Amanhã, sábado dia 10 de setembro, as bananas orgânicas cultivadas na floresta recebem destaque na Feira dos Agricultores Ecologistas, FAE. A nutricionista Herta Karp Wiener orienta sobre o valor nutricional da fruta e a produtora Valdirene Seteffen Evald fala sobre as variedades encontradas na feira. As atividades iniciam às 9h30min na Banca do Meio, ao lado do caldo-de-cana.
O modelo agrícola praticado pelos feirantes contraria os defensores do agronegócio que pregam a mudança no Código Florestal para diminuir a reserva legal aumentando, assim, a área de produção. O cultivo de bananas nas florestas demonstra como uma APP, Área de Proteção Permanente, pode ser produtiva e, ao mesmo tempo, desempenhar seu papel de preservar os recursos hídricos e a biodiversidade.
Manejo agroflorestal
"Em 1997 iniciei o cultivo do bananal na floresta, consorciando as bananeiras a outras árvores. A riqueza das espécies com seus galhos e folhas engordam o solo produzindo uma massa verde que dispensa o uso de esterco" explica Antônio Borges Model, produtor da ACERT Raposa. Desta forma, a fertilidade é devolvida ao solo, sem onerar o produtor com insumos externos e "o único gasto é com o manejo."
Entre as espécies encontradas na plantação de Model encontram-se madeiras-de-lei como canelas, licurana e guatambu. Além da palmeira juçara, que produz o açaí, várias outras frutíferas compõem o grupo, permitindo colher bergamotas, goiabas, laranjas, lichia, uvaia e araçá. A diversidade reflete-se também na fauna que aprecia essa riqueza de sabores, sendo avistados sabiás preto e vermelho, aracuã, iandu e tucanos.
As bananas expostas todos os sábados na feira vêm da Associação dos Ecologistas da Região de Torres, ACERT. Atualmente, as bancas que disponibilizam a fruta representam os três núcleos de produtores: Mampituba, Raposa e Três Passos. Estas comunidades localizam-se respectivamente nos municípios de Mampituba, Dom Pedro de Alcântara, Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul.
Variedades
Na feira, as variedades mais comuns são a caturra e catarina. Mais discretas, aparecem a branca antiga, a banana-figo e a banana-maçã. "Existem dificuldades para produzir a banana-maçã em grande quantidade. Por aqui ninguém tem um bananal de banana-maçã" revela Rosane Cardoso Martins, produtora da ACERT Três Passos. Como esta cultura tem maior abundância no centro do país, as baixas temperaturas justificam a queda da produção na Região Sul.
Segundo a nutricionista Herta Karp Wiener, as diferentes variedades possuem valor nutricional semelhante. A fruta tem alto teor de açúcar e potássio. Além de ser altamente indicada para o bom funcionamento dos músculos, ela permite regular a digestão. "Em caso de prisão de ventre recomenda-se ingeri-la mais madura. Para diarréias, devem ser consumidas frutas com uma textura mais firme"
Herta sugere uma atenção especial na hora de escolher as variedades, conforme o uso desejado. A caturra, menos ácida, é mais apropriada à alimentação infantil e aos pratos assados, como pastéis e bolos. Apresentando maior acidez e uma consistência mais firme, a catarina pode ser ingerida em natura ou utilizada na tradicional salada-de-frutas.
A Feira dos Agricultores Ecologistas realiza-se há vinte e dois anos na primeira quadra da avenida José Bonifácio, aos sábados das 7h às 13h. Desde 2006, ela recebe o respaldo da Associação Agroecológica, que agrega os produtores da feira e trabalha na garantia de conformidade na produção orgânica.
Fonte: http://www.ecoagencia.com.br
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