domingo, 31 de janeiro de 2010

Diminuição das colheitas de cereais orgânicos na França


Campos de cultivos orgânicos importantes na França, como trigo, milho, cevada e triticale apresentaram um declínio muito acentuado entre 2008-2009 e 2009-2010: -13% para o trigo, o milho -6% e -1% para o triticale, Segundo os dados recolhidos na última reunião do Grupo de Peritos da FranceAgriMer. Apenas a cevada mostrou um aumento de 8%.
No total, no período 2009-2010 os campos cultivados com cereais orgânicos perfizeram 60.000 hectares, contra 63.300 hectares em 2008-2009, mostrando uma diminuição de 4.000 ha (-6%). O aumento das ajudas governamentais para a indústria orgânica proposta pelo ex-ministro da Agricultura, Michel Barnier, tende a dar frutos, no entanto, como o anúncio foi feito tarde demais em relação ao plantio, este aumento só será sentido daqui a algum tempo.
A questão é se esta ajuda que vem será suficiente para convencer os agricultores a dar um grande passo de conversão orgânica, sendo que a agricultura orgânica não rende tanto quanto a agricultura convencional. De acordo com a agência francesa de agricultura e meio ambiente, o rendimento médio estimado do trigo orgânico estagnou em 27 q / ha, comparado a 77 q / ha registrado para trigo convencional em 2009.
Em comparação com as 36,5 milhões de toneladas de trigo convencional produzidos em 2009 - incluindo cerca de 17 milhões destinados à exportação, para um volume de negócios de 3 bilhões de euros - as 73.000 toneladas de trigo orgânica parecem ter valores insignificantes. Mas, principalmente, estão abaixo da demanda dos moinhos, que se elevou em 2009 para 75.000 toneladas. Consequentemente, as importações de trigo orgânico ainda têm crescido no ano passado: 35.000 toneladas, contra 33.000 no ano anterior.


Fonte:http://en.greenplanet.net
Tradução e Pesquisa:Mundo Orgânico

sábado, 30 de janeiro de 2010

Seminário debate a agricultura familiar nos mercados orgânico e sustentável


Em 16 de fevereiro de 2010, um dia antes da abertura da BioFach, em Nuremberg (Alemanha), a maior feira de produtos orgânicos e naturais do mundo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) promoverá um seminário onde será debatida a presença da agricultura familiar do Brasil nos mercados orgânico e sustentável.O seminário Brazilian Family Farming; Brazilian Social Footprint será realizado no Hotel Holiday Inn, das 9h:30 às 17h, com o apoio do Planeta Orgânico, e contará com a presença do Embaixador do Brasil na Alemanha, Everton Vargas - profundo conhecedor da questão ambiental, acompanhando com interesse iniciativas que promovem o uso sustentável da biodiversidade.
O tema Mega Sociobiodiversidade ocupará o primeiro painel do evento, que contará com a participação de Arnoldo Dias (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e Cláudia Caloriao (Ministério do Meio Ambiente).Casos de sucesso da agricultura familiar do Brasil no mercado orgânico serão apresentados pelos próprios expositores, que também estarão presentes à BioFach, promovendo seus produtos no estande do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Além disso, será traçado um painel do crescimento e do amadurecimento da participação da agricultura familiar nos mercados doméstico e internacional, com destaque para as oportunidades de negócios na Copa de 2014, em parceria com a agricultura familiar do Brasil.
Entre as ações de inserção no mercado da agricultura familiar previstas para a Copa, está o Projeto Talentos do Brasil Rural. Este programa pretende iniciar a preparação dos agricultores familiares para a prestação de serviços aos turistas e oferta de produtos diferenciados ao mercado turístico – em hotéis, bares, restaurantes, lojas de artesanato - na Copa do Mundo de 2014, agregando valor socioambiental e sustentabilidade ao produto turístico.Um Networking Lunch, almoço promovendo a aproximação do público interessado no tema com os palestrantes e representantes da delegação do Brasil, também integra a programação do evento.Mais informações sobre o Seminário Brazilian Family Farming: Brazilian Social Footprint poderão ser encontradas no website do Planeta Orgânico.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Preços de produtos orgânicos aumentam por causa das chuvas em Guaratinguetá

Os estragos causados pela chuva não ficam somente nos centros das cidades, com as enchentes. Os prejuízos chegaram também aos produtores rurais e consumidores. Em Guaratinguetá os preços das verduras e legumes dispararam e muitos produtos andam em falta no mercado municipal. Os preços que mais subiram foram o das folhas. A alface saltou de R$0,50 centavos para R$1,50. Também subiu o preço do repolho (R$1,00 - R$ 1,50), agrião (R$2,00 - R$2,50), chicória (R$ 0,80 - R$ 1,00), espinafre (R$ 2,50 - R$ 3,00), entre outros produtos. As hortaliças, verduras e legumes tiveram alta nos preços, porque o transporte e a chegada desses alimentos ao consumidor final são em alguns casos difíceis de acontecer. O motivo é bem conhecido dos produtores, as fortes e intensas chuvas, que além de estragar as plantações, destruiu também as estradas rurais. “Caiu barreira, tem locais que a gente só passa de trator, os rios transbordaram, assim fico muito difícil”, conta o produtor rural Marçal Praga Neto. Que diz também porque os preços aumentaram. “Subiu tudo, os insumos, as sementes, eu perdi um monte de verduras. E nós não podemos ficar sem algum lucro, não podemos trabalhar de graça”. Mas, mesmo com o aumento nos preços, os consumidores não ficam sem comprar.
“Está difícil, preços muito altos, mas não podemos ficar sem comprar, a saúde está em primeiro lugar”, afirma a corretora de imóveis Rosana Gonçalves. A procura pelos produtos também ganha destaque nos corredores do mercado, e ela começa cedo na busca pelos fornecedores. “A gente tem que matar um leão por dia para achar quem fornece. E aqui as bancas ficam vazias rapidamente. O mercado fecha às 14h, mas às 11h não tem mais alface, por exemplo,”, diz o feirante Marcos Camargo. E por causa das fortes chuvas, ainda há 39 famílias desabrigadas em Guaratinguetá e o Rio Paraíba continua dois metros e meio acima do nível normal.




quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cozinha consciente


O hábito de cozinhar merece atenção especial de quem está preocupado com a sustentabilidade. Conhecer o impacto que a produção dos alimentos causa ao ambiente é essencial antes de ir às compras e escolher o cardápio da próxima refeição.Preocupado com os malefícios que a rotina na cozinha causa, o chef Raffa Leal pensa em tudo. Os ingredientes escolhidos são os que menos agridem a natureza – do plantio e da criação até o transporte –, e o descarte de resíduos é reduzido ao máximo.– A ideia da gastronomia sustentável é ressaltar o sabor de cada alimento, preservando os nutrientes e sem prejudicar o planeta – explica.
Os produtos orgânicos são uma boa pedida. A eliminação do uso de agrotóxicos é uma das maiores vantagens do cultivo. Além de poupar o solo e a água da contaminação por defensivos químicos, a saúde de quem consome também é favorecida.– Os alimentos orgânicos retêm menos umidade do que os da agricultura tradicional, o que aumenta a concentração de nutrientes – explica a nutricionista Signorá Konrad.Outro vilão é a carne. Cerca de 18% do aquecimento global são causados pela criação de gado, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Esse número dá à pecuária uma responsabilidade maior que a do setor de transportes no aumento da temperatura. O esterco libera gases como o óxido nitroso, com poder para aquecer o planeta 296 vezes maior que o dióxido de carbono – considerado o principal gás causador do efeito estufa. O aumento dos rebanhos também reduz a área de florestas para dar lugar a pastagens.Mas não se pode dar à agricultura e à pecuária toda a responsabilidade. As escolhas que o consumidor faz na prateleira do supermercado têm um papel decisivo.
Optar por orgânicos e reduzir o consumo de carne é um começo, mas é preciso ir além.– Todos os ingredientes levados para dentro de casa devem ser pensados, desde o modo como foram produzidos até o destino que será dado aos resíduos – alerta Raffa Leal.Outro ponto importante é a redução dos produtos industrializados, que produzem mais lixo e utilizam mais recursos naturais na fabricação.– Preparar um molho de tomate caseiro, em vez de abrir uma lata, pode ser uma opção inteligente – exemplifica a nutricionista Viviane Vieira.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Produtos orgânicos em expansão na Espanha

Andaluzia - Espanha

Com um aumento de 33% das áreas cultivadas de forma orgânica em 2008 (em comparação com 2007) e com 16% do número de operadores que vendem produtos orgânicos, a Espanha é hoje o líder na produção de orgânicos na Europa - segundo a Organic market.info.
Na Europa, o manejo orgânico total da terra é de cerca de 1,3 milhões de hectares. De 2004 a 2008, a área orgânica plantada aumentou 80%, e o número de agricultores orgânicos aumentou 33%.
Andaluzia é a principal região da Espanha produtora de orgânicos, com uma quota de 60% das terras plantadas no total (mais de 780.000 hectares): as áreas de plantio orgânico parecem ter crescido 13% em 2009 - de acordo com Ecoalimenta.com. No entanto Castilla-La Mancha, registrou em 2008 o maior crescimento de área plantada de forma orgânica, com 147%, e agora é a segunda maior região orgânica no país, com quase 120.000 hectares.
Em 2007, o mercado de alimentos orgânicos espanhol valia 200 milhões de euros, segundo relatórios da Organic market.info, com o gasto anual per capita em alimentos orgânicos de cerca de 8 euros em 2006.
Em 2008, existia mais de 23.000 empresas com certificados orgânicos, um aumento de 16% sobre o ano anterior, com mais de 21.000 produtores, 2.168 processadores e comerciantes, 81 importadores e 380 empresas comerciais, como atacadistas, detentores de armazenamento e distribuidores.
Catalunha, com 441 produtores, tem 120 empresas distribuidoras dos 380 listados nas estatísticas oficiais. Andaluzia, com cerca de 400 processadores, tem a maioria dos produtores de azeite no país. Andaluzia é também líder no processamento e embalagem das frutas e legumes.



Fonte:http://en.greenplanet.ne
Tradução e Pesquisa: Mundo Orgânico

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Horta comunitária abastece várias creches no Guará

Guará- DF

A produção orgânica de hortaliças é uma realidade na QE38 do Guará. O espaço público abandonado, que antes era motivo de vergonha e até medo por boa parte da população, se transformou num pedaço do paraíso. Há quase quatro meses foi implantada num terreno de aproximadamente 2mil m² uma horta comunitária.
A iniciativa foi tão positiva que além de abastecer, ensinar e motivar os moradores das proximidades, a plantação ainda atende a mais de 600 crianças carentes, que passam o dia em creches. A área é um verdadeiro jardim, um jardim lindo e comestível! Nele trabalham em média 30 pessoas da comunidade, todas voluntárias e capacitadas por cursos oferecidos pela Emater, que é parceira da Administração Regional da cidade juntamente com a Gerência de Projeto Estratégico Pólos de Agricultura Orgânica e Urbana do GDF. Além de melhorar a estética, segurança e qualidade nutricional da população, o espaço tem servido também para integração dos moradores da região. Dona Gentileza Antônia Santos, de 77 anos é pura satisfação ao falar da horta: “Sou moradora do Guará há 34 anos, mas nunca me senti tão bem, estou aposentada e na minha casa moram sete pessoas, o que ganhamos aqui ajuda muito no orçamento familiar, sem contar que é uma diversão, eu já fiz todos os cursos que eles ofereceram”, revelou dizendo ainda: “Este pedaço de chão me dá mais saúde, tanto trabalhando quanto me alimentando com as hortaliças, pois sei que não têm agrotóxicos”, comemorou entre sorrisos a simpática senhora.
Segundo o administrador Joel Alves Rodrigues a resposta tem sido gratificante: “A área, que antes era um terreno baldio utilizado pelos moradores como depósito de entulho, agora dá lugar a um espaço que está sendo aproveitado como fonte de alimentação saudável. Inclusive estamos trabalhando para aumentar a produção de ervas medicinais e assim, contribuir também com o posto de saúde que fica aqui atrás”, afirmou a administrador ressaltando: “É gratificante saber que com um pouco de atenção e iniciativa é possível promover não só a integração da comunidade, bem como melhorar a qualidade de vida desta população que tinha um tremendo sentimento de inferioridade. Agora com cursos relacionados ao plantio e aproveitamento de alimentos eles se sentem mais úteis e importantes”, concluiu.
A horta comunitária que produz mostarda, couve-manteiga, rabanete, rúcula, beterraba, cebolinha, coentro, abobrinha, quatro tipos de alface: crespa, lisa, roxa e americana, além de ervas aromáticas e medicinais, como capuchinha, hortelã, orégano entre outros, já passou por três colheitas. No dia em que visitamos a horta foram colhidos mais de mil pés de folhagens. Segundo o engenheiro agrônomo, Rubens Solon Mendes, da administração, de agora em diante os produtos poderão ser colhidos semanalmente, pois foi feito um programa de escalonamento de plantio.
“Logo poderemos colher também abóbora italiana, agrião e ervas medicinais em quantidade”, afirmou o engenheiro. Rubens contabiliza os resultados: “A adubação da base foi muito bem elaborada, isso fez com que as plantas crescessem fortes e não sentissem tanto os fatores externos, como o excesso de chuvas”, ressaltou acrescentando que os produtos são 100% orgânicos, quer dizer, livres de qualquer tipo de produto químico.
Os alimentos produzidos são doados às creches do Guará e Lúcio Costa, segundo Joel, só nos últimos meses as entidades receberam cerca 120 maços de cheiro-verde e 35 kg de rabanete e beterraba. No terreno há também um salão comunitário, que funciona como ponto de apoio e local para realização de palestras e cursos de capacitação para a população. Os cursos são ministrados no local por técnicos da Emater. Muitas pessoas se aproximam da horta por curiosidade e acabam se apaixonando, tomam gosto pelo alimento produzido de forma orgânica e ajudam a preservar tanto o meio ambiente, quanto as áreas vazias da cidade.
As colheitas têm sido feitas com a ajuda dos moradores da região, que também levam um pouco dos produtos para casa. Algumas dessas pessoas participaram dos cursos oferecidos, mas outras têm ido até a horta levadas pela curiosidade e pela divulgação dos benefícios para a comunidade. Joel afirma que para o início do ano estão previstos novos cursos: ”vamos ministrar cursos de aproveitamento total dos alimentos, produtos orgânicos, alimentação saudável e desenvolvimento de hortas domésticas. Também serão distribuídas sementes e orientações técnicas pra quem participar do projeto”, concluiu.
Acompanhamos a entrega das hortaliças em uma das creches e foi possível observar que o objetivo inicial foi totalmente alcançado. Neusa Gomes, chefe de cozinha de uma das creches beneficiadas pelo projeto destaca: “Estes alimentos não têm preço. Porque além de nos ajudar financeiramente, temos a certeza de que não farão mal à saúde de nossos pequeninos. Aqui atendemos a 90 crianças e oferecemos quatro refeições diárias, se não houvesse este projeto da horta comunitária nossa situação ficaria muito difícil, pois vivemos de doação”, ressaltou a profissional.

Benefícios inquestionáveis

Capacitar os moradores e proporcionar oportunidades de ocupação e renda são os objetivos principais do programa. A unidade instalada na QE 38 servirá também como base didática para habilitar a comunidade não só na produção de alimentos sem agrotóxicos, mas principalmente no cultivo em pequenos espaços, sem esquecer do seu aproveitamento integral, visando uma alimentação saudável e evitando o desperdício. Além de ensinar a comunidade a se organizar e trabalhar em conjunto. Desta maneira terão também educação ambiental, participarão de terapia ocupacional para qualquer idade, basta que tenham interesse. Outra vantagem é que as escolas públicas também poderão utilizar a horta para desenvolver programas envolvendo os alunos nas atividades com a terra. A horta da cidade trabalhará inclusive com a produção de ervas medicinais, que serão utilizadas para o tratamento da comunidade, em parceria com o posto de saúde.

Fonte:Administração Regional do Guará

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Levantamento revela potencial para maior consumo de orgânicos


Pesquisa inédita da Market Analysis mostra que 17,3% dos brasileiros que residem em grandes cidades se dizem consumidores regulares de produtos orgânicos. Pela primeira vez o tema "consumo de orgânicos" foi incluído no levantamento anual sobre sustentabilidade ambiental e social, Monitor de Responsabilidade Social Corporativa, realizado pelo instituto desde 2001.
Conforme a pesquisa, um em cada seis consultados nos nove maiores centros do país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia e Brasília - disse adquirir produtos orgânicos de uma a cinco vezes por semana.
O diretor da Market Analysis, Fabián Echegaray, admite que o resultado ficou acima do imaginado. "Foi uma surpresa porque sempre se acreditou que [o consumo de orgânicos] era um nicho", comenta.
É preciso ponderar, no entanto, que o resultado se refere às pessoas que se identificam como consumidoras de produtos orgânicos, explica Echegaray. Elas têm a percepção de que são consumidoras de orgânicos, mas não necessariamente estão comprando itens produzidos de forma orgânica, isto é, em que não há a utilização de agrotóxicos e produtos químicos, e que sejam certificados por isso. Essa percepção do consumidor, segundo Echegaray, vem da categoria do produto, de sua apresentação e localização nas gôndolas.
A mesma pesquisa comparou o percentual dos que se disseram consumidores de orgânicos e os que conseguiram identificar um selo de certificação de produto orgânico. Enquanto os primeiros chegam a 17,3%, apenas 6% conseguiram identificar um selo de orgânico.
Para Echegaray, o resultado da pesquisa mostra que há muito mais abertura e disposição de comprar esse tipo de produto por parte do consumidor final do que se imaginava. "O consumidor manifesta receptividade, o que indica um potencial de demanda", avalia. "Existe espaço para este mercado crescer e deixar de ser nicho", acrescenta.
Além disso, o resultado também traz um outra interpretação: o varejo precisa ser mais transparente em relação ao que está oferecendo, funcionar como uma plataforma de orientação ao consumidor, defende o executivo. "E o varejo precisa ser mais agressivo na apresentação do produto se quer associar a sua marca à sustentabilidade", acrescenta.
A pesquisa da Market Analysis não teve questões relacionadas a preço, ponto delicado quando se trata de orgânicos, tradicionalmente bem mais caros do que os produtos cultivados de forma convencional. De qualquer forma, lembrou Fabián Echaragay, levantamentos anteriores já indicaram que os consumidores estão dispostos a pagar um pouco mais por produtos que apresentem algum benefício em relação à sustentabilidade.
O levantamento mostrou também que a maioria dos entrevistados diz comprar produtos orgânicos apenas uma vez na semana. Além disso, cada vez mais, os consumidores adquirem esse tipo de produto em grandes redes de varejo. "Tradicionalmente, as compras de orgânicos ocorriam nas feiras ecológicas ou de rua semanais ou lojas especializadas", comenta Echegaray. Esse quadro mudou. Segundo a pesquisa, 77% dos que dizem adquirir orgânicos o fazem em supermercados.
De acordo com levantamento o IBGE, 90 mil estabelecimentos praticam agricultura orgânica no Brasil, 2% do total existente.A pesquisa Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2009 da Market Analysis ouviu 802 pessoas entre 18 e 69 anos residentes nas nove cidades. Tem margem de erro de mais ou menos 3,5 pontos percentuais.


Fonte:Valor Econômico
Autor: Alda do Amaral Rocha

domingo, 24 de janeiro de 2010

O "boom" da comida orgânica para bebê no Reino Unido

O declínio nas vendas de produtos orgânicos no Reino Unido, não afetou as marcas de alimentos infantis, os pais britânicos parecem desafiar a recessão, ao optar por produtos de melhor qualidade para seus pequenos.
Apesar dos cortes nos custos de uso doméstico, uma pesquisa recente publicada pela revista especializada The Grocer mostra que os pais estão dispostos a pagar 20 a 30 por cento a mais em alimentos para bebês do que para outros produtos. O mercado de alimentos infantis aumentou 48,1 por cento no ano passado, ante 46,5 por cento no ano anterior, enquanto o mercado orgânico como um todo, viu um declínio de 11 por cento nas vendas no ano passado.
Clio Turton, porta-voz da associação, que regulamenta os produtores de alimentos orgânicos, disse: "Estamos agradavelmente surpreendido com o fato das vendas de alimentos orgânicos para bebês orgânicos terem aumentado tanto, mas não estamos chocados."
As vendas de marcas como Ella's Kitchen, Organix e Plum foram de forma impressionante, segundo o relatório. A marca Ella's Kitchen, cresceu 174 por cento.O chefe executivo Paul Lindley da Ella's Kitchen disse: "No início de 2009 nós estávamos preocupados com a recessão que afetou o crescimento contínuo positivo de nosso negócio, mas foi um ano incrível."
Na empresa Organix as vendas do seu lanche à base de alimentos orgânicos cresceu mais de 25 por cento em 2009. A diretora-gerente Anna Rosier disse que a força da Organix esta na criação do estilo adulto de alimento, tornando-o nutritivo, excitante e atraente para as crianças.
"As mães querem alimentar seus bebês com uma diversificada de alimentos incluindo uma ampla variedade de sabores, cores e texturas para evitar tornar seus filhos comedores agitados", disse ela. A outra marca de orgânicos, a Plum, tem visto um crescimento de cerca de 20 por cento - "o melhor desde que a lançamos em 2006", disse Patrick Cairns, chefe executivo da empresa."Enquanto as pessoas estão fazendo cortes em outras áreas de despesas, os bebês são uma exceção", disse o Sr. Cairns.
Uma das razões para a crescente sofisticação das receitas é creditada ao aumento da idade média em que muitas mulheres estão tendo seus bebês. Um relatório de analistas de pesquisa de mercado Mintel afirmou: "as mães mais velhas são mais suscetíveis de serem informados sobre a nutrição do bebê e com melhor situação financeira, e são, portanto, mais capazes de pagar por qualidade e conveniência".O mercado de alimentos orgânicos foi de £ 2,1 bilhões em 2008, de acordo com pesquisa realizada pela Soil Association.


Tradução e Pesquisa: Mundo Orgânico

sábado, 23 de janeiro de 2010

Leão traz ao mercado brasileiro o primeiro mate orgânico


A Leão, empresa integrante do sistema Coca-Cola, principal fabricante e líder no mercado de chás do Brasil, lança hoje no mercado brasileiro o primeiro chá mate orgânico: Matte Leão Orgânico. “O Matte Leão Orgânico não é apenas um produto sustentável: ele é diferenciado e capaz de unir atributos de excelência e responsabilidade ambiental com qualidade e sabor insuperáveis”, afirma Renato Fukuhara, diretor de marketing da Leão.
O Walmart, por meio de seu projeto end-to-end, elegeu dez parceiros sustentáveis e a Leão, com o seu novo chá Matte Orgânico, alinhado à plataforma de sustentabilidade da Coca-Coca Brasil, Viva Positivamente, foi um dos escolhidos. O novo produto, apresentado em embalagens de 100g, será comercializado em seus primeiros meses, exclusivamente pelas bandeiras da rede Walmart. O Matte Leão Orgânico combina harmoniosamente
tradição e inovação em um chá saboroso, feito a partir de erva-mate orgânica sem uso de defensivos agrícolas ou adubos químicos.
O transporte da matéria-prima do campo à fábrica é realizado por “caminhões ecológicos”, abastecidos com biodiesel, o que reduz as emissões de CO2 na atmosfera. A caixa de embarque é feita de papelão proveniente de florestas sustentáveis, certificadas pelo FSC Forest Stewardship Council – garantindo o bom uso da terra, controle do desmatamento e
manutenção da biodiversidade local.
As embalagens são feitas com papel 100% reciclado e redução de 90% no uso de tinta para impressão. A caixinha do chá traz mensagens de educação ambiental e descreve todas as etapas do produto, de forma a esclarecer e conscientizar o consumidor a respeito dos aspectos envolvidos na fabricação de um produto orgânico e sustentável.O Matte Leão Orgânico é produzido na recém inaugurada fábrica “verde” da Leão no município de Fazenda Rio Gande (Paraná) e que em breve poderá ser a primeira fábrica brasileira a receber a certificação da LEED - Leadership Energy and Environmental Design, concedida pelo Green Building Council.
Planejada de acordo com os princípios de bioarquitetura, que visam causar o menor impacto possível no meio ambiente, ela foi cuidadosamente concebida para utilizar aspectos diferenciais de sustentabilidade. Em seu terreno de 110 mil metros quadrados, sendo apenas 20 mil de área construída, são utilizados recursos e tecnologia que respeitam e preservam a natureza.“O Matte Leão Orgânico é um produto único em excelência e compromisso com o nosso planeta”, ressalta Fukuhara.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Toddy é o primeiro produto orgânico da Pepsico no Brasil


A Pepsico lança Toddy Orgânico, primeiro produto orgânico da empresa no Brasil. Fabricado com cacau e açúcar orgânicos, de insumos brasileiros produzidos sem defensivos agrícolas, somente com adubo natural, o achocolatado conta somente com cinco ingredientes: cacau e açúcar orgânicos, extrato de malte, sal e lecitina de soja. A produção orgânica e os ingredientes são certificados pelo IBD – Instituto Biodinâmico. O rótulo do achocolatado é produzido com papel reciclado, certificado pelo FSC – Conselho Brasileiro de Manejo Florestal – coletado pelos próprios funcionários nos escritórios da companhia e enviado a cooperativas de reciclagem.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Primeiro Circuito Turístico Orgânico

Pedra Azul

Será a primeira certificação brasileira do “Agroturismo vivenciado em propriedades ecológicas” da certificadora Instituto Biodinâmico (IBD). O processo para habilitação vem sendo desenvolvido desde 2006 pelos agricultores.Para se tornar o primeiro circuito turístico orgânico do País, os agricultores tiveram que se enquadrar às diretrizes da certificadora, às normas nacionais e internacionais de produção orgânica e de sustentabilidade para restaurantes, hospedagens e lazer.
As propriedades rurais certificadas para o circuito produzem de orgânicos de mel e seus derivados a palmitos, frango, ovos, cereais, verduras, legumes e frutas. Além disso, as propriedades deverão oferecer opções de lazer com cavalgada ecológica, passeios em trilhas, observação de pássaros, restaurantes, acomodações em pousadas, chalés e turismo cultural (casarões dos primeiros imigrantes italianos na região).
A produção orgânica também pode ser vivenciada pelos visitantes, que poderão conhecer mais sobre as técnicas de produção, além de passar pela experiência de produzir tomate seco, colher laranjas e morangos; torrar, moer e embalar café a vácuo, produção de queijo, operação de moinho de pedra para fazer fubá de milho e colher palmitos – estas também são atividades oferecidas.
O Circuito Turístico Orgânicos&Naturais foi inicialmente articulado pelos micro e pequenos produtores da Região de Pedra Azul. O projeto contou ainda com o apoio do Sebrae-ES, secretarias de Turismo e Agricultura do Estado e do município, Incaper, Ministério do Turismo e outras instituições.
Com a efetivação da região como Circuito Turístico Orgânico, o capixaba terá em uma mesma região uma série de atividades oferecidas, já que o município de Venda Nova do Imigrante, vizinho a Pedra Azul, é considerado um dos principais pontos de agroturismo do País.
A região de Pedra Azul é marcada por um maciço de granito que, devido à sua cor, que vem de liquens aderidos à superfície de toda a rocha, possui um tom azulado. Com o céu limpo, a rocha reflete tonas de anil. Já nos dias nublados a tendência é para o verde. A pedra não é a maior do Espírito Santo, mas está entre as mais belas e possui cerca de 550 milhões de anos.Uma saliência em forma de lagarto que parece subir na Pedra Azul é outro detalhe que chama a atenção. Recebeu, por isso mesmo, o nome de Pedra do Lagarto. O conjunto atinge 1.822m de altitude, sendo localizado do lado da Pedra das Flores, com 1909m. E isso tudo fica no centro de uma reserva florestal com 1.240 hectares de mata atlântica, fazendo parte do Parque Estadual da Pedra Azul.O distrito realiza ainda anualmente o Festival Internacional do Vinho, com presença de enólogo, enófilos e produtores.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sucos orgânicos oferecem mais nutrientes ao corpo


Não é só o preço que diferencia os sucos orgânicos dos convencionais. Mais saborosa e nutritiva, essa bebida coleciona benefícios ao corpo. O nutricionista Flávio Viaboni explica as diferenças:

Qual a diferença entre o suco orgânico e o convencional?

A principal difernença é o modo de produção e o cuidado com o alimento, que carrega consigo vários processos que visam a preservação da natureza e atenção aos trabalhadores envolvidos;

Eles têm mais nutrientes?

Existem ainda poucas pesquisas apontando as diferenças quantitativas entre eles, mas com todos esses cuidados, a carga de nutrientes será com certeza maior nos produtos orgânicos, bem como o sabor;

Eles têm menos aditivos, como corante artificial?

Os sucos convencionais podem sim ter adição de corante artificial, o que é possível conferir no rótulo do produto, muitas vezes com inscrições em códigos e que exigem uma leitura atenta do consumidor;

Essa bebida é indicada para quem faz dieta?

Não há nenhuma indicação específica para quem esteja realizando um plano alimentar para redução de peso. Mas alguns sucos orgânicos, por utilizarem o próprio açúcar da fruta (frutose), podem sim apresentar um valor calórico menor em relação aos convencionais, mas vale ainda uma boa pesquisa entre um e outro.

Monique dos Anjos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aposta na agricultura familiar e orgânica

Orlando Pessuti

Na abertura da Feira Sabores do Paraná, dia 7, em Guaratuba, o vice-governador Orlando Pessuti lembrou que em 2003 os produtores rurais só tinham um espaço, em Curitiba, para venda direta de seus produtos “Além do empório, as únicas oportunidades para comercializar seus produtos eram as feiras municipais e barraquinhas à beira das estradas”, lembrou.
Em Guaratuba aproximadamente 130 agricultores de várias regiões do Paraná expõem mais de 15 mil itens até o dia 17, no ginásio de esportes do Colégio Estadual 29 de Abril. De 21 a 31 de janeiro, a feira se instala em Matinhos. Requião destacou que pequenos produtores não pagam ICMS no Paraná. “A isenção fiscal beneficia nossos microempresários. O nosso pequeno agricultor tem um espaço reservado sem tributação em supermercados. Eles não pagam nem luz, nem aluguel, graças a um convênio que fizemos”, disse.
Em 2010, a feira estará em 20 cidades e deve movimentar cerca de R$ 5 milhões em vendas diretas. Além disto, estes produtos são levados em feiras nacionais nas quais o governo participa. O maior volume de vendas acontece em centenas de pontos de vendas do programa, incluindo grandes redes de supermercados. Assim como as feiras e as gôndolas funcionam como vitrine para os produtos da agroindústria familiar e da agricultura orgânica no Paraná, seus produtos são a vitrine da aposta do governo para superar o perfil meramente exportador da agricultura paranaense.
Maior variedade de produtos, mais pessoas ganhando melhor com o campo, maior variedade na mesa e maior proteção do solo e do ecossistema.A aposta rendeu alguns conflitos do governo com o agronegócio, que acabaram sendo minimizados pelos resultados da política de investimento no campo. Mas o foco principal dos investimentos sempre foi o pequeno produtor.

R$ 1,5 bilhão

Nossa reportagem conversou com Pessuti sobre esta aposta. Nos primeiros quatro anos do governo Requião, ele comandou pessoalmente a Secretaria de Agricultura, que hoje tem o petista Walter Bianchini à frente. Mas Pessuti continua acompanhando de perto a continuação dos programas que implementou.De 2003 para cá, foram investidos R$ 1,5 bilhão na agricultura familiar no Paraná, boa parte em parceria com Ministério do Desenvolvimento Agrário e também com recursos do Banco do Brasil e da Agência de Fomento.
Outra iniciativa importante na gestão de Pessuti na Agricultura, foi a criação do Fundo de Aval, programa único no país. Em todo Brasil, os pequenos produtores têm acesso ao crédito mais barato, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Mas existem aqueles agricultores bem pequenos, que por falta de patrimônio, não tem acesso nem ao crédito bancário. No Paraná, eles conseguem financiamento com o aval do governo. Desde 2004, o programa atendeu a 12.794 agricultores familiares. O valor total das operações atingiu a R$ 86 milhões, em 360 municípios.

Agroecologia

Em 2010, o Governo do Paraná promete consolidar suas diversas iniciativas de apoio à agroecologia. O Estado conta com 5.300 produtores orgânicos, responsáveis por uma produção anual de 108 mil toneladas, cultivados numa área de 3,8 mil hectares.O setor cresce cerca de 20% ao ano no Brasil e os produtos agroecológicos alcançam preços médios 30% maiores que os da agricultura tradicional.
Com o aumento da produção e da utilização das melhores tecnologias, os preços devem cair para o consumidor final, mas os ganhos para o agricultor tendem a aumentar.Além de adotar novos conhecimentos, o governo pretende resgatar práticas tradicionais sustentáveis.
Do ponto de vista da comercialização, será apoiada a criação e consolidação de mercados locais e outros circuitos de comercialização, a ampliação dos produtos agroecológicos no mercado institucional como merenda das escolas, hospitais, creches, entre outros.O governo vai apoiar capacitação de técnicos e agricultores familiares para facilitar a transição da agricultura convencional. Também vai incentivar a troca de experiências entre os agricultores e suas associações, organizações governamentais e não-governamentais, escolas técnicas, universidades e entidades da iniciativa privada.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Orgânicos crescem com mercadão


O primeiro mercado público de orgânicos do Brasil, criado há cerca de um ano em Curitiba, deu um impulso positivo aos produtores rurais da região metropolitana que adotam o sistema de cultivo de hortifrutigrangeiros sem a utilização de agrotóxicos e aditivos químicos. A avaliação dos agricultores locais é a de que o Mercado de Orgânicos estabeleceu uma demanda fixa por esse tipo de produto, incentivando um aumento de até 100% na produção de alguns itens. A estrutura também cumpre o papel de canal alternativo de distribuição, resultando em uma negociação de preços mais vantajosa para quem planta.
“Antes o único canal de vendas era as feiras livres, onde você era obrigado a aceitar o preço que o feirante estava disposto a pagar. Hoje, com o aumento na demanda provocado pelo mercado, é possível negociar”, afirma o produtor rural Leonardo Deloi. Ele conta que um pé de alface orgânica, que antes era vendido a R$ 0,30 para os feirantes, é agora negociado a R$ 0,70 nos boxes do mercado. Com o preço competitivo, ele dobrou a produção do item.
Junto com seu sogro Zeferino Wojcik, Deloi produz repolho, batata, cebola, mandioca, pepino, abobrinha, beterraba, escarola, pimentão, couve, brócolis e seis tipos de alface em um sítio em Roça Nova, bairro de Araucária, na região metropolitana de Curitiba (RMC) ­– tudo com certificação orgânica.
A produção é vendida para quatro boxes e um restaurante instalados no Mercado de Orgâ­nicos da capital.
O agricultor conta que o aumento na receita permitiu que a família apostasse na ampliação dos negócios, com a inauguração de varejo do tipo “sacolão” no centro de Arau­cária. Outro sinal de prosperidade foi a decisão de contratar uma linha de financiamento do programa de incentivo à agricultura familiar do BNDES – com o dinheiro, eles compraram um caminhão baú para entregar as mercadorias. “Antes entregávamos os produtos em um Monza velho do meu sogro: era caixa de frutas no porta-malas, verduras no bagageiro e até no banco do passageiro.”

Área maior

A produtora Rosane Alba, que há oito anos planta morangos orgânicos na chácara Engenho Verde, em Colombo (RMC), afirma que a criação do mercado alavancou sua produção, resultando em um aumento de 20% na área de plantio, além de investimentos na produção de amora, framboesa, tomate e cebola. “O mercado facilitou o escoamento e virou mais uma alternativa para levar o produto até o consumidor”, diz. Segundo Rosane, 30% de suas vendas são para o mercado, mesma fatia do que é vendido diretamente na propriedade. Outros 30% são destinados às feiras livres e 10% vão para as redes de supermercado.

Expansão

A agricultura orgânica vem crescendo cerca de 20% ao ano, e o número de produtores paranaenses que optam pelo sistema tem se expandido no mesmo ritmo, segundo o engenheiro agrônomo e coordenador da área de agroecologia e produtos orgânicos do Ins­tituto Para­naense de As­­sis­tência Técnica e Extensão Ru­­ral (Emater), Paulo Henrique Lizarelli. Já a demanda, vem crescendo em um ritmo mais acelerado, em torno de 50% ao ano.
Além do Mercado Municipal de Orgânicos, algumas redes supermercadistas também apostam na tendência de aumento do consumo de orgânicos, com a criação de departamentos específicos para a venda desses produtos. Os programas institucionais dos governos federal, estadual e municipais também ajudam a impulsionar a demanda, com a compra de produtos orgânicos para a merenda escolar, pagando, em média, 30% a mais aos produtores.
“Além da questão econômica, o sistema de produção orgânico atende todos os aspectos da sustentabilidade. Ele evita a contaminação de solo, das nascentes, elimina o contato dos agrotóxicos tanto para o produtor quanto para o consumidor e gera emprego e renda no campo. Do ponto de vista social, todos são amplamente beneficiados”, defende Lizarelli. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), o estado conta com aproximadamente 5,3 mil produtores orgânicos, responsáveis por uma safra anual de 108 mil toneladas de produtos, cultivados em uma área de aproximadamente 3,8 mil hectares.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Cacau orgânico


Produzir cacau numa lavoura rústica, à sombra das árvores da floresta atlântica e sem usar agrotóxico. Esse é o sistema praticado por agricultores do sul da Bahia, que adotaram o manejo orgânico. Ao longo dos séculos, o fruto colorido se tornou um dos símbolos do sul da Bahia. Originário da Amazônia, o cacau chegou à Bahia há mais de 250 anos. Com o tempo, o cultivo ganhou espaço e virou o motor econômico da região.
Mas no final dos anos 1980 o cenário se transforma. Problemas no clima e preços baixos no mercado internacional atingem em cheio os fazendeiros. A situação se complica de vez com a chegada da vassoura de bruxa, um fungo agressivo que derruba a produtividade das lavouras. A crise econômica também provocou mudanças na paisagem da região. Endividados e sem perspectiva, muitos agricultores foram desistindo da atividade. Aí surgiram áreas degradadas, fazendas abandonadas e instalações em ruínas. Boa parte das velhas plantações de cacau acabou se transformando em pasto.
Foi nesse contexto que um grupo de agricultores resolveu apostar num mercado alternativo. A ideia era conquistar compradores com um cacau de qualidade e com apelo ecológico. No ano 2000, foi fundada a Cooperativa dos Produtores Orgânicos do sul da Bahia. Atualmente, a entidade conta com 40 cooperados, como o suíço Mark Nüscheler, que vive há 25 anos na região e é o atual presidente da cooperativa.
“A gente não trabalha só esse lado do manejo orgânico, a gente trabalha também a qualidade do cacau. Isso te abre nichos e preços mais altos", disse o cooperado.A amêndoa dos produtores é vendida pela cooperativa para clientes do Brasil e do exterior. Todas as fazendas têm selo orgânico do Instituto Biodinâmico, uma certificadora reputada, com sede em São Paulo.
Fernando Botelho produz cacau orgânico certificado há seis anos. Ele nos recebe na sua propriedade, no município de Barro Preto. É uma dessas fazendas antigas, com construções tradicionais. Aliás, a família da esposa dele cultiva cacau há séculos.Segundo o Fernando, todo o cacau orgânico da fazenda é cultivado no ambiente tradicional da região, conhecido como cabruca. Os cacaueiros ficam embaixo das árvores nativas.
No andar de cima, jequitibá, pau d'arco, gameleira. Embaixo, os cacaueiros nem sempre obedecem a um espaçamento rígido. Na média, uma lavoura dessas abriga cerca de 800 pés por hectare. Seu Fernando lembra que esse cultivo sombreado, o cacau cabruca, domina a região desde o século XVIII.“Os pioneiros chegaram na região e viram essa Mata Atlântica. Então, eles resolveram implantar o cacau na mata. Eles ralearam, quer dizer, brocaram. Do termo brocar ficou o nome de cabruca", conta.
Uma das riquezas do ambiente é a qualidade do solo. "Olha só quanta matéria orgânica tem. Isso tudo é decomposição de folhas. Tudo o que cai aqui vai se decompondo. Qual é a cultura que não gosta desse tipo de solo?", pergunta. Para receber a certificação orgânica, o produtor deve cumprir uma série de exigências. Não pode usar veneno contra praga nem herbicida ou fungicida. Adubação química com NPK também é proibida. Para enriquecer ainda mais o solo, de tempos em tempos, seu Fernando espalha um pouco de pó de rocha, um produto natural, rico em fósforo e micro-nutrientes.
Outra medida é pulverizar os cacaueiros com um fertilizante orgânico. É feito na própria fazenda e contém esterco, melaço, pó de rocha e outros ingredientes que reforçam a saúde das fruteiras. As plantas mais saudáveis enfrentam melhor o principal inimigo do cultivo: a vassoura de bruxa, que continua presente na região, reduzindo a produtividade das árvores.
Para reduzir a contaminação no cultivo, sem usar fungicida, os trabalhadores da fazenda retiram regularmente todos os focos de vassoura de bruxa das copas das árvores. Ao longo do ano, uma lavoura de cacau rende duas colheitas. A primeira vai de março a junho, e a segunda, mais importante, de setembro a novembro. Quando maduros, os frutos ficam bem amarelos e algumas variedades puxam para o roxo ou vermelho.
Enquanto uma turma vai cortando e recolhendo, outro grupo já começa a fazer a seleção. Para um lado, vão os frutos atacados pela vassoura de bruxa e, para o outro, os produtos sadios.A seleção é importante, pois o cacau livre de doença tem amêndoas de qualidade superior e pode ser vendido para compradores exigentes, que pagam mais caro. Já as amêndoas de frutos contaminados vão ser negociadas no mercado convencional. Em seguida, os trabalhadores partem os frutos, retiram o miolo e descartam a casca.
Terminado o serviço de campo, começa outra etapa importante do projeto. Incentivados pela cooperativa, muitos dos produtores já começaram a investir em derivados do cacau orgânico. A ideia é conquistar novas fontes de renda e não depender só das amêndoas.O agricultor Fernando Botelho montou uma beneficiadora. Ela conta com despolpadeira e com equipamento para embalar a polpa. Em uma sala, em grandes tachos, dona Áurea, mulher de seu Fernando, comanda a produção da geleia de cacau. Além disso, o casal já está testando outros produtos como bombons caseiros e amêndoas caramelizadas, tudo orgânico.
A venda de derivados, como geleia ou polpa, ocorre em pequena escala. Na prática, a principal fonte de renda dos cooperados continua sendo a velha e boa amêndoa de cacau. Patrick Labarrere nasceu e cresceu no sudoeste na França. Só que quando foi para a Bahia, nos anos 80, não quis mais saber de voltar. Num sítio pequeno, no município de Una, ele cultiva 38 hectares de cacau orgânico.
Basta um giro para perceber que a lavoura é cuidada com capricho. Os cacaueiros são bonitos, carregados. Para segurar a vassoura de bruxa, Patrick faz a poda regular das partes infestadas e, nos últimos anos, foi substituindo as árvores velhas por variedades tolerantes ao fungo. Algumas dessas variedades são o resultado de uma seleção feita por ele mesmo no sítio. O resultado desse trabalho fica claro com os dados de produtividade. Atualmente, Patrick já consegue colher 45 arrobas de amêndoas por hectare por ano. É o triplo da produção média da região.
Saindo da lavoura, o cacau é levado para um lugar protegido. Amêndoas e polpa são despejadas em grandes cochos de madeira e cobertas com folhas. A polpa, rica em açúcares, vai fermentar durante uma semana. Nesse processo, a temperatura sobe bastante e, com o calor, as amêndoas passam por uma espécie de cozimento. Vão ficando mais escuras, macias, o que é excelente para a qualidade do chocolate. Ao longo da fermentação, a polpa do cacau vai se desfazendo nos cochos. Terminada essa etapa, chega a hora da secagem final.
As amêndoas da fazenda têm tido saída constante e garantida. Os principais compradores são fabricantes de chocolate tanto do Brasil quanto do exterior. “A diferença de preço em relação ao mercado tradicional pode chegar a 40% ou 50%. É uma boa valorização do produto, compensa. Tudo nasce com a filosofia, mas no final se torna um bom negócio", diz Patrick.
Com o trabalho de produtores como Patrick, o cacau orgânico se consolidou como fonte de renda para várias de fazendas. Além de vender a matéria prima para chocolateiros finos, a cooperativa já começou a negociar os seus produtos com a indústria de cosméticos e quer abrir novos mercados para os derivados de cacau.


sábado, 16 de janeiro de 2010

EM - Microorganismos Eficazes

Leveduras
O que são?

EM (EM-4 ou EM-5) ou microrganismos eficazes são um conjunto de microrganismos que vivem no solo naturalmente fértil. Nele coexistem mais de 10 gêneros e 80 espécies de microrganismos chamados de eficazes pois agem no solo, fazendo com que a sua capacidade natural tenha plena ação.
Pode-se dizer que o EM é constituído basicamente por quatro grupos de microrganismos que são:
- Leveduras: sintetizam substâncias antimicrobianas e outras substâncias necessárias ao crescimento da planta, a partir de aminoácidos e açúcares secretados pela bactéria fotossintética, pela matéria orgânica e pelas raízes das plantas. As substâncias bioativas, tais como hormônios e enzimas produzidas pelas leveduras, provocam atividade celular e divisão de raízes.
- Actinomicetos: controlam fungos e bactérias patogênicas e também conferem às plantas maior resistência aos mesmos, através do contato com patógenos enfraquecidos.
- Bactérias produtoras de ácido lático: produzem ácido de açúcares e de outros carboidratos desenvolvidos pela bactéria fotossintética e pela levedura. A bactéria do ácido lático é um forte composto esterilizante que elimina microrganismos nocivos, melhora a decomposição da matéria orgânica e ainda promove a fermentação e a decomposição de materiais tais como lignina e celulose. Ela também tem a capacidade de eliminar microrganismos que induzem a doenças, como o Fusarium, que se desenvolve em colheitas contínuas.
- Bactérias fotossintetizantes: ou fototrópica são um grupo de micróbios independentes e autônomos. Essas bactérias sintetizam substâncias úteis da secreção de raízes, matéria orgânica e/ou gases nocivos (hidrogênio sulfurado), usando a luz do sol e o calor do solo como fontes de energia. As substâncias úteis desenvolvidas por esses micróbios incluem aminoácidos, ácido nucléicos, substâncias bioativas e açúcares, que impulsionam o crescimento da planta.

Porque usar?

Na natureza, nos solos intocados pelo homem, observasse uma interação natural através da reciclagem de matéria orgânica pelos microrganismos do solo aumentado assim, entre outros fatores, a fertilidade do mesmo.
Já em solos cultivados pelo homem, como o tempo e o mau uso, a degradação é eminente, levando o solo ao esgotamento e ao desequilíbrio da flora microbiana do mesmo. Esse desequilíbrio da flora microbiana favorece o aumente predominante dos microrganismos degenerativos, que produzem no seu metabolismo primário amônia, sulfeto de hidrogênio, mercaptana, entre outros, e que, por estarem em desequilibrio, são desfavoráveis ao desenvolvimento do vegetal, favorecendo o aparecimento de pragas e doenças. A matéria orgânica contida no solo é então decomposta pelos microrganismos degenerativos gerando gases e calor, poluindo ambiente, gerando compostos inorgânicos e contribuindo para a compactação do solo.
Com a introdução de EM no solo, que são microrganismos regenerativos, que produzem substâncias orgânicas úteis às plantas como enzimas, aminoácidos, ácidos nucléicos, etc …, e no seu metabolismo secundário podem produzir hormônios e vitaminas, ocorre uma melhora nas propriedade físicas, químicas e biológicas. As substâncias liberadas pelos microrganismos ainda exercem, direta ou indiretamente, influência positiva no crescimento da planta. Com o uso do EM teremos novamente o equilíbrio da vida do solo.

Benefícios do uso:

- melhoram a capacidade fotossintética das plantas;- aumentam a eficácia das matérias orgânicas como fertilizantes;- melhoram os aspectos físico, químico e biológico do solo;- eliminam doenças e patógenos do solo;- fermentam matéria orgânica ao contrário de deteriorá-la. Assim, qualquer tipo de matéria orgânica pode ser usada para fazer composto com EM, já que não há produção de odores ofensivos;- decompõem matéria orgânica rapidamente, uma vez incorporada no solo;- facilitam a liberação de quantidades maiores de nutrientes para as plantas.
Alem disso, experiências no campo, têm demonstrado uma uniformidade na germinação de sementes em solos tratados com EM. Em áreas infestadas com plantas invasoras, após a capina e a pulverização com EM e a incorporação ao solo, as mesmas funcionam como fertilizante.Alguns usuários e pesquisadores atribuem efeito herbicida ao EM-4 e efeitos fungicida e inseticida ao EM-5.

Como produzir:

Para fazer o EM-4 basta cozinhar uns 3 a 4 copos americanos de arroz sem óleo ou temperos até que ele fique bem papa mesmo, tipo unidos venceremos. Coloque essa papa em uma mata sob as folhas caídas no chão (se quiser enterrar um pouco, melhor) e deixe lá por 1 semana +ou-. Colete o arroz e retire os bolores/fungos de coloração preta e cinza, deixando somente os coloridos e de cor clara. Agora basta misturar com uns 5 litros de água (sem cloro) + um pouco de farelo de arroz e 1 litro de caldo de cana e você já tem seu EM-4. Opcionalmente você pode misturar um potinho de Yakult para complementar os lactobacilus do EM-4. Guarde essa mistura à sombra em um local fresco e ventilado.

Onde e como usar:

- inoculação em sementes (use somente sementes que não foram tratadas com fungicidas): deixar de molho de 10 minutos em solução a 1ml de EM por litro de água (1:1000), deixar secar a sombra e plantar. Outra opção é peletizar as sementes banhando-as com uma solução de 1:100 de EM + biofertilizante e envolvendo-as em cinza ou em uma mistura de farelos (de arroz, soja, manona, osso, peixe, etc…)
- preparo de solo ou berço (cova é de defunto :D ): misture matéria orgânica vegetal (mato, adubação verde, etc…) com ½ de farinha de osso (200 g/m2) + ½ farelo de arroz (200 g/m2) a terra. Molhar BEM o terreno/leiras com uma solução de EM + caldo de cana + água a 1:1:1000 por m2 (em solos muito pobre pode-se usar até 1:1:300). Cobrir o solo com palha ou capim. Se você tiver pressa, após 10 dias pode-se fazer o plantio das sementes ou transplante das mudas. O ideal é aguardar 3 meses para usar o berço e, uma semana antes de plantar, regar com uma solução de EM a 1:1000.
- pulverizações foliares: fazer uma solução de EM + caldo de cana + água a 1:1:1000 e fazer pulverizações foliares semanalmente até observar uma melhora na estrutura do solo e na saúde das plantas, então pulverize quinzenalmente.
- preparos de compostos: fazer os montes de no máximo 1 metro de altura, regar com uma solução de EM a 1:100. Proceder os tratos para como em uma compostagem normal. Não deixar que a temperatura sua alem de 55ºC, caso isso venha a acontecer, revolver o monte. Ao revolver, caso o monte apresente mau cheiro, regar novamente com a solução de EM indicada acima. Dependendo das condições ambientes, do material usado para compostar e do local o composto poderá ficar pronto em 15 dias, no mínimo.

Dicas e cuidados:

- Não espere resultados imediatos. O EM é um organismo vivo e, para atuar sobre a matéria orgânica, tem que, primeiro, se adaptar ao solo para, aos poucos, ir recuperando-o;- Utilizar a solução (EM + caldo de cana + água) no mesmo dia de preparo;- Não pulverizar em horário de sol forte, fazer as pulverizações no final da tarde ou em dias nublados;- No caso de queimar as bordas das folhas, utilizar uma concentração menor, 1 ml para 2 litros de água;- Não utilizar água tratada com cloro. Nesse caso separar um recipiente com água e ou deixar - descansar por 24 horas ou use declorante comercial antes de misturar o EM;- A aplicação de EM só terá bom resultado se observada outras técnicas da Agricultura Orgânica, como: cobertura do solo com palha, adição de matéria orgânica (adubação verde, compostagem, biofertilizante), um bom manejo conservacionista do solo, rotação e consorciação de culturas, entre outras práticas.

Fontes:- Documento eletrônico: Bases para a produção de Café Orgânico, de Vanessa Cristina de Almeida Theodoro, Ivan Franco Caixeta e Sérgio Pedini;- CEPAGRI. Agricultura alternativa ecológica. Livro Verde. Caçador. Santa Catarina.- VALE, F.R. do; GUEDES, G.A. de A.; GUILHERME, L.R.G. Manejo da fertilidade do solo.. Lavras: UFLA/FAEPE, 1995.- Fundação Mokiti Okada. Introdução a Agricultura Natural. São Paulo, SP, 1982.
>>>
Reprodução de artigo original, disponível em: [
Mungo-Verde ]

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Vendas de alimentos orgânicos na Alemanha Estagnaram em 2009


As vendas de alimentos orgânicos na Alemanha, o maior mercado europeu para o setor, ficaram "estagnados" em 2009, de acordo com os últimos dados da indústria. Números da Federação Alemã de Alimentos Orgânicos, afirmam que houve perdas em especial no varejo de alimentos e em lojas de descontos.
O volume de negócios estimado no setor chegou a cerca de EUR 5.85bn (E.U. $ 8.52bn), o que segundo a Federação é"praticamente o mesmo" ou mesmo "um pouco menos" do que no ano passado.
"A razão é a diminuição dos preços e a redução dos descontos nas lojas”, disse Hans-Christoph Behr, diretor de informação da empresa agrícola IA."Isso levou a uma menor variedade de produtos nas lojas afetadas. As reduções nos preços por parte das lojas de desconto, não surte o efeito desejado de um maior volume de vendas."Apesar destas perdas, o setor de orgânicos superou o mercado de alimentos tradicionais na Alemanha, afirmou a organização do comércio, no dia 13 de Janeiro.
Enquanto as vendas de alimentos totais diminuíram 2,4% em 2009, o declínio no mercado orgânico foi "significativamente inferior", afirmou a Federação. Joachim Weckmann, diretor-executivo da Associação Organic Food Producers, disse que na maioria dos mercados, um equilíbrio entre a oferta e procura de produtos tinha se desenvolvido.
"O cultivo e a demanda cresceu em 2009 em conjunto com um nível saudável. A demanda continua crescente por produtos orgânicos em uma crise econômica demonstra que o valor dos consumidores sobre os produtos de cestas sustentáveis."


Tradução e Pesquisa:Mundo Orgânico
Cópia autorizada, mas com indicação de nosso blog
para valorizar o nosso trabalho.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Novo selo orgânico da União Européia provoca descontentamento do setor orgânico

As três propostas para o novo logotipo orgânico da União Européia, que está sendo votado até 31 de janeiro, levantou críticas dentro da indústria de orgânicos em muitos Estados Membros, incluindo o Bioforum Flanders' organic association.O novo logótipo da UE será exibido em todos os produtos orgânicos certificados da União Européia, e o vencedor será obrigatória em todos os produtos orgânicos dos países membros, além de dados nacionais. A indústria de orgânicos, no entanto, está muito insatisfeito com as três propostas porque "eles não têm qualquer ligação visível com o setor orgânico. Será que o consumidor estará consciente de que o produto com o selo é orgânico?" disse o diretor Leen Laenens do Bioforum. Isso poderia ser compensado por uma campanha de comunicação em todos os Estados-Membros, mas não há dinheiro alocado para isso nos orçamentos europeus. "Nós queremos evitar a todo custo, que ninguém queira que o logo se torne obrigatório", diz Laenens. Segundo a Comissão Européia é, no entanto, tarde demais para interromper o processo atual.
O Bioforum, porém está comprometido com a consulta direta com outras associações comerciais orgânicos para ver como um logotipo que não é suportado pela indústria pode ser impedido de ser obrigatório.
A concepção de um logótipo europeu para os produtos orgânicos não é uma tarefa fácil. O primeiro logotipo, que foi proposto, parecia muito com um selo alemão orgânico. Temendo conseqüências judiciais Bruxelas decidiu fazer um concurso para um novo logotipo. No total, 3.422 designers apresentaram propostas originais depois disso. Um júri internacional escolheu as três melhores criações que estão sendo votadas.
Tradução e Pesquisa:Mundo Orgânico
Cópia autorizada, mas com indicação de nosso blog
para valorizar o nosso trabalho.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Orgânicos:Assistência técnica e pesquisa são desafios


A procura por alimentos orgânicos vem crescendo mais rápido do que a oferta no Brasil. Apenas 1,8% dos agricultores adota esse modelo de produção no país, segundo o Censo Agropecuário 2006, divulgado em setembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Existem no Brasil 5,2 milhões de propriedades rurais.A dificuldade na compra de orgânicos é sentida pelos próprios consumidores, que têm que chegar bem cedo às feiras e supermercados para conseguir esse tipo de produto com qualidade e sem ter que enfrentar filas.Os produtores, por sua vez, alegam que a falta de assistência técnica é a principal barreira para superar a escassez da oferta de orgânicos no mercado.
A falta de investimentos do governo no apoio técnico aos produtores, principalmente por meio das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural, ocasionaram o surgimento de um modelo diferente de orientação oferecido pelas empresas privadas de fertilizantes e defensivos agrícolas. E, por não usarem substâncias químicas na lavoura, os agricultores orgânicos acabam excluídos desse modelo."O desenvolvimento da agricultura orgânica passa, necessariamente, por uma assistência técnica pública", afirmou à Agência Brasil o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Rogério Dias.
No governo, ele atua como uma espécie de coordenador de ações de estímulo à produção de orgânicos. "Se ela [agricultura orgânica] é interessante, precisa de políticas públicas, e não apenas de produtores investindo sozinhos em seu desenvolvimento".O diretor de Política Agrícola e Informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, também destaca a importância do assessoramento técnico para o desenvolvimento do setor. Para ele, o atendimento aos produtores ainda é insuficiente."São poucos os técnicos que têm formação nessa área. Temos uma enorme limitação de assessoramento e falta uma política que, efetivamente, induza o desenvolvimento da agroecologia."
O financiamento de núcleos de agroecologia em instituições federais de ensino, programado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), poderá contribuir para a redução do problema, com a formação de profissionais especializados e a difusão de pesquisas sobre o tema. Essa é a expectativa da coordenadora da secretaria, Caetana Resende."Queremos casar as duas coisas: formação de recursos humanos para dar assistência a essa produção, e levar aos produtores o que já existe [em termos de informação], para que eles possam escolher que tipo de produção vão ter dentro de sua propriedade", explicou.De acordo com o Censo Agropecuário, o agricultor que se dedica a essa prática, na maior parte dos casos, é proprietário das terras que cultiva (77,3%).
Ainda conforme o censo, 41,6% têm o ensino fundamental incompleto e dois em cada dez não sabem ler nem escrever. O secretário de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Joe Valle, que trabalha com orgânicos há mais de 20 anos, aponta outra barreira: o despreparo de funcionários de instituições financeiras que operam com linhas de crédito para o setor rural. "Já temos, em vários lugares, linhas de crédito específicas para orgânicos, mas falta conhecimento dos funcionários dos bancos."

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As minhocas prestam grandes serviços ao solo e à agricultura.

Instituto Biológico, ligado à Secretaria de Agricultura de São Paulo, foi o primeiro centro de formação de cientistas do estado. Aqui nasceu a SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O prédio, em estilo art deco, inaugurado em 1945, é tombado pelo patrimônio histórico.A bióloga e pesquisadora do Instituto, Mara de Andréa, estuda os efeitos dos agrotóxicos nos solos agrícolas. Ela conta com a ajuda desta minhoca, conhecida como "Americana". Apesar do nome, ela é francesa. As minhocas são bioindicadoras. A presença delas sinaliza a existência de outras espécies no ambiente.
Entrevista com Mara de Andréa/bióloga e pesquisadora científica - " A minhoca faz parte de toda a biodiversidade, que é extremamente importante pro Planeta. E o solo, nesse aspecto, é o ambiente de grande, grande biodiversidade. É o ambiente que depois de recifes e corais tem mais biodiversidade. Ela, como parte dessa biodiversidade, é tão importante quanto os outros. Acontece que a minhoca a gente vê. E o que tem dentro do solo são microorganismos, particularmente bactérias, que decompõem a matéria orgânica liberando os nutrientes que são necessários prá toda a vida no Planeta". Conhecidas como "arados do solo", as minhocas arejam a terra durante a escavação que fazem. Levam oxigênio para os microorganismos que dependem do gás pra viver.
No laboratório, a Mara estuda os efeitos principalmente dos herbicidas aplicados diretamente no solo pra combater ervas daninhas. Ela checa o que acontece com as minhocas que vivem em solos onde esses produtos químicos são aplicados.Entrevista com Mara de Andréa -" Como a minhoca faz parte da biodiversidade como um todo, ela é apenas o organismo mais visível, o que pode ocorrer é que a adição de um elemento estranho, um xenofóbico, um agrotóxico, tudo o que é estranho ao ambiente, pode provocar a supressão de algumas populações ou o sofrimento de algumas populações, traduzido em menor atividade.
Como todas as populações trabalham em conjunto, é um equilíbrio dinâmico, no momento em que você provoca o stress numa determinada população, você pode estar alterando todo o ambiente e as conseqüências podem ser a longo prazo: você pode ter menor proporção de solo, diminuição da aeração do solo, e aí todas as conseqüências que isso pode ter na principal função do solo que é a decomposição da matéria orgânica e fornecimento de nutrientes para plantas e outros organismos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ovos orgânicos e cerveja caseira são novidades na Feira Sabores do Paraná, em Guaratuba


A Feira Sabores do Paraná, em Guaratuba, no litoral do estado, já recebeu desde a última quinta-feira (07) mais de 10 mil visitantes e movimentou cerca de R$ 20 mil na comercialização dos produtos da Agroindústria Familiar do Paraná.Entre os vários atrativos ao público, está a oferta de ovos orgânicos. O produto é de Mandirituba, Região Metropolitana de Curitiba, onde são produzidos numa propriedade rural da empresa “Ovos Orgânicos”. Para Danilo José Ritka, funcionário do setor de produção, a Feira é mais um importante meio de comercialização e de escoamento da produção da sua granja.
“Estamos há dois anos trabalhando com ovos orgânicos. Nosso sistema prevê a criação de aves soltas, e sua alimentação é 100% orgânica. Além disso fornecemos ração balanceada e natural, baseada em farelo de soja, milho e até ostras”, disse Ritka.A propriedade tem cerca de 1.500 galinhas, que produzem 80 dúzias em média por dia de ovos orgânicos. O trabalho de seleção, limpeza e embalagem é feito por outros cinco funcionários. “Participamos de outras ações de venda em Curitiba, como as feiras de orgânicos no Passeio Público, ao lado do Terminal do Campina do Siqueira, da Praça do Expedicionário, no Mercado Municipal, e ainda entregamos para restaurantes credenciados junto à empresa”, explicou o responsável pela granja.
A Feira Sabores do Paraná, edição Guaratuba, conta com a participação de 130 agroindústrias familiares de várias regiões do Estado. “São aproximadamente 600 produtos diferentes, e o ovo orgânico é um diferencial a mais que estamos agregando à Feira, oferecendo ao consumidor produtos saudáveis e com qualidade da agricultura familiar do Estado”, destacou o zootecnista Eder Dalla Pria, coordenador da Fábrica do Agricultor, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Outro produto ofertado e que chama a atenção dos visitantes é a cerveja caseira Rauchbier, produzida com puro malte de cevada. O produtor Heraldo Gillung já trabalha na elaboração deste produto há mais de 15 anos, com ótima aceitação pelos consumidores. Sua previsão de vendas já foi ultrapassada logo no terceiro dia de Feira. “O carregamento que trouxemos para comercializar durante os 11 dias do evento já foi todo vendido, e estou voltando a Palmeira para buscar mais uma carga da cerveja”, comemorou Heraldo.
Outra delícia que está superando a expectativa de vendas são os “Doces Vovó Amélia”, produzidos pela agricultora Neusa Maria Valério, do município de Mandaguari. Para Neusa, o investimento feito para participar da feira (deslocamento de produtor e mercadorias) já foi recuperado. “Daqui pra frente, o que entrar é lucro, proporcionado por esta ação do Governo do Estado em prol da Agricultura Familiar” destacou a agricultora.
Na Feira os visitantes encontram ainda geleias tradicionais e exóticas, patês simples e sofisticados, biscoitos e pães caseiros, sorvete de nozes macadâmia, massas congeladas, salames e outros embutidos, condimentos e pimentas variadas, licores e polpa de frutas, entre outros itens. Destaque também para os licores e vinhos de amora silvestre, de Ponta Grossa; e a grapa de uva, de Francisco Beltrão.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Detentos franceses cultivam produtos orgânicos

A França foi invadida por uma onda de produtos orgânicos, até mesmo nas prisões, onde uma comunidade de presidiários está cultivando um pesticida natural para arrecadar dinheiro.

Fonte:http://mais.uol.com.br

sábado, 9 de janeiro de 2010

Governo de Kerala na India Promove a agricultura orgânica


O governo de Kerala na India vai declarar formalmente que em algumas áreas dos distritos de Wayanad e Idukki como totalmente produtoras de orgânicos em 30 de janeiro.Mullakkara Ratnakaran ministro da Agricultura disse que a decisão teve como objetivo promover a agricultura orgânica no estado. O governo adotou uma política de agricultura orgânica, a fim de promover métodos orgânicos no cultivo de culturas como arroz, especiarias e chá.Falando aos meios de comunicação de Nelliampathy, perto de Palakkad, ele disse que o anúncio formal de áreas totalmente orgânicas seria um começo no esforço do governo em declarar alguns panchayats como orgânicos até o próximo ano, levando à conversão de todo o estado como orgânico, a longo prazo.
Retnakaran estava em Nelliampathy para inaugurar o laboratório de biotecnologia da Poabs Group.Para incentivar os agricultores a optar pela agricultura orgânica, o governo também está planejando a criação de mercados orgânicos em diferentes partes do estado.Está também criado um laboratório de biotecnologia para garantir a disponibilidade de insumos agrícolas de qualidade como adubo orgânico, adubos biológicos e agentes de controle bio, disse Retnakaran, acrescentando que as universidades estão promovendo estudos na área de Agricultura nesta direção.

Tradução e Psquisa:Mundo Orgânico

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Produtores formam associações para facilitar a venda e trocar experiências


No mercado de alimentos orgânicos, as associações de produtores vão além da simples intermediação de vendas. Além de dar a seus associados orientação sobre o manejo e a venda dos alimentos, elas garantem a certificação dos produtores, que dividem os custos desse serviço.Os membros da Associação de Agricultura Ecológica (AGE) do Distrito Federal, por exemplo, aprenderam juntos os princípios da produção orgânica. Com 20 anos de atuação, a AGE tem atualmente 17 associados, sendo 12 deles ativos (os que levam produtos para vender nas feiras). Os associados da AGE só comercializam os alimentos que produzem em feiras. Eles estimam em R$ 15 mil por semana o total vendido pelo grupo.
Depois de retirada a porcentagem da associação e dos gerentes de pontos de venda, o valor obtido é dividido entre os produtores. O gerente da AGE, Marilberto Zavão Lima, diz que não tem dificuldade para vender. “A dificuldade é ter produto para vender.” Deusmar Alves, produtor do Sítio Mangabeira, que trabalha com orgânicos há 16 anos, conta que aprendeu o que sabe na AGE e que há muita troca de informações com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). “Hoje a Emater cresceu muito, abriu muito espaço para o crescimento da agricultura orgânica, mas, no início, a gente tinha mais informações só entre nós mesmos produtores.” Ela destaca o tipo de auxílio que os produtores recebem da associação e a ajuda que prestam uns aos outros.
“Nosso lado técnico hoje é bastante informal. Quando um produtor tem dificuldade já vem procurar saber com outro o que está certo, o que está errado.”Também filiado à AGE, Jorge Artur Chagas produz orgânicos há 25 anos. Segundo ele, no início, a associação não tinha ajuda do Poder Público. “Os programas agropecuários são bastante voltados para o modelo convencional, ainda hoje há dificuldade”, afirma Chagas, que defende a venda sem intermediários. “A venda nas feiras é o ideal para a produção local. O consumidor sabe o que está comendo, conhece o produtor e o sítio.
”O Sítio Gerânio, de Francisco Marcolino, produz orgânicos desde 1988. “Percebemos a importância do alimento orgânico ao ver os males causados pelo convencional – entre os próprios produtores, muitos passavam mal de tanto usar veneno, tanto produto químico. Aí, a gente viu a necessidade de não mexer mais com esse tipo de produto.”Por motivo semelhante, José Ibaldi, dono da Chácara Santa Cecília, decidiu converter sua produção para orgânicos em 1998. “Não estava me sentindo bem usando produtos químicos, sobretudo agrotóxicos. Aquilo não estava me agradando, e também aos empregados que trabalhavam comigo, porque me pareceu prejudicial à saúde do pessoal todo.” Para iniciar a nova atividade, Ibaldi conversou com outros produtores, visitou propriedades e fez cursos na Emater.
A empresa reuniu um grupo de produtores para discutir comercialização de orgânicos e daí surgiu a ideia de criar o Supermercado Orgânico da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), em 2001.Em dezembro do mesmo ano, uma associação de produtores orgânicos começou a funcionar na Ceasa, inicialmente em um estacionamento. Quatro anos depois, eles foram para um galpão e atualmente contam com apoio de um mercado na Ceasa que funciona durante dois dias na semana. As vendas semanais ficam em torno de R$ 15 mil.Há também barracas que vendem produtos orgânicos em diversos pontos da cidade.
Uma delas funciona semanalmente, há cerca de seis anos, em frente ao Ministério do Meio Ambiente, por meio de parceria entre os funcionários e produtores do Assentamento Colônia I.Dora Sugimoto, que presidia a Associação dos Trabalhadores do Ministério do Meio Ambiente, conta que a ideia surgiu em 2003, quando fez um trabalho sobre economia solidária com alunos da Escola Técnica de Unaí, a convite da Universidade de Brasília (UnB).Ela sugeriu, então, que os funcionários agissem como se fossem consumidores.
Eles fizeram então uma visita ao assentamento e doaram sementes orgânicas aos agricultores. “Uns 40 dias depois, eles apareceram com os produtos, e nós pensamos: ‘agora temos que fazer a nossa parte’.” Foi daí que surgiu a feira, lembra Dora, que consome orgânicos desde essa época. “Você economiza na farmácia a diferença que gasta num preço mais diferenciado.”

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Agricultores de Chanchamayo no Peru obtem a certificação orgânica de 46 produtos

Chanchamayo no Peru

A empresa de certificação alemã -BCS Öko- acaba de conceder aos agricultores de Chanchamayo no Peru a certificação orgânica de 46 dos seus produtos, que entrará nos E.U.A e o mercado europeu.José Jorge Duran, gerente da Highland Café Chanchamayo, disse que isso permitirá a exportação de produtos como café, cacau, Sacha inchi, banana , carambola, goiaba, maracujá, mamão, quinoa, amaranto, cañihua e sabugueiro.Isso também irá beneficiar 16 associações de pequenos produtores orgânicos baseados em Tarma, Chanchamayo e Monobamba, na província de Jauja."Isto não foi fácil. Os produtores tiveram de cumprir um conjunto de requisitos e procedimentos rigorosos", disse Betty Guerrero Alberca, inspetor da certificadora alemã BCS Öko.


Fonte:livinginperu.com
Tradução e Pesquisa:Mundo Orgânico