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domingo, 8 de abril de 2012

Europa: produção e consumo de vinho orgânico registram expansão

Os alimentos produzidos sem pesticidas e fertilizantes são um segmento de mercado de forte crescimento na Alemanha e na Europa. Isso se evidencia também no setor de vinhos. Nos últimos quatro anos, a área cultivada da viticultura orgânica quase dobrou na Alemanha, chegando a cerca de 5 mil hectares de vinhedos. "Isso representa em torno de 5% da área total de vinhedos", disse Ernst Büscher, do Instituto Alemão do Vinho (DWI, na sigla em alemão), com sede em Mainz."A marca ''orgânico'' é hoje um valor agregado que os consumidores levam para casa. Eles estão aliados a um conceito de alta qualidade, além de contribuir para uma produção ecológica de alimentos", diz Büscher.A crescente demanda fortalece viticultores orgânicos e associações. Isso ficou claramente visível na última Prowein, importante feira internacional de vinhos em Düsseldorf. A presença dos fornecedores de vinhos orgânicos nunca foi tão grande, e pela primeira vez eles foram reunidos num pavilhão próprio.Em termos percentuais, a Alemanha é líder mundial em matéria de vinhos orgânicos, ao lado da Itália e da Grécia. Somente os austríacos estão à frente, com cerca de 8% da área de vinhedos sendo composta por orgânicos. 
Do ponto de vista do volume e da área plantada, o quadro é outro.A maior expansão se registra atualmente na Espanha, que triplicou seu número de vinhedos orgânicos nos últimos três anos. Com 54 mil hectares, o país possui hoje a maior área de vinhedos cultivados ecologicamente, seguida da Itália e da França. Isso corresponde à metade da área total de vinhedos da Alemanha.Dessa forma, a Espanha reagiu rapidamente à crescente demanda. O país possui claras vantagens de localização, afirma o comerciante de vinhos Matthias Baumann, da cidade de Radolfzell. 
Perto de Würzburg, ele cultiva, nas horas vagas, um hectare de vinha própria, tudo em encosta íngreme.Para tal, são necessárias, em média, de 1.200 a 1.500 horas de trabalho por ano. Na Espanha, com a mesma quantidade de tempo é possível cultivar 100 hectares ou mais. Os viticultores da região da Mancha conseguiram quadruplicar seu faturamento após aderirem ao cultivo orgânico.Apesar dos altos ganhos, o preço do litro do vinho da Mancha sai bem abaixo de 1 euro. Isso explica o preço de 2,50 euros para vinhos orgânicos em supermercados de baixo custo. 
Assim, o produto pode ser comprado também por consumidores menos abastados.Uma tendência que o comerciante e enólogo Martin Kössler, de Nurembergue, vê com desconfiança. "O vinho artesanal cultivado ecologicamente foi assim transformado num vinho orgânico produzido industrialmente." Para Kössler, a viticultura orgânica é pré-requisito para um vinho de boa qualidade. Segundo ele, muitos viticultores também sabem disso. Por esse motivo, muitos trabalhariam de forma ecológica, mesmo sem especificá-lo no rótulo.Na década de 1980, os vinhos orgânicos eram considerados por muitos consumidores uma bebida ruim para uma consciência limpa. Isso mudou significativamente. 
A interdependência entre cultivo orgânico e qualidade pode ser constatada não somente pelo cartão-postal internacional da Alemanha no setor de vinhos, a Associação de Produtores de Vinho com Predicado (VDP, na sigla em alemão), que reúne cerca de 200 produtores de vinho de alto padrão. Um quarto deles já trabalha ecologicamente, com ou sem certificação.Na viticultura orgânica, a prioridade máxima é manter o equilíbrio do ecossistema do vinhedo. Assim, dispensam-se pesticidas sintetizados quimicamente e fertilizantes não naturais. 
Algumas empresas vão ainda mais longe e aplicam o método da viticultura biodinâmica, baseado nos ensinamentos antroposóficos de Rudolph Steiner.Um exemplo é a vinícola de Peter Jacob Kühn, na região de Rheingau. Ele é membro da VDP, sendo frequentemente elogiado pela mídia especializada por seus vinhos. Para ele, a viticultura orgânica é um desenvolvimento inevitável para um agricultor amante da natureza. "Se eu tivesse conhecido antes o bem que fazem esses recursos naturais, teria iniciado muito mais cedo", disse Kühn.Para o comerciante de vinhos Matthias Baumann, o boom do vinho orgânico não é, de forma alguma, uma tendência passageira. "Ele já deixou há muito tempo o nicho do consumidor de alto padrão e do público altamente envolvido. Cada vez mais pessoas crescem consumindo vinho orgânico. Nós prevemos que o vinho orgânico se tornará padrão em 20 anos."

 Fonte: Deutsche Welle

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