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domingo, 10 de agosto de 2014

O Ecoturismo e a pecuária orgânica no Pantanal

A pecuária orgânica certificada no Pantanal é uma das atividades pioneiras apoiadas pelo WWF-Brasil, por meio do Programa Cerrado Pantanal, que teve início com a formalização da parceria com a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) em 2003. A atividade contribui para as ações de conservação e visam reduzir o impacto no meio ambiente da principal atividade econômica da região. Situada a 195 km de Campo Grande e a 50 km do município de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, a Fazenda São José é um dos espaços certificados pela ABPO e pioneira no trabalho que busca o desenvolvimento econômico pelo sistema de produção orgânica e de ecoturismo. A fazenda, com três mil hectares, é parceira do WWF-Brasil e também abriga a Pousada Aguapé. “A região é rica, cheia de biodiversidade, vida e liberdade. O Pantanal é um dos maiores berçários do mundo e sua vocação é criar. Trabalhar com pecuária no Pantanal está ligado à cultura da região”, explica o proprietário da Fazenda, João Ildefonso Pinheiro Murano. A área pertence a uma mesma família há mais de 150 anos e diversificou suas atividades a partir de 1989. Os trabalhos em continuidade à criação de gado incluem a pecuária orgânica, atuação no turismo ecológico e pesca, e apoio a projetos de conservação como, por exemplo, os Projetos Arara Azul e Tamanduá. Para João Hidelfonso, o uso de boas práticas permite inúmeros ganhos para o Pantanal. “Nosso desafio é buscar novas soluções. São duas atividades no mesmo local: a pecuária e o ecoturismo. Se fossem trabalhos que impactassem o meio ambiente não haveria turista na região. O trabalho com a carne orgânica veio atender uma das principais reinvindicações da população, ou seja, agregar valor ao que preservamos. O WWF-Brasil contribuiu para um ponto primordial: o diálogo na tomada de decisões para a conservação do Pantanal”, afirma o proprietário da Fazenda São José. O WWF-Brasil apoia a pecuária orgânica certificada no Pantanal e considera a atividade modelo de produção com valores de sustentabilidade ambiental e social. O apoio se dá por meio do fortalecimento da pecuária orgânica certificada na região, associações de pecuaristas orgânicos na análise e busca de mercados, estímulo a boas práticas produtivas, articulação com os segmentos da cadeia e divulgação da carne orgânica como alternativa de consumo responsável e alimentação saudável. Ivens Domingos, analista de conservação do Programa Cerrado Pantanal, explica que a ideia é ampliar o número de localidades certificadas para a pecuária orgânica. “Atualmente são 12 fazendas certificadas da ABPO, todas no Mato Grosso do Sul, e a maior parte localizadas na região do Pantanal da Nhecolândia, totalizando aproximadamente 120 mil hectares certificados. A pecuária orgânica, por meio de parceiros associados ao WWF-Brasil, busca trazer soluções econômicas, sociais e ambientais”, explica.

Fazendas

As fazendas que desenvolvem a pecuária orgânica atendem todos os requisitos relacionados à legislação trabalhista brasileira. Seus funcionários são registrados e têm acesso à moradia digna, alimentação, saúde e educação. São proibidos trabalhos escravo e infantil. Além disso, as fazendas que desenvolvem a pecuária orgânica cumprem integralmente as exigências da legislação ambiental e do Código Florestal Brasileiro. Elas devem possuir as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente intacta; proibir o uso de agrotóxicos e proteger e conservar os recursos hídricos. A carne orgânica é produzida com critérios de responsabilidade socioambiental que consideram o bem estar dos animais durante a criação e a conservação do meio ambiente. Todo o processo de produção (criação dos animais, processamento dos produtos e venda ao consumidor) é rastreado e auditado. O sabor específico da carne é garantido pelo uso das pastagens nativas do Pantanal e pela seleção genética dos animais. 


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