uma feira de produtos, mas também de palestras, debates e cursos, abordando desde a produção ao consumo de alimentos saudáveis”, explica o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich. A Itaipu, desde que implantou seu programa socioambiental Cultivando Água Boa, em 2003, vem estimulando a produção de orgânicos na Bacia do Paraná 3 (conjunto de microbacias hidrográficas conectadas ao reservatório da hidrelétrica, no Oeste do Paraná). A preocupação inicial da empresa é com a contaminação das águas do reservatório por agrotóxicos, sedimentos e outros resíduos da agropecuária que prejudicam os usos múltimplos do lago (geração de energia, turismo, pesca, lazer e abastecimento).
No início do projeto, eram 157 famílias de agricultores orgânicos. Hoje, cerca de mil já fizeram ou estão em fase de conversão de suas propriedades para a agricultura orgânica. Esses produtores são assistidos – desde o plantio e o cultivo até o beneficiamento dos produtos e a comercialização – pelo Cultivando Água Boa, que, por abranger toda a cadeia de produção, figura entre as principais iniciativas em curso no país que têm como objetivo promover uma produção de alimentos menos agressiva ao meio ambiente. Atualmente, segundo a Emater, o Paraná soma 4.500 produtores orgânicos (30% do total nacional), o que dá uma dimensão da contribuição estadual para o destaque que o Brasil vem conquistando em agricultura orgânica.
O país é o terceiro em áreas destinadas a esse tipo de plantação, com 1,7 milhão de hectares, superado apenas pela Austrália e pela Argentina, de acordo com os dados mais recentes da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (Ifoam). Conforme explica Nelton Friedrich, um dos diferenciais do programa de Desenvolvimento Rural Sustentável do Cultivando Água Boa está na ampla assistência técnica oferecida ao produtor familiar. A rede liderada pela Itaipu conta com o apoio da Emater, prefeituras, Instituto Maytenus (de Toledo), do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, Sustentec e Biolabore, instituição criada especialmente para esse fim e que dispõe de 17 técnicos atuando na região.
Outro aspecto do programa está ligado à agregação de valor aos produtos. Desde 2003, foram criadas 19 agroindústrias e outras 10 estão em implantação. A instalação é feita a partir de convênios entre a Itaipu e as prefeituras. A empresa entra com os equipamentos, projeto e assistência, as prefeituras com terrenos e materiais de construção e a comunidade com a mão-de-obra. Entre os produtos beneficiados por essas agroindústrias estão compotas e geleias, pães e biscoitos. Há também dois pequenos frigoríficos em operação e um terceiro, de médio porte, com capacidade de abate para mil frangos/dia, está em construção em Vera Cruz do Oeste. Dada a dimensão que o programa vem alcançando, a expectativa é atrair um público de 10 mil pessoas para o Vida Orgânica e para a Feira de Sabores, que abrirão às 15 horas desta quinta-feira, com as presenças do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, do governador Roberto Requião, do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, e do prefeito Paulo McDonald.
A programação, que segue até sábado, no CTG Charrua, em Foz do Iguaçu, inclui o lançamento da marca Vida Orgânica e também do segundo concurso de receitas saudáveis, para as merendeiras da região. “Ao todo, 157 mil crianças são atendidas pela rede pública de ensino, número maior do que a capacidade de todos os restaurantes da região somados. Ao estimular a adoção de alimentos orgânicos na merenda escolar, estamos incentivando a geração de renda local e também o consumo de alimentos saudáveis desde a infância”, afirma Friedrich. Estará à venda um mix de mais de mil tipos de produtos, como queijos e vinhos, embutidos e defumados, doces e geleias, picles e conservas, biscoitos, mel, frutas e muitos outros.
No sábado, entre 16h e 20h, acontece o Café Colonial Orgânico. O valor do café é de R$ 15 e os ingressos podem ser adquiridos na secretaria da Assemib – Associação dos Empregados da Itaipu Binacional, em frente ao antigo Floresta Clube, na Vila A. Logo após o café, às 20h, o público poderá assistir – gratuitamente – ao show da Orquestra Paranaense de Viola Caipira.


Fonte:Itaipu Binacional

terça-feira, 23 de junho de 2009

Quem são os produtores orgânicos?


Estão divididos basicamente em dois grupos: pequenos produtores familiares, ligados a associações e grupos de movimentos sociais, que representam 90% do total de agricultores, e grandes produtores empresariais (10%), ligados a empresas privadas. Os agricultores familiares são responsáveis por cerca de 70% da produção orgânica brasileira e respondem por boa parte da renda gerada com esses produtos. Enquanto na região Sul cresce o número de pequenas propriedades familiares que aderem ao sistema, no Sudeste a adesão é prioritariamente de grandes propriedades.
Em relação ao tipo de produto, os grandes produtores se destacam na produção de frutas, sobretudo citros e frutas tropicais, cana-de-açúcar, café e cereais orgânicos (soja e milho, basicamente) e pecuária orgânica em áreas extensivas, com destaque para o Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os pequenos produtores são os principais responsáveis pelo abastecimento interno, produzindo hortaliças, frutas e alimentos processados.

Fonte:IBD

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Projeto de lei quer instituir merenda 100% orgânica


Um projeto de lei aprovado quarta-feira (17) pela Assembleia Legislativa do Paraná quer instituir a merenda escolar orgânica nas 2110 escolas estaduais dos ensinos fundamental e médio do estado. Pela proposta meio milhão de estudantes seriam beneficiados. Caso o projeto vire lei, ela deverá ser implantada de modo gradativo, de acordo com as condições e cronogramas elaborados pela Secretaria de Estado da Educação, até que 100% do sistema de ensino público do Paraná garanta a seus alunos o direito à merenda orgânica. O projeto, de autoria do deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, segue agora à sanção do governador do Paraná, Roberto Requião. A implantação da lei deverá ser feita de maneira gradual, seguindo as condições e cronogramas elaborados pela Secretaria de Educação do estado.


FOnte:Envolverde/Nota 10/e-Campo orgânicos

domingo, 21 de junho de 2009

10 perguntas sobre produtos orgânicos


1. Por que alguns agricultores usam agrotóxicos e outros não?

É importante dizer que os agricultores que usam agrotóxicos não são vilões, não o fazem por mal, mas foram vítimas da campanha que as multinacionais, juntamente com os governos, orquestraram para criar uma dependência dos agricultores em relação à indústria. Por décadas os governos emprestavam dinheiro (com juros subsidiados) para os agricultores, desde que este dinheiro fosse gasto com agroquímicos industriais. As instituições de pesquisa, incluindo as universidades, tiveram e ainda têm suas pesquisas financiadas pela indústria química. Poucos agricultores em todo o mundo conseguiram ficar fora desta onda. Entretanto, constatou-se que esta forma de plantar provoca diversos tipos de doenças (entre as quais o câncer); contamina as águas subterrâneas, os rios e os lagos; contamina e destrói a fertilidade dos solos e provoca outros males. Foi então, que teve início a valorização daqueles que aplicam uma agricultura que respeita a natureza.

2. Frutos grandes e bonitos indicam o uso de agrotóxicos?

Não. O que determina o tamanho e a aparência de um fruto é, preponderantemente, sua genética. O fruto que recebe uma nutrição correspondente a suas necessidades vai desenvolver seu potencial genético. Muitas vezes frutos pequenos e tortos indicam plantas subnutridas. No sistema convencional podem indicar plantas intoxicadas por agrot óxicos.

3. Como saber se o produto que estou comprando é realmente orgânico?

Quem garante o produto orgânico são as certificadoras, órgãos não governamentais que realizam inspeções periódicas nos produtores e atestam que todas as normas estão sendo respeitadas. Portanto, o consumidor pode confiar nos produtos com o selo de uma das certificadoras id ôneas que atuam no país.

4. Qual é a semelhança entre produtos orgânicos e produtos hidropônicos?

Nenhuma. A agricultura orgânica e a hidroponia seguiram tendências opostas na agronomia. Os agricultores orgânicos procuram uma reaproximação da natureza, enquanto os hidropônicos optaram por um afastamento radical, com métodos tão antinaturais como a supressão do solo e a nutrição pela adição de nutrientes químicos solúveis à água. Os produtos hidropônicos podem receber tanto, ou mais, agrotóxicos quanto os produtos da agricultura convencional.

5. Por que os produtos orgânicos custam tão caro?

Nesta pergunta está embutido o preço dos produtos convencionais como parâmetro. Na verdade, os preços dos produtos convencionais oscilam bastante em função da oferta e da procura. Já os produtos orgânicos seguem preços de tabela mais estáveis. Há momentos em que o preço dos convencionais ultrapassa bastante o dos orgânicos. Há, porém, dois fatores importantes para elucidar a questão. Em primeiro lugar, os produtos convencionais são muitas vezes vendidos a preços inferiores aos custos de produção, com conseqüências desastrosas para os agricultores e para toda a sociedade. O segundo fator diz respeito aos preços nos supermercados. Por alguma razão que só os supermercadistas podem explicar, os produtos orgânicos estão entre os itens que contêm as maiores margens de lucro para estas lojas.

6. Quais são os alimentos convencionais mais contaminados por agrotóxicos?

O grande problema da agricultura convencional é que não sabemos o que estamos comendo. Tanto podemos estar comendo um alimento não contaminado, como podemos estar comendo substâncias altamente nocivas à saúde. Qualquer alimento convencional pode estar gravemente contaminado.

7. Existem técnicas seguras para descontaminar um alimento convencional?

Não. A única técnica segura de descontaminação ocorre em relação a coliformes, quando deixamos os alimentos de molho em cloro ou vinagre. Entretanto, quanto aos agrotóxicos não há nenhuma segurança. Não adianta retirar a casca, nem supor que os tubérculos, por estarem embaixo do solo, estão seguros. Alguns dos agrotóxicos mais perigosos são sistêmicos e estão na seiva de toda a planta.

8. Frutas e hortaliças orgânicas também precisam ser lavadas?

Sim. Higiene não tem nada a ver com contaminação por agrotóxicos. Os produtos orgânicos, principalmente aqueles que são consumidos crus, foram manipulados, armazenados e devem receber os mesmos cuidados higiênicos como qualquer outro produto.

9. Para que servem as estufas na agricultura orgânica?

Basicamente, as estufas seguram os raios solares aumentando o efeito sobre os vegetais. Vale lembrar, que os raios solares são a principal fonte energética dos vegetais, para o processo de fotossíntese. Na agricultura orgânica existem ainda outras razões para o uso de estufas. Por ser um ambiente controlado, podemos manter, dentro da estufa, as melhores condições de conforto ambiental (temperatura, umidade do ar e vento) para as plantas, aumentando sua resistência natural às pragas e às doenças.

10. O que é adubação verde e para que serve?

A adubação verde é o plantio de diversas espécies vegetais intercalado ou concomitante às culturas comerciais. Com a adubação verde a agricultura orgânica procura imitar o que ocorre nas florestas naturais: diversificar os tipos de vegetação no solo, diversificar os tipos de microrganismos no solo, adicionar matéria orgânica ao solo, interromper o ciclo de pragas e doenças etc.

Fernando Ataliba

sábado, 20 de junho de 2009

Rodada de negócios aproxima compradores de produtores de orgânicos


Atendendo a uma necessidade do próprio mercado de restaurantes e hospitais diante da escassez de fornecedores e variedades em produtos orgânicos, o segmento, que movimenta cerca de R$ 500 milhões ao ano, vai contar pela primeira vez com uma rodada de negócios.
Pela primeira vez, restaurantes orgânicos, hospitais e hotéis contarão com a Mesa de Negócios durante a Bio Brazil Fair – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, que acontece de 23 a 26 de julho, no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Tendo em vista que um dos grandes problemas desses estabelecimentos é encontrar diversidade de produtos e fornecedores de orgânicos, esta edição da feira, que desde o primeiro evento em 2005 tem possibilitado a compra direta do produtor, promete tornar-se um terreno ainda mais fértil para a realização de negócios.
Entre os participantes já confirmados para a 1ª edição da Mesa está o Hospital Israelita Albert Einstein. Para a nutricionista de abastecimento, Kary Mada, a possibilidade de expandir a produção de orgânicos pode ser um grande diferencial dentro do segmento e vai ao encontro da filosofia do hospital: “acreditamos que os alimentos livres de fertilizantes químicos e agrotóxicos sejam os mais adequados à saúde”, defende.
Kary também revela que outro aspecto relevante é o preço do alimento orgânico, que levou o hospital a buscar no evento uma alternativa: “Muitas vezes nos deparamos com a dificuldade de aquisição do produto orgânico devido aos custos mais elevados. Esperamos conhecer novos fornecedores com boas oportunidades de custo x benefício”, finaliza.
Outros confirmados para a Mesa de Negócios são Grupo Pão de Açúcar, Restaurante e Bistrô Anna Prem, Empório da Granola, Chácara de Orgânicos, Maha Mantra Lanchonete Naturalista, Mecenato Gastronomia e Eventos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Agrotóxicos à base de cihexatina serão banidos do Brasil


Agrotóxicos a base da substância ativa cihexatina serão retirados do mercado brasileiro até novembro de 2011. É o que prevê resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no último dia 12. A norma da Agência determina, ainda, a proibição imediata da importação e o registro de novos agrotóxicos à base dessa substância. "Com essa medida o Brasil segue uma tendência mundial, a cihexatina já foi banida dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Áustria, Belize, Kuwait, Laos, Suécia e Tailândia", explica Luiz Cláudio Meirelles, gerente geral de Toxicologia da Anvisa.
Produtos à base de cihexatina também tiveram o registro cancelado na Austrália, Filipinas, Líbia, Nova Zelândia e União Européia. A cihexatina é utilizada na fabricação de sete agrotóxicos, registrados principalmente para a citricultura. Antes da reavaliação, o agrotóxico podia ser aplicado nas culturas de maçã, morango, pêssego, café e berinjela. Estudos em laboratório com ratos, coelhos e camundongos mostram graves riscos à saúde. Os principais efeitos da cihexatina são malformações fetais, em especial a hidrocefalia.
As experiências provaram ainda risco de aborto, efeitos sobre o sistema reprodutivo, danos à pele, pulmões, visão, fígado e rins, entre outros. As doses em que apareceram esses efeitos nos animais sugerem que a cihexatina não é segura para os trabalhadores rurais, consumidores das culturas tratadas e população em geral. TRANSIÇÃO Durante esses dois anos que ainda será permitida no Brasil, a cihexatina só poderá ser utilizada para a cultura de citros, no estado de São Paulo, para o controle da resistência do ácaro da leprose.
Nesse período, o Limite Máximo de Resíduos permitido para substância foi reduzido de 0,5 mg/kg para 0,01 mg/kg. Isso significa que cada quilo de alimento só poderá conter 0,01mg de resíduo da substância. O intervalo de segurança para aplicação da substância também aumentou de 30 para 90 dias, ou seja, deverá ser garantido o prazo de no mínimo 90 dias entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita dos citros tratados. O uso da cihexatina para as culturas de morango, pêssego, café, maçã e berinjela está proibido imediatamente.


Fonte:Agência Nacional de Vigilância Sanitária

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Azeite orgânico é destaque na Bio Brazil Fair


Fabricado pela Native, que já conta com uma diversificada linha de produtos livres de agrotóxicos, a novidade vai ser apresentada ao público durante o evento, que acontece de 23 a 26 de julho, em São Paulo.Desenvolvido em conformidade com os padrões orgânicos – por meio de processos reconhecidamente limpos e ecológicos – o azeite está disponível em embalagens de vidro de 250 e 500 ml.
Produzido a partir da oliva extraída da região norte do Chile, o azeite extra-virgem da Native que vai ser apresentado ao público visitante da Bio Brazil Fair passa por um processo de extração a frio, sem auxílio de quaisquer solventes. Com acidez inferior a 0,2% seu processo de fabricação é feito dentro de todos os padrões orgânicos.
Para obter um produto com baixa acidez, a matéria-prima passa por um cuidadoso processo de colheita, no qual são observados os pontos corretos de maturação das olivas para processamento industrial imediato.
Principal evento nacional do mercado de orgânicos, a Bio Brazil Fair reúne produtos que vão dos in natura aos processados, como achocolatados, molhos de tomate, geléias, café solúvel, leite em caixinha, iogurtes, chás em saquinhos, cereais matinais e grãos. A feira é aberta ao público e tem entrada franca.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cinco dicas para a produção orgânica


1.Faça adubos orgânicos
O esterco de animais ou aves pode ser aproveitado para fazer adubo orgânico, como composto ou fertilizante foliar, chamado de biofertilizante. Como adubo foliar, serve para nutrir e para aumentar a resistência contra pragas e moléstias. A calda biofertilizante vem sendo muito empregada ultimamente na agricultura ecológica.A razão é que tem demonstrado efeito no aumento da resistência às pragas e moléstias e como adubo foliar orgânico benéfico para inúmeras plantas. 0 processo de produção é bastante simples, sendo viável sua produção na propriedade, desde que tenha esterco de gado disponível. Não há contra-indicação ao seu uso.

2.Para evitar doenças fúngicas: Calda Viçosa
A Calda Viçosa é uma variação da Calda Bordalesa, sendo na verdade uma mistura da Calda Bordalesa com icronutrientes. Ela foi testada com sucesso pela Universidade Federal de Viçosa nas culturas do tomate e do café, tendo apresentado excelentes resultados no controle fitossanitário, melhoria do estado nutricional e aumento da produtividade. As suas principais características são: mistura de pós solúveis, compreendendo a calda bordalesa (sulfato de cobre e cal hidratada para neutralizar a calda), acrescentada de micronutrientes (sulfato de zinco, sulfato de magnésio e boro), 0 produtor deve acrescentar os micronutrientes de acordo com a exigência da sua cultura.Obs. Há muitas outras informações no livro "Controle Alternativo de Pragas e Doenças, com as Caldas Bordalesa, Sulfocálcica e Viçosa".

3.Cinzas de madeira
A cinza de madeira é um material rico em potássio, que pode ser testado na mistura com outros produtos naturais, para controle de pragas e até algumas doenças. Para o combate a lagartas e vaquinhas dos melões a adição de palhas, bagaços (como a cana-de-açucar) e restos de cultivos melhoram as condições do solo, reduzindo infestações de capim carrapicho, guanxuma, grama seda e outras ervas.

4.Controle de ervas invasoras
O plantio antecipado de adubos verdes com alta capacidade de cobertura do solo como feijão de porco, milheto, crotarlárias, mucuna preta, guandu, etc é uma das práticas mais recomendáveis para evitar e reduzir a presença de ervas daninhas nos cultivos. O controle pode ser feito também pela rotação de cultura, uso de plantas alelopáticas, adubação verde, plantio de biomassa, rotação e consorciação de culturas.

5.Irrigação por aspersão
Caso seja feita a irrigação por aspersão na cultura, deve-se dar preferência a sua realização no fim da madrugada. Desta forma a folhagem é molhada quando já existe umidade devido ao orvalho, sendo menor as consequências de favorecer as doenças. Neste sistema, pode ser feita uma irrigação á tarde, quando apresenta-se elevada temperatura e baixa umidade relativa, por apenas 5 minutos, para amenizar as condições climáticas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Estatísticas da intoxicação


Dados divulgados na semana passada pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que 104.181 casos de intoxicação humana e cerca de 500 óbitos foram registrados em 2007 pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica em todo o país. Medicamentos (30,7%), animais peçonhentos (20,1%) e produtos de limpeza domiciliar (11,4%) foram os principais agentes que causaram intoxicações em humanos naquele ano. Com cerca de 25% do total de casos, as crianças menores de 5 anos se mantiveram como a faixa etária mais atingida.
O Sinitox tem o objetivo de coordenar o processo de coleta, compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento no Brasil. Os casos são registrados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), por meio de 35 centros de informação e assistência toxicológica localizados em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal. A região Sudeste registrou cerca de 46% dos casos de intoxicação humana, seguido da região Sul com cerca de 30%. De acordo com o Sinitox, as três maiores letalidades por agente tóxico foram observadas para os agrotóxicos de uso agrícola, drogas de abuso e raticidas.
Por outro lado, a principal circunstância das intoxicações são os acidentes individuais, coletivos e ambientais, que são responsáveis por cerca de 55% do total de casos registrados, seguido da tentativa de suicídio e da atividade de ocupação. Os dados do Sinitox alertam ainda que o sexo masculino apresenta o maior número de mortes por acidente com agrotóxicos de uso agrícola, com 112 registros em 2007, seguido pelas drogas de abuso (58), raticidas (26) e medicamentos (24). Para o sexo feminino, destacam-se os medicamentos, com 53 óbitos, agrotóxicos de uso agrícola (50) e raticidas (20). Dentre os quase 21 mil envenenamentos por animais peçonhentos registrados em 2007, os escorpiões contribuíram com quase 6 mil dos casos, seguidos por serpentes e aranhas. Os dados divulgados pelo Sinitox podem ser acessados no site do sistema e estão disponíveis em nível nacional ou por região.

Mais informações: http://www.fiocruz.br/

Fonte:Agência FAPESP

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Unpackaged – Loja de produtos orgânicos sem embalagem

A maioria dos produtos orgânicos, geralmente acabam esquecendo de pensar em uma embalagem que tenham um impacto menor no meio ambiente, e todo o trabalho na hora da produção do alimento, perde quando embalado em uma embalagem mal pensada.Mas uma loja em Londres foi além disso, vende seus produtos sem embalagem. É a Unpackaged.
A loja vende produtos orgãnicos de produção local, com prioridade para cooperativas e redes sociais. A comunidade traz a sua própria embalagem, como sacolas, potes e caixas.Para o próximo ano também haverá um serviços de entrega para escritórios locais. Eles irão entregar sabonete líquido, papel higiênico, chá, açúcar e outros produtos não-perecíveis ecológicos.O design da loja foi projetada pela Multistorey. O logotipo da loja foi inspirado nos potes multiuso usados na loja. A loja foi construida em uma antiga mercearia e toda a sua comunicação foi baseada nela.

Caixas de madeira e outros recipientes retornáveis que chegam do fornecedor são usados para expor os produtos. E logo na vitrine, usando a mesma imagem do logo, apresenta o conceito da loja para quem está passando.Caso o consumidor não leve a embalagem, eles tem disponível embalagens que o consumidor pode levar emprestada uma com o compromisso de devolver.

Fonte:http://embalagemsustentavel.wordpress.com/

domingo, 14 de junho de 2009

Alimentar o mundo com agricultura sustentável


Em janeiro, Sua Alteza Real, o Príncipe Charles, patrocinou uma entrevista coletiva da imprensa no Palácio de St. James, para endossar uma nova pesquisa, mostrando um sistema agrícola revolucionário que pode ser a solução para alimentar 800 milhõesde pessoas que estão passando fome nos países subdesenvolvidos.
Argumentos a favor da agricultura de alta tecnologia são progressivamente aceitos sem questionamentos e as possíveis conseqüências a longo prazo - para o meio ambiente e a economia - não estão recebendo atenção suficiente, afirmou o Príncipe. Um dos argumentos mais comuns, apresentados por aqueles que estão a favor dos transgênicos, é que são necessários para alimentar o mundo. Onde, porém, as pessoas estão passando fome, a falta de alimento é raramente a causa subjacente.
Há necessidade de criar meios de vida sustentáveis. Precisamos optar por uma abordagem mais equilibrada. A agricultura sustentável mostra o que pode ser alcançado.A pesquisa feita pelo Professor Jules Pretty e seus colegas na Universidade de Essex, financiada pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional, Greenpeace e Pão Para o Mundo, coletou dados de mais de 200 projetos em 52 países cultivando alimentos em mais de 29,8 milhões de hectares e encontrou resultados surpreendentes.
"Fomos verificar se sitiantes conseguem melhorar a produção de alimentos com tecnologias de baixo custo e investimentos localmente disponíveis; se conseguem fazer isso sem causar danos ambientais adicionais", disse o prof. Pretty. "Descobrimos que, em 4,42 milhões de pequenas lavouras praticando agricultura sustentável em 3,58 milhões de hectares, a produção média de alimentos por domicílio aumentou 73%. Para os 146.000 proprietários em 542.000 hectares - cultivando colheitas como batata e mandioca - o aumento foi de 150% e, em sítios maiores, a produção total aumentou 46%"."A agricultura sustentável cresceu na última década do domínio de alguns entusiastas para um vasto movimento, abrangendo governos e o setor privado", disse o prof. Pretty. "Ela é barata, usa tecnologia localmente disponível e freqüentemente melhora o meio ambiente. Acima de tudo, ajuda as pessoas que precisam dela - lavradores e suas famílias - que constituem a maioria das pessoas famintas do mundo."
Uma agricultura mais sustentável precisa fazer o melhor uso de bens e recursos naturais como insumos funcionais. Ela faz isto integrando processos naturais e regenerativos como a rotação de culturas, a fixação de nitrogênio, a regeneração do solo e a introdução de inimigos naturais dos predadores no processo de produção de alimentos. Ela minimiza o uso de pesticidas e fertilizantes que prejudicam o meio ambiente, a saúde dos lavradores e dos consumidores, além de serem caros. A nova técnica, amplamente difundida, é o cultivo sem arar a terra. Na Argentina, um terço das roças nunca vêem um arado.
A agricultura sustentável produz, ao mesmo tempo, alimentos e outros bens para as famílias no campo, melhora sua autoconfiança e faz uso produtivo do capital social — permitindo que as pessoas trabalhem juntas para resolver problemas comuns, como predadores, bacias hidrográficas, irrigação e proteção contra alagamentos, condições da paisagem, gerenciamento florestal e de créditos.


Para mais informações contate SAFE - World Research Project, The potential for Sustainable Agriculture to Feed the World. University of Essex, www.essex.ac.uk

sábado, 13 de junho de 2009

Curso capacita multiplicadores sobre legislação e qualidade orgânica


A Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul (SFA/RS) promove, entre os dias 14 e 16 de junho, o Iº Curso sobre Legislação e Garantia da Qualidade Orgânica. Coordenado pela Comissão Estadual da Produção Orgânica-RS (CPOrg-RS), o curso tem 18 horas/aula, visando capacitar multiplicadores que já possuam experiência teórico-prática em sistemas orgânicos e atuam nas áreas de produção e/ou ensino/difusão. O programa abordará a Instrução Normativa N° 64 (Produção Animal e Vegetal) publicada no final do ano passado e a Instrução Normativa N° 19 (Mecanismos de Garantia da Qualidade Orgânica), publicada em maio deste ano.
A Coordenadora da CPOrg-RS, Angela Escosteguy, explica que o objetivo principal do curso é capacitar multiplicadores sobre as normas da nova legislação, para que as informações cheguem aos envolvidos com a produção orgânica no Rio Grande do Sul. Conforme a Lei, todo o setor tem o prazo até 28 de dezembro deste ano para se adequar às exigências. Além de Angela Escosteguy, serão palestrantes os fiscais Roberto Mattar, Chefe da Divisão de Mecanismos da Garantia da Qualidade Orgânica/DEPROS/SDS/MAPA-DF e Alcídio Witeck, da CPOrg-RS. O curso ocorre nas dependências da Cooperativa Agroecológica Sítio Pé na Terra, para 45 participantes indicados por entidades governamentais e não governamentais ligadas à produção orgânica no nosso Estado, além de fiscais federais agropecuários. A SFA/RS fornecerá o curso, a estadia e a alimentação orgânica para os participantes.
Nos dias 17 e 18 de junho, o mesmo Curso será realizado na cidade de Pelotas, em parceria com a Embrapa CT, para capacitar mais 80 profissionais da região, um dos pólos de produção orgânica do nosso Estado.


Fonte:Eco Agência

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sete mitos fatais da agricultura industrial

Mito Um
A agricultura industrial vai alimentar o mundo.


A verdade
A fome no mundo não é causada por falta de alimentos, mas pela pobreza e pela falta de terra que impedem o acesso à comida. Na realidade a alimentação industrial aumenta a fome ao aumentar o custo do cultivo, ao expulsar dezenas de milhões de agricultores de suas terras e ao cultivar principalmente colheitas lucrativas para exportação e luxo.

Mito Dois
Alimentos industrializados são seguros, saudáveis e nutritivos.

A verdade
A agricultura industrial contamina vegetais e frutas com pesticidas e introduz hormônios de crescimento geneticamente manipulados no leite. Não é surpresa que o câncer, doenças provocadas pela alimentação e obesidade estejam alcançando picos nunca vistos.

Mito Três
A alimentação industrializada é barata.

A verdade
Se você acrescentar o custo real dos alimentos industrializados — seus custos para a saúde, o meio ambiente e os custos sociais — nem nossos cidad ãos mais ricos teriam meios de pagá-los.

Mito Quatro
A agricultura industrializada é eficaz.

A Verdade
Pequenas propriedades produzem mais alimentos por área do que as grandes fazendas. Além disso, fazendas maiores, não diversificadas, requerem maior quantidade de máquinas e produtos químicos. Esta quantidade crescente de insumos está destruindo o meio ambiente e, muitas vezes, levam o agricultor à falência.

Mito Cinco
Os alimentos industrializados oferecem mais variedades.

A Verdade
O que o consumidor realmente recebe no supermercado é uma escolha ilusória. A variedade de produtos nas prateleiras dos supermercados esconde na verdade uma perda trágica de dezenas de milhares de espécies causada pela agricultura industrial.

Mito Seis
Agricultura industrial beneficia o meio ambiente e a fauna.

A Verdade
A agricultura industrial é a maior ameaça à biodiversidade .


Mito Sete
A biotecnologia vai resolver os problemas da agricultura industrializada.

A Verdade
A biotecnologia vai destruir a biodiversidade e segurança alimentar e vai forçar os agricultores a deixarem suas terras, consolidando o controle da oferta mundial de alimentos na mão de algumas poucas corporações enormes.


Fonte: Resurgence nº 217, março/abril 2003. Extraído do livro Fatal Harvesteditado por Andrew Kimbrell, Island Press, 2002 www.islandpress.org

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Fruticultura ecológica

A possibilidade de obter alimentos sadios, de alta qualidade, sem o emprego dos agroquímicos convencionais, com elevada produtividade em pequenas áreas, fazem da fruticultura orgânica uma das melhores opções agrícolas na atualidade. Essa tendência, que atende as necessidade de pequenos e médios produtores, já é verificada na Europa, na África do Sul e em Israel, começa a surgir no Brasil.
A produção de frutas dever ser feita de forma integrada, com cultivo de várias espécies frutícolas, de forma a proporcionar colheitas seqüenciais e o processamento de conservas e geléias, permitindo assim melhor utilização da mão de obra, equipamentos e instalações disponíveis.Somente deverá estar autorizado a utilizar o selo de produto orgânico o produtor que tenha sua unidade produtora certificada por uma entidade orgânica credenciada oficialmente e esteja seguindo rigorosamente as Normas Técnicas da entidade. Por essa razão, deve ser obrigatório o uso do selo de produto orgânico nos produtos finais destinados ao consumidor.

As características que distinguem o sistema orgânico do convencional são as seguintes:

1) Produtos sem agrotóxicos nem adubos químicos solúveis, para a produção de alimentos sadios, sem resíduos contaminantes.

2) Planejamento de utilização do solo, com preservação dos recursos naturais; práticas de conservação do solo; preparo do solo mínimo; manejo das ervas pioneiras; adubação orgânica, com fertilizantes de lenta liberação de nutrientes, rotação de culturas, biodiversidade, etc

3) Compromisso produtor/consumidor quanto à produção de alimentos sadios e de qualidade.

4) Relação sócio-econômica adequada entre o produtor /empregado, garantindo os seus direitos sociais, médicos e trabalhistas.

Princípios da produção orgânica

Neste sistema é proibido o uso de sementes, mudas e animais transgênicos (organismos geneticamente modificados), assim como aditivos, coadjuvantes de fabricação e outros produtos geneticamente modificados ou transgênicos na fabricação de processados.

Manejo do solo

Adota a rotação e a consorciação de culturas, incluindo princípios alelopáticos. Trabalhar com espécies, variedades e raças adaptadas ao local. Implantar quebra-ventos, cortinas vegetais e área de refúgio para a fauna

Biodiversidade

A biodiversidade é um objetivo a ser alcançado por todas as unidades certificadas. Em áreas em que esteja plantada uma só espécie vegetal, deverão ser plantadas outras espécies, de preferência árvores nativas, para evitar a monocultura e estimular a biodiversidade vegetal e animal.

Nutrição e adubação

O solo deve proporcionar os nutrientes para as plantas, através da regeneração da sua fertilidade, dando preferência aos adubos orgânicos e minerais de lenta liberação dos nutrientes. Utilizam a reciclagem total dos resíduos orgânicos. Procuram integrar a produção animal à produção vegetal, visando à reciclagem dos nutrientes.

Manejo das ervas nativas

As ervas nativas devem ser manejadas e não erradicadas.

Proteção de plantas

Quanto ao problema fitossanitário, o objetivo é prevenir pragas, doenças e parasitas, adotando medidas que venham a aumentar a saúde do solo e a resistência das plantas, sendo preferíveis à profilaxia.

Preservação do ambiente

O Código Florestal, a legislação sanitária e o Código do Consumidor devem ser especialmente observados e respeitados, além, naturalmente, de todas as legislações municipal, estadual e federal em vigor.

Armazenamento e transporte

Estar atento às condições de armazenamento, transporte e comercialização dos produtos, segundo os critérios da legislação em vigor. Não poderá haver embalagens cheias, parcialmente cheias ou vazias de agrotóxicos ou adubos solúveis nas propriedades totalmente orgânicas. São exceções: rodenticidas, desde que haja manejo preventivo contra roedores e proteção da saúde de pessoas e animais, e iscas formicidas à base de sulfluramida, com os mesmos cuidados quanto à saúde.

Rastreabilidade

A unidade produtora deverá manter uma contabilidade, que registre a entrada e a saída de produtos, assim como todos os procedimentos efetuados no cultivo dos produtos orgânicos. Deve haver rastreabilidade de todos os procedimentos efetuados na produção, processamento e comercialização. As unidades certificadas devem possibilitar a visita de consumidores interessados em conhecer o processo e as condições da produção.

*Extraído do livro Fruticultura Ecológica- Silvio Roberto Penteado

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Agrotóxico de lavouras transgênicas poderá ter uso proibido na Argentina


O agrotóxico mais vendido no mundo e muito usado em lavouras transgênicas poderá ser proibido na Argentina - pelo menos por seis meses. Essa é a intenção de um grupo de advogados ambientalistas que pediu à Suprema Corte do país que interrompa a venda do glifosato, depois que pesquisas revelaram que o produto pode ser prejudicial à saúde humana. O glifosato é a base, por exemplo, do agrotóxico Roundup, da Monsanto, para o qual foram criadas variedades de soja geneticamente modificada. Essa soja transgênica, resistente ao glifosato, é muito plantada na Argentina e também no Brasil, principalmente na região Sul. Segundo investigação feita pelo Conicet (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas) da Argentina, o glifosato pode causar má-formação embrionária em rãs, por exemplo.
que a classificação de toxicidade do glifosato esteja muito abaixo do que deveria ser. Há registro de vários casos de residentes próximos das regiões produtoras de soja na Argentina que relataram problemas de saúde a partir de 2002, dois anos após as primeiras safras de soja transgênica. Pesquisas conduzidas por cientistas argentinos e evidências levantadas por outros ativistas do país indicam elevada incidência de defeitos de nascença e câncer em pessoas que vivem perto das regiões de pulverização de glifosato em lavouras. A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja e segundo maior na exportação de milho, terceiro em soja, e sétimo em trigo. O glifosato é o agrotóxico mais usado e os produtores gastam com ele cerca de US$ 450 milhões por ano, usando anualmente 150 milhões de litros nas lavouras.


Fonte:Greenpeace

terça-feira, 9 de junho de 2009

Produtos orgânicos conquistam consumidores, ganham espaço nos supermercados e se transformam em soluções completas

O consumo de produtos orgânicos cresce de forma exponencial no mundo e no ano passado movimentou cerca de US$ 41,5 bilhões. Alimentos orgânicos ganharam tanta importância, que em maio do ano passado a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) divulgou documento sugerindo que a agricultura orgânica pode ser o caminho para os países reduzirem substancialmente os riscos provocados por falta de segurança alimentar. Agricultura orgânica não é mais um fenômeno apenas de países desenvolvidos, pois já é praticada comercialmente em 120 países e em 2006 ocupou 31 milhões de hectares e movimentou US$ 40 bilhões. A FAO prevê que até 2012 esse mercado já esteja movimentando US$ 70 bilhões. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que em 2008 havia no Brasil 20 mil produtores de orgânicos, distribuídos numa área de 269 mil hectares, que cresceu 3,7%, comparada com o ano anterior. No país, esse setor se expande não apenas com o aumento da produção de folhosas, frutas, legumes e outros alimentos, mas também como fornecedor de matérias-primas para a indústria de cosméticos, biotecnologia e até para a indústria da moda. Na busca por ampliar as áreas de plantio orgânicas e o conseqüente aumento de oferta desses produtos no mercado brasileiro e no exterior, o Instituto Paraná de Desenvolvimento (IPD), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Apex Brasil criaram o Organics Brasil, que reúne 60 produtores de orgânicos e no ano passado exportou o equivalente a US$ 58 milhões. Entre os principais itens orgânicos exportados, destacam-se soja (44,4%), açúcar (16%) e café (3,7%). Manga (3,8%), cacau em pó (1,2%), tapioca (0,54%) e fécula de mandioca (0,38%).
Atualmente, existem no Brasil 7,1 mil produtores certificados e cerca de 13 mil buscam a certificação, que tem custo elevado e ainda é uma barreira principalmente para produtores de pequeno porte. No ranking dos principais produtos orgânicos brasileiros, a soja ocupa a primeira posição, com participação de 31%, seguida por hortaliças (27%) e café (25%). Em termos de área plantada, a liderança fica para as frutas (26%), seguida por cana-de-açúcar (23%) e palmito (18%). Mas também é crescente a produção orgânica de cacau, cítricos, manga, morango, pêssego, uva e até rapadura.
A gerente comercial e de desenvolvimento de alimentos orgânicos do Grupo Pão de Açúcar, Sandra Caires Saboia, diz que no ano passado as vendas desses produtos chegaram a R$ 40 milhões nas lojas do Grupo e cresceram 40% sobre o ano anterior. “Para este ano, a expectativa é que as vendas desses produtos ultrapassem R$ 50 milhões. Temos em nosso portfólio mais de 600 produtos orgânicos, com oferta média diária de 200 itens, entre frutas, legumes e verduras, além de 250 itens de mercearia e de 160 itens das categorias de laticínios, congelados e padaria. Adeptos de alimentos orgânicos já conseguem compor refeições completas com esses produtos, seja café da manhã, almoço, lanche da tarde ou jantar”, explica Sandra.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Argentina sob pressão para proibir o uso de glifosato nas lavouras


O governo da Argentina está sendo alvo de pressão para proibir um produto químico usado no herbicida mais vendido do mundo, que ajudou a transformar o país num importante exportador de alimentos mundial na década passada, depois de uma nova pesquisa ter constatado que ele pode ser prejudicial à saúde humana. Um grupo de advogados ambientalistas peticionou à Suprema Corte requerendo a imposição de uma proibição por seis meses sobre a venda e uso do glifosato, base de muitos herbicidas, incluindo o Roundup, produto da Monsanto. A reportagem é do jornal Financial Times e reproduzida pelo jornal Valor, 05-06-2009. Uma proibição, se aprovada, significaria “que não poderíamos praticar agricultura na Argentina”, diz Guillermo Cal, diretor-executivo da Casafe, associação de fabricantes de fertilizantes do país.
A Argentina tornou-se uma potência mundial na exportação de alimentos, em grande parte por meio do uso de grãos geneticamente modificados projetados para resistir ao glifosato. Isso permitiu aos produtores de soja elevar o rendimento dramaticamente, por plantarem diretamente sem limpar a terra, logo em seguida pulverizando o herbicida para matar as pragas sem afetar a nova lavoura. O país é o maior exportador mundial de óleo de soja e segundo maior na exportação de milho, terceiro em soja e sétimo, em trigo.
O glifosato é o herbicida mais usado e os produtores gastaram com ele cerca de US$ 450 milhões por ano e usam 150 milhões de litros anualmente nas suas lavouras, diz Cal. Qualquer proibição sobre o uso do glifosato poderá ter graves consequências fiscais: o governo argentino, já carente de recursos, depende pesadamente das tarifas impostas às exportações agrícolas. Ele deverá arrecadar aproximadamente US$ 5 bilhões este ano, apesar de a soma ser apenas cerca de metade do nível do ano passado, após um prolongado conflito com os produtores rurais, uma seca amarga e preços mais baixos reduziram drasticamente a produção da soja, principal cultura do país. “Sabemos que estamos enfrentando Golias”, diz Mariano Aguilar, diretor-executivo da Associação Argentina de Advogados Ambientalistas, que pleiteou em ação a proibição sobre a venda e uso do glifosato, enquanto se aguarda o resultado da investigação feita por uma comissão de especialistas criada em janeiro pelo governo.
A iniciativa de Aguilar veio no rastro de uma investigação liderada por Andrés Carrasco, um cientista da Conicet, instituto de pesquisas que recebe recursos do governo. Segundo a pesquisa de Carrasco, mesmo minúsculas quantidades de glifosato poderiam causar má-formação embrionária em rãs e, por extrapolação, ter implicações para humanos. “Suspeito que a classificação de toxicidade do glisofato seja muito baixa… em alguns casos isso pode ser um veneno poderoso”, disse Carrasco. Ele diz que os residentes próximos das regiões produtoras de soja relataram problemas a partir de 2002, dois anos após as primeiras safras começarem a usar grãos transgênicos, cujo uso foi aprovado na Argentina em 1996.
Pesquisas conduzidas por outros cientistas argentinos e evidências levantadas por outros ativistas indicaram elevada incidência de defeitos de nascença e câncer em pessoas que vivem perto das regiões de pulverização das lavouras. Estudo conduzido por um médico, Rodolfo Páramo, na provincial agrícola de Santa Fé, relatou 12 deformações a cada 250 nascimentos, bem acima da taxa normal. Carrasco diz que sua pesquisa usou glifosato puro, bem como herbicida contendo cerca de 500g de glifosato por litro - a concentração padrão em muitos fertilizantes -, que diluiu 5 mil vezes. A Monsanto diz que seus produtos Roundup contêm 360g a 540g por litro, e 680g a 720g por quilo, no caso de sólidos.
Ela destaca, porém, que detém apenas um terço do mercado argentino, uma vez que o glifosato está sem patente há vários anos, e que outros produtores oferecem produtos genéricos com distintas concentrações do produto químico. O executivo-chefe Hugh Grant disse ao “Financial Times”: “Não estou preocupado com o estudo. Na minha opinião, a investigação é questionável”. A empresa sustenta que o produto é seguro para humanos e usado sem efeitos secundários nocivos por décadas. Carrasco diz que “existe um número grande de interesses em ação” para que o glifosato seja proibido. Mas as autoridades poderão começar a isolar o problema implantando controles eficazes onde as lavouras são pulverizadas.


domingo, 7 de junho de 2009

Fertilizantes orgânicos reduzirão dependência brasileira de nutrientes


Em parceria com empresas do setor privado, a Embrapa Solos está desenvolvendo fertilizantes orgânicos à base de resíduos industriais. Com isso, o Brasil poderá reduzir a importação de nutrientes, que representa atualmente 75% do total de 30 milhões de toneladas consumidas por ano.

Dependência nacional de fertilizantes

Segundo o pesquisador José Carlos Polidoro, um dos coordenadores do projeto, atualmente o país importa 75% dos nutrientes que consome na agricultura, seja em resíduos orgânicos ou minerais, o que corresponde a um total de 22 milhões a 24 milhões de toneladas por ano. Quanto ao potássio, o país importa anualmente 92% do volume consumido. "E a tendência é aumentar."A Roda d'Água, de Minas Gerais, foi a primeira empresa privada que procurou a Embrapa, interessada em criar produtos inéditos no mercado de agricultura orgânica, desenvolvendo fertilizantes próprios para a agricultura tropical, para maior aproveitamento dos nutrientes.Polidoro disse que o objetivo da Embrapa Solos é estimular empresas nacionais que já produzem fertilizantes orgânicos por processos não-tecnológicos, baseados na simples compostagem de resíduos orgânicos, oferecendo apoio tecnológico para que seus produtos tenham garantias técnicas mínimas que substituam o produto importado.

Aprimoramento de tecnologia

Inicialmente, a Embrapa Solos aproveitará resíduos usados pelo grupo Roda d'Água como matéria-prima - resíduos de cervejaria, como bagaço da cevada, fornecido pela Ambev, e do restaurante industrial da montadora de automóveis Fiat, para transformar em fertilizante orgânico. "O que queremos agora é aprimorar esse fertilizante."De acordo com Polidoro, o produto atende as exigências para registro no Ministério da Agricultura. "Só que não compete com o fertilizante mineral importado, porque tem teor muito baixo de nutrientes." Com esse serviço, a Embrapa busca usar sua tecnologia para colocar no mercado um fertilizante em condições de competir com o importado.

Reaproveitamento de resíduos

Outro aspecto positivo é a proteção do meio ambiente por intermédio do reaproveitamento de resíduos na produção do fertilizante. Para Polidoro, o uso de fertilizantes adequados é um dos fatores necessários para a agricultura orgânica brasileira alcançar alta produtividade com baixo impacto ambiental. "Aí, torna-se uma atividade profissional, que sempre se deve procurar na agricultura."A terra preta, fertilizante encontrado comumente em supermercados, não é um insumo adequado para sustentar uma agricultura de alto padrão, disse o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil.

Fertilizantes orgânicos

Oito pesquisadores trabalham no projeto de fertilizantes orgânicos, que usa também resíduos como aparas de grama, carvão, biofortificação e dejetos de cavalos. "Além de ser uma alternativa viável para diminuir a dependência externa de insumos, evita-se o impacto ambiental desses resíduos todos", afirmou Polidoro.Ele ressaltou que mesmo os produtos importados têm de ser bem aproveitados na agricultura: "Não podemos jogar fertilizante fora, nem deixar que resíduos como potássio sejam destinados a lixões e aterros sanitários, ou que fiquem acumulados em pátios de indústrias. Isso tem de se tornar fertilizante."Para ele, as empresas precisam começar a produzir fertilizante orgânico competitivo a partir de resíduos industriais, com adição de tecnologia. Para a agricultura brasileira, que depende de 75% de fertilizantes importados, trata-se de uma questão de "segurança nacional", uma vez que o país precisa do agronegócio para manter a balança comercial positiva, disse.

Dependência de nutrientes

"É um perigo depender tanto de uma importação dessa, porque são poucos os países que exportam nutrientes". Os principais exportadores de potássio são Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Polidoro informou que o único nutriente para fertilizantes produzido atualmente no Brasil é o fosfato, que equivale a 50% do consumo. Em 1993, o país produzia 100% de fosfato. "Tinha até excedente, que exportávamos para a América Latina. Hoje, importamos metade do fosfato". Com elevada reserva de fosfato, Marrocos é o principal fornecedor desse mineral ao Brasil.As empresas interessadas na parceria para produção de fertilizante orgânico tecnológico devem procurar a Rede Nacional de Fertilizantes, recém-aprovada no Sistema Embrapa de Gestão de Projeto. A rede é liderada pela Embrapa Solos e integrada por indústrias em geral, fábricas de fertilizantes, órgãos de fomento e universidades, além de agricultores. Seu foco central é a diminuição da dependência externa de nutrientes do Brasil.

sábado, 6 de junho de 2009

Conab incentiva produção ecológica no Estado


Os agricultores familiares da região de Irati, no interior do Paraná, estão dando um exemplo de consciência ecológica. Amparados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), executado pela Conab, e em parceria com a Petrobrás no projeto “Águas em Movimento”, eles construíram fossas com bananeiras e biofossas em alvenaria para garantir o aproveitamento da água nas propriedades rurais. O projeto foi finalizado neste ano e já colhe os primeiros resultados, com o crescimento sustentável da produção que está sendo comercializada com a Conab. “Antes as famílias não se importavam com o lixo jogado nas propriedades. Havia muitos esgotos abertos e fossas no meio das hortas”, lembra Gelson Luiz de Paula, presidente da Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis.
“Depois da parceria com essas duas empresas, criamos biofossas que servem como filtro para separar o sólido do líquido, onde a água é drenada e filtrada, servindo para regar as hortaliças. Além disso, nas fossas com bananeiras, aproveitamos as folhas e o tronco para absorver a água”, explica. O projeto envolve 27 instituições localizadas nos municípios de Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Inácio Martins e Rebouças, entre associações e centros educacionais. “Nos preocupamos com o meio ambiente e para isso contamos com a Conab, que oferece preços melhores aos nossos produtos, por serem agroecológicos”, comemora. De acordo com o superintendente regional da Conab no Paraná, Lafaete Jacomel, o PAA remunera esses produtos em até 30% a mais que os convencionais.
“Esta medida é importante para incentivarmos a sociobiodiversidade e conscientizar os agricultores sobre a questão ambiental”, ressalta. Atualmente, a Associação vende cerca de 80% da produção para a estatal Os agricultores cultivam feijão, tomate, mel e fabricam doce de leite, todos comercializados com o PAA, que destina os alimentos a instituições sociais, escolas e entidades que assistem pessoas em situação de insegurança alimentar. As fossas biológicas também trouxeram outras melhorias para os agricultores familiares paranaenses, pois garantiu a certificação das propriedades e a qualidade dos alimentos. “Para ser ecológico não basta evitar produtos químicos, é preciso cuidar de vários aspectos que envolvem a questão ambiental”, diz o presidente da Associação.


Fonte: CONAB