A estimativa, segundo uma rede varejista, é que os orgânicos representem 2,5% das vendas de hortifrúti. Há dois anos não chegava nem a 1%. O presidente da Associação Global de Desenvolvimento Sustentável, Nelson Reis Pedroso, que coordena o projeto de hortas urbanas da Prefeitura de São Bernardo, também destaca a elevação da demanda. "Por volta de 1998, produzíamos 6 toneladas por mês nessas hortas. Tivemos que diminuir para 2 toneladas por falta de demanda. Hoje são de 5 toneladas e o mercado procura por 10 toneladas." São nove hortas urbanas e 84 produtores instalados em espaços que variam de 140 m² a 4.500 m².
Nesses casos, os preços são idênticos aos praticados pelos alimentos convencionais, graças ao apoio fiscal concedido no projeto social. Livre de agrotóxicos e com benefícios públicos, as verduras saem pelo mesmo preço do supermercado. Um pé da alface custa por R$ 1,25 e a rúcula, por R$ 2,50, em média.
Mais três hortas serão criadas na cidade. "Nas três novas, serão abrigadas em média 10 horticultores cada. Total de 30 pessoas recebendo capacitação na horticultura agroecológica, sem uso de defensivos ou suplementos químicos", destaca o diretor de empreendedorismo, Trabalho e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Nilson Tadashi Oda.
A unidade que fica dentro da Fundação Criança, no Assunção, ficará a cargo do aposentado Manoel Salvino de Souza. O terreno funciona com 30 canteiros, que colhem 4.320 mudas, em média, a cada 15 dias. Cada horta permite a plantação de 288 mudas, produção que deve ampliar quando todos os 96 canteiros estiverem disponíveis.
Se a produção atingir o pico, gerará renda de R$ 3.000 para Souza. Mas já têm produtores ganhando bem mais que isso, com faturamento de até R$ 12 mil por mês. "Depende de cada pessoa, do clima, e se a família for boa produtora", diz Pedroso. Agricultor pequeno, de 140 m², no entanto, lucra menos, cerca R$ 800 em média no mês.
O produtor Elias Rodrigues de Morais diz que o consumidor da Craisa, onde também vende, gosta desse tipo de legume e fruta. Ele vende cerca 1.300 kg de morango, há um ano era 1 tonelada. Com incentivo do programa agricultura familiar, seus lucros na cidade são de até R$ 4.500. Para ele, não basta só estimular o consumo de orgânicos. "É preciso apoiar o produtor. São muitos no País, mas de pequeno porte", diz.
Diadema tem projeto semelhante e soma seis hortas comunitárias que geram renda para seus agricultores, que consomem e vendem. Fato que ocorre de forma pontual, diz a Prefeitura. Cerca de 30 pessoas estão envolvidas no programa. Ribeirão também atua no programa agricultura familiar.
Fonte: http://www.dgabc.com.br
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