sábado, 13 de julho de 2013

No Brasil 60% da renda da produção orgânica vem da exportação

Em 2012, o Butão anunciou a meta de tornar-se, até 2030, o primeiro país com agricultura 100% livre de agrotóxicos. Para o Brasil, os objetivos da produção orgânica são bem mais modestos: ampliar internamente um mercado que hoje é mais valorizado no exterior. Estima-se que haja quase um milhão de hectares de cultivo orgânico no País, além da produção extrativista orgânica na região Norte, informa o engenheiro agrônomo Alexandre Harkaly, diretor executivo do IBD, certificadora brasileira credenciada pela Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica. Do total produzido, 95% está nas propriedades de pequenos e médios produtores, e 60% (em valor) é exportado. As commodities, como açúcar e café, são quase que totalmente negociadas com países estrangeiros, enquanto todas as frutas, verduras e legumes são vendidos internamente. 
Conforme Harkaly, o Brasil é considerado pelos principais importadores de orgânicos (Estados Unidos, União Europeia e Japão) como o país de maior potencial de produção orgânica para exportação. No Brasil, as hortaliças orgânicas são restritas aos pequenos produtores, diferentemente do que ocorre com o açúcar orgânico. “A Usina São Francisco, em Sertãozinho/SP, produz quase metade do açúcar orgânico do mundo. Há pequenos produtores de açúcar mascavo, mas que desaparecem frente às quantidades citadas de açúcar orgânico”, diz. 
No mundo, estima-se que os orgânicos movimentem mais de US$ 50 bilhões por ano. Mas o Brasil não aproveita plenamente essa oportunidade. De acordo com Harkaly, a fim de aumentar o mercado interno, é preciso que os consumidores saibam claramente o que significa um produto orgânico. A cultura orgânica não busca apenas a sustentabilidade social, mas também a econômica e a social. Ou seja, além de eliminar o uso de agrotóxicos e adubos químicos, o cultivo protege a fauna, as águas, o ar, a biodiversidade, o solo e até as relações entre patrões e empregados. “Dá para escrever um livro sobre as vantagens do orgânico para a humanidade e para o planeta”, diz Harkaly. “Ao saber disso, a população prestará mais atenção aos orgânicos, e o mercado deverá se ampliar”, completa. 

Certificação 

Segundo o engenheiro agrônomo José Pedro Santiago, membro do Grupo Gestor do IBD, a certificação garante ao mercado que o produto com o selo orgânico é realmente produzido segundo as normas oficiais da agricultura orgânica, expressas na Lei 10.931. Ele diz que o procedimento de certificação é simples, ágil, empresarial, informatizado e não é burocrático, embora seja exigente. Inicialmente, após a primeira inspeção, o produtor passa por um período de conversão para o sistema orgânico, que varia de um a dois anos pela lei brasileira, ou de dois a três anos para os mercados europeu, norte americano e japonês. “Só depois que o produtor tiver feito as mudanças necessárias para se tornar orgânico, o que é verificado nas inspeções, recebe o Certificado Orgânico do IBD e poderá vender seus produtos como orgânicos”, explica. A renovação da certificação é sempre anual, seja para mercado interno ou para exportação. 


Fonte: http://economia.terra.com.br/

terça-feira, 9 de julho de 2013

Vinhos orgânicos são nova tendência no mercado

A tendência de consumir alimentos orgânicos é crescente também no universo vinícola. Países tradicionalmente produtores, como França, Portugal e Espanha, estão investindo nesta vertente nos últimos anos, fabricando vinhos denominados orgânicos, naturais ou biodinâmicos. Os vinhos considerados orgânicos são aqueles elaborados exclusivamente com uvas que não recebem agrotóxicos ou pesticidas. Já os biodinâmicos ou naturais vão mais além. É obrigatório o uso de frutas livres de aditivos e o mínimo de intervenção possível na vinificação. 
Neste tipo de bebida, geralmente opta-se por leveduras selvagens ou indígenas, presentes nas cascas das uvas, e são deixados de lado alguns recursos utilizados nos vinhos convencionais, como enzimas, corretores de acidez e o conservante anidrido sulfuroso.A diferença entre os vinhos convencionais e os que não levam aditivos não é nítida no paladar nem na aparência, com exceção dos naturais, que, por não passarem pelo processo de filtragem, podem ser turvos. Para diferenciar, basta observar o rótulo: os vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos costumam apresentar selos de certificação.O mercado de vinhos orgânicos ainda é pequeno. Menos de 10% da produção mundial se enquadra nessa categoria. Mas no Brasil já é possível achar estabelecimentos especializados na bebida, como o Winebio e Saint Vin Saint, em São Paulo; e o Bionysos, no Rio de Janeiro. Todos eles possuem loja virtual. 


Fonte: http://www.ibahia.com

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Formulações verdes e embalagem sustentável são temas das próximas edições da Sustainable Cosmetics Summit .

A cúpula da América Latina será realizado em São Paulo de 18 a 20 setembro 2013 , enquanto a edição europeia será organizada em Paris entre 21 a 23 de outubro 2013 . Com a crescente pressão sobre a indústria de cosméticos para adotar formulações verdes e reduzir seus impactos com suas embalagens, as cúpulas irão mostrar as melhores práticas da indústria, destacando as áreas que ocorreram as melhorias. A crescente variedade de ingredientes verdes disponíveis para os formuladores será apresentado nas cúpulas. Novos materiais serão destacados para as principais classes de ingredientes: conservantes, fragrâncias, emulsificantes, surfactantes, emolientes e óleos de base. 
As questões técnicas do uso de ingredientes verdes no lugar de ingredientes convencionais serão discutidos. A evolução dos métodos de extração sustentável e técnicas de processamento também estão na agenda da cúpula. Inicialmente ocorrerá um workshop sobre a avaliação de segurança de ingredientes botânicos. Embora muitas empresas de cosméticos e ingredientes estão se voltando para fontes naturais, existem muitas perguntas sobre a segurança de tais materiais. Na versão latino-americana, terá como foco as questões de segurança e de avaliação relacionados com ingredientes botânicos. Chris Kilham ,vai começar a edição europeia com uma palestra sobre a "Inovação da Natureza '. 
O renomado autor e educador irá explicar como a riqueza do conhecimento presentes no reino vegetal pode ser uma fonte de inovação na indústria de cosméticos. Em outro artigo, Dr. Hunter irá destacar alguns dos ativos botânicos que estão fazendo progressos em aplicações nos cosméticos. Uma atualização sobre as métricas de sustentabilidade será dado nas edições europeias e latino-americano. Além da Análise do Ciclo de Vida para medir os impactos ambientais, serão discutidos os métodos de medição da pegada de carbono e água. Jean-Florent Campion daL'Oreal vai compartilhar experiências de sua empresa para medir a pegada de produtos cosméticos. 
O objetivo da Cúpula sobre Cosméticos Sustentáveis é incentivar a sustentabilidade na indústria da beleza reunindo as partes interessadas e realizar um importante debate sobre as questões de sustentabilidade em um fórum de alto nível. A 2 ª edição da América Latina será realizada em São Paulo entre 18 a 20 de Setembro, enquanto a 5ª edição europeia será realizada em Paris entre 21-23 de outubro. 

Mais informações estão disponíveis a partir de www.sustainablecosmeticssummit.com 


 Fonte: www.sustainablecosmeticssummit.com

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Butão quer se tornar o primeiro país com agricultura 100% orgânica

Conhecido mundialmente pela adoção do Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) como medidor do progresso nacional, o pequeno Butão, isolado entre as montanhas do Himalaia, demonstrou mais uma vez a preocupação do país com o bem-estar de sua população, e agora caminha a passos largos para tornar realidade a meta de converter toda sua agricultura em orgânica, tornando-se a primeira nação do mundo a obter tal título. A meta, anunciada em 2007, deverá ser alcançada dentro de pouco tempo, uma vez que já há uma difusão do cultivo orgânico entre os agricultores, embora poucos sejam certificados como tal. 
Atualmente, os futuros instrutores estão em treinamento e os agricultores que já possuem produção orgânica estão recebendo assistência governamental. De acordo com o ministro da Agricultura, além das vantagens de conservação ambiental, o programa de agricultura orgânica capacitará os agricultores em novas técnicas de cultivo para potencializar o uso do solo, aumentando a produção e, por fim, levando o país à desejada autossuficiência alimentícia. 

Mercado 

A procura pela transformação do cultivo também tem razões econômicas: a produção orgânica é 30% mais valorizada em relação a convencional, além de garantir uma renda extra com o ecoturismo. Na região, dois estados indianos têm programas similares para a adoção integral do cultivo orgânico na agricultura. Um terço da agricultura do estado de Sikkim já é orgânico e o governo local almeja transformar toda sua produção até 2015. Já Kerala começou essa transição em 2010 e planeja que até o final desta década todo o seu cultivo tenha sido convertido. 
No Brasil, o mercado de orgânicos está em plena expansão, com crescimento anual entre 30% e 40%, embora a regulamentação do setor no início de 2011 tenha colocado algumas barreiras comerciais com a importação. Os alimentos orgânicos são todos aqueles produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos artificiais em sua produção, como inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas ou adubos químicos. Por conceito, eles também não podem ser organismos geneticamente modificados (OGM), como os transgênicos. Um estudo da Universidade Stanford (EUA) publicado recentemente afirma que os alimentos orgânicos não têm mais nutrientes que os tradicionais, mas as vantagens deste tipo de alimento, como a ausência de pesticidas e bactérias resistentes a antibióticos ou a redução do impacto ambiental, justificam a opção por esta produção. 

Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br

terça-feira, 2 de julho de 2013

Crise afeta vendas de orgânicos na Europa

Mas não se pode dizer que o segmento vá mal. Em países da Escandinávia, na Holanda e na Alemanha, a população ainda prefere alimentos que consideram mais saudáveis e naturais. E gasta com eles. Segundo o mais recente levantamento do instituto de pesquisa e consultoria Organic Monitor, os suíços gastaram, em média, u20ac 177 (R$ 533) per capita na compra de orgânicos em 2011, quando a crise já mostrava sua garras. Os dinamarqueses vieram em seguida, com u20ac 162 (R$ 460) per capita. Os austríacos dispenderam u20ac 127 (R$ 361) per capita, os suecos u20ac 94 (R$ 267) e os alemães, u20ac 81 (R$ 230), com tendência altista. 
Em países com mais problemas, como Espanha, Portugal, Grécia e Itália, os orgânicos foram mais prejudicados e o crescimento do consumo não passou de 3%. "De modo geral, os orgânicos são cortados mais rapidamente em tempos de crise, como ocorre com bens de luxo e automóveis", afirma Amarjit Sahota, diretor do instituto, com sede em Londres. "Mesmo assim, muitos continuaram se abastecendo desses produtos. A Europa responde hoje por 46% das vendas globais de orgânicos", diz. Além da deterioração econômica em alguns países, afirma, a continuidade do crescimento do segmento na Europa se deve ao fato de grandes redes varejistas do continente já terem desenvolvido linhas próprias de orgânicos, o que amplia a oferta e diminui o preço na gôndola. 
"Em muitos casos, os orgânicos são mais baratos que os equivalentes convencionais não só porque ganharam escala, mas porque não tem branding", diz Sahota, referindo-se ao sobrepreço das marcas famosas. De acordo com Sahota, os países mais ricos da Europa também mantiveram vendas significativas em relação ao consumo total de alimentos. Na Dinamarca, 7% de todos os alimentos comercializados (varejo, feiras, restaurantes, etc) foram orgânicos. Na Suécia, 5%. E na Suíça, 6%. "Somente na Suécia, 30% de todo o leite consumido e 25% dos ovos são orgânicos", afirma. 
 Os Estados Unidos, os maiores consumidores do mundo também nesse mercado, compensaram a desaceleração europeia com um crescimento anual de 10%. Com a outra metade do mercado global, o país contribuiu para a movimentação de US$ 63,2 bilhões registrada em 2011 - ainda não foram divulgados dados mundiais referentes a 2012. Apesar do cenário de crescimento modesto, a desaceleração do consumo europeu deverá afetar o Brasil, onde o segmento até recentemente era praticamente voltado às exportações. O Projeto Organics Brazil, que incentiva a comercialização no exterior de produtos orgânicos brasileiros, fechou o primeiro semestre de 2013 com US$ 37 milhões embarcados por 76 empresas associadas. 
Pelo andar da carruagem, dificilmente atingirá os US$ 129,5 milhões de 2012. Na Ásia, a barreira de crescimento continua sendo o preço. Maiores consumidores, Japão, Malásia, Coreia do Sul e Hong Kong dependem da importação, uma vez que não têm tradição agrícola. Lá, como no Brasil, os alimentos orgânicos podem ser até 200% mais caros que os convencionais. "É um problema, eles estão fadados a importar. Nos EUA, orgânicos custam só 20% mais caro".