quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mercado de alimentos orgânicos deve movimentar US$ 104,5 bilhões em 2015

Segundo estudo produzido pelo The Future Laboratory em parceria com a Voltage, agência produtora de Human Insights, o mercado de alimentos orgânicos deve movimentar US$ 104,5 bilhões em 2015 e o de funcionais, responsáveis por alterar a percepção que os consumidores têm dos alimentos geneticamente modificados, deve faturar, em 2014, US$ 29,8 bilhões. 
O Japão, maior mercado consumidor de alimentos funcionais, vai faturar US$ 11,3 bilhões em 2014; nos Estados Unidos, as vendas devem crescer 20,7%, chegando a US$ 9,1 bilhões.A pesquisa integrará a palestra de Paulo Al-Assal, CEO da Voltage e um dos principais especialistas brasileiros em tendências, no TED x Campos - que acontece no próximo dia 23, no Grande Hotel Campos do Jordão/Hotel-escola do Senac.Segundo Paulo Al-Assad, a segurança alimentar, por exemplo, esteve no coração da revolução de 2011 no Egito. Como resultado, mais e mais pessoas querem ter controle sobre a forma com que os alimentos são produzidos e consumidos. Ele afirma que há necessidade de aumentar a produção de alimentos com preços mais acessíveis. "Há uma demanda por maiores níveis de transparência no processo de produção, sobretudo nos geneticamente modificados."Para o executivo, quando a análise abarca as tendências, em países como China e Índia, embora os consumidores adotem um estilo de vida ocidental no tocante à alimentação, as marcas devem atentar para aspectos e gostos locais, especialmente porque o consumidor contemporâneo mostra interesse no convívio social.
Do lanche hiperconectado da Geração D ao Rubarnism artesanal, o estudo The Futures Report Food mostra que a forma de se relaciona r com a alimentação tem mudado ao longo dos séculos. Hoje, as populações dos países ricos e dos emergentes têm exercido importante pressão em prol da sustentabilidade de todo o processo de produção de alimentos. O estudo aponta que a sustentabilidade será uma preocupação não apenas dos países ricos, mas dos emergentes. "Em um futuro próximo, o grau de sustentabilidade no processo de produção de determinada marca ou produto será uma espécie de rótulo que define a ética. Além disso, a demanda alimentar originada de populações crescentes e das economias emergentes deve impulsionar o desenvolvimento da biotecnologia agrícola. 
Na prática, o desenvolvimento de alimentos funcionais e mais saudáveis vai romper o preconceito de consumidores contra alimentos geneticamente modificados", afirma Paulo Al-Assal.Há, inclusive, estudos consistentes, ressalta o executivo, para a produção de alimentos livres de alérgenos como o glúten - produtos que devem auxiliar a alimentação de portadores da doença celíaca.De acordo com Al-Assal, a população mais idosa está mais consciente do impacto da dieta alimentar na saúde e é justamente essa parcela da população que está fazendo o mercado de funcionais crescer. Na China, as mudanças demográficas tornaram-se um poderoso motor de vendas de alimentos funcionais. 
Produtos a base de ervas medicinais com propriedades terapêuticas se tornaram sucesso de vendas. Mercados emergentes Os consumidores de mercados emergentes como os que integram o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e os MAVINS (México, Austrália, Vietnã, Indonésia, Nigéria e África do Sul) têm alterado padrões de consumo mundiais de alimentos. Países como Índia e China se tornaram mais ocidentalizados e passaram a consumir mais carne. Marcas como a KFC incluíram produtos locais em seus menus para agradar consumidores locais - na Índia, por exemplo, a pizza Dominó oferece produtos com queijo paneer e keema; no Brasil, a Nestlé passou a investir na venda porta a porta; o Nestlé até Você criou um supermercado flutuante para atender comunidades distantes dos grandes centros. Nos mercados emergentes nota-se um crescente aumento de jovens que têm consumido doces e chocolates.No BRIC, o mercado de confeitaria deve alcançar um faturamento de US$ 27 bilhões em 2014. 
O mesmo crescimento não ocorre na Europa e nos Estados Unidos. No Reino Unido, por exemplo, as vendas de chocolate cairam 1,3% em 2010 e a tendência é que caiam ainda mais por conta da preocupação da população em controlar a ingestão de calorias. Novos consumidores & tendências Dados demográficos mostram que as mudanças comportamentais influenciam na relação do consumidor com o alimento. Do lanche do hiperconectado integrante da Geração D ao Rurbanismo artesanal, passando polos Neo-Boomers. Entre as tribos, o estudo destaca o Foodies DIY e Rurbanites.Entre as tendências detectadas, o estudo traz a Conviviality Culture (cultura do convívio) em resposta à recessão global. Para dar mais significado às vidas e cortar custos, as famílias optam por refeições em casa e têm utilizado a tecnologia em favor desse objetivo. Conectados, buscam nas redes sociais formas de compartilhar compras coletivas de alimentos e de preparo. Mais conscientes do papel da alimentação na sociedade, as pessoas têm criado rituais - quase teatrais - de consumo. 
A tendência Revivalist, por exemplo, mostra que os consumidores estão em busca de uma "âncora" para lidar com esses tempos turbulentos e veem nas antigas receitas uma forma de conforto afetivo; estão "revivendo" de maneira nostálgica a alimentação.Alimentar-se com três refeições diárias é uma forma de buscar a segurança de antigos tempos. Algumas tribos rejeitam a frieza do mundo contemporâneo e estão buscando inspiração em modos rurais de viver; formas similares às dos avós. Nesse contexto, norte-americanos passaram a frequentar restaurantes que resgataram o preparo dos alimentos, inclusive, investindo em receitas clássicas. As experiências de convívio também são buscadas por uma nova geração de consumidores. 

Fonte: http://monitormercantil.com.br

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