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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Exportações de orgânicos passam longe da crise


A exportação brasileira de orgânicos não sofrerá com a crise econômica mundial e deve crescer entre 5% e 10% em volume encaminhado aos Estados Unidos e Europa e não terá alteração nos envios ao Japão. A avaliação é do coordenador do projeto Organics Brasil, Ming Liu, diante da boa resposta aos produtos nacionais pelos países exportadores. Embora não haja números oficiais, a estimativa é que o Brasil gere entre R$ 200 milhões e 250 milhões em receita oriunda do comércio de orgânicos. No mundo, os valores saltam para US$ 43 bilhões. No primeiro quadrimestre do ano, a Organics Brasil participou de três feiras internacionais e faturou US$ 10 milhões em negócios fechados e US$ 23 milhões em negócios futuros. ''Superou os números do período passado'', afirma Liu que prevê uma alta de 20% nas exportações dos 71 associados do projeto, que em 2008 captaram US$ 58 milhões em divisas.
A Organics Brasil, entidade de fomento à exportação, participa ainda neste ano, pela primeira vez, das feiras comerciais na Itália e Reino Unido, e no ano que vem, na Índia, como política de expansão de mercados. A produção de orgânicos cresce entre 15% a 20% por ano no Paraná segundo a Griffe Orgânica - braço comercial da ONG Parque de Tecnologia Social (PTS) - e, a partir deste ano, a participação no mercado exterior de micro e pequenos produtores deve também aumentar. Um convênio de comercialização que envolve a entidade (marca sob a qual serão vendidos os artigos), o Instituto de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e os Correios promete desburocratizar o escoamento de produtos e desonerar taxas aduaneiras.
A viabilização do comércio será pelo programa Exporta Fácil, dos Correios. O sistema permite mandar lotes de até 30 quilos e US$ 50 mil para até 200 países com o preenchimento de um único formulário na própria agência dos Correios. O serviço é oferecido em 8 mil agências dos Correios habilitadas, espalhadas por todo País. A primeira remessa de chá, mel e caqui em passa saiu do Brasil dia 20 de abril rumo ao Canadá e União Européia. ''O projeto permite que produtores de agricultura familiar vendam lá fora, o que antes era inviável por falta de escala e incentivos econômicos'', explica o coordenador da Griffe Orgânica, Fábio Cunha. O empresário Rodrigo Andreoli exporta chás verde e de erva mate orgânicos há quatro anos e sempre utilizou os Correios para encaminhar produtos ao exterior, principalmente as degustações, no período de captação do cliente.
''O sistema é mais barato e desburocratizado em relação ao transporte aéreo particular ou marítimo, além de ser seguro e rápido'', comenta Andreoli. Para ele, o lançamento do projeto colabora ainda mais com a expansão para o mercado internacional, que no caso do chá, deve atingir a marca entre 20% e 25% neste ano. A empresa de Andreoli exporta para o Japão, Estados Unidos, Alemanha e França e, embora não revele o volume negociado, o empresário espera crescer conforme as previsões de mercado e fortalecer o comércio interno

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