O consumo de produtos orgânicos cresce de forma exponencial no mundo e no ano passado movimentou cerca de US$ 41,5 bilhões. Alimentos orgânicos ganharam tanta importância, que em maio do ano passado a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) divulgou documento sugerindo que a agricultura orgânica pode ser o caminho para os países reduzirem substancialmente os riscos provocados por falta de segurança alimentar. Agricultura orgânica não é mais um fenômeno apenas de países desenvolvidos, pois já é praticada comercialmente em 120 países e em 2006 ocupou 31 milhões de hectares e movimentou US$ 40 bilhões. A FAO prevê que até 2012 esse mercado já esteja movimentando US$ 70 bilhões. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que em 2008 havia no Brasil 20 mil produtores de orgânicos, distribuídos numa área de 269 mil hectares, que cresceu 3,7%, comparada com o ano anterior. No país, esse setor se expande não apenas com o aumento da produção de folhosas, frutas, legumes e outros alimentos, mas também como fornecedor de matérias-primas para a indústria de cosméticos, biotecnologia e até para a indústria da moda. Na busca por ampliar as áreas de plantio orgânicas e o conseqüente aumento de oferta desses produtos no mercado brasileiro e no exterior, o Instituto Paraná de Desenvolvimento (IPD), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Apex Brasil criaram o Organics Brasil, que reúne 60 produtores de orgânicos e no ano passado exportou o equivalente a US$ 58 milhões. Entre os principais itens orgânicos exportados, destacam-se soja (44,4%), açúcar (16%) e café (3,7%). Manga (3,8%), cacau em pó (1,2%), tapioca (0,54%) e fécula de mandioca (0,38%).
Atualmente, existem no Brasil 7,1 mil produtores certificados e cerca de 13 mil buscam a certificação, que tem custo elevado e ainda é uma barreira principalmente para produtores de pequeno porte. No ranking dos principais produtos orgânicos brasileiros, a soja ocupa a primeira posição, com participação de 31%, seguida por hortaliças (27%) e café (25%). Em termos de área plantada, a liderança fica para as frutas (26%), seguida por cana-de-açúcar (23%) e palmito (18%). Mas também é crescente a produção orgânica de cacau, cítricos, manga, morango, pêssego, uva e até rapadura.
A gerente comercial e de desenvolvimento de alimentos orgânicos do Grupo Pão de Açúcar, Sandra Caires Saboia, diz que no ano passado as vendas desses produtos chegaram a R$ 40 milhões nas lojas do Grupo e cresceram 40% sobre o ano anterior. “Para este ano, a expectativa é que as vendas desses produtos ultrapassem R$ 50 milhões. Temos em nosso portfólio mais de 600 produtos orgânicos, com oferta média diária de 200 itens, entre frutas, legumes e verduras, além de 250 itens de mercearia e de 160 itens das categorias de laticínios, congelados e padaria. Adeptos de alimentos orgânicos já conseguem compor refeições completas com esses produtos, seja café da manhã, almoço, lanche da tarde ou jantar”, explica Sandra.
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