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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cosméticos orgânicos avançam com certificação

Foto: Mutt Ink/The New York Times

As pequenas empresas do segmento de cosméticos e higiene pessoal começam a investir em certificações socioambientais para conseguir uma diferenciação de mercado e também para atender à crescente demanda por produtos com apelo natural. O mercado para cosméticos "sustentáveis", com matérias-primas de origem certificada, é estimado em US$ 6 bilhões e cresce a taxas de 20% ao ano. No Brasil, a tendência ainda é restrita a nichos de mercado, mas deve ganhar força nos próximos anos, especialmente com a regulamentação do mercado de cosméticos orgânicos, que está sendo desenhada pelo Ministério da Agricultura - assim como foi feito com alimentos orgânicos, no ano passado.
"Muitas empresas de grande porte do setor de cosméticos só estão esperando essa regulamentação para entrar forte nesse mercado. Por enquanto, o nicho de cosméticos orgânicos certificados é ocupado por pequenas empresas", diz Alexandre Harkaly, diretor executivo do Instituto Biodinâmico (IBD), uma das entidades responsáveis pela certificação de orgânicos no Brasil. Segundo ele, a demanda pelo selo é maior entre as empresas produtoras de matérias-primas para a indústria de cosméticos - atualmente 40 levam o selo IBD, enquanto os fabricantes de cosméticos são apenas quatro.
A Magia dos Aromas, de Botucatu (SP), apostou na certificação em 2004, com o objetivo de explorar uma lacuna no mercado brasileiro. A empresa, formada por uma família de farmacêuticos com experiência no ramo de manipulação de medicamentos, começou vendendo no interior de São Paulo, mas ampliou a presença para as principais capitais e está negociando os primeiros contratos de exportação. A produção ainda é pequena - são 2 mil produtos por mês -, mas vêm conquistando a preferência de consumidores veganos, que não utilizam produtos de origem animal. "É um nicho interessante, pois são clientes fiéis", diz Marcos Caram, sócio da Magia dos Aromas.

Manejo Florestal

certificação que está ajudando a impulsionar o negócio de pequenas empresas é a FSC, o mais conhecido selo para produtos de origem florestal do mundo. A Orgânica, empresa de Santana do Parnaíba (SP) criada pelo casal de agrônomos Pérola e Luiz Antonio Galhardi, apostou na tendência. Originalmente uma empresa de acessórios para banho feitos com bucha vegetal para o segmento de spas, a empresa cresceu e passou também a fabricar cosméticos.
"O selo FSC abrange os produtos de madeira, como pentes e massageadores. Mas foi impressionante como abriu portas", diz Pérola Galhardi. A empresa vende para redes de farmácias e supermercados, como Wal Mart e Drogasil, e também pelo site Submarino. A partir de 2010, o plano é investir em um novo modelo de negócios. "Vamos abrir as primeiras franquias da marca."

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