sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sistema orgânico é mais barato que convencional

É muito comum ouvir dizer que o sistema orgânico de produção demanda mais recursos do produtor rural e que, por isso, é mais caro. Com o consumidor, isso não é diferente. No mercado, os alimentos orgânicos chegam a dobrar de preço, dependendo da cultura. No entanto, segundo José Ângelo Rebelo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a produção orgânica de hortaliças precisa ter condições ambientais adequadas para que a planta expresse toda a sua capacidade de produção e defesa contra os inimigos naturais.
Nesse caso, a produção é ainda mais barata do que a convencional e conta com alimentos mais vistosos e saudáveis. O sistema orgânico de produção, com foco em abrigos de cultivo protegido, foi um dos temas do dia de campo organizado pela Epagri, no dia 24 de outubro, em Itajaí (SC).Nosso clima não é muito propício para a produção de hortaliças, pois quase todas são oriundas da região do mediterrâneo, onde praticamente não chove. Com isso, há a ocorrência de mais pragas e doenças. Portanto, em nossas condições climáticas, só é possível fazer uma produção orgânica sob um abrigo de cultivo, cuja principal função é de um guarda-chuva - afirma o pesquisador.
Ele conta que a tecnologia utilizada nesse sistema é praticamente a mesma de um sistema convencional no que diz respeito às variedades, espaçamento e nutrição. No entanto, tudo isso deve ser feito em um ambiente propício à planta, o que é proporcionado pelo abrigo de cultivo. Ao aplicar os conhecimentos agronômicos adequados, estaremos utilizando um sistema correto de produção, não sendo necessário o uso de produtos químicos. O problema é que nos desviamos desses princípios para atender a demandas comerciais de vendedores de produtos químicos, fazendo assim uma agricultura errônea - conta. Rebelo diz que o sistema orgânico produz plantas de qualidade, sem risco de envenenamento para o consumidor.
Além disso, o agricultor pode usufruir de conforto durante a produção, pois trabalha em um ambiente protegido de chuvas e de solos encharcados. Ele pode ainda negociar e ter garantia de que vai produzir, além de beneficiar o ambiente que não sofre com as agressões de produtos químicos exagerados - completa. Ele explica que as pessoas tendem a dizer que o sistema orgânico de produção é mais caro e que produz alimentos menos apresentáveis. Para ele, essa é uma tentativa de cobrar mais caro. Digo com toda a certeza que o custo de produção em um sistema orgânico é mais baixo do que em um sistema convencional, além de produzir alimentos mais vistosos que o sistema convencional.
Esse sistema é perfeito e faz com que a planta expresse todo o seu potencial produtivo – garante. O pesquisador acrescenta que o sistema orgânico precisa de conhecimento científico para produzir bem, é mais barato que o sistema convencional, oferece produtos de melhor qualidade e saúde para quem produz e consome.

Irrigação com água da chuva

A água é o insumo mais importante na produção de hortaliças. Por isso, para o entrevistado, ela deve ter a qualidade próxima à potabilidade. É importante, portanto, que o produtor tenha o cuidado de não veicular metais pesados de águas contaminadas ou ainda patógenos, como fungos e micróbios. Nesse caso, ele deve coletar a água da chuva para a irrigação da lavoura. Nossas fontes de água em torno das produções de hortaliças não possuem tal qualidade. Já quando o produtor tem certeza da qualidade da água, não há necessidade de fazer a coleta da água da chuva.
Ao coletar água da chuva, o produtor deve ter o cuidado de estocar essa água para que ela atenda à sua plantação por, pelo menos, 30 dias de eventual seca, dependendo do ciclo da planta - orienta. Rebelo acrescenta ainda que a irrigação por gotejamento é a forma mais econômica e mais inteligente de se aplicar água nas plantas. De acordo com ele, o sistema de irrigação por água da chuva é muito econômico, sobretudo quando aliado ao sistema de gotejamento, que não desperdiça água.


Fonte: http://www.midianews.com.br

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